quarta-feira, 30 de novembro de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - “Ascensão do Senhor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
SACERDOTE REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Foi levado ao Céu
 
Celebramos os mistérios de Cristo em tempos e modalidades diferentes. Narramos como uma história. Mas o mistério é um só. Por exemplo, o Natal. É o mesmo Mistério Pascal de Cristo, visto a partir da Encarnação. Alguns povos se saudavam no Natal dizendo: “Felizes Páscoas de Natal”. Há uma unidade. A Ascensão de Jesus completa o ciclo da vida terrestre de Jesus. Ela celebra o Senhor crucificado, morto, sepultado, ressuscitado ao terceiro dia, glorificado e exaltado à direita do Pai com toda glória e poder. Temos a sensação de que encerrou uma etapa ou fechou-se uma porta. O próprio Evangelho diz: “Uma nuvem o encobriu, de forma que seus olhos não podiam mais vê-lo” (At 1,9). Não é o fim de uma etapa. “Jesus sobe ao Pai para realizar seu culto sacerdotal eterno de louvor, ação de graças e intercessão, pedindo ao Pai o Espírito para todos” (Frederici). O prefácio reza: “Ele subiu aos céus a fim de nos tornar participantes de sua divindade”. Nós celebramos essa participação, de modo particular, na Eucaristia. Nela nos unimos a seu mistério de louvor ao Pai que, a pedido do Filho, nos dá o Espírito para a divinização. Quando se diz que uma nuvem o encobriu a seus olhos, significa uma mudança de relacionamento com Ele. Indica também, como na Transfiguração, que Jesus assume a expressão de sua divindade, oculta pela humanidade e seu abaixamento na Encarnação (Fl 2,6-11). Depois da Ressurreição, os discípulos puderam vê-lo: “Foi a eles que Jesus se mostrou vivo, depois de sua paixão, com numerosas provas. Durante quarenta dias apareceu-lhes falando do Reino de Deus” (At 1,3). E foi elevado. Os discípulos têm a certeza que tira a sombra que a nuvem faz: “Eu estarei convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28, 20).
Ascensão é nossa vitória 
A Ascensão é um aspecto do mistério que mais toca nossa humanidade. Não se trata somente do reconhecimento que Ele foi um homem como nós, mas que toda nossa humanidade estava unida a Ele. S. Agostinho escreve, explicando a união que temos em Cristo: “E assim como Ele subiu sem se afastar de nós, também nós subimos com Ele, embora não se tenha ainda realizado em nosso corpo o que nos está prometido... Nele, pela graça, também nós subimos”. O prefácio reza: “Ele subiu, não para se afastar da nossa humildade, mas para nos dar a esperança de que um dia, como membros de seu corpo, iremos a seu encontro, onde Ele nos precedeu, nossa cabeça e princípio”. Deste modo somos vitoriosos com Ele. Nossa humanidade está glorificada. Tudo o que é do Filho é nosso. Por isso diz Paulo: “Que Ele abra o vosso coração a sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos” (Ef 1,18). Mas está conosco: Estarei convosco todos os dias. 
Sereis minhas testemunhas 
Não podemos parar na contemplação do alto, mas transformá-la em anúncio. No momento de sua partida, Jesus diz: “Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar a tudo o que vos ordenei!” (Mt 28,19-20). Cria-se um novo povo unido à vida da Trindade santa. É um momento em que Cristo continua entre nós, ou melhor, em nós, continua sua missão. Como os discípulos foram testemunhas da ressurreição, nós seremos testemunhas da Ressurreição. Abrimos o Reino de Cristo a todos os povos. As pessoas serão conduzidas à adoração com Cristo ao Pai. Cada Eucaristia nos une a seu mistério de Ascensão. 
Leituras: Atos 1,1-11; Salmo 46; 
Efésios 1,17-23; Mateus 28,16-20. 
1. Celebramos os mistérios de Cristo como que em uma série de fatos. Mas é um só. A Ascensão completa o ciclo da vida terrestre de Jesus. Celebra o Senhor crucificado, morto, sepultado, ressuscitado ao terceiro dia, glorificado e exaltado à direita do Pai. Quando se diz que uma nuvem o cobriu está a significar, não um fim, mas uma mudança. Manifesta-se sua divindade. Dela nos tornamos participantes. Os discípulos o viram. Têm uma certeza: “Estarei convosco todos os dias até o fim do mundo’. 
2. A Ascensão é um aspecto do mistério que mais toca nossa humanidade, pois está unida a Ele. Subiu ao Céu, não para se afastar, mas para subirmos com Ele. Nossa humanidade, nele, está glorificada. 
3. A contemplação do alto transforma-se em anúncio. Jesus diz: “Ide por tudo mundo e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ensinei” (Mt 28,19-20). Cristo, em nós, continua sua missão. Nós também seremos testemunhas da Ressurreição. 
Tchau e até breve! 
Subindo...subindo... Assim Ele se foi. E os discípulos acompanhavam com olhar até que a nuvem o cobriu. Ausência...? Saudades...? Que nada! Agora é que pega fogo. Os Anjos chegam e colocam ordem: “Por que estais aí a olhar para o alto? Ele vai voltar do mesmo modo que vocês viram subir”. Agora começa nosso tempo. O tempo de estar sempre esperando que volte. Não no fim dos tempos. Nossa vida terá sentido se estiver sempre voltada para ir a seu encontro sempre. E, enquanto vamos, contamos para todos o que nos ensinou. Ele dá sentido. O sentido que dá, nos dá gosto de viver buscando-o como fundamento. Membros de seu Corpo, somos chamados, na esperança, a participar de sua glória. “Que ele abra o vosso coração a sua luz”. Ele subiu, mas está sempre presente.
Homilia da Ascensão do Senhor (04.05.08)

EVANGELHO DO DIA 30 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo São Mateus 4,18-22. 
Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-Me, e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-no. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na companhia de seu pai, Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os, e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-no. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Basílio de Selêucia (468) bispo 
Sermão em louvor de Santo André, 
2-3; PG 28, 1103;
atribuído a Santo Atanásio 
O primeiro discípulo do Senhor 
André foi o primeiro apóstolo a reconhecer o Senhor como seu mestre; ele deixou a companhia de João Batista para aderir a Cristo. Iluminado pela lamparina (cf Jo 5,35), procurava a luz verdadeira; sob o seu brilho incerto, acostumou-se ao esplendor de Cristo. De mestre que era, João Batista tornou-se servo e arauto de Cristo: «Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo» (Jo 1,29), eis Aquele que livra da morte, eis Aquele que destrói o pecado. Eu não fui enviado como esposo, mas como aquele que acompanha o esposo (cf Jo 3,29). Eu vim como servo e não como senhor. Tocado por estas palavras, André deixa o seu antigo mestre e adere a quem ele anunciava. Adere ao Senhor, o seu desejo é evidente no seu empenho, e leva consigo o evangelista João; os dois deixam a lamparina para avançarem em direção ao Sol. André é a primeira planta do jardim dos apóstolos, é ele que abre a porta aos ensinamentos de Cristo, é ele o primeiro a colher os frutos do campo cultivado pelos profetas. Ele foi o primeiro a reconhecer Aquele de quem Moisés disse: «O Senhor teu Deus suscitará em teu favor um profeta saído das tuas fileiras, um dos teus irmãos, como eu: é a ele que escutarás» (Dt 18,15). André reconheceu Aquele que os profetas anunciaram, e chamou seu irmão Pedro, mostrando-lhe um tesouro que ele ainda não conhecia: «Encontrámos o Messias» (Jo 1,41), Aquele que desejávamos. Nós esperávamos a sua vinda, vem desfrutar da sua presença. André levou seu irmão a Cristo; foi o seu primeiro milagre.

