domingo, 31 de julho de 2016

CRER SEM VER

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
Um professor estava dando uma aula sobre Ciências e Ética aos seus jovens alunos. O tema em discussão era a idéia de "crença versus realidade". Lá pelas tantas afirmou que tudo aquilo que não pode ser visto, não existe: 
-"Vocês sabem por que não podem ver um disco voador no céu?" perguntou o professor. 
-"Porque ele não existe! Deus a gente não vê e nem pode vê-Lo; portanto Ele não existe." 
Um estudante esperto, sentado no fundo da sala, levantou a mão e saiu-se com essa:
-"Isso significa que o professor não tem inteligência, porque nenhum de nós pode vê-la!"
Lição: "Para quem crê não há perguntas. Para quem não crê, não há respostas." "Quanto menos alguém sabe, tanto mais se convence que sabe tudo." - "Se você pensar que pode, ou que não pode – estará certo." - "Para fazer uma torta de maçã do nada, primeiro você deve criar o universo."
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nº 1566 Homilia do 18º Domingo Comum (31.07.16)“Ser rico diante de Deus”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Vaidade das vaidades
            O livro do Eclesiastes difere dos outros livros da Bíblia porque tem uma filosofia diferente da hebraica. Mostra a fragilidade e a transitoriedade das coisas. Por isso diz: “Vaidade das vaidades. Tudo é vaidade”. Vê que tudo o que se faz acaba em nada. “Toda a vida é sofrimento, sua ocupação, um tormento. Nem mesmo de noite repousa seu coração” (Ecl 1,23). Esse texto vem como comentário à Palavra de Deus sobre o homem a quem Jesus chama de louco (Lc 12,20). O homem teve grande colheita e queria aumentar os armazéns e aproveitar da vida. Na mesma noite ele se vai. Que adiantou? Jesus conclui: “Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus” (Lc 12,21). Os bens materiais são necessários, úteis e importantes. Mas não devem ser a fonte da vida. Não se deve fazer do dinheiro um deus. Isso é vaidade. O mal não é ter riquezas. Mas não saber usar. Há quem pense que, porque é rico, pode colocar Deus a seu serviço, escravizar o irmão e abusar da natureza. Se vivermos a mensagem do Evangelho não criaremos o desequilíbrio por causa dos bens. É absurdo é o fato de alguns serem ricos sem se darem conta que são os pobres que trabalham para ele. E continuam pobres e eles mais ricos. Lembramos também que tudo o que temos não foi adquirido sem a participação de Deus. Por que deixar seus filhos de fora. A vida é insegura. Só Deus é o fundamento seguro. Isso é o que significa ser rico diante de Deus. Deus não inibe, mas promove a vida na qual os bens materiais dão suporte aos espirituais e estes orientam a vivência dos bens materiais.
Buscai as coisas do alto
            Ser batizado não é somente um rito, mas uma definição por um modo de vida. Sem isso a fé perde o sentido. Fé e vida estão intimamente unidas.  São Paulo nos estimula a buscar a coisas do alto. Este é o modo normal de viver de quem diz ter fé. Trata-se de revestir-se de Cristo. Não exteriormente, mas interiormente gerando ações coerentes. Pela opção por Cristo é preciso despojar-se do homem velho e de sua maneira de agir fazendo o que pertence à terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e cobiça que é uma idolatria”. Basta olhar em volta que vamos ver a desespero para ter coisas, o egoísmo , a insensibilidade e até burrice. Para vencer os vícios é necessária  a prática das virtudes que anulam a vaidade. A parábola de Jesus é uma resposta ao homem que lhe disse: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”. E diz: “Tomai cuidado contra todo o tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens” (Lc 12,13.15). Jesus não entrou na questão do pedido do homem, mas diz que tudo deve ser resolvido na dentro de um novo modo de vida.
Dai ao nosso coração sabedoria
            A oração do salmo nos coloca nos lábios essa súplica: “Ensinai-nos a contar os nossos dias, e dai ao nosso coração sabedoria”(Sl 89). A sabedoria é a ciência de Deus encarnada em Jesus. Ele é a Sabedoria e nos dá a sabedoria do Evangelho para sabermos discernir. Por isso rezamos também: “Saciai-nos de manhã com vosso amor e exultaremos de alegria todo o dia”. Vemos que a sabedoria não é mecânica, como algo material, mas é um relacionamento. Aprendemos “tocando” a origem de todos os bens no diálogo amoroso da abertura para Deus e pela oração, principalmente a Eucaristia que é a oração maior. Os anos “passam como o sonho da manhã, são iguais à erva verde pelos campos. De manhã ela floresce vicejante, mas à tarde é cortada e logo seca”.
Leituras:Eclesiastes 1,2;2,21-23;Salmo 89;Colossenses 3,1-5.9-11; Lucas  12,13-21

1.   Diante da fragilidade dos bens materiais, o Eclesiastes reflete sobre sua vaidade. Jesus ensina ser rico para Deus. Os bens são bons, mas para produzir o bem.

2.   Paulo ensina a buscar as coisas do alto e despojar-se do homem velho e seus vícios.

3.   O salmo nos convida a ter a sabedoria de Deus  para ter os dias bem contados. 

            Burrice não faz bem.

            O livro do Eclesiastes analisa a vida humana e mostra a fragilidade que vai a desvarios porque se apóia na vaidade. Tudo é vaidade, diz o autor sagrado. Jesus comprova essa verdade contando a parábola do homem que teve uma colheita abundante. Para isso faz armazéns maiores e diz a si mesmo: “Tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita”. Assim a vaidade humana se junta à estupidez.
            Mas o homem se esquece da dimensão espiritual da vida. Deus lhe dá a resposta: “Louco! Ainda esta noite, pedirão de volta tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?” E Jesus faz a conclusão do assunto: “Assim acontece com quem ajunta tesouros para si, mas não é rico diante de Deus” (Lc 12,20).
São Paulo apresenta o caminho para vivermos em meio a todas as coisas boas do mundo sem nos perder: Buscar a vida do alto. Esta é a vida de quem ressuscitou com Cristo. O caminho é reconhecer que “nossa vida está escondida em Cristo” e nosso modo de viver é “despojarmo-nos do homem velho e  revestirmo-nos do homem novo que se renova segundo a imagem de seu Criador” (Cl 3,1.3.9-10). Vencidos os vícios através da prática das virtudes, podemos sair da vaidade. 
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

EVANGELHO DO DIA 31 DE JULHO

Evangelho segundo S. Lucas 12,13-21.
Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo». Jesus respondeu-lhe: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?». Depois disse aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens». E disse-lhes esta parábola: «O campo dum homem rico tinha produzido excelente colheita. Ele pensou consigo: ‘Que hei de fazer, pois não tenho onde guardar a minha colheita? Vou fazer assim: Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores, onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’. Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’. Assim acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos de Deus». 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja 
Homilia 6, sobre as riquezas; PG 31, 261ss. 
Ser rico aos olhos de Deus.
«Que hei-de fazer? Onde encontrarei que comer? Que vestir?» Eis o que diz este rico. O seu coração sofre, a inquietação devora-o, porque aquilo que regozija os outros acabrunha o avarento. O facto de ter os celeiros cheios não é para ele motivo de felicidade. O que atormenta dolorosamente a sua alma é esse excesso de riquezas, transbordando dos seus celeiros. [...] 
Considera, homem, quem te cumulou com a sua generosidade. Reflete um pouco sobre ti mesmo: quem és tu? O que te foi confiado? De quem recebeste esse cargo? Porque foste tu escolhido, em detrimento de muitos outros? O Deus de bondade fez de ti seu administrador; és responsável pelos teus companheiros de trabalho: não penses que tudo foi preparado apenas para ti! Dispõe dos bens que possuis como se eles pertencessem aos outros. O prazer que eles te proporcionam dura pouco, em breve te escaparão e desaparecerão, mas ser-te-ão pedidas contas rigorosas. Ora, tu guardas tudo, tens portas e fechaduras bem cerradas; e embora tenhas tudo muito bem fechado, a ansiedade impede-te de dormir. [...] 
«Que hei-de fazer?» Havia uma resposta pronta: «Encherei as almas dos famintos; abrirei os meus celeiros e convidarei todos os que têm necessidade. [...] Farei ouvir uma palavra generosa: vós todos que tendes fome, vinde a mim, tomai a vossa parte dos dons concedidos por Deus, cada qual segundo as suas necessidades.»

