domingo, 31 de março de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - DOMINGO DE PÁSCOA

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
“Cristo não está aqui, ressuscitou!”
 
 Os judeus saíram do Egito às pressas, de noite, não podendo levar nada, a não ser a massa do pão não fermentada. Puderam compreender que acontecia algo muito grande, mas tiveram toda sua história para ir todos os anos tirando deste fato novos conhecimentos e novas riquezas. Assim, no contexto litúrgico e vivencial desta celebração vivemos o mesmo fato. Jesus, de noite passou da morte para a vida, ressuscitando para uma vida totalmente nova. E deu-nos a participar desta vida. Assim, nós também, todos os anos tiramos deste fato novos conhecimentos e uma vida sempre novos. As leituras do domingo de Páscoa trazem-nos de um modo simples, a narração de um fato tão grande. Madalena vai ao sepulcro. Volta toda apavorada dizendo que tinham levado o corpo de seu Senhor. Pedro e João vão correndo e vêem e crêem. Ele não foi tirado, ressuscitou. Ali está o túmulo vazio, estão os panos. São testemunhos, mas a prova é a fé. Ele aparece para eles neste domingo, não como um morto, mas um vivo que se alimenta e entra em diálogo com eles. Justamente isso Pedro dirá no seu primeiro discurso ao povo, no dia de Pentecostes. Pedro faz uma síntese da história de Jesus: “passou entre nós fazendo o bem! Foi morto e agora ressuscitou. Nós o vimos e somos testemunhas destas coisas, nós que comemos e bebemos com Ele depois de sua ressurreição. Isso foi para a remissão dos pecados”. A segunda leitura é muito clara: se vocês acreditam, vivam agora a vida do alto, pois pelo batismo, fostes inseridos em Cristo, mortos com Ele e ressuscitados com Ele. O cristianismo encontra na sua origem uma pedra selada com um defunto perigoso dentro. A força da morte dominara o Senhor da vida. Rompendo a pedra e as portas dos infernos, o Senhor ressuscitado abre o caminho para a vida para todos, pois agora Ele é a vida. Inicialmente não tem explicação para os fatos acontecidos. Pedro e João, as mulheres e os demais apóstolos não conseguem entender o que se passa. Somente o dom da fé, dado pelo Espírito Santo, pode abre suas inteligências à compreensão superior. Assim também é para nós. Não conseguimos entender e nem passar esta verdade para nossa vida. Somente com a fé infundida em nós no Batismo e no cotidiano da vida é que compreendemos esta verdade e a transformamos em vida. Não se trata de saber explicar, mas sim acolher e viver. Nós temos esta fé, pois do contrário não poderíamos de modo nenhum viver a vida cristã nas dificuldades e glórias desta vida. Crendo e celebrando o mistério da Páscoa anualmente e cada dia, nós realizamos em nós este mesmo mistério e podemos receber a Ressurreição que Ele nos oferece. Com a fé no Ressuscitado podemos dizer como Pedro: “somos testemunhas destas coisas”. Desejamos a todos uma boa e santa Páscoa. Que os frutos da Ressurreição permaneçam em sua vida. Cristo está vivo no meio de Nós.

EVANGELHO DO DOMINGO DE PÁSCOA

Evangelho segundo São João 20,1-9.
 
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Livro das Horas do Sinai (século IX) 
Macarismos da ressureição, SC 486 
Alegrai-vos, Cristo ressuscitou do túmulo! 
Escuta, Adão, e alegra-te com Eva, 
pois aquele que vos despojou a ambos e, 
com o seu engano, vos tornou cativos
foi reduzido à impotência na cruz de Cristo. 
Hoje, ó Cristo, aboliste o império da morte com o teu poder e libertaste, ó dador da vida, as almas dos homens graças à tua ressurreição, Tu, nosso Salvador. Como a multidão dos anjos no Céu, assim o género humano celebra na terra a santíssima ressurreição da tua bondade, Senhor. Hoje, Cristo ressuscitou do túmulo, do qual fez sair a incorruptibilidade para todos os mortais, e, na sua misericórdia, inaugurou com as portadoras de perfumes a alegria da ressurreição. Desperta-nos do túmulo do pecado, nós, mortos pela multidão das nossas paixões, ó Salvador, verdadeiro amigo do homem, que pela tua ressurreição destruíste a tirania da morte. Alegrai-vos, sábias perfumistas, mulheres que fostes as primeiras a ver a ressurreição de Cristo e que anunciastes aos apóstolos a ressurreição de todo o mundo. Adoro-te, Pai sem princípio que és a vida, adoro contigo o teu Filho Eterno que é a vida, vida e fonte viva é o Espírito Santo: glorifico a única e Vida verdadeira.

31 de março - Beato Boaventura de Forli

Boaventura nasceu em Forlì em 1410 e jovem sentiu o chamado à vida religiosa, grande devoto de Nossa Senhora, entrou no convento dos Servos de Maria de sua cidade. Seus talentos intelectuais eram notáveis ​​e em 1448 ele foi enviado para Veneza para continuar seus estudos. Por seis anos foi a ocupação principal, conquistando o título de mestre em teologia. "Pequeno e magro e abatido, mas muito eloquente da ciência", nos conta uma crônica antiga, ele começou então uma atividade extraordinária como pregador inspirado no apóstolo Paulo. Nas várias cidades ele reuniu uma vasta audiência, recomendando a participação frequente nos sacramentos e caridade para com os doentes e necessitados. Apesar da aparência austera e certamente com conteúdo firme e às vezes corajoso das homilias, ele incutiu confiança e simpatia, tanto que ele foi apelidado de "Frei barbudo". Talvez por essa razão sua mensagem fosse mais incisiva, incitando os muitos fiéis que vieram para ouvir a penitência. Entre as suas famosas pregações lembramos que em frente ao Senado da República de Veneza, realizada em 25 de março de 1468 (e em 1482) e que de 1488 na Basílica de São Marcos.

31 de março - Beata Joana de Toulouse

A Beata Joana de Toulouse, de família nobre, nasceu no Reino de Navarra, e decidiu viver reclusa, no convento carmelita de Toulouse (França), onde se distinguiu por sua austeridade. Joana amava falar das coisas celestes com os jovens religiosos e rezava muito por eles, o que por sua vez lhe trazia grande proveito espiritual. Isto não nos causa estranheza, pois a Beata viveu antes mesmo da clausura assumir a estrutura que nos séculos posteriores adquiriu. Embora o seu culto seja oficial, as informações sobre ela são muito escassas a ponto de não se saber as datas exatas de nascimento e de morte. A sua vida pode ser colocada entre os séculos XIV e XV, pois o seu nome não aparece nos catálogos dos santos carmelitas da segunda metade do século XIV, nem na lista dos santos da Ordem redigida por João Grossi, falecido em 1437, da província carmelitana de Toulouse. Joana é citada ao mesmo tempo como terciária e como monja; não é de se excluir que tenha professado a regra carmelitana, como fizeram outras mulheres "conversas" suas contemporâneas. Após sua morte, os fiéis atribuíram a sua intercessão numerosos milagres. Na França se diz que Joana teria nascido em 1220 e falecido em 25 de agosto de 1271. Era filha e herdeira de Raimundo VII, Conde de Toulouse, e de Joana da Inglaterra. Ela mesma era Condessa de Toulouse desde 1249 até a sua morte. Joana recebeu o hábito de terciária das mãos de São Simão Stock, merecendo assim ser considerada fundadora da Ordem Terceira do Carmelo.