São Troiano de Saintes

Nascimento:
Saintes, Gália século V 
Morte: Saintes, Gália c. 530 
Veneração por Igreja Católica 
Festa litúrgica 30 de novembro 
Troiano de Saintes (em latim: Trojanus Santonensis ou Trofianus ou Trophianus; em francês: Troyen; m. c. 530) foi um bispo de Saintes, na Gália, no século VI. Ele foi mencionado em termos semi-lendários por Gregório de Tours. Ele é geralmente identificado como sendo o autor de uma carta ainda existente enviada a Eumério de Nantes e que foi publicada por Migne na Patrologia Latina (lxvii). Adicionalmente, é um santo católicos e sua festa é no dia 30 de novembro. https://pt.wikipedia.org/wiki/Troiano_de_Saintes

30 de novembro - Beato João Garbella de Vercelli

O Beato João Garbella nasceu no início do século XIII, por volta do ano 1205, em Mosso Santa Maria, perto de Vercelli (Piemonte, Itália). Formou em direito romano e canônico em Paris, de forma brilhante, onde lecionou, antes de retornar a Vercelli, ainda como professor, quando foi atraído pela pregação do Beato Jordão, ingressando na Ordem dos Pregadores em 1229, tomando o nome de João de Vercelli. Foi o fundador do convento de Vercelli e província da Lombardia. Eleito sexto Mestre da Ordem em 1264, permaneceu no cargo por vontade dos capítulos gerais por quase vinte anos, sendo o modelo dos frades. O papa Inocêncio IV e seus sucessores nutriram nele uma confiança ilimitada e, nos anos posteriores, confiaram a ele tarefas muito importantes e espinhosas. Ele participou do conselho de Lyon (1274); Conselheiro do Papa Clemente IV, foi designado por ele, legado pontifício, na Itália, França. Empreendeu um grande trabalho de pacificação entre as repúblicas italianas e os soberanos europeus e foi um dos organizadores mais ativos das Cruzadas. Ele visitou continuamente as províncias mais distantes e suas intermináveis ​​viagens a pé permaneceram de fato lendárias. Reformou incansavelmente os conventos da Ordem dos Pregadores por toda a Europa, sem nunca dispensar, durante suas viagens, os jejuns eclesiásticos e os de sua ordem. O papa Gregório X escolheu João de Vercelli para cuidar de espalhar o culto ao nome de Jesus, uma solução que o conselho de Lyon havia identificado para reparar a heresia dos albigenses. Nesse sentido, João dirigiu-se a todos os priores provinciais e decidiu erigir um altar dedicado ao Santo Nome de Jesus em todas as igrejas dominicanas.

30 de novembro - Beato José Lopes Piteira

A providência divina queria que este jovem, primeiro beato cubano, derramasse seu sangue defendendo sua fé em Cristo, na Espanha, a terra de seus antepassados, apesar de ter gravada em seu coração, até o último suspiro, a ilha caribenha que o viu nascer. Mas um apóstolo é um cidadão do mundo, um vasto território que é conquistado de polegada a polegada, entregando tudo, como Cristo exige no Evangelho, para que qualquer lugar para o qual ele seja conduzido por causa da vontade divina se torne um destino amado. E isso que José manteve em mente em todos os momentos, juntamente com a graça divina que o iluminou, fez com que não vacilasse em nenhum momento, mesmo quando enfrentou a morte brutal que lhe foi imposta. O Beato José não é tão conhecido em todo o mundo como outros mártires, mas ele é parte, por próprio direito, daqueles que souberam enfrentar corajosamente o destino cruel que se aproximava, e generosamente deram suas vidas deixando para trás um admirável legado de amor. Um dia, no início do século XX, sua família humilde deixou a Espanha para ganhar a vida, assim como tantos compatriotas. Lá permaneceram, sob a custódia dos avós, dois de seus filhos, de quem eles se despediram com imensa dor. Em sua bagagem, eles levaram a fé herdada de seus pais como um precioso tesouro que eles transmitiriam aos seus numerosos descendentes. José nasceu em Jatibonico – Cuba - em 2 de fevereiro de 1912.

30 de novembro - São Galgano Guidotti

Galgano Guidotti, era filho de Guido e Dionisa e nasceu por volta de 1150 em Chiusdino (Siena), um pequeno burgo. Ficou órfão de pai muito cedo e foi educado por sua mãe com os valores cristãos, e uma grande devoção a São Miguel Arcanjo. Era uma época da Idade Média repleta de violência, e Galgano também, como outros cavaleiros, afastou-se dos princípios de sua educação, tornando-se prepotente e cheio de si pela juventude despretensiosa e frívola que vivia. Com o passar do tempo, Galgano começou a perceber a inutilidade do seu estilo de vida, e ficou atormentado por não ter nenhum objetivo para a sua vida. Ele teve duas visões místicas: na primeira, o Arcanjo Miguel disse que o protegeria pessoalmente; e na segunda, apareceram-lhe os doze apóstolos e o próprio Jesus. Foi neste estado de ânimo que decidiu mudar, retirando-se na colina de Montesiepi. Galgano abandonou o seu mundo, infeliz pelo que cometeu e por aquilo que via diariamente, para dedicar-se a uma vida de eremita e penitência, em busca daquela paz que àquele tempo não era consentida. Na estrada para o Maremma, o cavalo de Galgano parou de repente; embora o jovem tenha insistido para que ele continuasse, ele não conseguiu se mexer. Galgano então retornou aos seus passos, em direção a uma igreja próxima na qual ele ficou.

ANDRÉ, APÓSTOLO século I

Apóstolo de São João Baptista, irmão de São Pedro e, como ele pescador, foi o primeiro discípulo que Jesus chamou, 
junto do rio Jordão. 
Entre os Doze apóstolos de Cristo, André foi o primeiro a ser seu discípulo. Além de ser apontado por eles próprios como o "número dois", depois, somente, de Pedro. Na lista dos apóstolos, pela ordem está entre os quatro primeiros. Morava em Cafarnaum, era discípulo de João Baptista, filho de Jonas de Betsaida, irmão de Simão-Pedro e ambos eram pescadores no mar da Galileia. Foi levado por João Baptista à verde planície de Jericó, juntamente com João Evangelista, para conhecer Jesus. Ele passava. E o visionário profeta indicou-o e disse a célebre frase: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". André, então, começou a segui-lo. A seguir, André levou o irmão Simão-Pedro a conhecer Jesus, afirmando: "Encontramos o Messias". As-sim, tornou-se, também, o primeiro dos apóstolos a recrutar novos discípulos para o Senhor. Aparece no episódio da multiplicação dos pães: depois da resposta de Filipe, André indica a Jesus um jovem que possuía os únicos alimentos ali presentes: cinco pães e dois peixes.

