segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - BIOÉTICA - 2 - PADRE LIBÁRDI

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+)
REDENTORISTA
(Ao lado do Padre Ferrari CSsR(+))
Que dizer da inseminação artificial? 
A pessoa humana é um mistério, carrega em si tantas contradições, consequências e inconsequência. Infeliz porque fez e infeliz porque deixou de fazer. A falta de amor para acolher a vida torna o homem sempre insatisfeito. A exigência faz a infelicidade. Há pessoas que não querem filhos e fazem tudo para evitá-los até mesmo contra princípios éticos e morais. Aqui vale o não querer, a vida é elementar e não vale nada. Há outras que não medem as consequências e fazem filhos irresponsavelmente. Há outras que querem e não podem. E aquelas que não medem limites para conseguirem um filho? Ao lado das pesquisas honestas, a ganância projeta o homem para a procura do progresso além das fronteiras do racional. Hoje nos assusta pensar o que pode nascer de experimentos humanos e da manipulação da genética. Procurar ter um filho por meios especiais, já que naturalmente não há condições, não é um desejo irresponsável e antiético. O que já preocupa é a problemática de embriões guardados em laboratórios. O que fazer com eles? Quem define o momento em que se torna pessoa? Sabemos que há discussões sobre o momento da geração da vida humana, não vamos resolver aqui a questão, mas queremos que tenha consciência do problema quando se opta por usar meios que deixam muitas questões em pé. Respeitamos a decisão madura de um casal, mas queríamos ver os outros ângulos do problema. Um deles é o custo, que é proibitivo aos pobres. Entra aqui o interesse econômico. E resta o grande problema dos embriões que sobram. Podemos achar mais que justo o desejo de gerar um filho, contudo não achamos que seja uma violência aconselhar esses casais a olharem para tantas crianças abandonadas buscando um lar onde possam ter uma vida digna, cheia de carinho e afeto. Temos que pensar que algo não se torna bom e moralmente aceitável apenas porque se tem condições para esse querer. Há um caminho mais curto, assumir um filho que não se gerou, mas que pede carinho, amor e espaço para viver ao nosso lado. Esse é um amor não egoísta também. Devemos pensar que ninguém é pai ou mãe apenas por ter gerado um filho. Quantos assumem filhos de um casamento anterior e acham muito normal. O que importa é a capacidade de elaborar novos laços afetivos; o que a natureza faz nascer em nove meses, o sofrimento, o amor, a dedicação podem gerar ao longo dos dias de convivência. Os filhos devem ser frutos de nosso amor e de nossa responsabilidade e não apenas semente cultivada por nove meses. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.

REFLETINDO A PALAVRA - “Sacramentos, marcas da vida”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
54 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
Cristo passa por nós
 
Os sacramentos são um encontro pessoal com Cristo como salvador. Cristo vem a nós em cada sacramento e dá-nos sua redenção como um todo, pois Ele é a redenção. Em cada encontro sacramental com Cristo recebemos a redenção de acordo com o sinal sacramental. Cada um se realiza de modo diferente. Cada sacramento, dizemos, tem uma graça particular, isto é, recebemos a redenção de modo diferente, de acordo com a explicação dada pelo símbolo sacramental. No batismo, o símbolo da água. Ela indica e as palavras pronunciadas explicam. De modo diferente o pão e o vinho na eucaristia e o óleo na crisma. Podemos dizer que é o mesmo dom visto por outro ângulo. É aí que se dá o caminho da espiritualidade. Vivemos o sacramento pela vida afora a partir da marca deixada em nós, isto é, o modo de viver esse sacramento que não é um fato do passado, mas uma fonte de salvação pela vida afora, sempre. Não é só um rito celebrado, é um encontro com Cristo que deixa marcas, uma fonte de vida, tanto que o sacramento do batismo, da crisma e do sacerdócio têm o que chamamos de caráter, sigilo definitivo que permanece para sempre e só se recebe uma vez. Viver a espiritualidade sacramental é deixar-se modelar espiritualmente por esse dom e nele crescer na santidade. O batismo ou o casamento, por exemplo, não são um rito do passado, são como a respiração. 
Participantes da natureza divina 
São Pedro escreve em sua segunda carta que nos “tornamos participantes da natureza divina” (2 Pd 1,4). A divinização é realizada pelos sacramentos. Vivemos a vida de Deus. É importante ver a distinção entre sacramento e atos de piedade que são bons, mas não nos transmitem a vida divina, contudo, estimulam seu crescimento em nós e nossa adesão a ela. Se cada sacramento nos põe em contato com Cristo-Homem-Deus, vivendo o sacramento, vivemos a vida de Deus por Sua permanência em nós e por nossa união com Ele. A repetição dos sacramentos, como na eucaristia e na penitência, leva-nos a manter sempre mais vivo o encontro com Ele. Não se trata de acúmulo de bens espirituais, pois eles não são coisas ou riquezas, mas profundidade sempre maior em nosso encontro com Cristo até que Cristo seja tudo em nós. Não posso receber um sacramento só por devoção. 
Estatura do homem perfeito 
Paulo nos estimula a chegarmos à estatura do homem perfeito (Cl 1,28). Em Cristo o homem se torna sempre mais homem e a mulher mais mulher. O encontro com Cristo nos sacramentos descobre-nos sempre mais nossa condição humana. Cristo é homem, é a humanidade. O fato de aí identificarmos o masculino, não diferencia entre homem e mulher porque Cristo, em sua encarnação, assumiu em si toda a humanidade. A diferenciação não conduz à desigualdade mas à complementaridade. Para uma correta transformação da humanidade, os sacramentos contribuem para que cada um, marcado pela graça divina, realize plenamente seu ser humano marcado pela divindade, como ocorreu em Cristo. Eles nos fazem ser mais nós mesmos no corpo, alma e nas capacidades espirituais. Contemplando os sacramentos a partir da espiritualidade percebemos a urgência e a necessidade de recebê-los bem e de tê-los presentes em nossa vida, como fontes permanentes de espiritualidade.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM NOVEMBRO DE 2005