Beata Natalia Tulasiewicz

A fome de santidade e beleza e o perdão libertador, sintetizam a vida desta polonesa corajosa, filosofa, pesquisadora, contadora de histórias, que renunciou a um casamento e deu a sua vida a Cristo na câmara de gás. Quis defender os pilares que acompanhavam a sua vida, acompanhando os mais frágeis e necessitados. Natalia Tulasiewicz nasceu na região de Rzeszów na Polônia em 9 de abril de 1906. Cresceu em um ambiente familiar católico e não perde os valores aprendidos no lar quando se instala na cidade de Poznan, para exercer a função de professora leiga. Pelo contrário, Natalia entendeu que a vida e a fé caminham lado a lado e que a santidade pode ser vivida no cotidiano. Natalia se une ao grande movimento de apostolado laico convertendo-se em uma entusiasta animadora. Em meados de setembro de 1939, a católica Polônia sofre um dos períodos mais dolorosos de sua história. Quase simultaneamente é invadida pelo oeste pela Alemanha nazista de Hitler e pelo leste pelo Exército Vermelho soviético de Stalin. Estes dois regimes eram abertamente contrários ao catolicismo e num lapso de poucos anos exterminaram mais de seis milhões de poloneses.

31 de março - São Guido de Pomposa

Guido teve uma vida dedicada à escuta e serviço de Deus e com isso fez dela uma suave canção de amor para Deus. Ele nasceu na segunda metade do século X, na cidade de Casamare, próximo a Ravena na Itália. Seus dados históricos são desconhecidos, mas nos aponta que cresceu e recebeu educação acadêmica e cristã ali mesmo em Casamare. Guido também foi regente do coro da Catedral de Arezzo, na Toscana, próximo a província onde nascera. Função esta que o tornou celebremente conhecido como Guido D’Arezzo. Após concluir seus estudos, dirigiu-se para a cidade de Roma onde ingressou em um mosteiro beneditino e recebeu o hábito, dedicando-se à vida desolada. Durante este período, desempenhou papel importante no testemunho de fidelidade e rigor no cumprimento da regra beneditina, sendo colocado como grande exemplo para os demais de sua ordem. O monge Martinho, seu diretor espiritual, o enviou então para o mosteiro de Pomposa. Muitos acorriam ao lugar para buscar aconselhamento e direção espiritual. Embora desejasse afastar-se do mundo, seu trabalho como musicista era necessário para a comunidade cristã. No convento a história se repetiu. Era um modelo tão perfeito de virtudes, que foi eleito abade por seus irmãos de congregação. Sua fama espalhou-se de tal forma, que seu pai e irmãos acabaram por toma-lo como diretor espiritual e se tornaram religiosos.

SÃO BENJAMIM, DIÁCONO E MÁRTIR

Os primeiros cristãos eram mal vistos também na Pérsia. Em 420, Benjamim, diácono de Ergol, foi martirizado. Segundo a tradição, foi vítima de uma represália, depois da destruição de um templo ao deus fogo, atribuída aos cristãos. O diácono não desmentiu e morreu com um grupo de fiéis. 
https://www.vaticannews.va/pt/santo-do-dia.html
Mesmo na Pérsia, os primeiros cristãos eram desaprovados. Em 420 ocorreu o martírio de Benjamim, diácono de Ergol. Reza a tradição que ele foi vítima de retaliação após a destruição de um templo ao deus do fogo pelos cristãos. Benjamin não se retrata e perece junto com um grupo de fiéis. 
Etimologia: Benjamin = filho favorito, do hebraico 
Martirológio Romano: Na localidade de Argol, na Pérsia, São Benjamim, diácono, que não desistiu de pregar a palavra de Deus e, sob o reinado de Vararane V, sofreu o martírio com bengalas afiadas cravadas nas unhas.

BALBINA DE ROMA Virgem, Mártir, Santa (século II)

Apesar de poucas certezas sobre a vida de Santa Balbina, seu nome é venerado em uma antiquíssima igreja na via Ápia, nas proximidades de Roma. Também temos um cemitério que leva seu nome, supostamente o local onde Balbina foi enterrada. É venerada como mártir, mas destaca-se sua consagração a Deus pela virgindade e sua perseverança de servir ao Cristo. Diz-se a história que Balbina, filha do militar Quirino, foi curada milagrosamente, pelo papa e mártir são Adriano, que estava na prisão. Este fato levou a família de Balbina à conversão e todos foram baptizados. Balbina, por sua vez, ofereceu a Deus virgindade perpétua. Seu pai, Quirino, também recebeu a coroa do martírio. Sua vida era muito representada no teatro medieval, o que causa certa confusão histórica, uma vez que a arte mistura muito realidade e ficção. Mas é pelo teatro que ficamos sabendo do martírio de Balbina e de sua consagração. Dizem as histórias sobre santa Balbina, que muitos jovens quiseram desposá-la, mas sua firmeza de caráter a manteve fiel ao seu voto de castidade. Balbina sofreu o martírio sob o imperador Adriano II e encontrou-se com Deus no dia em que lhe cortaram a cabeça. Viveu santamente e recebeu a glória de ter o nome marcado na história da igreja.

ACÁCIO AGATANGELO Bispo de Antioquia, Santo † 250

Cognominado Agatângelo, isto é, bom Anjo, 
viveu como bispo de Antioquia quando 
Décio era imperador romano.
Santo Acácio, cognominado Agatângelo, isto é, bom Anjo, viveu como bispo de Antioquia quando Décio era imperador romano. Em Antioquia existiam muitos Marcionitas, que abandonaram a religião, quando os católicos guiados pelo bispo, ficaram firmes na fé. O próprio bispo, por motivos de religião, foi citado perante o tribunal de Marciano. Este lhe disse: "Tens a felicidade de viver sob a protecção das leis romanas. Convém, pois, que honres e veneres nossos príncipes, nossos defensores". Acácio respondeu-lhe: "Quem poderá ter nisso mais interesse que os cristãos, e por quem o imperador é mais amado, senão por eles? É a nossa oração constante, que tenha longa vida aqui no mundo, governe com justiça os povos e lhe seja conservada a paz; nós rezamos pela salvação dos soldados e de todas as classes do império". Marciano: "Tudo isto é muito louvável, mas para dar ao imperador uma prova de submissão, vem comigo e oferece o sacrifício aos deuses". Acácio: "Já te disse que faço oração ao supremo Deus pelo imperador; este, porém, como criatura nenhuma, não poderá exigir de nós que lhe sacrifiquemos".