Santa Maura de Constantinopla, Esposa e Mártir - 30 de novembro

Uma narração mais extensa do martírio de Santa Maura é encontrada em Passio, F. Halkin, Hagiographica inedita decem [Corpus Christianorum. Série Graeca 21. Turnhout: Brepols, 1989]: 27-29.  Maura e seu esposo, Timóteo, suportaram enormes sofrimentos e torturas por causa da fé em Cristo durante a perseguição do Imperador Diocleciano (285-305). Timóteo era de uma aldeia no Egito chamada Perapa, onde seu pai, Pikolpossos, era sacerdote; foi ordenado entre o clero como leitor da Igreja, onde também foi o custódio e o copiador dos livros dos Serviços Divinos.  Timóteo foi denunciado como guardião dos livros cristãos quando o imperador deu ordens para que os livros fossem confiscados e queimados. Então levaram Timóteo diante do governador Ariano, que lhe ordenou entregar todos os Livros Sagrados.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE NOVEMBRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 – Quarta-feira – Santos: André, apóstolo, Troiano, Justina
Evangelho (Mt 4,18-22) “Jesus disse a eles: – Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens. Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram.”
Eles imediatamente o seguiram. É como termina a breve história do chamamento, primeiro dos irmãos Simão e André, e depois de Tiago e João. Os quatro não pedem nem dão explicações. Ouvem Jesus, largam tudo e daí em diante tudo será diferente para eles. Para cada um de nós é que Mateus conservou essa frase. É o que nos quer ensinar: quando Jesus chama, é preciso deixar tudo.
Oração
Senhor Jesus, admiro o poder de sedução de vossa graça. Os quatro tinham seus planos e compromissos, e largaram tudo para vos colocar em primeiro lugar na vida. Não sei o que me reservais no futuro. Mas peço que me ajudeis a estar pronto a vos seguir, sem perguntar por quê ou para onde. Depois de tudo que fizestes por mim, não posso ficar duvidando. Confio totalmente em vós. Amém.

terça-feira, 29 de novembro de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - “Gotas de Ressurreição”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
SACERDOTE REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Espiritualidade de ressuscitados
 
Temos refletido sobre a Ressurreição e nossa vida. É uma temática um pouco complicada porque nós, no que ser refere à Semana Santa, nos fixamos na Paixão. Até na participação do povo, a Ressurreição fica de lado, quando ela é o centro da vida cristã, da piedade e da liturgia. Qual é o por que desse fato? Antes do ano mil, salientava-se muito mais a Ressurreição. Quando a liturgia perdeu a força e passou-se para a piedade, o sofrimento de Cristo e de Maria tiveram mais importância. Como Jesus sofredor está mais próximo de nossa realidade, é mais explicável, a Páscoa ficou relegada. Imaginemos que a Vigília Pascal era feita de manhã. Só em 1955 é que o Papa Pio XII restaurou a Semana Santa, dando mais valor à Vigília. A teologia do Mistério Pascal ainda não superou a teologia da Semana das Dores. Para compreender melhor nossa relação com a Ressurreição de Jesus, temos que partir do fundamento de todo seu Mistério Pascal que compreende toda sua vida e, de modo particular, Paixão, Morte e Ressurreição. Este fundamento é o amor. O que leva Jesus a morrer não é a dor, mas o amor. Sua entrega total ao Pai, pelo mundo, em sua morte é fruto do amor. A espiritualidade a partir do amor explica como viver a Ressurreição. O amor de Cristo é serviço. Na Última Ceia Jesus mostrou o sentido de sua morte, lavando os pés dos discípulos. Sua morte é um serviço à humanidade. O discípulo deve servir para se unir ao Mestre: “Se, eu, o Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também deveis lavar-vos os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, também vós o façais” (Jo 13,14-15). “Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo, 13,35). 
Amor, causa da Ressurreição 
Para amar é preciso morrer a si, para viver para o outro. São João diz: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”... “Sabemos que passamos da morte para a vida porque amamos os irmãos” (1Jo 3, 13-14). “Deus amou tanto mundo que entregou o seu Filho único” (Jo 3,16). Nestes pensamentos encontramos a causa da Ressurreição: o amor. O amor leva a passar da morte para a vida. Jesus fez esse caminho. E todo ato de amor serviço é um sair de si, morrer para si pelo outro, e com isso ressuscitar para Deus. É por isso que Jesus coloca como seu mandamento o amor: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). O amor é a morte e a ressurreição. Realiza em cada um a passagem da morte para a vida. Acontece em quem ama o Mistério Pascal de Jesus. É a religião de Jesus. Fora disso, fazemos coisas boas, mas não chegamos ao núcleo da vida de Jesus. 
Gotas de Ressurreição 
Não se requerem grandes e fantásticos gestos de amor. Nós medimos o heroísmo pela grandiosidade e fama do acontecimento. Jesus não fez assim e ensina: “Quem der, nem que seja um copo d’água fria, a um destes pequeninos, por seu meu discípulo, em verdade vos digo,que não perderá sua recompensa” (Mt 10,42). Não precisa ser um copo d’água, basta um bom pensamento sobre o outro, já é Ressurreição. Mais ainda, tem em si todo o Mistério Pascal de Cristo, toda sua ressurreição, pois a grandeza do amor é ser amor. E “Deus é Amor” (1Jo 4,8). Sendo Deus o amor, todo amor nos une ao Deus por inteiro, e não por pedaços. A riqueza de Deus é sempre total. Onde existir uma gota de amor, ali está o oceano de Deus.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM ABRIL DE 2008

EVANGELHO DO DIA - 29 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 10,21-24. 
Naquele tempo, Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isto foi do teu agrado. Tudo Me foi entregue por meu Pai; e ninguém sabe o que é o Filho senão o Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar». Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que veem o que estais a ver, porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Afonso-Maria de Ligório 
(1696-1787) 
Bispo, doutor da Igreja 
3.º Discurso para a novena do Natal 
«Escondeste estas coisas aos sábios e 
aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos» 
Quantas graças temos de dar Deus por nos ter feito nascer depois da vinda do Messias! Uma vez operada a redenção por Jesus Cristo, recebemos benefícios muito maiores! Abraão, os patriarcas e os profetas desejaram ardentemente ver o Redentor, mas não tiveram essa felicidade. Eles cansaram, por assim dizer, o Céu com os seus suspiros e as suas súplicas: «Céus, destilai lá das alturas o orvalho, e as nuvens façam chover o Justo! Enviai o Cordeiro soberano da Terra» (Is 45,8; 16,1). «Ele reinará nos nossos corações e nos livrará da escravatura na qual vivemos miseravelmente. Senhor, faz-nos ver a tua bondade, e concede-nos a salvação» (Sl 84,8). Quer dizer: «Apressa-Te, Deus misericordioso, a derramar sobre nós a tua ternura, enviando-nos o objeto principal das tuas promessas, Aquele que nos virá salvar». Foram estes os suspiros, foram estas as súplicas ardentes dos santos antes da vinda do Messias; contudo, eles foram privados durante quatro mil anos da felicidade de O ver nascer. Esta felicidade estava-nos reservada a nós. Mas que fazemos? Que proveito tiramos dela? Sabemos amar este amoroso Redentor que veio libertar-nos das mãos dos nossos inimigos, que nos resgatou da morte eterna ao preço da sua vida, que nos abriu o Paraíso, que nos muniu de tantos sacramentos e de tantas ajudas poderosas para que O amemos e sirvamos em paz nesta vida e nos alegremos para sempre na outra? Minha alma, estarás realmente cheia de ingratidão se não amares o teu Deus, este Deus que quis ser enfaixado para te livrar das cadeias do inferno, pobre para te comunicar as suas riquezas, fraco para te tornar forte contra os teus inimigos, oprimido pelo sofrimento e pela tristeza para lavar os teus pecados com as suas lágrimas.