EVANGELHO DO DIA 28 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo São Marcos 10,17-27.
Naquele tempo, ia Jesus pôr-Se a caminho, quando um homem se aproximou correndo, ajoelhou diante dele e Lhe perguntou: «Bom Mestre, que hei de fazer para alcançar a vida eterna?». Jesus respondeu: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus. Tu sabes os mandamentos: "Não mates; não cometas adultério; não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe"». O homem disse a Jesus: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a juventude». Jesus olhou para ele com simpatia e respondeu: «Falta-te uma coisa: vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me». Ao ouvir estas palavras, o homem ficou abatido e retirou-se pesaroso, porque era muito rico. Então Jesus, olhando à sua volta, disse aos discípulos: «Como será difícil para os que têm riquezas entrar no Reino de Deus!». Os discípulos ficaram admirados com estas palavras. Mas Jesus afirmou-lhes de novo: «Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus». Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode então salvar-se?». Fitando neles os olhos, Jesus respondeu: «Aos homens é impossível, mas não a Deus, porque a Deus tudo é possível». 
Tradução litúrgica da Bíblia
Narrativa de três companheiros de 
São Francisco de Assis(1244)§7-8 
O inicio da conversão de São Francisco 
Certa tarde, após o seu regresso a Assis, os companheiros do jovem Francisco elegeram-no como chefe do seu grupo. E ele, como já fizera muitas outras vezes, preparou um sumptuoso banquete. Terminado o banquete, saíram para a rua e foram percorrendo a cidade a cantar. Os companheiros iam à frente e Francisco, de bastão de chefe na mão, fechava o cortejo, seguindo um pouco atrás, sem cantar e mergulhado nos seus pensamentos. E eis que, subitamente, o Senhor o visitou e lhe encheu o coração de tal doçura que ele deixou de poder falar e se mover. Quando os companheiros se voltaram e viram que ele tinha ficado para trás, regressaram para junto ele, espantados, e acharam-no como que mudado. «Em que estavas a pensar para te esqueceres de nos seguir?», perguntaram-lhe. «Estarás por acaso a pensar casar-te?». «Tendes razão!», respondeu ele. «Planeio tomar esposa, e é a mais nobre, rica e bela que jamais vistes». Troçaram dele. A partir de então, começou a esforçar-se por colocar no centro da sua alma a Jesus Cristo e a pérola que desejava comprar depois de ter vendido tudo (cf Mt 13,46). Escondendo-se de quem dele troçava, ia muitas vezes – quase todos os dias – orar em silêncio. Estava, por assim dizer, possuído pelo antegosto da doçura que tantas vezes o visitava, arrastando-o da praça e de outros lugares públicos para a oração. Há algum tempo que se tornara benfeitor dos pobres, mas prometeu a si mesmo, com mais firmeza que nunca, jamais recusar esmola a um pedinte, mas dar-lha com mais generosidade e abundância. E assim, sempre que encontrava um pobre na rua, se podia, dava-lhe esmola. Se não tinha dinheiro, dava-lhe o barrete ou o cinto, para não o deixar ir embora de mãos vazias. E, se nem isso tinha, retirava-se para um local discreto, despia a camisa e mandava-a em segredo ao pobre, pedindo-lhe que a aceitasse por Deus.

28 de fevereiro - Beato Timóteo (Stanislaw Antoni)

Precisamente hoje estamos a celebrar a vitória daqueles que, no nosso tempo, deram a vida por Cristo, deram a vida temporal para a possuir pelos séculos na sua glória. Trata-se de uma vitória particular, porque é compartilhada pelos representantes do clero e dos leigos, jovens e idosos, pessoas de várias classes e posições. Há sacerdotes diocesanos e religiosos, que morreram porque não quiseram abandonar o seu ministério, e aqueles que morreram servindo os companheiros de prisão, doentes de tifo; há pessoas que foram torturadas até à morte pela defesa dos judeus. No grupo dos Beatos existem irmãos religiosos e irmãs, que perseveraram no serviço da caridade e na oferta dos seus tormentos pelo próximo. Entre estes Beatos mártires contam-se também leigos.

28 de fevereiro - Santas Marana e Cira

A Igreja hoje recorda a memória das santas Marana e Cira, virgens, que em Beréia, na Síria, viveram em um lugar estreito e fechado sem teto, e recebiam a comida necessária através de uma janela, mantendo sempre um absoluto silêncio. Tudo o que sabemos sobre as santas vem da "História Religiosa" de Theodoreto de Ciro, que as conheceu pessoalmente. Neste trabalho, o bispo e historiador eclesiástico nos traz exemplos do que era um vasto movimento ascético monástico na Síria, do qual nossas duas santas faziam parte. Segundo o autor, embora fossem ricas e tivessem recebido educação de acordo com sua condição, ou seja, embora estivessem preparadas para viver no mundo, as duas decidiram deixar tudo para se juntar à vida penitencial que alguns homens e mulheres da região tinham. Elas então construíram uma cela estreita, com apenas uma janela para receber a comida, e sem telhado, de modo que elas foram expostas às inclemências do sol e da chuva. Theodoreto elogia a bravura dessas mulheres no combate espiritual, notando que sua força supera a dos homens, que normalmente são considerados mais fortes.

Papa Santo Hilário (461-468 D.C.)

Hilário tomou parte da delegação pontifícia no Concílio de Éfeso, onde defendeu a supremacia da Sé de Roma. Como Papa, preocupou-se, sobretudo, com as rivalidades das Igrejas Orientais. Deve-se a ele a decoração da Basílica de Latrão. Foi sepultado no cemitério romano de Verano.
[Também escrito HILARIUS] 
Eleito 461; a data de sua morte é dada como 28 de fevereiro de 468. Após a morte de Leão I, um arcediácono chamado Hilário, natural da Sardenha, de acordo com o “Liber Pontificalis”, foi escolhido para sucedê-lo, e com toda probabilidade recebeu consagração em 19 de novembro de 461. Junto com Júlio, Bispo de Puteoli, Hilário atuou como legado de Leão I no “Sínodo Ladrão” de Éfeso em 449.

São Basílio, o Confessor, monge, 28 de Fevereiro

São Basílio, o Confessor foi um monge e sofreu no reinado do imperador iconoclasta Leão Isauriano (717-741). Quando se iniciou uma perseguição contra aqueles que veneravam os ícones sagrados, São Basílio e seu companheiro São Procópio de Decápolis (27 de fevereiro) foram sujeitos a muitas torturas e colocados na prisão . Lá, os dois mártires ficaram por um longo tempo, até a morte do ímpio imperador . Quando os santos confessores Basílio e Procópio foram libertados juntamente com outros que veneravam os ícones sagrados, eles continuaram sua luta monástica, instruindo muitos na fé ortodoxa e da vida virtuosa. São Basílio morreu pacificamente no ano de 750.

Santos Romão e Lupicino - Irmãos peregrinos

Apaixonados pelos Padres do deserto, fundaram mosteiro baseado nas regras de São Pacômio, São Basílio e Cassiano Nascido no ano 390, o monge Romano era discípulo de um dos primeiros mosteiros do Ocidente, o de Ainay, próximo a Lion, na França. No século IV, quando nascia a vida monástica no Ocidente, com o intuito de propiciar elementos para a perfeição espiritual assim como para a evolução do progresso, ele se tornou um dos primeiro monges franceses. Romano achava as regras do mosteiro muito brandas. Então, com apenas uma Bíblia, o que para ele era o indispensável para viver, sumiu por entre os montes desertos dos arredores da cidade. Ele só foi localizado por seu irmão Lupicino, depois de alguns anos. Romano tinha se tornado um monge completamente solitário e vivia naquelas montanhas que fazem a fronteira da França com a Suíça.