Santa Julita de Cesareia

Santa Julita (Júlia ou Julieta) de Cesareia viveu nos tempos de Diocleciano, falecendo em Cesaréia da Capadócia no ano de 305. Conhecemos o martírio de Santa Julita graças a uma homilia de São Basílio, Bispo de Cesareia. Julita era uma rica viúva que um considerável homem da cidade, inescrupuloso, aos poucos foi empobrecendo, lesando-a fraudulentamente. Levado ao tribunal, o ursupador, caviloso, depois que a santa viúva expôs os fatos, provando a veracidade do que revelara, disse: — A parte contrária não está apta a sustentar ação de juízo, É incapaz, juridicamente, uma vez que fora do direito comum, porque se recusa adorar os deuses dos imperadores e renegar a crença de Jesus Cristo. Um edito recente, de 303 mesmo, excluía da comunidade, não podendo, pois, ter vida ativa dentro daquela comunidade, aqueles que não adorassem deuses da paganidade. O presidente do tribunal, imediatamente, mandou que trouxessem incenso e um altar portátil e, dirigindo-se à queixosa, convidou-a a agir de modo que pudesse intentar a ação. Bastaria um único grãozinho de incenso e recuperaria todo o patrimônio. Tudo dependia de um simples grão de incenso, da fumaça que dirigisse aos ídolos. Julita recusou-se por amor a Jesus. E, como não quisera queimar um só grãozinho, ela, então, foi condenada a ser queimada. Com grande coragem, a santa viúva enfrentou o martírio, a exortar, com voz pausada e firme, os amigos sinceros que assistiam à demanda, no tribunal: — Nós fomos, disse ela, criados da mesma matéria que o homem, à imagem de Deus, como ele. A virtude é acessível tanto às mulheres como aos homens, Carne da carne de Adão, ossos dos seus ossos, é necessário que ofereçamos ao Senhor constância, coragem e paciência viris. Ditas estas palavras, dirigiu-se para o fogo com denodo e altivez. Na época de São Basílio, o corpo de Julita era venerado na igreja de Cesareia, e no local do seu suplício ainda corria uma fonte que muitas vezes curou enfermos. (Padre Rohrbacher, Vida dos Santos, Volume XIII, p. 453-454) De acordo com outras fontes, Santa Julita, viúva, e seu filho, São Ciro, foram vítimas da perseguição romana contra os cristãos no século IV. Ciro, também chamado Siríaco, era ainda criança pequena quando ambos sofreram o martírio. Julita, que era uma viúva rica, vivia em Icônio, Turquia, com Ciro, havia nascido há três anos quando Domiciano começou a perseguir os cristãos executando os editos do Imperador Diocleciano. Acompanhada de seu filho e de duas criadas, Julita se refugiou em Tarso. Em Tarso, Julita foi reconhecida por oficiais romanos e presa por ordem do governador da Cilícia. No julgamento, ela se declarou cristã e foi torturada. No tribunal, o governador retirou-lhe o filho e Julita, sofrendo muito, reafirmava que era cristã. O governador arremessou a criança escada abaixo, causando sua morte instantânea. Julita, ao invés de chorar e lamentar-se, regozijou-se e agradeceu a Deus por ter concedido a coroa do martírio a seu filho. Em seguida, foi torturada e decapitada, conservando sua confiança serena no Senhor e sua constância na fé. O fato aconteceu em 15 de julho de 304. 
Fonte: http://heroinasdacristandade.blogspot.com.br/

Santa Helena (Elin) de Skövde

Mártir da primeira metade do século XII. Sua festa se celebra no dia 31 de julho. Sua vida (Acta SS., Julio, VII, 340) é atribuída a São Brynolph, Bispo de Skara, na Suécia (+ 1317). E' chamada também de Santa Elin de Vastergotland, do nome da província sueca onde se encontra Skövde. Era de origem aristocrática, era filha de Jarl Guthorm. Tendo ficado viúva muito jovem, vivia piedosamente dando esmolas e contribuindo com generosidade na construção da igreja da sua cidade. As portas de sua casa estavam sempre abertas para os necessitados. O marido de sua filha era um homem muito cruel, e foi assassinado por seus próprios empregados. Seus familiares, desejando vingar sua morte, interrogaram os empregados, que admitiram o crime, mas afirmaram falsamente que haviam agido instigados por Helena. Para evitar uma vingança, Helena fez uma peregrinação a Terra Santa, permanecendo ausente quase um ano. Retornando à pátria por ocasião da festa de consagração da igreja de Gotene, foi surpreendida numa emboscada e morta pelos familiares de seu genro, no dia 31 de julho de 1160. Seu corpo foi levado para Skövde para ser enterrado, e muitas curas maravilhosas aconteceram por sua intercessão. Conta-se que na tarde de sua morte um cego, acompanhado de uma criança, passou perto do lugar do assassinato e o menino descobriu num arbusto iluminado por uma luz muito viva um dedo decepado de Helena, no qual estava um anel que ela trouxera da Terra Santa. Quando o cego curvou-se, com a ajuda do menino, pode tocar o sangue de Helena e esfregá-lo nos olhos, ficando curado. No local onde a Santa caiu ferida de morte, cerca de dois quilômetros de Skövde, surgiu uma fonte de água que foi chamada de Elins Kalla. Estes milagres foram reportados a Roma pelo bispo de Upsala, Estevão, e este, por ordem do Papa Alexandre III, inscreveu o nome de Helena na lista dos santos canonizados (Benedicto XIV, "De canonizatione sanctorum", I, 85). Grande era a veneração a suas relíquias, inclusive depois que a Reforma se expandiu na Suécia. São Lene Kild, muito conhecido no tempo de Santa Helena, esteve em sua igreja. As autoridades luteranas censuraram várias vezes o que eles chamavam de superstição papal e anticristã. Especialmente zeloso neste sentido foi o arcebispo luterano Angermannus, que em 1596 ordenou que enchessem a fonte de água com pedras e escombros, mas a água continuou a brotar (Baring-Gould, "Lives of the Saints", July, II, 698). Próximo da nascente existia também uma capela dedicada a Santa. Em 1759 a igreja de Skövde, devorada por um incêndio, foi reconstruída. Helena também era muito venerada na Dinamarca. De fato, nas vizinhanças de Tiisvilde, já então um vilarejo pesqueiro no Kattegat, e que posteriormente se tornou uma estação balneária, existia uma localidade chamada Helenes Kilde que era visitada especialmente na vigília de São João, porque ela restituía a saúde aos doentes. Os peregrinos, principalmente os doentes, permaneciam toda a noite junto à sepultura, levavam consigo bolsas com terra do local, e com frequência deixavam seus bastões em sinal de agradecimento. Em 1658, o jesuíta Lindanus enviou de Copenhague estas informações aos Bollandistas. Informação semelhante foi feita por Werlaiff, em 1858, em seu "Hist. Antegnelser". A legenda dizia que o corpo de Santa Helena flutuou até Tiisvilde em seu ataúde de pedra, e que uma fonte brotou no local onde o ataúde tocou. Os Bollandistas (loc. cit.) dão como uma possível razão para a veneração de Santa Helena em Tiisvilde que talvez ela tenha visitado o lugar, ou que alguma de suas relíquias tenham sido levadas para lá. Martirológio Romano Em Skövde, Suécia, Santa Helena, viúva, considerada mártir por ter sido injustamente assassinada (c. 1160).
Fonte: http://heroinasdacristandade.blogspot.com.br/
http://www.cachoeirinhars.com.br/santo_do_dia/historico/helena_ou_elin_de_skovde.htm

INÁCIO DE LOYOLA Sacerdote, Fundador dos Jesuítas, Santo 1491-1556

PALADINO DA CONTRA-REFORMA

Santo Inácio, fundador da Companhia de Jesus, destacou-se pela coerência e radicalidade de seu espírito.
*****
Inácio nasceu no castelo de Loyola em 1491, sendo o último dos 13 filhos de D. Beltrán de Loyola e Da. Maria Sonnez. Aos 16 anos foi enviado como pajem ao palácio de Juan Velásquez de Cuellar,contador mayor dos Reis Católicos Fernando e Isabel, o que lhe permitiu estar em contacto contínuo com a corte. Bem dotado física e intelectualmente, o jovem Inácio “deu-se muito a todos os exercícios das armas, procurando avantajar-se sobre todos seus iguais e alcançar renome de homem valoroso, honra e glória militar” [1]. Ou, como ele mesmo diz com humildade, “até os vinte e seis anos foi um homem dado às vaidades do mundo, e principalmente se deleitava no exercício das armas e no vão desejo de ganhar honra” [2].