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 31 DE MARÇO

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31 – Domingo – Páscoa do Senhor 
Evangelho (Jo 20,1-9) “Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.”
Madalena viu apenas o túmulo aberto. Pedro e João viram só o túmulo vazio, e os panos mortuários abandonados. Num primeiro momento não entenderam o que acontecera. Quem teria removido a pesada pedra que fechava a entrada? Por que os panos e faixas não tinham sido levados? Só o dom divino da fé podia levá-los a perceber uma realidade mais profunda. Ao que parece, João rendeu-se mais rapidamente: “viu e acreditou”. Viu o túmulo vazio, os panos deixados, e acreditou; iluminado pela graça teve certeza que Deus tinha agido para fazer que Jesus deixasse vivo o túmulo, deixando para trás as amarras da morte. Ainda não tinha visto Jesus como vencedor da morte, mas já acreditava; para ele tudo começava a ter um sentido diferente.
Oração
Senhor Jesus, repensando em vossa ressurreição, a primeira coisa que me ocorre é pedir que aumenteis minha fé. Isso para eu poder entender a realidade que importa. Ajudai-me a perceber vosso poder que nos salva, mesmo nas coisas que parecem sem sentido. Que eu vos possa ver, mesmo no que me parece uma ausência vossa, nos vazios da vida. Aumentai minha fé para que, mesmo sem ver, eu vos veja agindo no mundo; para que espere a vida, mesmo quando cercado por sinais de morte. Creio em vosso poder, Senhor Jesus. De vós espero a vida plena que dura para sempre, e que me fará esquecer as durezas e as limitações de agora. Espero que estaremos todos junto a vós: eu, Madalena, Pedro, João e mais todos que agora vos procuramos. Amém.

sábado, 30 de março de 2024

O JULGAMENTO MAIS INJUSTO DA HISTÓRIA

Amanheceu sexta feira. Pilatos, envergando a toga romana para o grande julgamento daquele dia, fizera-se rodear dos membros do Conselho e da soldadesca. Levantara-se de mau humor. Aqueles dias de festa obrigavam-no a ficar atento, em vista das constantes perturbações da ordem.Eis a primeira vítima que lhe trazem: Jesus de Nazaré. Acusavam-no de ser revolucionário, de conspirar contra o governo romano, de pretender e cobiçar o trono imperial, etc. Mandaram-no à sua presença vestindo um trapo de manto vermelho, símbolo do poder real, para que o submetesse a julgamento sumário. Mas Pilatos não parecia ver naquele homem, a marca de um rebelde e conspirador. Soltá-lo? Mas sob que pretexto? Lembrou-se então de que, por ocasião da Páscoa, era costume libertar algum prisioneiro ou condenado à morte.Ora, no cárcere havia um tal Barrabás, responsável por diversos homicídios, e muito temido pelo povo. Sem dúvida alguma, pediriam a liberdade de Jesus, se Pilatos mandasse escolher entre um e outro. Por isso ordenou: Tragam-me aqui Barrabás.Ele veio, escoltado pelos soldados, mãos amarradas e semblante ameaçador. Os dois ficaram voltados para a populaça. Que contraste, porém: Jesus, a própria inocência; e Barrabás, o padrão da maldade. Qual destes dois vocês querem que eu solte? Barrabás, o criminoso? Ou Jesus, o Messias? A multidão, certamente, açulada pelos chefes do povo, respondeu: Barrabás!Inacreditável! 

As Horas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo

     Santo Aníbal Maria Di Francia, o qual era recebido, com frequência, em audiência pelo Papa São Pio X, sendo muito seu amigo, chegou à casa de Luísa Piccarreta com uma notícia muito agradável. Tendo sido recebido em audiência pelo Papa quis dar-lhe a conhecer "As Horas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo" que ele próprio estava a difundir e leu-lhe algumas páginas do livro, concretamente, a Hora da Crucificação e a um certo ponto o Papa interrompeu-o e disse-lhe: "Padre, este livro deve ler-se de joelhos, é Jesus Cristo quem fala!"
O que são as Horas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo?
     Com a idade de 17 anos, Luísa Piccarreta fez uma novena de preparação para o Natal com nove horas de meditação, e depois de a ter terminado, Nosso Senhor convidou-a a meditar de forma contínua as últimas 24 horas da Sua Paixão, a partir do momento em que Ele se despediu da Sua Mãe (antes de instituir a Eucaristia), até ao momento em que foi sepultado.
     Meditar uma Hora da Paixão significa unirmo-nos a Jesus, para fazer o mesmo que Ele fazia, em cada momento da Sua Paixão, como por exemplo: as orações e reparações que Ele fazia ao Seu Pai, no Seu interior, quando era flagelado, coroado de espinhos, crucificado, etc.
 Oração antes de cada Hora
     Ó meu Senhor Jesus Cristo, prostrado na tua presença divina, suplico ao Teu amorosíssimo Coração que me admita à dolorosa meditação das 24 Horas da Tua Paixão, durante as quais, por nosso amor, tanto sofreste no Teu corpo adorável e na Tua alma santíssima, até à morte de cruz. Ajuda-me e dá-me graça, amor, profunda compaixão e compreensão dos Teus sofrimentos, enquanto agora medito a Hora.
     Ó Maria, Mãe Dolorosa, faz-me sentir a compaixão do Teu coração trespassado, por Jesus agonizante no Getsêmani. Assim seja.

REFLETINDO A PALAVRA - SÁBADO SANTO

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
“Cristo Ressuscitou!” 
 A Igreja tem o ponto mais alto de sua vida na celebração da Vigília, onde espera a Ressurreição de seu Senhor, celebrando os sacramentos da iniciação. A densidade de ensinamentos é extremamente grande e bela. Todo o caminho quaresmal conflui para esta noite de vigília. Ali se realizam, na memória do povo de Deus, os maiores mistérios de nossa redenção: passando pela Paixão, Morte e sepultura, Cristo chega à Ressurreição. A comunidade lê as profecias e anuncia a ressurreição do Senhor. Anuncia pela palavra e realiza este mistério em cada um através dos sacramentos pascais da iniciação (Batismo, Crisma e Eucaristia). No mistério dos símbolos sacramentais, entramos no mistério do Cristo que é nossa vida. A cerimônia compõe-se de diversos elementos e símbolos cósmicos: fogo, água, óleo etc… mas o símbolo grande é a comunidade, corpo de Cristo que realiza os gestos sacramentais. Quando é bem celebrada pode dar-nos uma participação maior no mistério. Mas a melhor participação é unir-se ao Cristo que se oferece ao Pai pelo mundo. Esta nos faz entender as cerimônias e perceber o mistério de Deus agindo em nós. A liturgia nos oferece tradicionalmente uma seleção muito grande de leituras do Antigo Testamento que nos fazem entrar em toda a história da salvação desde a criação, patriarcas, tendo como ponto alto a passagem do mar Vermelho, passando pelos profetas para chegar ano Novo Testamento quando nos é anunciado Cristo nossa Páscoa e proclamado vivo e ressuscitado no evangelho da Vigília. A liturgia tem sempre o aspecto memorial, o que já vem da tradição hebraica. Então se conta a história da maravilhas feitas por Deus a seu povo. O fato de contar a história é uma certeza de que Deus fará novamente aquilo que fez. Fazemos memória para que se repitam. E igualmente participamos como os antigos, nas maravilhas operadas no passado e agora para nós. Narrar é colocar-nos dentro dos fatos e dar-nos a salvação. Estamos celebrando um mistério que nos parece muito distante e muito difícil de ser entendido e praticado. Mas isso não deve nos desanimar nem desesperar, pois por enquanto vemos meio confusamente, depois veremos face a face. Deus age neste mistério como nós vemos proclamado. Não ver, não significa não ter. Não entender não significa não receber. Deus nos entende e isso basta E dá-nos seu mistério. Dá-nos a viver seu mistério de amor e ressurreição realizada em seu Filho. Abre-se para nós, nesta celebração da Ressurreição do Senhor, o caminho da vida cristã. Começamos a ser cristãos, filhos de Deus e membros do povo de Deus no momento do batismo que nos inseriu no Cristo vivo e Ressuscitado. O grande convite da Páscoa é viver a vida do Alto, como Cristo, com Cristo, por Cristo na unidade do Espírito Santo, para a glória do Pai.