TORCATO DE GUIMARÃES Bispo, Santo entre os séculos VII e VIII

Torcato nasceu no seio de uma família romana do nome de “Turquatus romanus”, que nesse longínquo tempo vivia em Guimarães, que alguns séculos mais tarde viria a ser a cidade berço do reino lusitano. Diz-se que desde a sua juventude deu mostras de grandes virtudes que o levaram a exercer funções de responsabilidade. Uma delas, que viria a ser determinante na sua vida, foi aquela de Arcipreste da Sé de Toledo, já então famosa. O seu comportamento neste cargo foi motivo de admiração e de respeito da parte dos grandes príncipes da Igreja de então que o nomearam Bispo de Iria Flávia, ou Padrão, diocese situada na actual Galiza. Para conseguir exercer o papel de bispo, rezou à Virgem Maria — da qual era muito devoto — e pediu-lhe que o ajudasse a ser um bom bispo e amigo dos pobres.

ROMÃO DE CONDAT Ermita, Abade, Santo século V

São Romão, que viveu no século V e foi o primeiro eremita que existiu na França. Natural de Borgonha, entrou bem cedo no célebre e mais antigo mosteiro da França, Ainay. Tendo aprendido os princípios da vida religiosa, retirou-se para a solidão, num lugar chamado Condat, entre a Suíça e Borgonha, onde mais tarde se lhe associou o irmão, Lupicino. Algum tempo viveram juntos, entregues às práticas religiosas, quando começaram a experimentar impertinentes perseguições do demónio, que procurou assustá-los de mil modos. Bastante incomodados com as artimanhas do inimigo, retiraram-se daquele lugar, em demanda de um outro. Surpreendidos pela noite, hospedaram-se na choupana de uma pobre mulher. Esta, sabendo do motivo da fuga, disse-lhes: “Fizestes mal em ter abandonado a vossa casa. Se tivésseis lutado com mais coragem e pedido sossego a Deus, teríeis vencido as insídias do demónio”.

ANTÓNIA DE FLORENÇA Viúva, Religiosa, Beata 1401-1472

Nasceu em Florença, na Itália, em 1401. Quando tinha quinze anos, casou-se e logo em seguida teve um filho. Poucos anos depois seu marido faleceu. Para garantir um futuro ao filho, casou-se novamente, mas também este segundo marido veio a falecer alguns anos depois. Como seu filho já era grande e poderia sobreviver por sua própria conta, decidiu ingressar na Ordem das Irmãs Terciárias Regulares. Mais tarde ingressou no Convento de Santo Onofre, em Florença. Por ser bastante dedicada aos afazeres diários dentro do convento e o apoio espiritual que, generosamente, dedicava a suas irmãs de fé ganhou a admiração e respeito de todas e até mesmo as suas superioras.

DANIEL BROTTIER Sacerdote espiritano, Fundador, Beato 1876-1936

Daniel Brottier nasceu em 7 de Setembro de 1876 em La Ferré-Saint-Cyr, uma bonita aldeia não muito longe da cidade de Chambord no departamento de Loire-et-Cher. A casa onde ele nasceu ainda está de pé. Ficava perto do castelo onde seu pai era cocheiro para a Marquês de Durfort. Daniel sempre quis ser um padre, e comecei a aprender latim antes mesmo que ele frequentou a escola. Daniel fez sua primeira comunhão em 1886 na idade de dez anos, e entrou no seminário menor de Blois no ano seguinte. Seus companheiros de escola recordou-o como um alegre, extrovertido, menino, mesmo maldoso (espiègle), mas de bom coração.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 28 DE FEVEREIRO

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
28 – Segunda-feira – Santos: Justo, Romão, Serapião
Evangelho (Mc 10,17-27)“Jesus saiu a caminhar, e veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele, e perguntou: ─ Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?”
Não foi por acaso que Jesus saiu a caminhar aquele dia. Sabia que alguém viria procurá-lo, viria ansioso e correndo. Tinha uma pergunta urgente: – Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna? Não podemos duvidar de seu interesse e de sua sinceridade. Jesus não lhe disse apenas o que devia fazer para se salvar, mas o que podia fazer para corresponder ainda mais ao que Deus queria dele.
Oração
Senhor Jesus, houve um momento em que vos fiz a mesma pergunta. Ouvi a resposta que tínheis para mim, e procurei seguir vosso convite. Estou procurando viver bem a vida que indicastes para mim. Vejo que poderia ser mais generoso, mas agradeço o que me ajudais a fazer. Quero colocar-vos em primeiro lugar emminha vida. Ajudai-me a continuar, sem nunca vos abandonar. Amém.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - BIOÉTICA-1 - PADRE LIBÁRDI

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+)
REDENTORISTA
Que é Bioética? 
Fala se muito sobre a qualidade de vida como objeto do consumismo desenfreado. Quando falamos de qualidade de vida, queremos dizer do sustentar a vida com tudo o que a torna digna, como afetos nas relações humanas, saúde, formação em todas as dimensões dos seres humanos. Com a definição mal desenhada, pois a Bioética é uma ciência ainda nova e sem unanimidade de consenso, ela tenta enfrentar os desafios que questionam áreas fundamentais. É a ciência que deve ajudar o ser humano no seu processo de humanização. Mais que responder questões e orientar o processo que vai do nascer ao morrer, a Bioética quer mostrar a todos a beleza da vida, o dom que é viver. Vai exigir de nós cuidado com a vida e nos descobre o jeito de ser feliz por inteiro, supõe o respeito ao todo e exclui o egoísmo que concentra o cuidado apenas em si mesmo. Ela, se ocupando do percurso que se faz do nascer ao morrer, orienta questões básicas como engenharia genética, o respeito ao ser humano nos primeiros dias de vida, o uso de célula-tronco para a formação de novos tecidos para a reposição de órgãos, transplantes, qualidade de vida, prolongamento da vida via meios extraordinários. Ela abrange toda a preocupação com a vida não só dos seres humanos, mas de todos os seres numa visão global da criação. Uma pergunta surge nesse meio: Podemos falar de Bioética sem levar em consideração a Ética Cristã ? É dispensando a ética cristã que somos colocados diante de realidades cruéis como o aborto, a manipulação genética, a venda de órgãos, os tratamentos caros que prolongam a vida sem respeito ao direito de morrer com dignidade e o direito de ter pelo menos o mínimo para se poder dizer que se vive com dignidade. O que mais impressiona é perceber como a vida dos outros vale tão pouco face à ganância pelo dinheiro, pelo poder e pelo prazer. A comunidade humana, levada pelo desenvolvimento da ciência e da tecnologia, coloca a vida como se Deus não existisse, não com a conquista da felicidade, mas com a proliferação de muitos infernos aqui na terra. Assim somos vítimas dos fenômenos infernais como os extermínios da guerra, como os experimentos humanos (uma bomba com efeito retardado e desconhecido), como a ganância geradora da exploração desenfreada das riquezas da terra. Aquilo que é uma bênção transforma-se em desgraça. Gostaríamos de ver a Bioética em caminhos diferentes, mesmo estando em mãos humanas e apesar de estar em mãos humanas.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.