A hora esperada pela Providência

Ouvindo falar dos grandes feitos dos seus irmãos em Nápoles, envergonhou-se de sua ociosidade e participou em algumas campanhas com seu tio, vice-rei da Navarra. Depois foi enviado em socorro de Pamplona, assediada pelos franceses. Era a hora da Providência. A desproporção das forças era esmagadora em favor dos franceses, mas Inácio não quis saber de capitulação e convenceu os seus a resistirem até o fim. “Confessou-se com um companheiro de armas. Depois de algum tempo de duração da batalha, a bala de uma bombarda atingiu-lhe a perna, quebrando-a toda. E como ela passou entre as duas pernas, a outra também foi duramente ferida” [3]. Inácio caiu por terra. Seus companheiros renderam-se.
Os franceses, admirados da coragem do espanhol, trataram-no muito bem, fazendo-o levar depois, em liteira, para o castelo de seus pais. Os ossos haviam começado a se soldar de maneira defeituosa, e foi preciso quebrar de novo a perna para ajustá-los. Isso tudo, é bem preciso dizer, sem anestesia. O que levou-o às portas da morte, de modo a receber os últimos sacramentos. Quando todos esperavam o desenlace, na véspera da festa de São Pedro o doente, que era muito devoto desse Apóstolo, começou a melhorar.
CONTINUA EM MAIS INFORMAÇÕES:

GERMANO DE AUXERRE Bispo, Santo c. 378-c. 448

Germano de Auxerre foi bispo de Auxerre na Gália. É um santo para a igrejas Católica e Ortodoxa, e seu dia é celebrado em 31 de Julho.   Germano nasceu numa família gaulesa eminente, recebeu uma boa educação na Gália e estudou direiro em Roma, onde se casou com Eustáquia. O Imperador Flávio Honório enviou-o de volta a sua terra como prefeito (praefectus, com funções administrativas e/ou militares). Na Gália tornou-se clérigo e foi professor de Patrício, futuro apóstolo da Irlanda. Em 418 foi nomeado bispo de Auxerre. Num sínodo celebrado na Gália em 429, Germano foi encarregado de viajar à Britânia junto com Lupo, bispo de Troyes, para combater a heresia do pelagianismo. Voltou à Britânia em 444, com o mesmo objetivo. Conta-se que, na segunda expedição, Germano ajudou os britânicos a vencer ataques de pictos e saxões com o grito de guerra "Aleluia". Os relatos sobre esta visita são fontes importantes de informação sobre a Britânia pós-romana. Para evitar uma incursão punitiva de Flávio Aécio na Armórica (Bretanha), cujos habitantes haviam se rebelado, Germano viajou em 447 a Ravena, então sede imperial, para entrevistar-se com Gala Placídia e seu filho Valentiniano. Germano conseguiu assim obter o perdão aos habitantes da Armórica. Morreu em Ravena em 448. A principal fonte sobre sua vida é a hagiografia escrita por um aluno seu, Constâncio de Lyon, em 480. É o santo padroeiro de Auxerre e é venerado em várias localidades na França e Grã-Bretanha. Em sua terra natal, a Abadia de Saint-Germain d'Auxerre guarda sua tumba. Em Paris, a Igreja de Saint-Germain l'Auxerrois, localizada em frente ao Louvre, também é dedicada a ele.

Santo Afonso Rodrigues, religioso leigo, +1617

Diante da "galeria" de santos da Companhia de Jesus, voltamos o nosso olhar, talvez, para o mais simples e humilde dos Irmãos, Santo Afonso Rodrigues. Natural de Segóvia na Espanha, veio à luz aos 25 de Julho de 1532. Pertencente a uma família cristã, teve que interromper seus estudos na instrução primária, pois com a morte do pai assumiu os compromissos com o comércio. Casou-se com Maria Soares a quem amou tanto quanto aos dois filhos. Infelizmente todos, com o tempo, faleceram. Ao entrar em crise espiritual, Afonso entrega-se à oração, à penitência e, dirigido por um sacerdote, descobriu o seu chamamento a ser Irmão religioso. Foi recebido na Companhia de Jesus como Irmão e, depois do noviciado, foi enviado para um colégio de formação. No colégio, desempenhou os ofícios de porteiro e a todos prestava vários serviços. De entre as virtudes heróicas que conquistou na graça e no desejo de ser firme, foi a obediência a sua prova de verdadeira humildade. Santo Afonso sabia ser simples Irmão pois aceitava com amor toda a ordem e desejo dos superiores, como expressão da vontade de Deus. Tinha como regra: "Agradar somente a Deus, cumprir sempre e em toda a parte a vontade divina". Místico de muitos carismas, Santo Afonso Rodrigues, sofreu muito antes de morrer em 31 de outubro de 1617.

31 de julho – A VIDA DOS SANTOS O CONVERTEU

S. Inácio de Loyola (1491-1556) é um dos grandes convertidos e fundador dos Jesuítas. Nasceu no seio da ilustre família dos Loyola na Espanha. Quando jovem, abraçou a carreira militar. Sonhava com glórias e renome. Fez carreira no exército. Era destemido e valente.Mas foi ferido gravemente na batalha de Pamplona.Passou por dolorosas cirurgias no hospital. Como passatempo, durante a longa convalescença pediu que lhe trouxessem livros de cavalaria. Depois de ler todos, começou a ler também livros religiosos. Deram-lhe a “Vida dos santos”. Viu que esses eram os verdadeiros heróis. Viu também que sua vida tinha sido vazia até aí. alt-Após o restabelecimento foi passar algum tempo na solidão de Montserrat, onde confirmou e consolidou sua conversão. Daí para frente Inácio era outro homem. Ordenou-se padre, reuniu alguns companheiros corajosos e fundou a benemérita Ordem dos Jesuítas.É famoso o livro dos “Exercícios Espirituais” que ainda se utiliza nas centenas de retiros pregados por eles. Seu lema era: Tudo para maior glória de Deus!
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa-Venerável Padre Pelágio CSsR
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ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 31 DE JULHO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31 – 18º Domingo Comum – Santos: Inácio de Loyola, Fábio, Demócrito 
Evangelho (Lc 12, 13-21) “Tomai cuidado contra todo tipo de ganância; mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não está na abundância.” 
O tema central da parábola é a insensatez da ganância de bens materiais. Podemos, porém, perceber um pouco mais nas palavras de Jesus. Ele traça com fineza um retrato: o homem é rico, proprietário de boa terra, capaz de lhe dar uma grande colheita. Podemos até imaginá-lo à tarde, olhando a propriedade, os campos que se estendem longe, planejando o aumento das tulhas. Ele é confiante em si mesmo, no seu tino de administrador, capaz de se garantir o futuro. Provavelmente não temos vastas terras, nem grandes bens. De fato, nem somos gananciosos acumuladores. Mas, talvez tenhamos o coração preso a pequenas riquezas. Ou, talvez, pelo menos pomos nossa confiança em nossas capacidades. Confiando no pouco, seríamos mais tolos que o homem de muitos bens. 
Oração
Senhor Jesus, acho que tenho pelo menos um pouco desse homem confiante em si mesmo, ganancioso, que põe sua felicidade na posse de bens. Mesmo tendo caído muitas vezes, mesmo tendo percebido muitas vezes que não basto a mim mesmo, ainda sou confiante demais em minhas capacidades. Quando menos penso, ainda sou seduzido pela propaganda, e acho que tenho necessidade das últimas novidades da tecnologia. Ajudai-me, Senhor, a fazer uma varredura em minha vida, para concentrar-me no essencial, no que realmente importa. Fazei-me cair na realidade, e perceber que, de fato, de vós é que preciso, em tudo e sempre. Dai-me a sabedora necessária para usar os bens na medida do necessário, sem me escravizar a eles. Amém.