EVANGELHO DO DIA 30 DE MARÇO

Evangelho segundo São Marcos 16,1-7.
 
Depois de passar o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para irem embalsamar Jesus. E no primeiro dia da semana, partindo muito cedo, chegaram ao sepulcro ao nascer do sol. Diziam umas às outras: «Quem nos irá revolver a pedra da entrada do sepulcro?». Mas, olhando, viram que a pedra já fora revolvida; e era muito grande. Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado do lado direito, vestido com uma túnica branca, e ficaram assustadas. Mas ele disse-lhes: «Não vos assusteis. Procurais a Jesus de Nazaré, o Crucificado? Ressuscitou, não está aqui. Vede o lugar onde O tinham depositado. Agora, ide dizer aos seus discípulos e a Pedro que Ele vai adiante de vós para a Galileia. Lá O vereis, como vos disse». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Livro das Horas do Sinai (século IX) 
Pensamentos sobre a sepultura, SC 486 
Eis que irrompe a boa nova: Cristo ressuscitou! 
«Prodígio assustador: como pode o túmulo conter-Te, meu filho, se os limites do mundo Te não contêm?» perguntava a Virgem. «A luz dos meus olhos escureceu. Como é possível que, sem o Sol se pôr, eu Te veja desaparecer sob a terra!». O Sol revestiu-se de trevas ao ver-Te, a Ti, Uno da Trindade, esconder os teus raios sob a terra e desnudar as cavernas do Inferno, resgatando à força o condenado aos grilhões e perdoando-lhe a pena. Vinde, almas todas dos fiéis que correis para o túmulo com perfumes, porque eis que irrompe a boa nova da alegria e do júbilo: Cristo Salvador ressuscitou com poder, libertando da corrupção todos os acorrentados. Rejeitando a tristeza que nos invadiu, vamos resolutamente formar coros para a ressurreição de Cristo e proclamemos a plenos pulmões a sua salvação: «Alegrai-vos!». Tomemo-la para nós em espírito de fé, pois eis que Ele ressuscitou, enchendo o Universo de alegria.

Santa Irene VIRGEM (SÉC. IX)

Santa Iria ou Irene é uma mártir lendária da cidade de Nabância (próxima da moderna Tomar). Nascida de uma rica família de Nabância, Iria recebeu educação esmerada e professou num mosteiro de monjas beneditinas, o qual era governado pelo seu tio, o Abade Sélio. Devido à sua beleza e inteligência, Iria cedo congregou a afeição das religiosas e das pessoas da terra, sobretudo dos jovens e dos fidalgos, que disputavam entre si as virtudes de Iria. Entre estes adolescentes contava-se Britaldo, herdeiro daquele senhorio, que alimentou por Iria doentia paixão. Iria, contudo, recusava as suas investidas amorosas, antes afirmando a sua eterna devoção a Deus. Dos amores de Britaldo teve conhecimento Remígio, um monge director espiritual de Iria, ao qual também a beleza da donzela não passara despercebida. Ardendo de ciúmes, o monge deu a Iria uma tisana embruxada, que logo fez surgir no corpo sinais de prenhez. Por causa disso foi expulsa do convento, recolhendo-se junto do rio para orar. Aí, foi assassinada à traição por um servo de Britaldo, a quem tinham chegado os rumores destes eventos. Lançado ao rio, o corpo da mártir ficou depositado entre as areias do Teja, aí permanecendo, incorruptível, através dos tempos.

30 de março - São Pedro Regalado de Valladolid

Pedro Regalado nasceu em Valladolid, na Espanha em 1390, em uma nobre família judia. Aos nove anos seu pai morreu. A mãe o educou piedosamente. Muito jovem ingressou na Ordem dos Frades Menores e logo se distinguiu por sua piedade, mortificação e pobreza, bem como pelo amor de silêncio e solidão. Começava na Espanha a Reforma franciscana buscando o florescimento da primitiva austeridade de vida religiosa. Ele não tinha outra ambição senão a de levar uma vida de oração e penitência e considerava as visitas de sua mãe apenas uma distração desnecessária. Regalado foi conquistada pelos ideais de Pedro de Villacreces, que se empenhou na restauração da observância original do Regra franciscana, na Península Ibérica. A partir de 1404 seguiu com Pedro de Villacreces para a ermida de Auguille, onde encontrou a tão desejada solidão, pobreza e clima de oração. A eles juntou-se também o jovem Lope de Salinas y Salazar, que, juntamente com Pedro empenhou-se na fundação de novas ermidas de modo a não exceder o limite de vinte e cinco monges em cada local, como recomendado pelo seu próprio mestre. Os dois eremitérios de Abrojo e de Aguilera logo adquiriram grande fama pelo zelo de seus fundadores e pelos estatutos contendo prescrições extremamente severas.

30 de março - São Júlio Álvarez Mendoza

A Igreja no México regozija-se ao contar com estes intercessores no céu, modelos de caridade suprema, no seguimento das pegadas de Jesus Cristo. Todos eles entregaram a própria vida a Deus e aos irmãos, através do martírio ou pelo caminho da oferenda generosa ao serviço dos necessitados. A firmeza da sua fé e esperança sustentou-os nas várias provações a que foram submetidos. É uma herança preciosa, fruto da fé arraigada em terras mexicanas que, nos alvores do terceiro milénio do Cristianismo, deve ser conservada e revitalizada para continuardes a ser fiéis a Cristo e à sua Igreja, como fostes no passado. 
Papa João Paulo II – Homilia de Canonização - 
21 de maio de 2000 
São Júlio Álvarez Mendoza, nasceu em Guadalajara – México - em 20 de dezembro de 1866. Empreendedor e caridoso, era capaz de entregar a camisa que usava para aqueles que precisavam disso. Sua família, encabeçada por Atanasio Álvarez e Dolores Mendoza, carecia de recursos econômicos, no entanto, a generosidade de alguns benfeitores e a aplicação de Julio nos estudos, permitiu-lhe estudar em uma faculdade de estudos superiores, antes de entrar, em 1880, ao Seminário Conciliar de Guadalajara, ajudado pelos mesmos benfeitores, tendo sido ordenado sacerdote em 1894.