Homilia do 8º Domingo Comum (27.02.22)

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
54 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
“O justo produz frutos” 
 O homem é justo 
A Palavra de Deus, nesse domingo, faz a descrição do homem justo. Vimos no 7º Domingo Comum como servir a Deus com intensidade, fazendo como Ele faz. Foi assim que viveu Jesus. Temos nos textos de hoje, muitas imagens que descrevem essa realidade. Jesus inicia mostrando que o homem precisa ter o conhecimento, simbolizado na capacidade de enxergar bem para poder orientar os outros: “Um cego não pode ser guia de outro cego. Os dois podem ir para o buraco” (Lc 6,39). A pessoa necessita conhecer bem o caminho de Jesus para poder conduzir os outros. Semelhante é a parábola da árvore que produz fruto bom. O interior bom e saudável produzirá frutos bons. Bela é a comparação: “O homem bom tira coisas boas do tesouro de seu coração” (Lc 6,45). Não há outro caminho que viver bem e com intensidade, a Palavra de Deus. Ela é luz, é alimento, é descanso. É necessária decisão de viver o Reino de Deus. Isto nos torna bons para a transmissão da verdade do Evangelho. Não se trata de algo só intelectual, longe do alcance do povo, mas da escola da vida. As coisas boas estão no coração. O interior, onde estão os tesouros conquistados na luta do dia a dia, é uma fonte de vida para os outros. Aqui se reclama a formação a ser dada para todos os fiéis. Sobretudo, os que têm influência na comunidade. É necessária riqueza interior! A formação da comunidade e das lideranças deve ser prioridade em todos os ambientes. 
Justo que cresce 
A Palavra ensina, com imagens de seu dia a dia. Assim as pessoas podem compreender. Assim compara com o crescimento: “O justo crescerá como a palmeira, florirá igual ao cedro que há no Líbano; na casa do Senhor estão plantados, nos átrios de meu Deus florescerão. “O fruto revela como foi cultivada a árvore. Assim a palavra mostra o coração do homem” (Eclo 27,7). Formado pela Palavra sempre dará frutos. É como uma árvore, que mesmo antiga, cheia de brocas e pragas. Diz o salmo: “Mesmo no tempo da velhice darão frutos, cheios de seiva e de folhas verdejantes” (Sl 91). O autor sagrado usa mais um símbolo diferente sobre a vida do justo: “Quando a gente sacode a peneira, ficam nela só os refugos” (Eclo 27,5). Convivemos com uma constante renovação de nossa vida e de nossa fé. O salmo primeiro fala do vento que leva as palhas secas. O justo cresce na medida em que é capaz de se desfazer do inútil, do vazio e do desprezível. É o processo permanente de conversão que cobra os desbastes, as podas necessárias, mesmo aquelas que nos parecem exagero quando tiramos folhas e galhos bonitos para dar mais vigor à planta. A conversão se dirige sempre aquilo que é obstáculo ao crescimento do Reino em nós. Assim podemos compreender as palavras de Jesus sobre” o bom tesouro do coração” 
Tesouro do coração 
“O homem bom tira coisas boas do bom tesouro de seu coração”. Paulo nos anima com a força da Ressurreição que vence o ser corrupto, aquele que vive da morte. Um dia seremos revestidos da imortalidade. Assim será o fim da morte: “Ó morte, onde está tua vitória? Onde está teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado” (1Cor 15,56). Vencendo tudo o que é de mal poderemos participar dessa vitória. Essa vitória sobre o mal se conquista com a a vitalidade do homem bom. Não são esplêndidas vitórias. É a grande vitória do dia a dia, fortificando-se na seiva da árvore e fortalecendo pela permanente capacidade de produzir bons frutos que enriquece o coração. 
Leituras:Eclesiástico27,5-8;Salmo 91;
 1 Coríntios 15,54-58; Lucas 6,39-45. 
1. O interior, onde estão os tesouros conquistados na luta do dia a dia, é uma fonte de vida. 
2. A conversão sempre atinge aquilo que é obstáculo ao crescimento do Reino em nós. 
3. Vencendo tudo o que é de mal poderemos participar dessa vitória sobre a morte. 
Banco do coração 
O banco do coração, a riqueza acumulada por tantas experiências e definições de vida. É um banco que pode ser assaltado sem tocar o alarme e juntar polícia. É um banco aberto e disponível para todos. Que maravilha é o coração humano que nos oferece tanta coisa boa. Imaginemos se não tivéssemos esse coração. De que viveríamos. Esse coração é tão importante que se compara ao de carne, sem o qual não existiríamos. Como assaltar esse banco? Basta saber que o nosso sempre aceita novos depósitos, novos lucros e novas iniciativas. Assim podemos ir buscando nos outros aquilo que nos enriquece.

EVANGELHO DO DIA 27 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo São Lucas 6,39-45. 
Naquele tempo, disse Jesus aos discípulos a seguinte parábola: «Poderá um cego guiar outro cego? Não cairão os dois nalguma cova? O discípulo não é superior ao mestre, mas todo o discípulo perfeito deverá ser como o seu mestre. Porque vês o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua? Como podes dizer a teu irmão: "Irmão, deixa-me tirar o argueiro que tens na vista", se tu não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão. Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu fruto: não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas das sarças. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, da sua maldade tira o mal; pois a boca fala do que transborda do coração. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santa Catarina de Sena(1347-1380)
Terceira dominicana, doutora da Igreja, 
co-padroeira da Europa 
Carta à rainha de Nápoles,n.º 316 
«Poderá um cego guiar outro cego?» 
Aquele que estiver fundado no conhecimento da Verdade, que é Cristo, doce Jesus, receberá e experimentará a paz e o repouso da alma no amor da caridade. A alma recebe esta caridade por este conhecimento. Há dois meios essenciais de conhecer esta Verdade. Em primeiro lugar, reconhecer que tudo aquilo que tem existência deve ser amado em Deus e para Deus, que é a própria Verdade e sem o qual nada existe. Quem se separasse da verdade caminharia pela via da mentira, seguindo o demónio, que é o pai da mentira. Digo que há sobretudo dois meios de conhecer a Verdade. O primeiro é conhecer a verdade de Deus, que nos ama com um amor inefável. Ele amou-nos antes de sermos e criou-nos por amor, para termos a verdade eterna e experimentarmos para sempre a felicidade perfeita. Essa foi e continua a ser a Verdade. Como sabemos que é assim? Pelo sangue derramado por nós com amor ardente. Finalmente, devemos conhecer e ver a verdade no nosso próximo, grande ou pequeno, servo ou senhor. Quando o vemos fazer uma coisa e convidar-nos a fazer o mesmo, temos de examinar se essa coisa está, ou não, fundada na verdade, e que motivo o faz empreendê-la. Quem não o faz, age como um insensato, como um cego que segue outro cego, guiado pela mentira, mostrando que não tem a verdade em si e que não a procura. Há pessoas tão insensatas que estão dispostas a perder a vida da alma e do corpo, bem como os seus bens temporais, por isto ou aquilo, e não se importam, porque são cegos, não conhecem o que deviam conhecer e andam nas trevas.