sábado, 30 de julho de 2016

AMAR E GOSTAR

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
Certa vez um pescador fisgou um salmão. Quando viu seu extraordinário tamanho, exclamou: 
-"Que peixe maravilhoso! Vou levá-lo ao Barão! Ele adora salmão fresco." 
O pobre peixe consolou-se, pensando: 
-"Posso ter alguma esperança. Alguém ainda gosta de mim". 
O pescador levou o peixe para a mansão do barão, e o guarda na entrada perguntou: 
-"O que tem aí?" 
-"Um salmão", respondeu o pescador, orgulhoso. 
-"Ótimo", disse o guarda. "O Barão gosta de muito de salmão." 
O peixe deduziu que havia motivos para ter esperança. O pescador entrou no palácio. Embora o peixe mal pudesse respirar, ainda estava otimista. Afinal, o Barão gosta de salmão, pensou ele. O peixe foi levado para a cozinha, e todos os cozinheiros comentaram o quanto o Barão gostava de salmão. O peixe foi colocado sobre a mesa e quando o Barão entrou, ordenou: 
-"Cortem fora a cauda, a cabeça, e abram o salmão." 
Com seu último sopro de vida, o peixe gritou desesperado: 
- "Por que você mente assim? Se realmente me ama, cuide de mim, deixe-me viver. Você não gosta de salmão, gosta de você mesmo!" 
Lição: Gostar e amar tem muita diferença. Gostar é apreciar o que é bom para os olhos, para o paladar, enfim, o que faz bem para os sentidos de alguém. Amar é apreciar o coração de alguém com todas as suas qualidades e virtudes.
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30 DE JULHO – O SANTO DA PALAVRA DE OURO

Pedro Crisólogo(380-450) significa “palavra de ouro” pois nosso santo foi um grande orador e evangelizador, merecendo por isso o título de “Doutor da Igreja”. Realmente, as palavras que proferia nos seus sermões, eram do ouro mais castiço. Conta-se que, no ardor e fogo da pregação, chegava a perder os sentidos. Gostava de repetir nos seus sermões: 
-“Deus prefere ser amado, do que temido”. 
Em outra homilia disse uma vez: 
-“Os que passaram, viveram para nós; nós, devemos viver para os vindouros; e ninguém deve viver só para si”. 
Um contemporâneo falou dele: 
-“Ele semeia as leis da justiça, ilumina as páginas obscuras da Bíblia, e o povo vem de longe para vê-lo e ouvi-lo”. 
Conservam-se até hoje quase duzentos sermões de sua autoria. Além de profundos, são de fácil compreensão, inclusive pelos mais simples. Eles primam pela clareza e força de persuasão. Pedro Crisólogo foi grande amigo do Papa Leão Magno. Lutou ombro a ombro contra os erros doutrinários que começaram a proliferar no século V. Foi arcebispo Metropolita da cidade italiana de Ravena; o primeiro na História da Igreja a receber tal título. Daí para frente Ravena se desenvolveu em todos os setores, especialmente no campo da arte. Pressentindo a aproximação da morte, Pedro viajou para a sua cidade natal, Ímola, onde queria terminar seus dias. Foi declarado “doutor da Igreja”. É o protetor contra a febre e a loucura.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
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REFLETINDO A PALAVRA - “Modos diferentes de ir a Deus”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
703. Espiritualidade de monges para leigos?
            Existe uma espiritualidade própria para os leigos? Ela é um tanto diferente da espiritualidade do clero e dos religiosos pela própria diferença de condições. Vejamos a história: A espiritualidade dos primeiros cristãos inspirava-se na vida dos apóstolos e na comunidade primitiva. Isto lemos nas orientações que S. Paulo dava para as comunidades sobre o novo modo de viver. Nos três primeiros séculos, os cristãos inspiravam-se no martírio. O mártir era o cristão por excelência, pois imitava Jesus a ponto de morrer como Ele. Com o surgimento dos monges, os fiéis viviam a espiritualidade dos monges em casa. Não era uma espiritualidade para leigos, mas para monges. Lembremos que havia heresias que negavam a matéria, o corpo e a vida no mundo. Para ser santo, tinha que sair do mundo onde viviam as pessoas. Na Idade Média, continuando a mesma mentalidade, os mosteiros passaram a ser o modelo de vida espiritual. Não se desenvolveu a espiritualidade leiga, matrimonial, como se dizia, no mundo. Prova disso é que os santos são todos padres, bispos e freiras. Nos séculos que se seguiram, a humanidade se desenvolveu, mas a espiritualidade não acompanhou. Quando se fala de leigo, não se quer dizer incompetente, mas simplesmente que não é padre ou religioso. Leigo não está em oposição nem é uma situação má. A gente do povo (leigo) pode ser tão santa ou até mais, como qualquer padre ou freira. O hábito, o altar ou a vocação, não são, por si só, critérios de santidade. A vida cristã pode ser vivida em qualquer circunstância: casado, solteiro, viúvo. Ela acontece também em situações que chamamos de más. Ela não depende da situação humana. Jesus é o primeiro a afirmar que os pecadores públicos e as prostitutas vos precederão no Reino de Deus porque acolheram a Palavra (Mt 21,31). Nenhum cristão é de segunda categoria. Milhões de seres humanos poderiam ser reconhecidos como santos. A Igreja não pode marginalizar ninguém e não lhe abrir os tesouros da santidade.
704. Jesus modelo do cristão
            Jesus é o modelo do leigo. Ele era leigo. Não pertencia à classe sacerdotal. Participava da vida espiritual do povo judeu em suas leis e tradições. Procurava fazer o bem por onde passava. Essa lembrança ficou no coração dos apóstolos (At 10,38). Tinha o coração cheio do Pai e das pessoas. Jesus não foi padre nem frei, foi um  Homem de Deus. Os religiosos e sacerdotes devem seguí-lo como os leigos, naquilo que lhes é especifico: o ministério e o modo como Jesus escolheu para viver, pois Jesus não era casado. Isso não é obrigatório. Sendo modelo, é Nele que vamos buscar inspiração. Há movimentos e espiritualidades que perderam o sabor do jeito de Jesus viver. Isso deseduca. O modelo é Jesus e não um tipo de espiritualidade de um momento.
705. Desafios de um novo modelo
Querer um modelo de espiritualidade próprio do leigo, não diz que a outra modalidade é ruim, mas não é própria para ele. Não podemos chegar ao ponto em que se chegou em certos tempos colocando o leigo como cristão de segunda classe. Não posso pretender, como padre, apresentar o modelo, mas vamos buscar juntos. Creio que, além do conhecimento de Jesus, temos que lembrar que o leigo vive no mundo. A espiritualidade deve se fazer também a partir do mundo. É ali que se santifica. Este não é oposição a Deus, mas é o Jardim que Deus deu ao homem para cultivar. Não precisamos sair do mundo para levá-lo a Deus. É preciso  torná-lo aberto a Deus. 
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EVANGELHO DO DIA 30 DE JULHO