Santa Illuminata venerada em Todi 29 de novembro

As notícias mais antigas sobre este santo remontam ao século XVII. XI: em 1037, de fato, o imperador Corrado II concedeu a Lamberto, abade do mosteiro de S. Apollinare in Classe, perto de Ravenna, "no território tudertino monasterium unum cui voca-bulum est Sancta Illuminata". Uma biografia lendária do santo remonta ao mesmo período, ou pouco antes, na qual se diz que Illuminata nasceu em Palazzolo perto de Ravenna de pais pagãos e se chamava Cesarea; convertida ao cristianismo, ela assumiu o nome de Illuminata. Acusada pelo pai ao prefeito de Ravena, foi presa, mas um anjo a libertou e a conduziu à Via Salaria; de lá continuou em direção a Bettona e Martana (Úmbria), onde realizou muitos milagres e foi acompanhada por seus pais, que entretanto também se converteram. O prefeito de Martana mandou prendê-la mais uma vez e, enquanto ela estava na prisão, obteve o direito de morrer junto com seus pais em 29 de novembro. 303. Seus corpos foram enterrados em um lugar chamado Papiniano ou Bagno di Papinio, a duas milhas da cidade, enquanto um braço dos Illuminata foi levado para Todi e colocado no mosteiro da Milícia.

29 de novembro - São Tiago de Sarug

São Tiago (Ya'qùb) de Sarug, junto com Narsai - o primeiro ocidental e o segundo oriental -, está entre os maiores escritores da língua siríaca do século V.
 
Nascido em 449 na aldeia de Qurtam, no Eufrates, filho de um padre, Tiago estudou na Escola Edessa, formando-se no conhecimento linguístico, filosófico e teológico que ele usará sabiamente em todo o seu trabalho. Aos 22 anos, já monge e eremita, Giacomo foi submetido a um exame por cinco bispos, que queriam apurar sua ortodoxia. Naquela ocasião, ele improvisou sua homilia com a visão de Ezequiel, composta de 700 versos, incluindo 396 versículos das Escrituras, no XII metro da poesia siríaca, despertando o espanto dos bispos, que o aprovaram e o incentivaram a continuar seu trabalho como orador que levará com sucesso à sua morte. Tendo se tornado sacerdote, logo foi nomeado periodeuta (visitante eclesiástico) de Hawra, uma função à qual se dedicou com grande zelo, visitando mosteiros por toda a Síria e ganhando a estima dos monges e eremitas. No final da vida, em 519, Tiago tornou-se bispo de Batnàn, que naquela époga chamava-se Sarug. Ele morreu em 29 de novembro de 521 e apenas muito tempo depois as suas relíquias foram transferidas para Diyarbakir. Os numerosos escritos de Tiago lhe renderam o título de "harpa do Espírito Santo".

29 de novembro - Beato Bernardo Francisco Hoyos

Eu não saio do Sagrado Coração; quer este Divino Dono que eu seja discípulo do Sagrado Coração de Jesus, e discípulo amado.
Bernardo Francisco Hoyos é considerado como o principal apóstolo do Sagrado Coração de Jesus na Espanha e, apesar de sua breve vida, pode ser considerado um extraordinário místico. Não escreveu grandes tratados. Somente instruções e documentos espirituais, alguns sermões, apontamentos e várias centenas de cartas - possivelmente mais de duzentas - ao seu diretor espiritual. Bernardo era natural de Torrelobatón, localidade espanhola situada no coração de Castela, onde nasceu em 20 de agosto de 1711. Teve pais piedosos que lhe transmitiram o patrimônio da fé, o puseram sob a proteção de São Francisco Xavier e o incentivaram em sua vocação religiosa. Desde os 9 anos até a morte precoce, esteve sempre com os jesuítas. Com eles estudou em várias localidades de Valladolid, integrando-se à Companhia de Jesus aos 14 anos, época em que já experimentava favores celestiais. Um dos traços preponderantes da sua existência foi a profunda e singular vida interior, que recorda a dos grandes místicos, como Teresa de Jesus e João da Cruz.

Beata Maria Madalena da Encarnação

A nova beata, Maria Madalena da Encarnação, acreditou firmemente nas palavras de Jesus, e seguiu plenamente seu mandato e se deixou inundar no esplêndido projeto de salvação que o Senhor Jesus inaugurou na história. A sua grande missão, recebida pelo mesmo Senhor, foi a de propor-se a si mesma, ao Instituto das Irmãs da Adoração Perpétua do Santíssimo Sacramento baseado por ela, à Igreja inteira, a experiência de uma adoração que fosse 'perpétua': como Jesus permanece no sacramento logo depois de terminar o momento celebrativo, assim também é necessário que fiquemos com Ele.
Cardeal José Saraiva Martin – Homilia de Beatificação - 3 de maio de 2008 
A Beata Maria Madalena da Encarnação nasceu em Porto Santo Stefano (Itália) no dia 16 de abril de 1770, no seio de uma família fervorosamente católica. Foi batizada no dia seguinte com os nomes de Catarina Maria Francisca Antônia. Cresceu em um ambiente impregnado de religiosidade exemplar.

29 DE NOVEMBRO: SANTOS PARANOMOS († C.250) E FILOMENOS († C. 272), MÁRTIRES

Santo Mártir Paranomos foi martirizado juntamente com mais 370 cristãos no século II, época do imperador Décio que já havia assassinado muitos cristãos. Próximo do Rio Tigre existia um lugar para banhos públicos. Neste lugar, havia um chefe militar, idólatra fanático de nome Aquilino que, após oferecer sacrifícios aos seus ídolos no templo, ordenou a Paranomos e a mais 370 cristãos que haviam sido feitos seus prisioneiros, que também eles oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos. Foram, porém, unânimes em negar a atender tal pedido e, enquanto os idólatras rendiam sacrifícios aos seus ídolos, os cristãos entoavam salmos, recordando as palavras da Escritura Sagrada que diz: «Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo» (Ef 5,19-20). Aquilino, irritando-se pela atitude dos cristãos, ordenou que todos fossem mortos. E os soldados, armados prontamente com suas lanças, atacaram e mataram a todos. Assim, estes destemidos cristãos entregaram suas almas aos braços do Criador. 
Tradução e publicação neste site com permissão de:
Trad.: Pe. André

Beato Frederico de Ratisbona, Religioso (+1329), 29 de Novembro

O beato Frederico foi um irmão agostiniano conhecido pela sua: · generosidade, · humildade, · delicadeza para com os irmãos, · caridade para com os pobres, · religiosidade, · dedicação à oração e · seu amor devocional à Eucaristia. Frederico nasceu em Ratisbona, Bavária, Alemanha. Seus pais pertenciam à classe média. Entrou na Ordem como irmão não clérigo no mosteiro agostiniano de São Nicolau em sua cidade natal. O mosteiro era a mais importante comunidade da Província da Bavária naquela época, e acolheu o capítulo geral da Ordem Agostiniana de 1290. Nele, a primeira Constituição dos Agostinianos foi promulgada. Frederico serviu a comunidade como carpinteiro e tinha a responsabilidade de prover à casa a lenha necessária para o uso cotidiano, modesto trabalho levado a cabo durante anos unido a uma profunda vida de oração. É lamentável que seja pouco o que se sabe de sua vida. Conhecemos, isso sim, alguns relatos lendários do século 16, como os que aparecem na biblioteca do capítulo metropolitano de Praga. Algumas pinturas representando cenas da vida de Frederico e encomendadas por ocasião de sua morte ajudaram a inspirar tais lendas. Entre elas, a mais conhecida narra como um dia, impossibilitado de assistir à missa e estando no mesmo lugar onde se encontrava trabalhando, Frederico recebeu a comunhão das mãos de um anjo.