BEATO AMADEU(AMEDEU) IX DE SAVÓIA

Por razões de Estado, Amadeus já sabia, desde criança, com quem se casaria. No entanto, o casamento de Amadeus IX de Savóia com Iolanda de Valois foi muito especial. Eram animados por uma grande fé, seja nas suas funções de governo, assumidas com sabedoria, seja com os pobres. Faleceu em 1472.
(*)Thonon, Sabóia, 1 de fevereiro de 1435 
(+)Vercelli, 30 de março de 1472 
Amedeo nasceu, filho de Ana de Lusignano e Ludovico, duque de Sabóia, em 1 de fevereiro de 1435. Seu casamento foi arranjado por necessidade política; na verdade, ele se casou com Yolande de Valois, filha de Carlos VII da França. No entanto, os dois se encontraram; Acima de tudo, tinham em comum uma fé profunda e sabiam partilhar tudo, desde a oração até ao governo do Estado. Amedeo sofria de epilepsia e isso lhe causou muitas dificuldades. Embora fosse um proponente de uma cruzada para libertar Constantinopla dos turcos, era fundamentalmente um pacifista, era também muito generoso com os pobres que eram frequentemente seus convidados. Ele construiu igrejas e mosteiros. Com o agravamento da sua doença, em 1469 abdicou em favor de Iolanda, mas os seus irmãos e os nobres sitiaram-no a tal ponto que Luís XI teve de intervir para libertá-lo. Ele morreu em 30 de março de 1472 em Vercelli. 
Patrono: Valle Chisone 
Etimologia: Amedeo = quem ama a Deus, do latim 
Emblema: Colar da Ordem Suprema da Santíssima Annunziata
Martirológio Romano: Em Vercelli, o Beato Amedeo IX, Duque de Sabóia, que, durante o seu governo, promoveu a paz de todas as maneiras e apoiou incessantemente as causas dos pobres, das viúvas e dos órfãos com meios materiais e empenho pessoal.

JOÃO CLÍMACO Abade, Padre do deserto 525-605

Padre do deserto, autor místico.
São João Clímaco é o autor da “Escada Celestial”. Ele foi para o Monte Sinai quando era um jovem de dezasseis anos e permaneceu lá, primeiro como um postulante em obediência, depois como recluso, e finalmente como abade do Sinai até aos oitenta anos. Ele faleceu por volta do ano 605. Seu biógrafo, o monge Daniel, diz a respeito dele: “Seu corpo ascendeu às alturas do Sinai, enquanto sua alma ascendeu às alturas celestiais.” João permaneceu em obediência a seu pai espiritual, Martírio, durante dezanove anos. Observando o jovem João, Anastácio do Sinai profetizou que ele se tornaria o abade do Sinai. Após a morte de seu pai espiritual, João se afastou para uma caverna, onde viveu uma difícil vida de ascetismo durante vinte anos. Certo dia, seu discípulo, Moisés, adormeceu debaixo de uma enorme pedra. João, orando em sua cela, viu que seu discípulo estava em perigo e orou a Deus por ele. Quando Moisés retornou mais tarde, se ajoelhou e agradeceu a seu pai espiritual por ter lhe salvado da morte certa. Ele lhe contou como, em sonho, ouviu João lhe chamando e rapidamente se levantou. Naquele momento a pedra caiu. Se ele não tivesse se levantado, a pedra teria lhe esmagado. Por insistência da irmandade, João concordou se tornar o abade, e ele encaminhava à salvação das almas dos homens com zelo e amor. João ouviu de alguém uma repreensão de que falava demais.

LEONARDO MURIALDO Sacerdote salesiano, Fundador, Santo 1828-1900

Leonardo Murialdo nasce em Turim no ano de 1828, oitavo filho de uma família rica. Órfão de pai com apenas quatro anos, recebe, contudo uma ótima educação cristã no colégio dos Escolápios de Savona. Na juventude, atravessa uma profunda crise espiritual que o levará à conversão e à descoberta da vocação sacerdotal. Inicia em Turim os estudos filosóficos e teológicos. Começa a trabalhar, nesses anos, no oratório do Anjo da Guarda, dirigido pelo primo, o teólogo Roberto Murialdo. Graças a essa colaboração toca com as mãos as problemáticas da juventude de Turim: meninos de rua, encarcerados, limpadores de chaminés, serventes de bar. Em 1851 é ordenado sacerdote. Começa a trabalhar em estreito contato também com o Padre Cafasso e com Dom Bosco, e deste último aceita a direção do Oratório São Luís. Leonardo respira o sistema preventivo, encarna-o e aplica-o em todas as suas futuras obras educativas. Em 1866 aceita a direção do Colégio Pequenos Artesãos de Turim, dedicado à acolhida, à formação humana, cristã e profissional de jovens pobres e abandonados. Faz inúmeras viagens pela Itália, França e Inglaterra para visitar instituições educativas e assistenciais, para aprender, confrontar e melhorar o próprio sistema educativo.

LUDOVICO DE CASORIA Franciscano, Fundador, Santo (1814-1885)

Sacerdote italiano, fundador da 
Congregação 
dos Irmãos da Caridade e da Congregação 
de Religiosas Franciscanas de Santa Isabel.
Ludovico de Casoria (no século: Arcangelo Palmentieri) nasceu em Casoria (Nápoles, Itália) em 11 de março de 1814. Com o nome de Luís, vestiu o hábito franciscano em 1832. Foi ordenado sacerdote em 1837, e consagrado para estudar e ensinar. Em 1847, após uma profunda experiência mística, que definiu como "banho", dedicou-se totalmente ao serviço dos últimos. As suas atenções centraram-se inicialmente nos religiosos enfermos, para os quais instituiu a enfermaria de "La Palma". Em 1854 lançou a “Obra dos Moritos” para o resgate e formação cristã das crianças africanas vendidas como escravas, com o desejo de despertar vocações missionárias para aquele continente, segundo o lema “A África converterá a África”. Projecto semelhante que concebeu para as negras, confiado aos cuidados das irmãs estigmatinas. Seu zelo pela evangelização da África o levou a solicitar a missão de Scellal [África], onde chegou com seus religiosos em 6 de Janeiro de 1866. Ao retornar à sua terra natal, deu vida a várias obras de caridade: a Obra dos Accattoncelli, para a recuperação dos "scugnizzi" napolitanos (crianças de rua), vários lares de idosos, internatos, escolas, colônias agrícolas, hospícios infantis, montanhas de devoção, impressoras, bandas musicais, etc.

AS SETE DORES DE MARIA

Maria Santíssima sofreu a vida toda por causa do seu filho Jesus, vindo ao mundo para nos salvar.Esta devoção é celebrada principalmente no sábado santo: 
1-A PROFECIA DE SIMEÃO 
2- A FUGA PARA O EGITO 
3- A PERDA DE JESUS EM JERUSALÉM 
4- ENCONTRO NO CAMINHO DO CALVÁRIO 
5- MARIA AOS PÉS DA CRUZ 
6- JESUS MORTO EM SEUS BRAÇOS. 
7- NO SEPULTAMENTO DE JESUS.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO(+)
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE MARÇO

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 –Sábado Santo - Vigília Pascal
Evangelho (Mc 16,1-7) “Passado o sábado, Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para embalsamar o corpo de Jesus.”Posso imaginar como passaram aquele dia, depois de ter sepultado Jesus. Para elas tudo estava acabado, o sonho se fora, o mais que podiam fazer era cuidar de um cadáver. Tanto maior seu espanto alegre quando ouviram dizer que o Mestre estava vivo. A ideia, porém, de Jesus estar novamente vivo era tão surpreendente que saíram correndo, numa mistura de alegria e de medo.
Oração
Senhor, Salomé e as duas Marias descobriram vosso poder e vossa capacidade de nos surpreender. Um pouco eu também já aprendi que, quando tudo parece acabado e perdido, tendes uma saída para nós. Creio em vosso poder, creio que sois vida para nós. Aumentai minha fé, alargai minha esperança, para que eu continue confiando mesmo quando estiver diante da morte. Amém.

sexta-feira, 29 de março de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - SEXTA-FEIRA SANTA - “Vivendo a Paixão de Cristo”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Segredo de um caminho.
 