Evangelho segundo S. Mateus 14,1-12.
Naquele tempo, o tetrarca Herodes ouviu falar da fama de Jesus e disse aos seus familiares: «Esse homem é João Baptista que ressuscitou dos mortos. Por isso é que nele se exercem tais poderes miraculosos». De facto, Herodes tinha mandado prender João e algemá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. Porque João dizia constantemente a Herodes: «Não te é permitido tê-la por mulher». E embora quisesse dar-Lhe a morte, tinha receio da multidão, que o considerava como profeta. Ocorreu entretanto o aniversário de Herodes e a filha de Herodíades dançou diante dos convidados. Agradou de tal maneira a Herodes, que este lhe prometeu com juramento dar-lhe o que ela pedisse. Instigada pela mãe, ela respondeu: «Dá-me agora mesmo num prato a cabeça de João Baptista». O rei ficou consternado, mas por causa do juramento e dos convidados, ordenou que lha dessem e mandou decapitar João no cárcere. A cabeça foi trazida num prato e entregue à jovem, que a levou a sua mãe. Os discípulos de João vieram buscar o seu cadáver e deram-lhe sepultura. Depois foram dar a notícia a Jesus. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, 
bispo de Constantinopla, doutor da Igreja 
Homilias sobre S. Mateus, n.º 48 
A morte de João Batista
«Dá-me agora mesmo num prato a cabeça de João Batista.» E Deus permitiu que tal acontecesse, não lançou um raio do alto dos céus para devorar aquele rosto insolente; não ordenou à terra que se abrisse e engolisse os convivas daquele horroroso banquete. Deus dava assim a mais bela coroa ao justo e deixava uma consolação magnífica aos que, no futuro, viessem a ser vítimas de injustiças semelhantes. Escutemo-lo, pois, todos nós que, apesar da nossa vida honesta, temos de suportar os malvados: [...] o maior dos filhos nascidos de mulher (cf Lc 7,28) foi levado à morte a pedido de uma jovem impudica, de uma mulher perdida; e foi-o por ter defendido a lei divina. Que estas considerações nos façam suportar corajosamente os nossos próprios sofrimentos. [...] 
Mas repara no tom moderado do evangelista, que procura até circunstâncias atenuantes para este crime. A propósito de Herodes, nota que agiu «por causa do juramento e dos convidados» e que «ficou consternado»; e a propósito da jovem, observa que tinha sido «instigada pela mãe». [...[] Aprendamos, também nós, a não odiar os malvados, a não criticar as faltas do próximo, ocultando-as tão discretamente quanto possível, a acolher a caridade na nossa alma. Porque, acerca desta mulher impudica e sanguinária, o evangelista falou com toda a moderação possível; [...] tu, porém, não hesitas em tratar o teu próximo com malvadez. [...] Não é assim que se comportam os santos; pelo contrário, eles choram pelos pecadores, em vez de os amaldiçoarem. Façamos como eles; choremos por Herodíades e pelos que a imitam. Porque vemos hoje muitos banquetes do género do de Herodes, nos quais não se condena à morte o precursor, mas se destroem os membros de Cristo.

LEOPOLDO MANDIC Frade capuchinho, Santo 1866-1942

Leopoldo Mandic nasceu em Castelnovo de Cátaro da Dalmácia, na Jugoslávia, a 12 de Maio de 1866, numa família croata. Os pais, profundamente religiosos, educaram-no nos mais elevados sentimentos em relação a Deus e aos homens. Quando tinha 16 anos, sentindo-se chamado a trabalhar pelo regresso dos orientais à unidade com a Igreja Católica, deixou a sua casa paterna e decidiu entrar na Ordem dos Capuchinhos, em Bassano del Grappa, a 2 de Maio de 1884. A 20 de Setembro de 1890 foi ordenado sacerdote em Veneza. Convencido que o Senhor o chamava a um grande ideal, pediu, com insistência, aos seus Superiores que o deixassem partir para o Oriente a fim de poder dedicar a sua vida à reunificação na Igreja Católica dos cristãos ortodoxos. Porém, as suas precárias condições de saúde não lho permitiram e teve, assim, de se submeter à vontade dos seus Superiores e passou então por diversos Conventos, entregando-se ao ministério das confissões até que, em 1909, foi destinado ao Convento de Santa Cruz, em Pádua, com o encargo de atender de forma estável o sacramento da Reconciliação. Ali permaneceu até à morte. Uma pequena cela junto à igreja converteu-se no campo do seu maravilhoso apostolado: o sacramento da Reconciliação. Este divino ministério foi, nas mãos de São Leopoldo, uma eficaz arma de salvação para as almas no seguimento pelos caminhos de Deus. Ali, se mantinha a atender as pessoas durante todo o dia, sem uma hora de descanso, sem gozar jamais de quaisquer férias, não obstante o tórrido calor do Verão e o intenso frio do Inverno — na pequena cela que servia de confessionário nunca teve aquecimento! Muito depressa, aquela despida cela se converteu em farol luminoso que atraía almas sem conta, necessitadas de paz e de conforto. Para todos, São Leopoldo tinha palavras de perdão, de paz, de estímulo para o bem. Somente o Senhor sabe quantos foram os penitentes que se vieram ajoelhar aos seus pés durante quarenta anos. Quanto bem ali realizou e tudo no silêncio mais absoluto e no mais profundo escondimento. Nenhuma propaganda em volta dele. Pedia ao Senhor que pudesse fazer todo o bem possível, mas que ninguém o soubesse. E foi ouvido, porque, nem os jornais, nem qualquer outro meio de propaganda se ocuparam dele. Somente Deus deveria ser glorificado na sua humilde pessoa. Sempre envolto em sofrimento, suportou tudo para a salvação das pessoas que se aproximavam dele. A tudo isso acrescentava ainda penitências ocultas. Não descansava mais de quatro horas por noite. Em cada uma das pessoas que se aproximava dele via o seu Oriente. Era muito devoto da Eucaristia. Costumava dizer: “Oh! Se os nossos olhos pudessem ver o que acontece sobre o altar durante a Missa! A nossa pobre humanidade não poderia suportar a grandeza de tamanho mistério (...)”. Era filial e intenso o seu amor à Virgem Maria, a "Padroeira Bendita". Chegou aos 76 anos. Um tumor no esófago prostrou-o na manhã de 30 de Julho de 1942, no momento em que se preparava para celebrar a Eucaristia. Naquela manhã, ele mesmo se converteu em vítima sobre o altar do Senhor. As suas últimas palavras foram uma invocação a Nossa Senhora da qual tinha sido sempre devoto. As vozes e a convicção de todos era que tinha morrido naquele momento um santo. Começaram a invocá-lo para obterem conforto e graças do Céu. O seu corpo, sepultado numa capela junto ao seu confessionário, foi encontrado incorrupto. A 2 de Maio de 1976, durante o Sínodo da Evangelização, o Papa Paulo VI beatificou-o, em São Pedro, afirmando, nessa altura: “Que o nosso Beato saiba chamar ao sacramento da Penitência, a este, certamente, severo tribunal, mas não menos amável refúgio de conforto, de verdade, de ressurreição para a graça e de exercício para a autenticidade cristã, muitas almas para lhes fazer experimentar as secretas e renovadas alegrias do Evangelho no colóquio com o pai, no encontro com Cristo, na consolação do Espírito Santo”. A 16 de Outubro de 1983, quando decorria o Sínodo da Reconciliação e da Penitência, o Papa João Paulo II canonizou-o solenemente na Basílica de São Pedro.

MARÍA DE JESÚS SACRAMENTADO VENEGAS DE LA TORRE Virgem, Fundadora, Santa 1868-1959

Beata Maria de Jesus Sacramentado Venegas, última de doze filhos, nasceu a 8 de Setembro de 1868, no Estado de Jalisco. Desde a adolescência cultivou uma devoção especial à Eucaristia, exercendo obras de caridade e sentindo o forte desejo de se consagrar totalmente ao Senhor no serviço ao próximo. Só depois da morte prematura dos seus pais pôde unir-se ao grupo de senhoras que, com a aprovação do Arcebispo local, dirigiam em Guadalajara um pequeno hospital para os pobres. Em 1910 emitiu, de forma privada, os votos de pobreza, castidade e obediência. As companheiras escolheram-na em seguida como Superiora e, desse modo, com o conselho de eclesiásticos autorizados, transformou a sua Comunidade numa verdadeira Congregação religiosa, que assumiu o nome de Instituto das Filhas do Sagrado Coração de Jesus, aprovado em 1930 pelo Arcebispo de Guadalajara. A Beata, que foi Superiora-Geral de 1921 a 1954, conseguiu salvar a sua fundação nos anos difíceis da perseguição. Amou e serviu a Igreja, cuidou da formação das suas Coirmãs, despendeu a vida pelos pobres e sofredores. Tendo deixado o governo da sua Congregação, transcorreu os últimos anos da vida em oração e recolhimento. Morreu com a idade de 91 anos no dia 30 de Julho de 1959, tendo sido proclamada Beata por João Paulo II a 22 de Novembro de 1992. Durante os anos sucessivos à Beatificação desses filhos mexicanos, os Beatos foram continuamente recordados e invocados pelo povo que, pela sua intercessão, obteve diversos favores celestes. Maria de Jesus Sacramentado Venegas foi canonizada pelo Papa João Paul II no dia 21 de Maio de 2000, Praça de S. Pedro, em Roma.