27 de fevereiro - Beato Mark Barkworth

Mark Barkworth nasceu em 1572 em Searby, Lincolnshire. Ele estudou por um período em Oxford, embora não haja notícias de sua permanência lá. Ele foi recebido na Igreja Católica em Douai em 1593 por um jesuíta flamengo, o padre George, e entrou no colégio local, onde os candidatos para o sacerdócio inglês estavam estudando para retornar como missionários para sua terra natal. Por causa de uma epidemia de peste, foi enviado para Roma em 1596 e de lá para o Real Colégio de Sant'Albano em Valladolid, na Espanha, onde entrou em 28 de dezembro de 1596. Dizem que, enquanto viajava, teve uma visão de São Bento de Nurcia, que profetizou que morreria mártir com o hábito beneditino. Ordenado sacerdote no Colégio antes de julho de 1599, ele voltou como missionário na Inglaterra, juntamente com o padre Thomas Garnet.

27 de fevereiro - Santa Ana Line

Desde a instauração do anglicanismo pelo rei Henrique VIII, em 1531, os países da Comunidade Britânica viviam dias difíceis. Os católicos eram perseguidos, os sacerdotes ou eram expatriados ou condenados à morte. Muitos retornavam clandestinamente a Inglaterra para dar assistência religiosa aos leigos e corriam o risco de serem presos e condenados. Vários mosteiros e igrejas foram queimados. Foram anos de intensa perseguição e muitos foram os mártires da Fé católica, leigos e eclesiásticos. Tal situação perdurou ainda pelo século XVII. Ana viveu nesta época. Ela nasceu no ano de 1567 em Dunmow, no Condado de Essex, segunda filha de William Heigham de Dunmow, e de Ana Alien. Ana havia se convertido ao catolicismo junto com seu irmão William. Depois de tentar sem sucesso fazê-la apostatar, o pai, um abastado e rigoroso calvinista, deserdou-a e ao irmão, e expulsou-os de casa. Pouco tempo depois, provavelmente em 1586, Ana desposou Roger Line, ele também um jovem católico convertido, deserdado pelo mesmo motivo.

Santa Olga de Kiev e a Introdução do Cristianismo no Principado de Kiev

      O processo de cristianização dos diversos povos precisou de muito tempo para se concretizar. Assim foi com o Principado de Kiev, que nascera no século VII e era o centro de um império que ia do Mar Negro ao Báltico, chegando até o Rio Volga. Somente no século XVII, por meio do Tratado de Pereiaslav, a Ucrânia, nome atual do antigo principado, ficaria sob a influência do império russo.     A fé cristã começou a penetrar na região graças aos missionários que vinham não só de Bizâncio, mas também dos territórios vizinhos dos eslavos do Ocidente - os quais celebravam a liturgia em língua eslava, segundo o rito instaurado pelos Santos Cirilo e Metódio - e das terras do Ocidente latino.

São Procópio de Decápolis, o confessor , monge , 27 de Fevereiro

São Procópio viveu no século VIII, na época do imperador Leão III (717-741). Notabilizou-se pela sua nobreza e coragem na defesa da fé cristã. Procópio não se isolou na solidão de sua cela, ao contrário, foi à combate naqueles tempos críticos de perseguição aos cristãos, tornando-se, com muito valor, um guia da fé ortodoxa, sempre animado pela Palavra de Deus que diz: «Então prosperarás, se tiveres cuidado de cumprir os estatutos e os juízos, que o SENHOR mandou a Moisés acerca de Israel; esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem tenhas pavor» (1Cr 22:13). Estas palavras o motivavam a avançar sempre, com muita coragem e determinação. Procópio destacou-se, em particular, por sua posição contra os hereges monofisitas e também apoiou a veneração aos ícones. O imperador Leão era um selvagem iconoclasta que perseguiu e torturou muitos que defendiam a posição de São Procópio, o mesmo acontecendo ao santo. Procopio, com a ajuda de Deus e ainda com mais coragem e determinação, seguiu proclamando a verdadeira fé ortodoxa até o final de seus dias.

SÃO NICÉFORO

Nicéforo era um cidadão de Antioquia, atual Síria, nascido no ano 260. Discípulo e irmão de fé do sacerdote Sabrício, tornaram-se amigos muito unidos e viveram nos tempos dos imperadores Eutiquiano e Caio. Não se sabe exatamente o porquê, mas Nicéforo cometeu algum mal com relação a Sabrício que nunca mais o desculpou. Pediu perdão muitas vezes, diga-se inclusive que ainda existem os registros desses seus pedidos. Mas, Sabrício nunca o concedeu, contrariando a própria religião cristã, da qual era sacerdote. Ele levou até o fim esta falta de solidariedade, apesar de Nicéforo ter chegado a se ajoelhar para implorar sua absolvição. Um dia, Sabrício foi denunciado e processado por ser católico e compareceu ao tribunal.

LEANDRO DE SEVILHA Bispo, Santo + 600

Nasceu em Cartagena este grande Bispo da Espanha, defensor impretérito dos interesses da Igreja. Como ele, foram canonizados seus irmãos Fulgêncio e Isidoro e sua irmã Florentina. Já na mocidade gozava Leandro S. Leandro de Sevilha, Bispofama de grande sábio. Este renome ainda cresceu com a entrada para a Ordem de S. Bento, em Hispalis. Cumpridor consciencioso de todos os deveres, em pouco tempo Leandro se tornou modelo de religioso perfeito. Morto o Bispo de Sevilha, foi ele eleito sucessor do mesmo. Reinava naquele tempo Leovegildo, fautor e protector da seita ariana, e inimigo dos católicos. Foi sempre a maior diligência de S. Leandro confirmar na fé os católicos e chamar os hereges ao aprisco do Bom Pastor. Grande consolação trouxe-lhe a conversão do príncipe real mais velho, Hermenegildo, que mais tarde, em testemunho da fé, sofreu o martírio.