Jesus, quando ensinava seus discípulos, dizia: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me” (Mt 16,24). “Se alguém me quiser servir, siga-me; e onde eu estiver, ali estará também o meu servo” (Jo 12,26). Há um caminho, um trilho no seguimento de Jesus. Todos nós queremos, mas nem sempre sabemos como fazer e nem se estamos fazendo. Pensamos que estamos fora da estrada. Mas Jesus tem um trilho secreto: “porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram” (Mt 7.14). Basta saber se o caminho está meio apertado para ter certeza que é a estrada justa. Não que Jesus queira nos criar dificuldades e dar uma salvação impossível. Mas se o caminho oposto é largo é porque nos facilita excessivamente fazendo somente nossos gostos. O aperto do caminho é porque se baseia na vontade do Pai. Esta Ele quis fazer. O aperto está no fato de que é único. Mas se estamos nele, estamos seguros e tranqüilos. Desprezou o que o mundo poderia oferecer fora da vontade do Pai, decididamente foi para Jerusalém, como relata Lucas: “Jesus caminhava à frente, subindo para Jerusalém” (Lc 19,28). 
O caminho da Paixão de Jesus. 
Participar da Paixão de Cristo é fazer seu caminho. Participar significar unir-se a Cristo que se oferece ao Pai pelo mundo. A capacidade de doação de Cristo é o conteúdo de seu sacrifício doloroso que o acompanha desde sua encarnação. Esta doação de serviço, Jesus a manifesta claramente nos dias de sua dolorosa Paixão: na Quinta-Feira Santa concretiza sua doação quando lava os pés dos discípulos. E a entrega ao serviço do próximo como realização da vontade do Pai. Este gesto se transforma na extremada entrega que faz de si mesmo, dando-se como alimento. Ele reparte e partilha o pão que é seu corpo e o vinho que é seu sangue. Este gesto é a explicação de sua entrega total na cruz. Jesus realiza em símbolos na Ceia, o que vai realizar na realidade na cruz. Quando manda fazer em sua memória, não é só repetir o gesto, mas repetir, sobretudo a entrega. Nossas missas não rendem mais para nós, porque não possuem nossa entrega com Cristo. Não fazemos memória de seu gesto redentor. O caminho da Paixão de Cristo é sua entrega como serviço humilde para garantir ao mundo o amor do Pai. Ligamos sempre a Paixão à dor, mas ela deve estar unida primeiro ao amor, pois é uma paixão de Jesus por se entregar por amor ao Pai. 
Amor é nas águas. 
Quando Jesus morre, o soldado enfiou-lhe a lança e saiu sangue e água. Estas águas se transformaram em um rio caudaloso. Ezequiel (47,1ss) explica-nos que a água brotava do limiar do templo em uma pequena fonte e depois se transformava num rio, assim também a água do lado de Cristo, novo templo, mesmo sendo pouca, transforma-se num rio onde podemos nos lavar no batismo e fecundar em nós a vida nova que vem de sua entrega ao Pai. Estas águas nascem de seu coração como uma fonte de amor, ungidas pelo seu sangue redentor. Na Noite da Páscoa, faça a renovação das promessas do Batismo e afunde-se no rio de amor que sai do lado de Cristo e se represa na sua Páscoa, fazendo um lago onde, mergulhados, deixamos nossas fraquezas e levantamos repletos da graça que dá a vida.

EVANGELHO DO DIA 29 DE MARÇO

Evangelho segundo São João 18,1-40.19,1-42.
 
Naquele tempo, Jesus saiu com os seus discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia lá um jardim, onde Ele entrou com os seus discípulos. Judas, que O ia entregar, conhecia também o local, porque Jesus Se reunira lá muitas vezes com os discípulos. Tomando consigo uma companhia de soldados e alguns guardas, enviados pelos príncipes dos sacerdotes e pelos fariseus, Judas chegou ali, com archotes, lanternas e armas. Sabendo Jesus tudo o que Lhe ia acontecer, adiantou-Se e perguntou-lhes:«A quem buscais?». Eles responderam-Lhe: «A Jesus, o Nazareno». Jesus disse-lhes: «Sou Eu». Judas, que O ia entregar, também estava com eles. Quando Jesus lhes disse: «Sou Eu», recuaram e caíram por terra. Jesus perguntou-lhes novamente: «A quem buscais?». Eles responderam: «A Jesus, o Nazareno». Disse-lhes Jesus: «Já vos disse que sou Eu. Por isso, se é a Mim que buscais, deixai que estes se retirem».

Beata Joana Maria de Maillé VIÚVA, +1414

Relutante em casar aos 16 anos, viúva com um pouco mais de 30, expulsa de casa pelos parentes do marido, nos restantes 50 anos de sua vida foi obrigada a viver sem abrigo. Tantos percalços estão concentrados na vida da Beata Joana Maria de Maillé que nasceu rica e mimada no Castelo de La Roche, perto de Saint-Quentin, Touraine, em 14 de abril de 1331. Seus pais eram o Barão de Maillé Hardoin e Joana, filha dos Duques de Montbazon. Sua família se destacava pela devoção. Ela cresceu sob a orientação espiritual de um franciscano, mostrando uma particular devoção a Maria. Dedicava-se a orações prolongadas e fez precocemente o voto de virgindade. Aos onze anos, no dia de Natal, pela primeira vez teve um êxtase: Maria Santíssima lhe apareceu segurando em seus braços o Menino Jesus. Uma doença que quase a levou à morte serviu para desprendê-la mais e mais da terra e torná-la mais próxima de Deus. Na idade de dezesseis anos, aparece no cenário de sua vida um parente da mãe que se tornou seu tutor, o que sugere que os pais morreram prematuramente. O tutor combina, de acordo com o costume da época, o casamento de Joana com o Barão Roberto II de Sillé, um bom jovem, não muito mais velho do que ela, seu companheiro de brincadeiras na infância.

29 de março - São Gwynlliyw

A breve história de São Gwynlliyw, pode ser apenas lendária; seria melhor se não fosse assim; mas, de fato, nada permanece registrado, exceto tais símbolos e símbolos da verdade simples, em honra de alguém cujo nome tenha continuado na Igreja, e para a glória daquele que a escreveu em seu catálogo. São Gwynllyw era um rei ou chefe, cujo território ficava em Glamorganshire no País de Gales, e ele viveu por volta do ano 500. Ele foi o pai do grande São Cadoc, e sua esposa era Gladys, a mais velha das dez filhas do rei Brachan. Destas filhas, uma era Santa Almehda; outra, Santa Keyna; uma terceira, pouco digna de memória honrosa, era a mãe de São Davi. Certa noite, uma voz sobrenatural invadiu os cochilos de São Gwynllyw e Gladys: “O Rei do Céu, o Governante da Terra, enviou-me para cá”; assim falou; “para que você possa voltar-se para o Seu ministério com todo o seu coração. Você Ele chama e convida, como Ele escolheu e redimiu você, quando Ele subiu na cruz. Eu vou lhe mostrar o caminho reto, que você deve manter, até a herança de Deus, levante as suas mentes, e para o que é perecível, não ofusque suas almas. Na margem do rio há um solo em ascensão, e onde um corcel branco está em pé, há o lugar de tua habitação”. O rei levantou-se pela manhã, desistiu de seu trono para seu filho Cadoc; saiu de casa, foi para a colina e encontrou o animal descrito.