PEDRO CRISÓLOGO Bispo, Santo 380-450

Pedro Crisólogo, Pedro "das palavras de ouro", pois, é exactamente este o significado do seu sobrenome, dado sabiamente pelo povo e pelo qual se tornou conhecido para sempre. Ele nasceu em Ímola, uma província de Ravena, não muito distante de Roma, no ano 380. E mereceu este título, assim como os outros que a Igreja lhe concedeu. Filho de pais cristãos, foi educado na fé e cedo ordenado diácono. Considerado um dos maiores pregadores da história da Igreja, era assistido, frequentemente, pela imperatriz romana Galla Plácida e seus filhos. Ela o fez seu conselheiro pessoal e, em 424, influenciou para que ele se tornasse o arcediácono de Ravena. Numa época em que a cidade era a capital do Império Romano no Ocidente e, também, a metrópole eclesiástica. Mais tarde, o próprio imperador romano, Valentiniano III, filho de Galla Plácida, indicou-o para ser o bispo de Ravena. Em 433, Pedro Crisólogo tornou-se o primeiro bispo ocidental a ocupar essa diocese, sendo consagrado pessoalmente pelo papa Xisto III. Pedro Crisólogo escreveu, no total, cento e setenta e seis homilias de cunho popular, pelas quais dogmas e liturgias foram explicados de forma simples, directa, objectiva e muito atractiva, proporcionando incontáveis conversões. Em 448, recebeu a importante visita de um ilustre bispo do seu tempo, Germano de Auxerre, que fatidicamente adoeceu e, assistido por ele, morreu em Ravena. Também defendeu a autoridade do papa, então Leão I, o Grande, sobre a questão monofisita, que pregava Cristo em uma só natureza. Essa heresia, vinda do Oriente, propagava-se perigosamente, mas foi resolvida nos concílios de Éfeso e Calcedónia. Pedro Crisólogo morreu na sua cidade natal, numa data incerta. Alguns historiadores dizem que foi em 31 de julho de 451, mas ele é venerado pela Igreja no dia 30 de julho de 450, data mais provável do seu falecimento. A autoria dos seus célebres sermões, ricos em doutrina, conferiu-lhe outro título, o de doutor da Igreja, concedido em 1729 pelo papa Bento XIII. São Pedro Crisólogo, ainda hoje, é considerado um modelo de contacto com o povo e um exemplo de amor à pregação do Evangelho, o ideal de pastor para a Igreja.

JULITA DE CESAREIA Viúva, Mártir, Santa + 303

Santa Julita viveu nos tempos de Diocleciano, falecendo em Cesaréia da Capadócia no ano de 303.  Conhecemos o martírio de Santa Julita graças a São Basílio, bispo de Cesareia. Julita era uma rica viúva, que um considerável homem da cidade, inescrupuloso, aos poucos foi empobrecendo, lesando-a fraudulentamente. Levado ao tribunal, o ursupador, caviloso, depois que a santa viúva expôs os fatos, provando a veracidade do que revelara, disse: — A parte contrária não está apta a sustentar ação de juízo, É incapaz, juridicamente, uma vez que fora do direito comum, porque se recusa adorar os deuses dos imperadores e renegar a crença de Jesus Cristo. Um edito recente, de 303 mesmo, excluía da comunidade, não podendo, pois, ter vida ativa dentro daquela comunidade, aqueles que não adorasse deuses da paganidade. O presidente do tribunal, imediatamente, mandou que trouxessem incenso e um altar portátil e, dirigindo-se à queixosa, convidou-a a agir de modo que pudesse intentar a ação. Bastaria um único grãozinho de incenso e recuperaria todo o patrimônio. Tudo dependia de um simples grão de incenso, da fumaça que dirigisse aos ídolos. Julita recusou-se por amor a Jesus. E, como não quisera queimar um só grãozinho, ela, então, foi condenada a ser queimada. Com grande coragem, a santa viúva enfrentou o martírio, a exortar, com voz pausada e firme, os amigos sinceros que assistiam à demanda, no tribunal: — Nós fomos, disse ela, criados da mesma matéria que o homem, à imagem de Deus, como ele. A virtude é acessível tanto às mulheres como aos homens, Carne da carne de Adão, ossos dos seus ossos, é necessário que ofereçamos ao Senhor constância, coragem e paciência viris. Ditas estas palavras, dirigiu-se para o fogo, com denodo e altivez. (Padre Rohrbacher, Vida dos Santos, Volume XIII, p. 453-454)

30 DE JULHO – SÃO LEOPOLDO

Leopoldo de Castelnuovo (1866-1942) pertenceu à Ordem dos Capuchinhos. Foi monge, sacerdote, místico alte confessor procuradíssimo. Sua missão principal foi ouvir confissões. Atendeu penitentes durante 40 anos seguidos, numa média de l5 horas por dia. Vinham até ele ricos e pobres, sacerdotes e bispos, autoridades e mandatários. Distinguiu-se por uma extraordinária mansidão no confessionário, qualidade que o tornava mais procurado ainda. Atendeu confissões até o último dia de vida, quando já estava no hospital, praticamente às portas da morte.Foi agraciado com os sagrados estigmas de Jesus Cristo, e com o dom da profecia e do discernimento dos espíritos. Lia nos corações.Está sepultado junto à cela onde atendia seus penitentes. Seu corpo foi encontrado incorrupto no túmulo, 24 anos após o falecimento. Foi canonizado em 1983, apenas 41 anos depois da morte. 
Oração: 
Temos tudo em Jesus. Ele é tudo para nós. 
Queres curar tuas feridas? - Ele é o Médico. 
Acalmar o ardor da febre? - Ele é a Fonte da água viva. 
Punir a iniqüidade? - Ele é a Justiça. 
Precisas de socorro? - Ele é a Força. 
Receias a morte? - Ele é a Vida. 
Procuras o céu? - Ele é o Caminho. 
Se foges das trevas - Ele é a Luz. 
Se tens fome - Ele é o Alimento. (Santo Ambrósio)
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa-Venerável Padre Pelágiuo CSsR
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ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE JULHO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 – Sábado – Santos: Pedro Crisólogo, Everaldo Hanse, Julita 
Evangelho (Mt 14, 1-12) Herodes tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe.” 
João, o que batizava, é um dos muitos que morreram por serem coerente com a verdade. Herodes temia-o por motivos políticos, mas principalmente porque o profeta condenava seu procedimento. Provavelmente nunca teremos de escolher entre morte e coerência, mas certamente muitas vezes temos de fazer escolhas menos dramáticas. O jeito é reconhecer nossa fraqueza e pedir perdão. 
Oração
Senhor Jesus, nem me pergunto como iria reagir em ocasiões mais difíceis. O certo é que muitas vezes sou incoerente em situações do dia a dia, quando nem seria preciso muita coragem para agir bem. Reconheço minha fraqueza e peço perdão. Fazei que eu seja mais atento, para não ser surpreendido, mas principalmente aumentai minha fidelidade a meu compromisso convosco. Amém.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