Beato João de Vandières(Gorze)

Jean de Gorze , às vezes chamado de Jean de Vandières , nasceu por volta de 900 em Vandières , era abade de Gorze e participou de uma embaixada ao califa de Córdoba . Ele morreu em7 de março de 974. Abençoado com a Igreja Católica Romana , sua festa é 20 de fevereiro ou 27 de fevereiro e , localmente , 13 de maio e 26 de fevereiro . 
Biografia 
Nascido em uma família rica e piedosa, Jean recebeu uma educação cuidadosa em Metz, então no mosteiro beneditino de Saint-Mihiel. Quando seu pai morreu, ele voltou a administrar a propriedade da família, então o conde Ricuin deu-lhe a igreja Saint-Pierre de Vandières como um benefício ; da mesma forma, um nobre chamado Warnier ofereceu-lhe a igreja de Saint Laurent em Fontenoy-sur-Moselle . Jean de Vandières aspira a uma vida de ascetismo e busca seu caminho. Ele foi para a Itália e visitou os mosteiros.

GREGÓRIO DE NAREK Religioso, Santo ca. 951-1003

São Gregório de Narek nasceu provavelmente em 951, no seio de uma família toda ela entregue ao serviço da Igreja da Arménia. Seu pai, o Bispo Khosrow escreveu diversos livros sobre teologia. Seu tio materno dirigiu durante anos o Mosteiro de Narek, situado a sul do lago de Van. Ali também Gregório irá passar a maior parte da sua vida, onde também ensinou e onde morreu, por volta de 1003. Foi teólogo, poeta e filósofo. Pelo fim da sua vida, este grande místico escreveu em língua arménia clássica um poema intitulado Livro das Lamentações, obra-prima da poesia arménia medieval. Para o fazer, o mestre tinha ido buscar a língua litúrgica e deu-lhe uma nova forma, remodelada e simplificada. Redigiu também odes a Maria, cânticos e panegíricos. A sua influência marcou os mais importantes poetas da literatura arménia e a sua obra é considerada um dos cumes da literatura universal.

GABRIEL DE N. S. DAS DORES Seminarista passionista, Santo 1838-1862

Gabriel de Nossa Senhora das Dores, a quem Leão XIII chamava o São Luís Gonzaga de nossos dias, nasceu em Assis a 1 de Março de 1838, filho de Sante Possenti di Terni e Inês Frisciotti. No mesmo dia que viu a luz do mundo, recebeu a graça do baptismo, na mesma pia, em que foi baptizado o grande patriarca S. Francisco, na Igreja de S. Rufino. O pai do Santo, já com vinte e dois anos era governador da cidade de Urbânia, cargo que sucessivamente veio a ocupar em S. Ginésio, Corinaldo, Cingoli e Assis. Como um dos magistrados dos Estados Pontifícios, gozava de grande estima do Papa Pio IX e Leão XIII honrava-o com sua sincera amizade. A mãe era de nobre família de Civitanova d’Ancona. Estes dois cônjuges apresentavam modelos de esposos cristãos, vivendo no santo temor de Deus, unidos no vínculo de respeito e amor fidelíssimo, que só a morte era capaz de solver.

FRANCISCA ANA DA VIRGEM DAS DORES Religiosa, Fundadora, Beata (1781-1855)

Francisca Ana, chamada habitualmente Francinaina, nasceu em Sencelles, Mallorca, Baleares, em 1º de Junho de 1781, sendo baptizada no mesmo dia; pertencia a uma família de camponeses. Desde pequena se sentia chamada a se consagrar a Deus na vida religiosa. Mas inúmeras e variadas dificuldades a impediram de fazê-lo, com muito pesar de sua parte. Cresceu como qualquer menina do povoado de então; como ajudava os pais e os três irmãos mais velhos nos trabalhos do campo e da casa, Francinaina não fez os estudos elementares. Analfabeta, aprendia o catecismo de memória; também aprendeu a costurar. Desde pequena se dedicava às devoções do Rosário, da Via Sacra, bem como à frequência na Comunhão.

MARIA DE JESUS DELUIL MARTINY Religiosa, Fundadora, Beata 1841-1884

Filha de um brilhante advogado e excelente católico, sua mãe era uma digna sobrinha bisneta da Venerável Ana Madalena Remuzat, a visitandina que durante a peste de 1720 havia conseguido que Marselha se consagrasse ao Coração de Jesus. Assim, a devoção ao Sagrado Coração era considerada "património familiar". Maria nasceu em Marselha a 28 de maio de 1841. Foi educada pelos pais e pelas religiosas da Visitação. Um dia as Irmãs contam suas travessuras ao Mons. de Mazenod, fundador dos Oblatos de Maria Imaculada (canonizado em 1995), que lhes responde: "Não se inquietem, são coisas de menina; verão que um dia será a Santa Maria de Marselha".

MARIA CARIDADE BRADER Religiosa, Fundadora, Beata 1860-1943

Maria Caridade Brader é também conhecida como Maria Josafá Carolina Brader, Madre Caritas, Maria Caridade do Amor do Espírito Santo. Nasceu em 14 de agosto de 1860 em Kaltbrunn, Suíça como Maria Josafa Carolina Brader. Filha única de José Sebastião Brader e Maria Anna Carolina Zahner. Educada em uma família piedosa, ela era conhecida como uma menina muito inteligente e recebeu a melhor educação que os seus pais podiam dar. Seus pais tinham grandes planos para o seu futuro, mas em vez de continuar os estudos ela sentiu um forte chamado para a vida religiosa e entrou para o convento franciscano em Maria Jilf, Alstatten em 1º de Outubro de 1880, tomando o nome de Maria da Caridade do Amor de Espírito Santo, e fez seus votos definitivos em 22 de Agosto de 1882.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 27 DE FEVEREIRO

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
27 – 8º DomingoComum – Santos: Leandro de Sevilha, Valdomiro, Besas
Evangelho (Lc 6,39-45)Não existe árvore boa que dê frutos ruins... O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração.”
Todos conhecemos muitas pessoas boas. Seu olhar, suas palavras, sua simples presença conquistam-nos e transmitem-nos paz. Seu coração está repleto de Deus, foi transformado por sua graça e irradia sobre nós alegria e esperança. Suas palavras são de sabedoria, e conquistam nossa confiança. Mais vezes temos de agradecer ao Senhor essas pessoas que ele coloca ao nosso redor, para ajudar-nos na caminhada. São pessoas muito diversas entre si. Podem ter um ministério na comunidade ou não; ser cultas ou muito simples. Mas em todas transparece a alegria da fé e um amor envolvente que renova nossas forças. São pacientes conosco, sempre de mãos estendidas para ajudar. São tão importantes para nossa vida que quase nem notamos sua presença.
Oração
Senhor meu Deus, bendito sejais por tantas pessoas boas que colocais ao nosso redor. Elas alegram nossa vida, dão-nos apoio nos momentos difíceis. Não falam muito, mas suas palavras iluminam nosso caminho. E principalmente elas nos amam, querem e fazem o bem para nós, sem nada nos pedir em troca. Porque nos compreendem e perdoam, ajudam-nos a crescer e melhorar. E até nos ajudam a compreender vossa bondade e vosso amor. Agradeço, Senhor, a bondade que colocastes em seu coração, agradeço sua presença bendita entre nós. E peço que as abençoeis e façais muito felizes. Que elas sejam sempre melhores e mais unidas a vós, e que não desanimem quando não correspondermos a sua bondade e a seu amor. Amém.

