fundador da Congregação do Santo Menino Jesus,
para o ensino e a protecção
dos órfãos e crianças abandonadas.
Nicolau Roland nasceu em Reims (França) – no momento da Fronda – a 8 de Dezembro de 1642. Foram seus pais João Baptista Roland, antigo comerciante de tecidos (uma das especialidades da cidade, nesses tempos) e de Nicola Beuvelet, irmã de Mateus Beuvelet, sacerdote, que será o padrinho de Nicolau. Por volta dos oito anos de idade, ingressou no colégio jesuíta da sua cidade natal, onde descobriu a sua vocação: o sacerdócio. Em 1653, enquanto participava de uma ordenação na Abadia de São Pedro das Damas, sentiu-se, de repente, interiormente empurrado a pedir a tonsura, o que fez imediatamente e imedia-tamente recebeu das mãos do Arcebispo.
Após completar os seus estudos, ele viajou pela França, percorreu as províncias, levando uma vida mundana. Mas depois de um acidente, decidiu renunciar a qualquer viagem vai para Paris para fazer um retiro espiritual e durante ouviu o chamado para ser padre. Empreende então os estudos de filosofia e de teologia e frequenta uma comunidade de jovens, apaixonados por Jesus Cristo ao redor do Padre Bagot, então, começou a estudar filosofia e teologia. A quando da festa da Assunção, em 1665, Nicolau Roland, jovem diácono de 22 anos, foi nomeado cónego teólogal na Catedral de Reims, por causa dos seus talentos de orador.
Mas na França arruinada pela Fronda e pelas guer-ras reais, Nicolau Roland sente-se chocado pela mi-séria dos pobres. O destino das crianças preocupa-o. Ele encarrega-se então dum grupo de órfãos, ajuda-do por duas religiosas que o Padre Barré de Rouen lhe enviou.
É uma nova etapa para Nicolas Roland: continuando a formação dos sacerdotes, ele vai passar o resto de sua vida a ajudar as crianças pobres, a educá-las e a anunciar-lhes Jesus Cristo. Abrir escolas não é suficiente para ele, porque sente a urgência de estabelecer uma comunidade de apóstolas consagradas que ele enviará, duas a duas pelas cidades e aldeias ao encontro dos jovens e das famílias: isto será o embrião do trabalho pastoral e paroquial que continuará depois de sua morte.
A sua casa tornou-se lar para órfãos do Santo Menino Jesus, em Dezembro de 1670. Apesar dos problemas práticos e administrativos, Nicolas Roland abriu muitas escolas gratuitas em diferentes bairros.
Pouco depois partiu para Paris para mergulhar na atmosfera de formação, especialmente nas comunidades de São Nicolau do Chardonnet e de São Sulpício – onde mais tarde celebrará a sua primeira Missa outro Santo: S. Luís Maria Grignion de Montfort. De Paris, foi para Rouen, para junto do Padre Nicolau Barré e do Padre de La Hague, pároco de Santo Amândio que marcarão de forma decisiva a sua vocação apostólica. Ele ali permaneceu seis meses vivendo na pobreza e na penitência.
Foi nesta ocasião que o Padre Nicolau Barré, para testar o seu discípulo, o fez dormir debaixo de umas escadas, sem qualquer conforto, o que o jovem sacerdote aceitou sem se queixar.
Voltando para Reims, ele se instalou numa casa, rua do Barbâtre, partilhando esta com um grupo de jovens clérigos para os preparar para o sacerdócio. Ela cumpre as suas funções de teologal: pregação e ensino, mas ele quer alargar o seu âmbito de acção: dirigir-se às pessoas para as tocar no coração, mais do que nas mentes. Torna-se pregador popular e responde às solicitações dos seus colegas, percorrendo uma grande parte da diocese... Ele descobre em si uma eloquência apostólica: falar simples, para falar a todos.
Incentivado por seu amigo, o Senhor de Renty, ele foi em peregrinação ao Carmelo de Beaune para se consagrar de modo especial ao mistério da Encarnação do Filho de Deus, especialmente na sua Infância. Para obter as Letras Patente para a instituição fundada, Nicolau Roland, passou todo o inverno de 1678 em Paris. Voltou a Reims em Abril para participar da ordenação de seu jovem amigo e discípulo São João Baptista de La Salle, a quem ele incutira seu amor pelos órfãos.
Mas em 19 de Abril, Nicolau Roland adoece gravemente. Ele confia então a São João Baptista de La Salle, a missão de obter o reconhecimento da comunidade do Menino Jesus, mas também de apoiar moralmente as Irmãs que se envolvem cada vez mais numerosos.
Nicolas Roland morreu a 27 de Abril de 1678.
Afonso Rocha
segundo o documento oficial da diocese de Reims.
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