O FEIXE DE VARAS

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
O velho pai de família, já no fim da vida, quis dar uma lição para os filhos. Mandou buscar um feixe de varas, reuniu todos e disse: 
- Vivam sempre unidos, porque a desunião enfraquece. Vejam este feixe de varas! 
Pediu que o filho mais velho quebrasse o feixe. Por mais força que fizesse, só conseguiu vergar o feixe. 
- Vamos então separar as varas, e quebrar uma por uma, disse o pai. 
Entregou uma vara para cada filho. Foi aquela facilidade! Até o filho mais novo conseguiu quebrar. Então o velho arrematou: 
- Estão vendo, meus filhos? Unidos, ninguém conseguirá vencê-los. Se porém vocês se apartarem por motivo de discórdia e egoísmo, qualquer adversidade os vencerá. Por isso eu repito: Vivam unidos entre si e com Deus!
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REFLETINDO A PALAVRA - “Éfata, abre-te!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Curados para curar
            O profeta Isaias era um oceano de esperanças. Não olha para trás. Olha para o futuro a ser construído por Deus. Deus é a esperança. Tenho a impressão de que ele vivia tanto em Deus que via o mundo no coração de Deus e realizado em Jesus. É o sonho do Paraíso Terrestre que é sempre uma esperança. O profeta anuncia um tempo de renovação total do mundo, sobretudo para os abandonados. Jesus, com sua presença, pregação e milagres, realiza esse paraíso no mundo dos sem esperança. Ele está no meio dos pagãos, na região de Tiro e Sidon (atualmente cidades do Líbano). Mostra, assim, que a renovação não se reserva só ao povo de Israel. É aberta a todos. Proclamamos, hoje, a cura do surdo que falava com dificuldades. Jesus tirou-o do meio do povo, colocou-lhe o dedo nos ouvidos, com a saliva tocou a língua dele. A saliva, tida como curativa, tinha um simbolismo forte: entrar em contato vital com a pessoa do outro (daqui nasce o sentido do beijo). Jesus ao fazer esse gesto significa que o faz por sua natureza. “Ele levantou os olhos ao céu e suspirou”. Tira a força do Pai e do Espírito que é o sopro de vida. Deus criou o homem soprando em seu rosto para que seja alma vivente (Gn 2,7). Jesus age no Espírito. Ouvir e falar são dons fundamentais para continuar a missão de Jesus. Ele pede ao miraculado que não conte a ninguém. Por que guardar segredo? Falar de segredo é comum no evangelho de Marcos. Jesus não queria que confundisse sua presença com um messias curandeiro, político ou coisa assim que seja. Assim ensina em silêncio. Chamamos as pessoas para Cristo e não para uma aparência. Jesus curou pela palavra dizendo em aramaico “Efatá!” que significa: “Abre-te”. Quem vai abrir os ouvidos é a força da Palavra de Deus.
Testemunhar é preciso
            “Jesus recomendou com insistência que não contassem a ninguém, mas quanto mais recomendava, mais eles divulgavam” (Mc 7,36). O mal podemos ocultar, mas o bem, jamais conseguiremos. O homem curado anuncia. O testemunho não se funda só numa vontade pessoal, mas nasce de uma união pessoal com Cristo. No rito do Batismo temos essa cerimônia de tocar os ouvidos e a boca da criança e dizer: “Jesus, que fez os surdos ouvir e os mudos falar, te conceda que possas logo ouvir sua Palavra e professar a fé para o louvor e glória de Deus Pai”. Somos batizados também para anunciar. A força vem de Cristo e conduz para Ele. Não podemos anunciar a nós mesmos, nosso movimento, nossa teoria espiritual ou teologia, mas sim, Jesus. Por outro lado, ninguém detém quem conhece o Senhor. A força da pregação esta em ter sido tocado por Ele.
Surdos aos clamores sofridos
            São Tiago apresenta a solução prática para compreender e realizar o mesmo milagre de Jesus. A fé cria um mundo novo. A primeira mudança que irá fazer é não discriminar os pobres. A sociedade composta por classes, deve se tornar fraterna, não fazendo acepção de pessoas. Não podemos ser surdos à multidão sofredora. O povo proclama: “Ele tem feito bem todas as coisas: “Aos surdos faz ouvir e aos mudos, falar” (Mc 7,37). “Ele passou entre nós fazendo o bem, reconhece Pedro na casa de Cornélio” (At 10,38). Quem é curado por Jesus, isto é, tem os olhos e os ouvidos abertos, mostrará este mundo novo, fazendo as obras de Jesus. Deus cuida de seu povo através de nós. Acolher a Palavra é testemunhá-la pela palavra e pela vida coerente. 

EVANGELHO DO DIA 29 DE JULHO

Evangelho segundo S. João 11,19-27.
Naquele tempo, muitos judeus tinham ido visitar Marta e Maria, para lhes apresentar condolências pela morte do irmão. Quando ouviu dizer que Jesus estava a chegar, Marta saiu ao seu encontro, enquanto Maria ficou sentada em casa. Marta disse a Jesus: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, tudo o que pedires a Deus, Deus To concederá». Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará». Marta respondeu: «Eu sei que há-de ressuscitar na ressurreição do último dia». Disse-lhe Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim, não morrerá para sempre. Acreditas nisto?». Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja 
Sermões sobre o Evangelho de João, n.° 49, 15 
«Quem acredita em Mim, [...] viverá»
«Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim não morrerá para sempre.» Que quer isto dizer? «Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido como Lázaro, viverá», porque Deus não é um Deus de mortos, mas um Deus de vivos. Já a propósito de Abraão, de Isaac e de Jacob, os patriarcas há muito mortos, Jesus tinha dado a mesma resposta aos judeus: «'Eu sou o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob'; não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para Ele todos estão vivos» (Lc 20,38). Por isso, acredita e, ainda que estejas morto, viverás! Mas, se não acreditares, ainda que estejas vivo, na verdade estás morto. [...] De onde vem a morte da alma? Vem do facto de a fé já lá não estar. De onde vem a morte do corpo? Vem do facto de a alma já lá não estar. A alma da tua alma é a fé. 
«Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido no seu corpo, terá a vida na sua alma até que o próprio corpo ressuscite para nunca mais morrer. E quem vive na sua carne e acredita em Mim, ainda que tenha de morrer durante algum tempo no seu corpo, não morrerá para a eternidade, devido à vida do Espírito e à imortalidade da ressurreição.» 
É isto que Jesus quer dizer na sua resposta a Marta. [...] «Acreditas nisto?» «Sim, Senhor», respondeu ela, «eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo. E, acreditando nisto, acredito que és a ressurreição, acredito que és a vida, acredito que quem acredita em Ti, ainda que tenha morrido, viverá; acredito que quem está vivo e acredita em Ti não morrerá para sempre.» 