SATURNINO DE TOULOUSE Primeiro Bispo de Toulouse, Mártir, Santo Século III

Primeiro bispo desta cidade francesa. Segundo a tradição foi arrastado desde o alto do capitólio de Toulouse até abaixo deste, acabando destroçado.
Saturnino forma um elo entre o Gaul, França, e Judeia. Entre a nossa civilização e a de Jesus Cristo. De acordo com a tradição, ele era grego e viveu nos tempos de Cristo. Ele ouviu falar de São João Baptista e foi ouvi-lo pessoalmente e ficou tão comovido que se tornou um de seus discípulos. Ele foi baptizado no Rio Jordão no mesmo dia que Jesus, o qual ele seguiu sendo um dos seus 72 discípulos. Ele continuou com os apóstolos após a Crucificação e estava com eles no Cenáculo quando o Espírito Santo apareceu a eles. Foi com Pedro para evangelizar o Oriente Médio. De lá foi enviando a Gaule, e após foi para Arles e Nimes e acabou se fixando em Toulouse com dois de seus companheiros: Paoul, que Pedro havia enviado com ele, e Honestus que ele converteu em sua jornada. Quando chegou a Toulouse ele começou a destruir os ídolos pagãos e o povo estava muito desconfiado. Saturnino sentiu que algo mais deveria ser feito. Assim um dia Saturnino curou a lepra de Austris da Saxónia, filha de Marcellus o governador de Toulouse! Imediatamente quase toda a cidade se converteu.

Dionísio da Natividade e Redento da Cruz - Beatos

Os carmelitas, Dionisio e Redento, encontraram-se no ano de 1635, no Convento do Carmo, em Goa. Sem antes se conhecerem, aqui se juntaram para virem a ser os primeiros mártires da família fundada por Santa Beato Redento da CruzTeresa de Jesus e S. João da Cruz. O Beato Redento da Cruz é portugês, natural de Cunha, Paredes de Coura, Viana do Castelo. Aqui nasceu em 1598. O seu nome de baptismo foi Tomás Rodrigues da Cunha. Cresceu embalado por sonhos dourados de guerreiro e de glória. Muito jovem ainda dirigiu-se a Lisboa, onde embarcou para a India vindo a ser nomeado capitão pela sua valentia nas batalhas em que tomou parte. Não só devido à sua valentia, mas também à destreza e ao seu espírito afável e temperamento comunicativo e alegre, conquistava as simpatias de quantos o conheciam. Na cidade de Tatá, no reino de Sinde, conheceu os carmelitas descalços que aí tinham uma comunidade. Depressa se sentiu atraído peio estilo de vida destes homens que, seguindo os passos de S. Teresa de Jesus e S. João da Cruz, viviam uma santidade alegre e comunicativa. A princípio, o prior do convento escusou-se a admitir o capitão da guarda de Meliapor pensando que ele não era para aquele género de vida. Mas Tomás Rodrigues da Cunha tanto insistiu que o prior acedeu ao seu pedido deixando-o tomar hábito e iniciar o noviciado.

ANTÓNIO FASANI (Francisco António de Lucera) Sacerdote franciscano, Santo 1681-1742

Franciscano italiano, provincial da sua Ordem, reformador, conhecido como “Padre Mestre” ; confessava muito. 
Místico, canonizado em 1986.
Nasceu em Lucera, Apúlia, Itália no dia 56 de agosto 1681. Donato António João Nicolau Fasani nasceu de um família de camponeses. Sua mãe casou-se após a morte de seu pai ainda quando Francisco era muito jovem e foi o seu padrasto que o enviou para os frades Conventuais para ser educado. Com a idade de 15 anos ele foi enviado para Monte Gargano para iniciar seu noviciado. Quando entrou para a Ordem dos Franciscanos em 23 de agosto de 1696 ele mudou seu nome para Francisco António. Em1703 foi enviado a Assis onde ele foi ordenado sacerdote em 11 de setembro de 1705. Ele completou seu mestrado em teologia no Colégio São Boaventura em Roma. Daquele tempo em diante ele passou a ser chamado de “Padre Mestre” em sua cidade natal onde ele ensinava teologia desde 1707. No Convento de Lucera ele também serviu como guardião, noviço e mestre e ministro provincial em Sant’Angelo. Embora sua escolaridade fosse notável ele era mais conhecido pelos seus sermões na cidade e no campo. Ele falava de um jeito que as pessoas podiam entender e dirigiu seus esforços para catequizar os pobres. Ele produziu vários volumes de sermões, alguns em Latim.

Beato Alfredo Simón Colomina, presbítero e mártir

Sacerdote Jesuíta, martirizado em El Saler, perto de Valência, durante a guerra civil espanhola (1936).
Nasceu em Valência em 1877. Entrou na Companhia de Jesus em 1895, tornando-se sacerdote. Ele era reitor da escola San José de Valência quando a República chegou e, em 12 de maio de 1931, sua escola foi assaltada pela multidão, com tanto vandalismo que a escola foi forçada a fechar por vários meses. Quando a República dissolveu a Sociedade e o padre Simón voltou de Roma, ele se juntou a um dos "coetus" (ou pequenas comunidades) em que viviam os jesuítas dissolvidos. Fez o apostolado que pôde, principalmente confessando e comungando. A razão pela qual o prenderam foi que um miliciano o reconheceu como um padre que confessou e rezou missa. Quando chegou a revolução de julho de 1936, ele foi de um refúgio para outro, até que no final de agosto foi preso e levado para Las Torres de Quart. Simples e alegre, ele encorajava os outros presos e tratava os próprios carcereiros com carinho. Ele rezou o rosário com os detidos e confortou a todos. Ele conseguiu sair de Las Torres, mas poucos dias depois, em 27 de novembro, foi preso novamente e levado para a checa do Seminário.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 29 DE NOVEMBRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
29 – Terça-feira – Santos: Iluminada, Brás de Véroli, Paramão
Evangelho (Lc 10,21-24) “Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes, e não puderam ver; quiseram ouvir o que ouvis, e não puderam ouvir.”
Não só profetas e reis dos hebreus ansiaram pelos tempos do Salvador prometido. Desde o começo da humanidade, uma infinidade de homens e mulheres procuraram o bem e a verdade, nas mais difíceis condições. Somos privilegiados, pois para nós a misericórdia de Deus mostrou-se em Jesus. Não procuramos a salvação no meio de trevas e incertezas. Não podemos fechar o coração.
Oração
Senhor Jesus, eu seria muito ingrato se reclamasse dos tempos em que vivo. Há males, sim, mas agora o mundo é muito melhor que antes. Hoje vos posso conhecer mais facilmente, vivo num mundo que já foi muito melhorado por vossa palavra. Tenho ao meu redor minha família e minha comunidade-igreja, que me amam, apoiam e ajudam. Bendito sejais porque vosso poder nos salvou. Amém.

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - “E eles receberam o Espírito Santo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
SACERDOTE REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Na força do Ressuscitado
 