sábado, 26 de fevereiro de 2022

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE! DOENÇAS - PADRE LIBÁRDI

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+)
REDENTORISTA
De onde vêm nossas doenças? 
A dor é uma surpresa sempre. Por mais que se ensine que a dor é inerente à natureza, quando acontece em nós fazemos um alarde: por que aconteceu isso logo comigo? Esse “logo comigo” é a expressão do nosso egoísmo, pois se fosse com os outros a dor não nos incomodaria. A doença revela a fragilidade da natureza humana, mostra sua capacidade e seus limites. A grande luta da ciência está no prolongar a vida, no acabar com a dor, no extirpar as doenças. De quem herdamos nossa natureza humana? Evidentemente herdamos de nossos pais tudo o que havia de bom e o que havia de ruim, de fraco. Essa é uma das fontes da doença: uma natureza enfraquecida só pode transmitir fraqueza, a propensão para certas doenças, os desvios da hereditariedade. Hoje vemos como o homem manipula a natureza atrás do lucro. Há ganhos e perdas irremediáveis: contaminação da atmosfera, destruição da camada de ozônio, contaminação dos rios, dos alimentos, poluição ambiental, desequilíbrio do ecossistema... E o nosso corpo é a vítima que não tem como resistir a tantas agressões. Aparecem as doenças. E doenças cada vez mais enigmáticas e que não conseguimos combater. Podemos falar de força de destruição que essas manipulações criam. Deus não tem nada a ver com isso. Ele nos dá a vida, a capacidade de gerenciá-la. O que resolvemos fazer é um problema que nos toca. Muitas doenças são criadas pela mente humana em desequilíbrio. O descontrole faz com que as pessoas somatizem seus problemas, suas insatisfações. A falta de motivação para viver leva as pessoas a enfrentarem situações dolorosíssimas. A força da mente descontrolada projeta sobre o organismo a doença, que vem como uma fuga, uma chamada de atenção sobre si, uma desculpa para viver ou uma desistência de viver. É a incapacidade de enfrentar os problemas e as situações imprevistas ou desagradáveis. Uma boa cabeça, um modo mais positivo de encarar a vida e os problemas evitaria esses transtornos. A doença pode-nos levar a reflexões valiosas e ricas e pode-nos conduzir a um amadurecimento pessoal. Nas doenças o desespero não ajuda. O que pode ajudar é a solidariedade, a presença fraterna de pessoas abnegadas que se dedicam caridosamente aos enfermos. Temos todo o direito de procurar a cura. Mas, quando devemos enfrentar a doença, vamo-nos associar aos sofrimentos de Jesus na certeza de que ele continua em nós sua história de paixão e de morte como caminho de ressurreição. São Paulo diz: “Eu completo em meu corpo o que falta à Paixão de Cristo”. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
Editora Santuário

REFLETINDO A PALAVRA - Celebração Memorial

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
54 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
Memória de Mim
Temos visto as realidades da vida cristã. Elas sempre nos levam à vida do dia a dia, não permitindo que as palavras fiquem somente em palavras. Ouvimos, rezamos, e celebramos em todas as missas as sagradas palavras: “Fazei isto em memória de mim”, como nos comunicou Paulo quando ensina aos coríntios sobre a Ceia do Senhor. E já era uma tradição firme na comunidade: “O que recebi vos transmiti.... Isto é o meu corpo que é partido por vós... fazei isto em memória de mim” ...quanto ao cálice: “todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Todas as vezes que comeis desse pão ou bebeis do cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha”(1Cor 11,23-27). Ele nos traz, não só representa o sacrifício, o sacrifício da cruz, para que sua memória permanecesse para sempre, até sua volta. O termo memória passou por muitas compreensões no correr dos séculos. Agora foi reafirmado com segurança. Não se trata somente de dizer o que se faz, mas o que se deve viver. Memorial que torna real o que é apresentado. O tema foi muito trabalhado por muitos e de diversas denominações cristãs. É fundamental para a vida da Igreja, pois é na Eucaristia que ela se realiza. Por isso, não podemos ficar somente num ato de fé, mas numa celebração do Mistério de Cristo que penetra a vida dos cristãos. Por isso, passar do assistir a missa para vivê-la, é mudança radical na vida cristã. Enquanto a Eucaristia não for vida de nossa vida, não estaremos celebrando de modo condizente. 
Corpo dado, sangue derramado 
Fazemos um ato de fé na Eucaristia, no momento da consagração da Missa. Reverenciamos e adoramos o Santíssimo, pois sabemos que é o Corpo do Senhor. Quando Jesus disse essas palavras, Ele estava iniciando sua caminhada para sua entrega. O Mistério não é só algo proclamado, mas realizado. A devoção mal informada afastou a fé da vida. Certamente não esgotaremos o conhecimento de tão grande dom. Ele é a realização de todo o projeto de Deus de Se comunicar à humanidade. Isso o faz através do Filho em seu mistério de entrega para a Vida. É o movimento Divino. Não basta a veneração. Há aquele que preside, mas a celebração é de todos. Ao participarmos desse momento, entramos no movimento realizado por Jesus. Quando ouvimos “Corpo que é dado, Sangue que é derramado”, estamos participando do mistério para que seja feito também por nós e em nós. É nosso corpo que é entregue. É nosso sangue que é derramado. Não narramos o Mistério Pascal de Jesus, mas o realizamos. Assim se atualiza para nós e no mundo, a salvação. Celebrar tem também a característica de “imitar” pela memória. Realizamos o mesmo passo. 
Vivendo a Memória 
Fazer memória não é só lembrar. Não é somente um ato intelectual. Mas um modo de vida. Quando fazemos a memória eucarística, torna presente o Senhor. A Eucaristia continua na vida, pois levamos conosco o Senhor e O fazemos presente. Somos memórias vivas. Lembramos as palavras de Jesus: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles” (Mt 18,20). Cristo está em nós, não é como uma jóia escondida, mas como um sol que nasce. Doar a vida é celebrar a Eucaristia no dia a dia. Fazer memória é trazer, pela vida, a presença daquele que nos amou se por nós se entregou. Quando dizemos meu corpo por vós entregue é nossa entrega como a de Cristo que foi fiel até o fim.