Santa Afonsa da Imaculada Conceição

No dia 12 de outubro de 2008, as Clarissas de Kochi, no Kerala (Índia), esqueceram os sofrimentos que envolveram a sua congregação, sobretudo, em Orissa, onde mais dramáticas foram as consequências da violência dos fundamentalistas hindus. Ao redor do altar comemoraram a canonização da irmã de hábito, Afonsa da Imaculada Conceição, no século Ana Muttathupadathu. Tratou-se de um evento que envolveu toda a Igreja católica da Índia, num momento particularmente difícil, marcado pelo ódio em relação aos cristãos. Numa época em que os cristãos sofrem uma dura perseguição na Índia, e em tantos outros países ao redor do mundo, Ana Muttathupadathu, religiosa da Congregação das Clarissas da Terceira Ordem de São Francisco tornava-se naquele dia a primeira Santa indiana canonizada pela Santa Igreja. Ana nasceu em Kudamaloor, arquidiocese de Changanacherry (Estado de Kerala), Índia, em 19 de agosto de 1910. Seu batismo foi feito no rito católico sirio-malabar. Annakutty (diminutivo de Ana) era a última de cinco filhos de Ouseph e Mariam Muttathupadathu, em uma família católica de origem nobre. Tendo ficado órfã de mãe aos três meses de idade, foi criada por uma tia materna. Foi a avó materna, entretanto, que a fez descobrir a fé e o amor pela oração já em tenra idade: aos 5 anos guiava a oração noturna, costume do rito oriental ao qual a família pertencia. Aos sete anos Annakutty recebeu a Primeira Comunhão e comentava com as amigas: "Sabem por que estou tão feliz hoje? É porque tenho Jesus no coração". Sua adolescência foi marcada por graves e difíceis doenças, e pela insistência da tia à qual tinha sido confiada. Mulher muito autoritária, a tia queria que ela casasse aos 13 anos com um tabelião. Na Índia é muito comum casamentos programados por familiares sem que os noivos participem da decisão. Porém seu coração já estava entregue a Deus, queria tornar-se religiosa. Após ter lido a “História de uma Alma”, Ana se orientava com firmeza a dedicar sua vida por inteiro a Jesus Cristo, a exemplo de Santa Teresinha de Lisieux. Ao concluir que se tornando parcialmente desfigurada nenhum homem se interessaria por ela, Ana chegou a colocar o pé sobre brasas incandescentes queimando-se gravemente. Resultado, sua tia desistiu de casá-la. O encontro com o Pe. James Muricken mudou a sua vida. Ele introduziu-a na espiritualidade franciscana e ajudou-a a ingressar no noviciado das Clarissas Franciscanas de Bharananganam, em maio de 1927. De saúde delicada, perseverou em sua vocação e após muitas dificuldades pode emitir sua profissão perpétua em 2 de agosto de 1936, tomando por nome religioso Afonsa da Imaculada Conceição, uma homenagem a Santo Afonso de Ligório, cuja festa era comemorada naquele dia. Um dos maiores sofrimentos enfrentados por Irmã Afonsa foi o desejo de suas superioras de que ela voltasse para casa, pois sua delicada saúde era considerada um obstáculo para a vida religiosa, mas esse problema foi superado pela intercessão divina. A despeito de suas limitações físicas, Irmã Afonsa deixou escrito: "Para cada pequena falta pedirei perdão ao Senhor e a expiarei com uma penitência; sejam quais forem os meus sofrimentos, não me lamentarei jamais, e quando tiver de enfrentar qualquer humilhação procurarei refúgio no Sagrado Coração de Jesus". Durante um ano ensinou em Vakakkadu, porém a tuberculose que padecia há anos a impediu continuar ensinando. Consciente da situação, manteve-se muito reservada e caridosa com todos, procurando não pesar à comunidade; sofria em silêncio tanto as hostilidades que não faltaram, como as doenças, que os exames feitos não especificavam quais eram. Irmã Afonsa havia escolhido como caminho para sua santificação a pequena via de Santa Teresinha do Menino Jesus. 
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JOSÉ CALASANZ E 31 COMPANHEIROS ESPANHA 1936-1939

Entre 1936 e 1939 a Espanha foi sacudida por uma dramática e sangrenta guerra civil: um conflito carregado de acesos antagonismos ideológicos, transformando-se num embate entre democracia e fascismo, entre republicanos  e rebeldes guiados pelo general Franco. Pagou as contas disso também a Igreja espanhola que sofreu uma violenta perseguição, sobretudo pelas forças anárquicas e milicianas. Foram massacrados milhares de sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, tão somente por serem cristãos. Entre eles, também numerosos membros da Família Salesiana: 39 Sacerdotes, 22 Clérigos, 24 Coadjutores, 2 Filhas de Maria Auxiliadora, 4 Salesianos Cooperadores, 3 Aspirantes Salesianos e 1 Colaborador leigo; 95 ao todo. Levaram-se adiante três causas em separado, depois transformadas em duas: o Grupo de Valência – 32 mártires – tendo como cabeça o Padre José Calasanz, e os dois grupos de Sevilha e Madrid – 63 mártires – tendo como cabeça o Padre Enrique Saiz Aparício. O primeiro grupo foi beatificado em 11 de março de 2001 com os outros mártires da diocese de Valência; o segundo grupo espera o exame da "Positio". Padre José Calasanz (1872-1936) nasceu em Azanuy. Em 1886, em Sarrià, viu Dom Bosco já cansado e sofredor. Fez-se Salesiano em 1890 e sacerdote cinco anos depois. Foi secretário do Padre Rinaldi e, em seguida, superior da Inspetoria do Peru-Bolívia. Retornando à Espanha foi feito Inspetor da Inspetoria Tarraconense (Barcelona — Valência). Homem de coração e grande trabalhador, preocupou-se desde o início com a salvação de seus irmãos. Foi capturado com outros salesianos enquanto presidia os Exercícios Espirituais em Valência. Foi morto durante a viagem por um tiro de fuzil na cabeça. 
LISTA DOS MÁRTIRES 
Sacerdotes : José Batalla Parramón (1873-1936). José Bonet Nadal (1875-1936). Jaime Bonet Nadal (1884-1936). Antonio María Martín Hernández (1885-1936). Sergio Cid Pazo (1886-1936). Juan Martorell Soria (1889-1936). Julio Junyer Padern (1892-1938). Recaredo de los Ríos Fabregat (1893-1936). Francisco Bandrés Sánchez (1896-1936). Julián Rodríguez Sánchez (1896-1936). José Otín Aquilué (1901-1938). José Castell Camps (1901-1936). José Giménez López (1904-1936). Alvaro Sanjuán Canet (1908-1936). José Caselles Moncho (1907-1936). 
Coadjutores : José Rabasa Bentanachs (1862-1936). Angel Ramos Velázquez (1876-1936). Gil Rodicio Rodicio (1888-1936). Jaime Buch Canals (1889-1936). Augusto García Calvo (1905-1936). Eliseo García García (1907-1936). Jaime Ortiz Alzueta (1913-1936). 
Clérigos : Miguel Domingo Cendra (1909-1936). Félix Vivet Trabal (1911-1936). Pedro Mesonero Rodríguez (1912-1936). Felipe Hernández Martínez (1913-1936). Zacarías Abadía Buesa (1913-1936). Javier Bordas Piferrer (1914-1936). 
Colaborador leigo : Alexandro Planas Saurí (1878-1936). 
Filhas de Maria Auxiliadora : Maria Carmen Moreno Benítez (1885-1936), vigária inspetorial, foi diretora e confidente da Beata Irmã Eusébia Palomino, que lhe profetizou o martírio, e Maria Amparo Carbonell Muñoz (1893-1936). Os mártires de Valência e Barcelona foram beatificados no dia 11 de março de 2001.

MARTA DE BETÂNIA Irmã de Lázaro e Maria Madalena, Santa (século I)

As Escrituras contam que, em seus poucos momentos de descanso ou lazer, Jesus procurava a casa de amigos em Betânia, local muito agradável há apenas três quilómetros de Jerusalém. Lá moravam Marta, Lázaro e Maria, três irmãos provavelmente filhos de Simão, o leproso. Há poucas mas importantíssimas citações de Marta nas Sagradas Escrituras. É narrado, por exemplo, o primeiro momento em que Jesus pisou em sua casa. Por isso existe a dúvida de que Simão fosse mesmo o pai deles, pois a casa é citada como se fosse de Marta, a mais velha dos irmãos. Mas ali chegando, Jesus conversava com eles e Maria estava aos pés do Senhor, ouvindo sua pregação. Marta, trabalhadora e responsável, reclamou da posição da irmã, que nada fazia, apenas ouvindo o Mestre. Jesus aproveita, então, para ensinar que os valores espirituais são mais importantes do que os materiais, apoiando Maria em sua ocupação de ouvir e aprender. Fala-se dela também quando da ressurreição de Lázaro. É ela quem mais fala com Jesus nesse acontecimento. Marta disse a Jesus: "Senhor, se tivesses estado aqui, o meu irmão não teria morrido. Mas mesmo agora, eu sei que tudo o que pedires a Deus, Deus dará". Trata-se de mais uma passagem importante da Bíblia, pois do evento tira-se um momento em que Jesus chora: "O pranto de Maria provoca o choro de Jesus". E o milagre de reviver Lázaro, já morto e sepultado, solicitado com tamanha simplicidade por Marta, que exemplifica a plena fé na omnipotência do Senhor. Outra passagem é a ceia de Betânia, com a presença de Lázaro ressuscitado, uma prévia da última ceia, pois ali Marta serve a mesa e Maria lava os pés de Jesus, gesto que ele imitaria em seu último encontro colectivo com os doze apóstolos. Os primeiros a dedicarem uma festa litúrgica a santa Marta foram os frades franciscanos, em 1262, e o dia escolhido foi 29 de julho.