Os discípulos, depois da Ressurreição, começaram a anunciar Jesus com vigor e grandes resultados. É espantoso como as multidões acorriam e se convertiam. O anúncio era seguido pela ação do Espírito sobre os batizados. É a realização da promessa de Jesus: “Se me amais, observareis os meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Defensor (Paráclito), para que convosco permaneça para sempre” (Jo 14,15-16). Assim se desenvolve a Igreja! De onde provém esse vigor apostólico? - Do amor a Cristo ressuscitado! Ele é a energia que nos move. O amor não é um sentimento gostoso, mas a observância do mandamento de Cristo: “Quem acolheu meus mandamentos e os observa, esse é que me ama” (21) . O amor a Cristo gera reciprocidade: “Quem me ama, será amado por meu Pai”. Amor é união e permanência. O Espírito permanece conosco (17). Não só o Espírito, pois Jesus disse: “Nesse dia compreendereis que Eu estou em meu Pai e vós em mim e Eu em vós” (20). Um detalhe interessante: quanto menos vemos Cristo como o mundo vê, “pois o mundo não me verá”, mais o veremos pelo amor: “Quem me ama ... Eu o amarei e a ele me manifestarei” (Jo 14,19-21). Não dispensa a condição humana da fé, mas o fundamental é o amor. O amor de Deus, derramado em nossos corações pelo Espírito (Rm 5,5), é toda vida e energia provindas da Ressurreição. 
No amor do Ressuscitado. 
Pedro estimula, em sua carta, a “estarmos prontos a dar a razão de nossa esperança a todo aquele que no-la pede” (1Pr 3,14). Assim faz o diácono Filipe. O fogo do Espírito, que recebera pela imposição das mãos dos apóstolos para “servir às mesas” (At 6,1-7) no serviço da caridade, move Filipe a servir à grande mesa da Palavra (At 8,4-40). Repartia a Palavra anunciando Cristo ressuscitado. A alegria da fé invadia a cidade de Samaria que acolhera o anúncio. “Os apóstolos, que estavam em Jerusalém, souberam que a Samaria acolhera a Palavra de Deus, e enviaram lá Pedro e João” (At 8,14). Os apóstolos conferem o dom do Espírito pela imposição das mãos. A Igreja é sempre comunidade do Espírito, mas também organizada, desde que não sufoque o Espírito. Lendo o Evangelho, notamos que Jesus viveu com os discípulos, anunciou-lhes a Palavra e se entregou à morte. Depois de sua Ressurreição eles estão ainda distantes, como se não tivessem entendido nada. Com a vinda do Espírito Santo tudo se transforma: Jesus é o centro de suas vidas, de sua palavra, de suas ações. Eles são uma continuação viva de Jesus que dissera: “O Espírito que o Pai enviará em meu nome, é que vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse” (Jo 14,26). Jesus é a pedra de fundamento (At 4,11) sobre a qual o Espírito edifica. 
Vós estais em mim e Eu em vós 
João escreve que os discípulos conhecem o Espírito: “... O Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis, porque Ele permanece junto de vós e estará dentro de vós!” (Jo 14,17). A vida cristã se entende a partir do Espírito. A tendência do mundo é recusá-lo. Nós nos abrimos ao Espírito, quando amamos e servimos aos irmãos. A permanência de Deus em nós, pelo Espírito, se faz pelo amor: “Deus é amor. Aquele que ama, permanece em Deus e Deus nele” (1Jo 4-16). Todos nós recebemos o Espírito Santo, de modo particular no sacramento da Crisma. Em cada Eucaristia Ele nos é dado: “Pela comunhão do Corpo e Sangue de Cristo, sejamos reunidos pelos Espírito em um só Corpo” – Corpo de Cristo – o maior dom! 
Leituras: Atos 8,5-8.14-17; Salmo 65;
1Pedro 3,15-18; João 14,15-21. 
1. Depois da Ressurreição os discípulos começam a anunciar Jesus com vigor e grandes resultados. Jesus dá o Espírito. O vigor dos discípulos vem do amor a Deus que nos ama e permanece em nós. Há uma reciprocidade. Não tendo a visão do mundo, mais veremos pelo amor. 
2. Pedro estimula-nos a estarmos prontos a dar a razão de nossa esperança a quem nô-la pede. Assim faz Filipe. Recebera o Espírito para servir as mesas (cuidado dos pobres - ação social). Esse Espírito o conduz à pregação do Evangelho na Samaria. Depois das conversões, os apóstolos vão lá e impõem as mãos para receberem o Espírito Santo. Jesus anunciou, deu a vida e ressuscitou. Parece até que não conseguiu nada com os discípulos. O Espírito transforma tudo. 
3. João diz que os discípulos conhecem Jesus. A vida cristã se entende a partir do Espírito. O mundo o recusa. Nós nos abrimos ao Espírito quando amamos e servimos os irmãos, como Filipe. Todos nós recebemos o Espírito Santo, de modo particular no sacramento da Crisma. Em cada Eucaristia. Ele nos é dado. 
Problemas de amor 
Quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele. É uma certeza gostosa de ouvir: O Pai nos ama. Qual a condição? Amar. Sabemos que Deus nos ama antes mesmo de a gente merecer. Mas ama sempre. Quando podemos dizer que amamos? Jesus afirma: “Se me amais, guardareis meus mandamentos”. Guardando os mandamentos, fazemos a vontade do Pai, como Jesus fazia. Além do mais, ainda receberemos o Espírito Santo, que é o amor entre o Pai e o Filho, para estar sempre conosco. Quando é que vamos perceber a riqueza de nossa fé, de nossa religião, que nos oferece tanta coisa boa? 
Homilia do 6º Domingo da Páscoa(27.04.08)

EVANGELHO DO DIA - 28 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo São Mateus 8,5-11. 
Naquele tempo, ao entrar Jesus em Cafarnaum, aproximou-se dele um centurião, que Lhe suplicou, dizendo: «Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico e sofre horrivelmente». Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo». Mas o centurião respondeu-Lhe: «Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa; mas diz uma só palavra e o meu servo ficará curado. Porque eu, que não passo dum subalterno, tenho soldados sob as minhas ordens. Digo a um: "Vai!", e ele vai; a outro: "Vem!", e ele vem; e ao meu servo: "Faz isto!", e ele faz». Ao ouvi-lo, Jesus ficou admirado e disse àqueles que O seguiam: «Em verdade vos digo: não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé. Por isso vos digo: do Oriente e do Ocidente virão muitos sentar-se à mesa, com Abraão, Isaac e Jacob, no Reino dos Céus». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Concílio Vaticano II 
Decreto sobre a actividade missionária da Igreja, 
«Ad gentes», §§ 2-3 
«Do Oriente e do Ocidente, muitos virão sentar-se à mesa do banquete com Abraão, Isaac e Jacob, no Reino do Céu» 
A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na missão do Filho e do Espírito Santo. Este desígnio brota do amor fontal, isto é, da caridade que Deus Pai, de quem é gerado o Filho e de quem procede o Espírito Santo pelo Filho, quis derramar criando-nos livremente pela sua extraordinária e misericordiosa benignidade, e depois chamando-nos gratuitamente a partilhar da sua própria vida e glória. Quis ser, assim, não só Criador de todas as coisas mas também «tudo em todas as coisas» (1Cor 15,28). Aprouve, porém, a Deus chamar os homens, constituindo-os num Povo em que os seus filhos, que estavam dispersos, se congregassem em unidade (cf Jo 11,52). Este desígnio universal de Deus para a salvação do género humano não se realiza somente dum modo quase secreto na mente humana. Para estabelecer a paz ou a comunhão com Ele e uma sociedade fraterna entre os homens, apesar de pecadores, Deus determinou entrar de modo novo e definitivo na história dos homens, enviando o seu Filho na nossa carne para reconciliar o mundo consigo (cf 2Cor 5,18). Cristo Jesus, de facto, foi enviado ao mundo como verdadeiro mediador entre Deus e os homens. Como é Deus, nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade (cf Col 2,9); e, sendo o novo Adão pela sua natureza humana (cf 1Cor 15,45), sendo rico, fez-Se por nós necessitado para que nos tornássemos ricos da sua pobreza (cf 2Cor 8,9). Ele assumiu por inteiro a natureza humana tal qual ela existe em nós, pobres e miseráveis, rejeitando dela apenas o pecado (cf Heb 4,15): «O Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido» (Lc 19,10). Aquilo que foi de uma vez por todas pregado pelo Senhor, ou aquilo que nele se operou para salvação do género humano, deve ser proclamado e espalhado até aos confins da terra (cf At 1,8), de modo que tudo quanto foi feito de uma vez por todas pela salvação dos homens alcance o seu efeito em todos no decurso dos tempos.