29 de março - Beato Bertoldo

A vida de Bertoldo transcorreu, em grande parte, na obscuridade e não há muito que relatar acerca dele, exceto o haver empreendido a construção e reconstrução de edifícios monásticos e ele os ter dedicado em honra do profeta Elias. Isso foi informado depois por Pedro Emiliano ao rei Eduardo I de Inglaterra, numa carta datada em 1282. Beato Bertoldo, cujo nome era Bartolomeu Avogadro, nasceu na França e estudou teologia em Paris, sendo ordenado sacerdote. Com seu parente Alberto, que depois chegou a ser patriarca latino de Antioquia, acompanhou os cruzados até ao oriente e, encontrava-se em Antioquia no tempo em que esta foi sitiada pelos sarracenos. Durante este tempo encontrou um mendigo pedindo esmolas, e foi o único a lhe oferecer uma ajuda, e assim conseguiu a amizade dos pobres. Teve uma revelação divina, pela que se lhe deu a conhecer que o sitio da povoação era um castigo pelos pecados e especialmente pela vida licenciosa dos soldados cristãos. Bertoldo se ofereceu em sacrifício e fez voto de que se os cristãos fossem salvos desse grande perigo, dedicaria o resto de sua vida ao serviço da Santíssima Virgem. Numa visão lhe apareceu Nosso Senhor acompanhado de Nossa Senhora e São Pedro, levando em suas mãos uma grande cruz luminosa; o Salvador se dirigiu a Bertoldo e lhe falou da ingratidão dos cristãos, em retribuição por todas as bênçãos que haviam chovido sobre eles.

29 de março - São Marcos de Aretusa

Bispo de Aretusa no tempo do Imperador Constantino, o Grande, São Marcos salvou a vida do príncipe Juliano, depois apelidado o apóstata, mal sabendo que, tempos mais tarde, repudiando a fé cristã, o novo governante procuraria, acirradamente, restabelecer o paganismo. Durante o reinado do imperador Constantino, Marco de Aretusa demoliu um templo pagão e construiu sem eu lugar uma igreja, convertendo muitos à fé cristã. Isto fez com que a população pagã ficasse ressentida, e queriam vingar-se dele. No entanto, como o imperador era cristão, não puderam fazê-lo tão depressa quanto pretendiam. A oportunidade chegou quando Juliano, o apóstata, ocupou o trono e proclamou que todos os que haviam destruído templos pagãos deveriam reconstruí-los ou pagar uma pesada multa. Marco, que não podia e nem queria obedecer, fugiu da fúria de seus inimigos. Contudo, quando soube que alguns cristãos foram presos, regressou e se entregou. Marco foi arrastado pelos cabelos pelas ruas, açoitado e preso e, posteriormente, perfurado com estiletes. Amarraram suas pernas com correntes tão apertadas que chegaram a cortar sua carne até os ossos; também teve suas orelhas decepadas. Por fim, untaram-no de mel e o suspenderam no alto, em pleno sol do verão do meio dia, para que vespas e moscas viessem picar seu corpo.

São José de Arimatéia, Discípulo de Jesus, 29 de Março

José de Arimatéia era assim conhecido por ser da cidade de Arimatéia, na Judéia. Homem rico, senador da época, era membro do Sinédrio, o Colégio dos mais altos magistrados do povo judeu. José de Arimatéia, juntamente com Nicodemos, providenciou a retirada do Corpo de Cristo da Cruz, após solicitação feita a Pôncio Pilatos. De acordo com o Evangelho, era o dono do sepulcro onde Jesus, seu amigo, foi depositado, num horto a cerca de 30 metros do local da crucifixão, de onde ressuscitou três dias depois de Sua morte. A tradição atribui também a José o lençol de linho em que Jesus foi envolvido, conhecido hoje como Santo Sudário. 
Cf. Wikipédia

EUSTÁQUIO DE LUXEUIL Monge, Santo (ca. 560-629)

Eustáquio de Luxeuil, ou Eustace, Eustache francês (França, ca. 560 - Luxeuil-les-Bains, 29 de Março 629), monge, era então abade de Luxeuil da regra colombaniana, é venerado como um santo pela Igreja. Eustáquio se tornou monge em Luxeuil-les-Bains, abadia fundada por São Columbano em torno de 590 tornando-se seu discípulo. Ele logo assumiu o mosteiro e tornou-se um professor qualificado e dirigiu as escolas monásticas abertas a todos, ambos os monges e leigos nobres, mas também aos pobres. Em 611, ele se tornou, abade de Luxeuil, quando São Columbano teve que sair do mosteiro por discussões com os nobres Merovíngios sendo até mesmo preso. Eustáquio também interveio na disputa entre Santa Fara e seu pai Cagnerico, conde de Borgonha, a menina queria se dedicar a Deus contra a vontade do pai, que havia prometido casá-la. São Columbano tinha-a baptizado, e percebeu sua vocação, seu pai prometeu respeitar os desejos dos jovens, mas depois mudou de ideia. De repente, a menina ficou muito doente, totalmente perdeu a visão e ficou em um estado catatónico, quando a mãe aflita se lembrou de sua promessa ao seu marido feita a Columbano e chamou Eustáquio. Ele revelou que se o pai Cagnerico, deixasse a menina livre para se dedicar a Deus, ela poderia ser facilmente curada. O pai foi novamente forçado a prometer, sob pressão da mãe e de Eustáquio mesmo; Fara miraculosamente despertou depois da bênção de Eustáquio, e recuperou a saúde.

Nossa Senhora das Dores

Celebramos sua compaixão, piedade; suas sete dores cujo ponto mais alto se deu no momento da Crucificação de Jesus
“Quero ficar junto à cruz, velar contigo a Jesus e o teu pranto enxugar!”
Eis como a Bem-aventurada Virgem revelou a Santa Brígida o estado lastimoso do seu Filho moribundo, conforme ela o presenciou:
     “Estava meu Amado Jesus na cruz, todo aflito e agonizante; os olhos estavam encovados e meio fechados e amortecidos; os lábios pendentes e a boca aberta; as faces descarnadas, pegadas aos dentes e alongadas; afilado o nariz, triste o rosto; a cabeça pendia-lhe sobre o peito; os cabelos estavam negros de sangue, o ventre unido aos rins; os braços e as pernas inteiriçadas e todo o resto do corpo coalhado de chagas e de sangue”.
     Ó pobre de meu Jesus! Ó martírio cruel para o coração de uma mãe!
O que mais afligia Nossa Senhora
     Quem se achasse então sobre o Calvário, diz São João Crisóstomo, teria visto dois altares, nos quais se consumavam dois grandes sacrifícios: um no corpo de Jesus, outro no coração de Maria.
     Mas melhor me parece, com São Boaventura, considerar ali um só altar, isto é, só a cruz do Filho, no qual, juntamente com a vítima do Cordeiro divino, é sacrificada também a Mãe. Por isso o Santo pergunta-lhe assim: O Domina, ubi stas? – “Ó Maria, onde estais?” Junto à cruz? Ah! Mais exatamente direi que estais na mesma cruz, a sacrificar-vos, crucificada juntamente com Jesus.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 29 DE MARÇO

