Agostinho nasceu em Biella em 1430 no seio da nobre família Fangi. Entrou muito jovem no convento dominicano, aberto pouco antes, da sua cidade natal. Ordenado sacerdote, dedicou-se zelosamente ao ministério do confessionário e na direcção espiritual daqueles que desde logo começaram a buscá-lo para esse efeito. Desenvolveu, durante toda a sua vida, no segredo do confessionário, o mais precioso ministério, sendo por assim dizer, esta a sua pregação. Director de almas, douto e santo, o seu exemplo era o seu maior aliado, pois que incitava à virtude aqueles que o frequentavam e até mesmo aqueles que de perto ou de longe o conheciam. Visitava assiduamente os doentes, levando-lhes não só a sua palavra iluminada, mas também a sua inquebrantável caridade. Dotado de carismas excepcionais, celebrava quase quotidianamente a santa Missa com efusão de abundantes lágrimas e tinha para com a Virgem Maria uma terna devoção. A sua simplicidade de vida material e espiritual permitiam-lhe lutar vitoriosamente contra os assaltos do demónio, dos quais muitas vezes eram vítimas os seus dirigidos. Beneficiou igualmente do dom de operar milagres e, enquanto foi prior do mosteiro de Soncino chamou à vida uma criança que tinha morrido sem ser baptizada. Agostinho foi prior em diversos mosteiros, onde se preocupou a restituir a regra da observância que, naquele século, refloria nas diversas Províncias da Ordem, graças ao trabalho e cuidados de muitos santos e zelosos religiosos. A fama dos milagres que lhe eram atribuídos depressa se tornou para ele um sofrimento, porque numerosos eram aqueles que o procuravam: esta publicidade não e acabou mesmo por obrigá-lo a retirar-se para o mosteiro de São Domingos de Veneza onde passou dez anos escondido. Homem de profunda vida interior, se bem que de saúde frágil, domesticou a candura da sua bela alma por intermédio de penitências e severas austeridades. A sua mortificação foi premiada com o dom de uma altíssima contemplação. Ninguém conseguia distai-lo do seu recolhimento interior, ninguém, nem mesmo as mais agudas dores. Como Job foi atingido por uma doença que deixou o seu corpo coberto de feridas, aquele corpo já exausto pelas penitências a que era submetido com grande regularidade. Quando o médico praticou no seu corpo, a sangue frio, múltiplas incisões, Agostinho permanecia insensível a tudo, o que maravilhou o médico que não esperava encontrar no seu paciente uma tão grande coragem. Este Santo religioso faleceu em Veneza no dia 22 de Julho de 1493. Depois de ter recebido os Sacramentos da Igreja, ajoelhou-se no seu leito e exclamou: “Deus seja louvado, louvado seja o Altíssimo”. Em 1496 a sua campa foi aberta e constatou-se que o corpo de Agostinho estava intacto, o que veio corroborar a sua fama de santidade. A igreja de São João e São Paulo conservaram as suas relíquias de 1920 a 1973, data em que foram definitivamente transladadas para a paróquia de São Tiago de Biella-Piazzo, onde são veneradas. O Beato Pio IX (João Maria Mastai Ferretti, 1846-1878), confirmou o seu culto a 5 de Setembro de 1872.
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