São Sóstenes Discípulo de Paulo 28 de novembro

Durante a longa estada do Apóstolo São Paulo em Corinto, ocorreu um fato não só sensacional, mas, pelo menos para nós, difícil de explicar, conforme relatado com a habitual clareza por São Lucas, o cronista dos Atos dos Apóstolos. " Então Gálio sendo procônsul da Acaia (isto é, da região onde ficava Corinto) - lemos - os judeus todos de acordo se levantaram contra Paulo e o levaram ao Tribunal, dizendo: "Este homem persuade o povo a prestar culto a Deus contrário à lei". E estando Paulo pronto para falar, Gálio disse aos judeus: "Se se tratasse de algum crime, de algum delito grave, eu, judeus, os ouviria como quer a razão; mas já que se trata de palavras e nomes, e eles pertencem à sua lei, cuide disso você mesmo: não quero julgar essas coisas". E ele os mandou embora do tribunal. "Todos eles agarraram Sóstenes, o chefe da sinagoga, e o espancaram em frente ao tribunal; e Gálio não se importou nem um pouco". A primeira parte do episódio é bastante clara: o procônsul romano, em uma cidade que, afinal, ficava na Grécia e não na Palestina, habilmente se recusa a ser o juiz de uma questão doutrinária que interessa e diz respeito apenas a uma minoria de seus assuntos.

Nossa Senhora das Dores de Kibeho

 Nossa Senhora das Dores apareceu a três jovens, Afonsina Mumureke, Natália Mukamazimpaka e Maria Clara Mukangango entre 1981 e 1982, em Kibeho, Ruanda, centro da África. Foi a primeira aparição da Virgem Maria no continente africano reconhecida por autoridades da Igreja Católica.No final de 1981, Kibeho era apenas uma das pequenas aldeias pertencentes à diocese de Gikongoro. Nela havia um colégio fundado e dirigido por três Irmãs católicas, onde jovens ruandesas estudavam para serem secretárias ou professoras primárias. Como não se tratava de colégio para formação de religiosas, alí não se vivia um clima particular de devoção, pois sequer possuía uma capela. Podemos entender aí o fundamento das aparições de Maria. No almoço do dia 28 de novembro deste ano, Afonsina, de dezesseis anos, estava servindo suas colegas no refeitório quando ouviu nitidamente uma voz que a chamava: “Minha filha, venha até aqui”. A voz procedia do corredor, no fundo da sala de refeições. Afonsina foi até lá e viu, pela primeira vez, a Senhora. Assustada, Afonsina, pediu à desconhecida que fosse embora. A Santíssima Virgem então se apresentou no dialeto ruandês: “Ndi Nyina Wa Jambo”, isto é “Eu sou a Mãe do Verbo”. A estudante contou todo o ocorrido às religiosas e às colegas, mas ninguém lhe deu crédito. Como as aparições continuaram, Afonsina acabou passando por histérica. Sofrendo com essa situação, numa das visões ela pediu à Mãe que aparecesse ao menos às suas amigas, Natália e Maria Clara.

28 de novembro - Beato Eleutério Bento Prado Villaroel

Beato Eleutério Bento Prado Villaroel nasceu em Prioro (León), na Espanha e pertencia a uma família de humildes agricultores, de conduta moral inatacável e profundamente religiosa. A devoção à Eucaristia e a oração do Rosário se destacaram na família. Sua mãe, "tia Dominga", tinha a fama de uma santa e era muito conhecida não apenas em Prioro, mas também nas cidades vizinhas como apóstola e fundadora de mulheres chamada "Maríe dei Sacrari", um movimento que ainda existe e que promove a devoção a Jesus na Eucaristia. Como costumava ser chamado, Teyo sentiu-se chamado a seguir os passos de seu irmão, padre Máximo, que seria um grande missionário no Texas. Iniciou seus estudos do curso secundário no seminário menor dos Oblatos de Urnieta (Guipúzcoa). Como tivesse alguma dificuldade em estudar, optou por continuar na Congregação como Irmão Oblato e, assim, fez o noviciado como Irmão Coadjutor e fez os primeiros votos em 1928. Em 1930, foi aberta a nova casa de estudos em Pozuelo e ele foi enviado para esta comunidade. Em 1935, ele fez uma os votos perpétuos como Irmão e foi integrado para sempre na Congregação de Missionários Oblatos por quem ele sempre demonstrou grande afeição. Piedoso e afável, Teyo sempre parecia feliz, era prestativo e divertido.

Santa Fausta Romana, Viúva, Mãe de família - 28 de novembro

Na Passio de Santa Anastásia se lê uma carta dirigida a um certo Crisogono, na qual está escrito: "Se bem que meu pai fosse um idólatra, minha mãe Fausta viveu sempre fiel e casta. Ela me fez cristã desde o berço”. Este é o único texto existente que menciona a Santa recordada deste dia. Nada mais resta para recordar-nos de Santa Fausta, a não ser este breve testemunho de reconhecimento filial. Façamos uma tentativa de retratá-la. É uma mãe que instrui a própria filha no Cristianismo “desde o berço”. Ela era esposa de um idólatra, mas adorava o Deus verdadeiro. Uma esposa fiel, uma mulher casta, segundo diz sua filha. Parece muito pouco para aqueles que esperam da santidade manifestações espetaculares e fatos inusitados. Mas, nos primeiros tempos do Cristianismo era um fato inusitado encontrar almas dispostas ao sacrifício e à perseguição por amor daquele Deus desprezado pelos pagãos, difamado como um vulgar malfeitor que morreu numa cruz. Para os apologistas, a primeira difusão do Cristianismo já foi um milagre. Bastaria este milagre para demonstrar a divindade de Cristo. Pela mesma razão, bastava a conversão para demonstrar a santidade dos primeiros cristãos. Era preciso muita coragem e amor de Deus para declarar-se cristão, enfrentando as perseguições, a prisão, a condenação, o suplício e o martírio. As várias Passio procuravam tornar mais evidentes e mais exemplares estes sacrifícios por vezes obscuros, estes heroísmos escondidos.

28 DE NOVEMBRO: SANTO ESTEVÃO, O JOVEM, MONGE († 764)

Um dos mais célebres mártires da perseguição iconoclasta, Santo Estevão, o Jovem, nasceu em Constantinopla. Aos 15 anos foi confiado por seus pais aos monges do Monastério de Santo Auxencio, não muito distante de Calcedônia. Lá recebeu o ofício de comprar as provisões para o monastério. Quando seu pai faleceu, Estevão precisou ir à Constantinopla. Lá, aproveitou para vender todas as suas posses, repartindo com os pobres o dinheiro resultante da venda. Uma de suas irmãs já era religiosa. A outra partiu para Bitínia com sua mãe, retirando-se, ambas, num monastério. Ao morrer o abade João. Estêvão, com apenas 30 anos, foi eleito para sucedê-lo em seu posto. O monastério era constituído por uma série de celas isoladas, espalhadas pela montanha. O novo abade se estabeleceu numa caverna localizada em seu topo. Ali, uniu trabalho e oração, ocupando-se em copiar livros e confeccionar redes. Alguns anos mais tarde, Estevão renunciou ao cargo e, num lugar ainda mais retirado construiu uma cela tão pequena que, sequer podia estar de pé em seu interior nem deitar-se sem encostar-se em suas paredes. Encerrou-se neste espécie de sepulcro até seus 42 anos de idade. O imperador Constantino Coprônimo, seguiu com as perseguições que se pai Leo havia declarado às imagens. Como já era de se esperar, encontrou nos monastérios a oposição mais forte que podia esperar, e contra eles, portanto, adotou as medidas mais rigorosas. O imperador estava tentando assinar o decreto promulgado pelos bispos no sínodo iconoclasta de 754 dC.