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
29 –Sexta-feira – Paixão do Senhor
Evangelho (Jo 18,1-19,42) “Ele tomou vinagre e disse: – Tudo está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.”
Ofereceram a Jesus a bebida que tinham levado para si; foi um favor que faziam ao condenado. Foi então que Jesus deu por terminada sua caminhada entre nós: cumprira em tudo sua missão, fora coerente até o fim, podia entregar-se confiante nas mãos do Pai. A morte é a hora da verdade para nós, quando recebemos os últimos cuidados e nossa avalição final. O que nos salva é confiar na misericórdia do Pai.
Oração
Senhor Jesus, experimentastes nossa vida e nossa morte. Bebeste de nosso vinagre e de nossas alegrias, inclinastes vossa cabeça como também deveremos fazer. Desde agora volto-me para vós. Só vós podeis ensinar-me e ajudar-me a viver e a morrer. Vós me compreendeis, por isso entrego-me tranquilo em vossas mãos também para morrer, esperando participar de vossa vida na ressurreição. Amém.

quinta-feira, 28 de março de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - QUINTA-FEIRA SANTA

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
“Isso é o meu corpo que é dado por vós”
 
Iniciamos com esta celebração da “Ceia do Senhor”, o Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, centro do ano litúrgico. Nele Cristo realizou a obra da redenção humana e a perfeita glorificação de Deus. Este Tríduo começa com a celebração da Quinta Feira Santa que lembra a Instituição da Eucaristia, do Sacerdócio e o mandamento novo do amor. As leituras proclamam a Páscoa histórica do povo hebreu que é ao mesmo tempo profética. Proclama também a Páscoa celebrada e realizada em e por Jesus e a Páscoa celebrada pela Igreja na missa, Eucaristia que fazemos em sua memória, como Êle mandou. O sangue do cordeiro passado nas portas salvou os primogênitos da morte e abriu caminho de libertação da escravidão. Paulo narra o que recebera já por tradição da comunidade. Da páscoa hebraica Jesus fizera um memorial de sua Páscoa de Cruz e Ressurreição. A comunidade compreendeu a mudança de sentido e de conteúdo. Agora quem salva e abre caminho de libertação é Jesus que com seu sangue é o novo cordeiro libertador. Jesus no evangelho dá o sentido de sua Eucaristia e da Páscoa que fará em si mesmo: ao celebrar a ceia lava os pés dos apóstolos. E diz que devem fazer o mesmo. O que Cristo faz em sua morte é um serviço de amor à humanidade. Quando dá o pão e diz isto é meu corpo, dá o vinho e diz isto é meu sangue, diz também fazei em memória de mim. Com estas palavras e exemplo dá o conteúdo de sua Páscoa: um serviço de amor para a redenção de todos. Ele quer que sua memória permaneça ligada ao seu gesto de entrega total ao Pai pela humanidade que pecara. Não é somente uma redenção de pecado e basta, mas um redenção que transforma tudo em amor de serviço humilde aos irmãos. Eucaristia é Páscoa. Páscoa cristã é presença do amor de Jesus que redime e dá vida. Quinta feira Santa, dia da instituição da Eucaristia. Nós celebramos missa todos os dias. Por que não transformamos nosso mundo, se Jesus com uma única eucaristia realizada em seu corpo trouxe a vida ao mundo? Porque ali havia a entrega total do amor. O mandamento do amor é o fundamento da Eucaristia e do sacerdócio. Jesus parte o pão e reparte. No momento em que no mundo houver a partilha do pão para o corpo, aí poderemos celebrar bem a Eucaristia. Se na Eucaristia aprendemos de fato a repartir o pão, o mundo será salvo. Cristo é também presença que permanece: Cada sacrário que tem a presença real de Jesus seja a fonte de nosso amor e nossa dedicação ao amor dos irmãos na adoração ao Amor que sempre nos ama. Agradeço a Deus ser sacerdote e por ter podido amar tanta gente neste meu ministério. Peço que, para viver a Eucaristia, nos esforcemos muito a fim de que todos sejamos fraternos e nos ajudemos a repartir a vida para que o mundo tenha vida. Cada gesto de amor constroi a Páscoa que dura para sempre.

EVANGELHO DO DIA 28 DE MARÇO

Evangelho segundo São João 13,1-15. 
Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. No decorrer da ceia, tendo já o Demónio metido no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, a ideia de O entregar, Jesus, sabendo que o Pai Lhe tinha dado toda a autoridade, sabendo que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-Se da mesa, tirou o manto e tomou uma toalha, que pôs à cintura. Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que pusera à cintura. Quando chegou a Simão Pedro, este disse-Lhe: «Senhor, Tu vais lavar-me os pés?». Jesus respondeu: «O que estou a fazer, não o podes entender agora, mas compreendê-lo-ás mais tarde». Pedro insistiu: «Nunca consentirei que me laves os pés». Jesus respondeu-lhe: «Se não tos lavar, não terás parte comigo». Simão Pedro replicou: «Senhor, então não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça». Jesus respondeu-lhe: «Aquele que já tomou banho está limpo e não precisa de lavar senão os pés. Vós estais limpos, mas não todos». Jesus bem sabia quem O havia de entregar. Foi por isso que acrescentou: «Nem todos estais limpos». Depois de lhes lavar os pés, Jesus tomou o manto e pôs-Se de novo à mesa. Então disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João-Maria Vianney 
(1786-1859) 
Presbítero, Cura de Ars 
Sermão para o 2.º Domingo depois do Pentecostes 
A grandeza do sacrifício da missa 
Quero falar-vos um pouco do que se entende por santo sacrifício da Missa. Sabeis que o santo sacrifício da Missa é o mesmo que o sacrifício da cruz, oferecido uma vez no Calvário. A única diferença é que, quando Jesus Cristo Se ofereceu no Calvário, esse sacrifício era visível e na Santa Missa Jesus oferece-Se ao Pai de uma forma invisível; ou seja, só vemos com os olhos da alma, não com os do corpo. Eis, meus irmãos, um resumo do que é o santo sacrifício da Missa. Mas para vos dar uma ideia da grandeza dos méritos da Santa Missa, meus irmãos, basta-me dizer-vos que ela faz as delícias de toda a corte celeste, alivia as pobres almas do purgatório, atrai para o mundo toda a espécie de bênçãos e dá mais glória a Deus do que todos os sofrimentos de todos os mártires, do que as penitências de todos os eremitas, do que todas as lágrimas que foram derramadas desde o princípio do mundo e o serão até ao fim dos tempos. Se me perguntardes a razão, ela é bem clara: todas estas ações são feitas por pecadores mais ou menos culpados; ao passo que, no santo sacrifício da Missa, é um Homem-Deus igual ao Pai que Lhe oferece o mérito da sua morte e da sua Paixão. É por isto, meus irmãos, que a Santa Missa tem um valor infinito.