-TIAGO DAS MARCAS-Franciscano, Santo 1394-1476

Franciscano, conhecido pela sua pregação 
sobre a austeridade de vida. 
  Também conhecido como Giacomo della Marca 
Nasceu em Monteblandone, Marca, em 1 de setembro de 1394 como Domingos. Tomou o hábito dos franciscanos com 22 anos em 1416. Ele tomou o nome de James e da província de onde veio, assim passou a se chamar Giacomo della Marca. Nos países latinos seu nome é Tiago della Marca. Antes de ser missionário por 50 anos ele foi educado com Sã Bernardino de Sena em Fiezole, perto de Florença, Itália e foi ordenado em 1423 com 29 anos. Ele tornou-se um notável pregador. Ele pregou por todos dias durante 40 anos e era sua vocação andar por toda a Europa e pregar o Cristianismo, sempre onde ele sentisse necessário. Ele tinha a paciência de um Beneditino para reconstruir todas as suas jornadas inclusive aquelas que fez com São João Capristano através da Itália ,Alemanha, Boémia, Polónia e Hungria. Esse franciscano cheio de incrível energia andava por todos os lados. Ele apareceu na Bósnia em 1432 onde o Rei Tuerko o recebeu de braços abertos Ali ele pregou contra a heresia dos Bogomils. Em 1436 Tiago estava na Boémia, Hungria e Áustria, fundando um mosteiro por mês.

CATARINA LABOURÉ Religiosa Lazarista, Vidente, Santa 1806-1876

A VIDENTE DA MEDALHA MILAGROSA
Virgem, religiosa Lazarista a quem Nossa Senhora das Graças apareceu em Paris, rua do Bac. Por muitos anos ninguém soube como surgiu a Medalha Milagrosa. Apenas em 1876 tornou-se público que uma humilde religiosa, falecida naquele ano, é que recebera da Mãe de Deus a revelação dessa Medalha. 
Na pequena aldeia de Fain-les-Moutiers, na Borgonha, Catarina nasceu a 2 de maio de 1806, a nona dos onze filhos de Pedro e Luísa Labouré, honestos e religiosos agricultores. Quando tinha apenas nove anos, Catarina perdeu a mãe. Após o funeral, a menina subiu numa cadeira em seu quarto, tirou uma imagem de Nossa Senhora da parede, osculou-a e pediu-lhe que Ela se dignasse substituir sua mãe falecida. Três anos depois, sua irmã mais velha entrou para o convento das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo. Couberam a Catarina, então com 12 anos, e à sua irmã Tonete, com 10, todas as responsabilidades domésticas. Foi nessa época que ela recebeu a Primeira Comunhão. A partir de então a menina passou a levantar-se todos os dias às quatro horas da manhã, para assistir à Missa e rezar na igreja da aldeia. Apesar dos inúmeros afazeres, não descuidava sua vida de piedade, encontrando sempre tempo para meditação, orações vocais e mortificações.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 28 DE NOVEMBRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
28 – Segunda-feira – Santos: José Pignatelli, Estêvão, o Moço
Evangelho (Mt 8,5-11) “– Senhor, meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia. Jesus respondeu: – Vou curá-lo.”
O romano deve ter ficado impressionado. Primeiro com a prontidão de Jesus que, sem perguntas nem demora, acolhe seu pedido. Depois, com o poder que Jesus diz ter. Não vai tentar, não vai pedir pelo doente; simplesmente diz que vai curá-lo. Isso é que nos leva a acreditar em Jesus, a reconhecer que ele é o enviado pelo Pai, o Deus que vive entre nós e pode salvar-nos. Ele nos basta.
Oração
Senhor Jesus, eu preciso muito de vós, porque somente vós me podeis ajudar, livrar-me do erro e da morte. Peço ajuda, cura e proteção. Ajudai minha fraqueza, curai minhas maldades, protegei-me de mim mesmo e das minhas ilusões. Confio em vosso poder e em vossa misericórdia divina. Conheceis meus trabalhos e minha lutas, minhas derrotas e minhas tristezas. Socorrei-me, Senhor. Amém.

domingo, 27 de novembro de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - “Vida Ressuscitada”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
SACERDOTE REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Espiritualidade Pascal
 
Dentro de poucos dias será apagado o Círio Pascal. Encerra-se um tempo litúrgico e a vida continua. Contudo, ninguém celebra o Mistério Pascal de Cristo e retorna vazio. Trazemos sempre, em nós, as marcas de sua Paixão e de sua Ressurreição. Cada tempo litúrgico nos desperta para uma visão mais profunda da espiritualidade. A vida do Espírito, em nós, vai tomando as cores dos tempos e empenhando-nos sempre em maiores aprofundamentos. Como o sol nos ilumina de acordo com as horas do dia, assim também Cristo Sol ilumina a nossa vida e nos faz ver sempre coisas novas. A Ressurreição de Jesus é sempre nova. Não é somente um fato a ser lembrado. É uma vida a ser vivida. Paulo é claro: “Vós que ressuscitastes com Cristo” (Cl 3,1). Houve uma morte e uma ressurreição. Paulo comenta nesse texto: “Se morrestes com Cristo para os elementos do mundo, por que é que vos sujeitais, como se ainda vivêsseis no mundo?” (Cl 2,20). Há um modo de viver como ressuscitado: “Vossa vida está escondida em Deus”. Nós não vemos o resultado espiritual, “mas quando Cristo, que é vossa vida, se manifestar, então vós também, com ele sereis manifestados na glória” (Cl 3,3). A vida pascal consiste em viver como Cristo viveu e se entregou ao Pai pelo mundo. A liturgia reza: “Dai-nos caminhar com alegria na mesma caridade que levou o vosso Filho a entregar-se à morte no seu amor pelo mundo” (Oração do 5º Domingo da Quaresma). Os santos fizeram isso, sem deixar de ser muito humanos. E foram muito amados. 
Buscando a vida nova 
Essa espiritualidade é viver a vida nova, isto é mudar a mentalidade, tendo o mesmo sentimento de Cristo (Fl 2,5). Essa vida nova vem de nossa inserção em Cristo no Batismo. O que vemos em nós, e em tantos cristãos, é uma capa de coisas espirituais, como devoções, movimentos, atos de piedade, santos. Tudo muito bom, mas o interior não corresponde. Basta ver como comungamos e continuamos a fazer coisas absurdas. Quem se diz cristão, não pode fazer o que todos fazem só porque temos que acompanhar o mundo. Temos um evangelho a seguir e uma vida de Igreja a seguir. A Igreja também é cobrada para não viver a mentalidade do mundo, deixando de lado valores maiores. Não é fácil. Mas os primeiros cristãos viveram uma vida nova. É preciso dar valor ao essencial, e não aos elementos secundários. 
Entendendo nossa fé 
Às vezes, e não poucas, sentimos que temos dificuldades muito grandes de entender os princípios da fé cristã. Logicamente sabemos que não tivemos uma boa catequese. Basta ver os absurdos que se dizem. Igualmente sabemos que as pregações não têm sido suficientes. Mas é necessário, no correr da vida, aprender um pouco mais aquilo que somos e os tesouros que temos. Paulo escreve aos Efésios (1,18-19): “Que Ele abra vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamado vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos, e que imenso poder ele exerceu em favor de nós que cremos, de acordo com sua ação e força onipotente”. A fé pede que haja vida, mas também conhecimento. Conhecendo mais, podemos, se quisermos, viver melhor. A sabedoria do povo que vive a fé, é uma grande escola. A celebração litúrgica é outro caminho de conhecimento. Que o Espírito Santo nos ilumine!
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM ABRIL DE 2008