EVANGELHO DO DIA 26 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo São Marcos 10,13-16. 
Naquele tempo, apresentaram a Jesus umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas. Jesus, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança não entrará nele». E, abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Leão Magno(461) 
Papa, doutor da Igreja 
Sermão 7 para a Epifania 
«Deixai vir a Mim as criancinhas» 
Cristo ama a infância, que assumiu na sua alma e no seu corpo. Cristo ama a infância, que ensina humildade, que é a norma da inocência e o modelo da mansidão. Cristo ama a infância, para a qual orienta a conduta dos adultos, para a qual encaminha os idosos, atraindo ao seu exemplo aqueles que eleva ao reino eterno. Mas, para compreendermos como é possível chegar a tão admirável conversão e que transformação é necessário operar para termos uma atitude de crianças, oiçamos São Paulo: «Não sejais crianças quanto à maneira de julgar; sede-o na malícia» (1Cor 14,20). Não se trata, portanto, de regressar às brincadeiras da infância, nem à falta de jeito dos inícios, mas de aprender da infância algumas coisas que convêm aos anos da maturidade: apaziguar rapidamente a agitação interior, recuperar depressa a calma, esquecer totalmente as ofensas, ser completamente indiferente às honras, apreciar estar com os outros, manter uma natural equanimidade do humor. Com efeito, é um grande bem não saber incomodar e não ter gosto pelo mal; não pagar a ninguém o mal com o mal (cf Rom 12,17). A paz interior das crianças convém muito aos cristãos. É essa forma de humildade que o Salvador Menino nos ensina na adoração dos magos.

26 de fevereiro - Santa Paula Fornés de São José Calasanz

“Em verdade te digo: hoje estarás Comigo no Paraíso" (Lc 23, 43). No paraíso, na plenitude do reino de Deus, foi acolhida Santa Paula Montal Fornés de São José de Calasanz, fundadora do Instituto das Filhas de Maria, Religiosas Escolápias, depois de uma vida de santidade. Primeiro na sua cidade natal, Arenys del Mar, empenhada em várias atividades apostólicas e penetrando, com a oração e a piedade sincera, os mistérios de Deus; depois, como fundadora de uma família religiosa, inspirada no lema calasanziano "piedade e letras", dedica-se à promoção da mulher e da família com o seu ideal de: "Salvar a família, educar as meninas no santo temor de Deus"; por fim, dá provas da autenticidade, da coragem e da ternura do seu espírito, um espírito modelado por Deus, durante os trinta anos de vida escondida em Olesa de Montserrat.

SÃO FAUSTINIANO, BISPO DE BOLONHA

Segundo a tradição, Faustiniano foi o segundo Bispo de Bolonha. Com suas pregações corajosas, fortaleceu e desenvolveu a Igreja, apesar das perseguições desencadeadas pelo imperador Diocleciano, no início do século IV. Exortou os cristãos a professar a sua fé, a custo de pagar com a vida.

ALEXANDRE DE ALEXANDRIA Bispo, Santo 250-328

Nasceu em 250. Foi indicado Bispo de Alexandria em 313 para suceder Santo Achillas. Alexandre é famoso pela sua oposição a heresia Ariana, a qual dizia que Jesus não era Deus de verdade, mas Alexandre de Alexandria, Bispo e Santoque o Filho era apenas uma criatura e que teria havido um tempo que o Filho não teria existido. Alexandre também é conhecido por sua doutrina apostólica e um dos seus maiores feitos foi treinar um jovem diácono de nome Athanásius que mais tar-de foi celebrado e admirado por todo mundo cristão. Alexandre foi de gentil com os arianos, mas foi determinado. Muitos o acusam, de por isto, ter compromissado a posição da Igreja, mas muitos outros já dizem que ele foi impetuoso por causa de sua posição irredutível. Não obstante ele deve ser considerado com um campeão da dos ensinamentos da Igreja Católica e creditado com zelo pastoral.

PORFÍRIO DE GAZA Bispo, Santo + 421

São Porfírio, o vigoroso destruidor da idolatria, nasceu em Tessalónica, na Macedónia. Instruído nas ciências, tendo a idade de 25 anos, retirou-se para a solidão de Scete, onde passou cinco anos numa gruta, nas proximidades do Jordão. A insalubridade do lugar causou-lhe grande mal à saúde, e doente chegou a Jerusalém, onde teve a notícia da morte dos pais. Em sua companhia achava-se um jovem de nome Marco. A este incumbiu de receber a herança e distribuir o dinheiro entre os pobres, o que se fez. Porfírio, não tendo reservado nada para si, viveu sempre pobre. Na visita diária aos Santos Lugares teve uma vez um desmaio que se transformou em visão. Apareceu-lhe Nosso Senhor na Cruz e com ele o Bom Ladrão. Jesus Cristo deu a este um sinal de ajudar Porfírio a levantar-se do chão. O Bom Ladrão estendeu-lhe a mão e disse: “Agradece a teu Salvador tua cura”. No mesmo momento Jesus Cristo desceu da Cruz e entregou-lhe a mesma, com a recomendação de guardá-la bem. Quando o Santo voltou a si, notou que estava perfeitamente curado.

PAULA MONTAL Religiosa, Fundadora, Santa 1799-1889

Na vila de Arenys de Mar, perto de Barcelona, Espanha, nasceu Paula Montal Fornés em 11 de Outubro de 1799, que no mesmo dia recebeu o baptismo. Paula passou a infância e a juventude em sua cidade natal, trabalhando desde os 10 anos de idade, quando seu pai morreu. O seu lazer era a vida espiritual da sua paróquia, onde se destacou por sua devoção à Virgem Maria. Paula Montal, durante este período, constatou, por sua própria experiência, que as possibilidades de acesso à instrução e educação para as mulheres eram quase nenhuma. Um dia quando estava em profunda oração, se sentiu iluminada por Deus para desenvolver este dever. Decidiu deixar sua cidade natal para fundar um colégio inteiramente dedicado à formação e educação feminina.

PIEDADE DA CRUZ ORTIZ REAL Religiosa, Fundadora, Beata (1842-1916)

Nasceu em Bocairente, Valência (Espanha), no dia 12 de Novembro de 1842, sendo baptizada no dia seguinte com o nome de Tomasa. Recebeu a Primeira Comunhão aos dez anos, sacramento que despertou nela o desejo de pertencer do Senhor e viver para Ele. Completou a sua formação humana e espiritual no Colégio de Loreto, pedindo sucessivamente para ingressar no noviciado desse Instituto, mas seu pai, considerando a situação política da época e a pouca idade da menina, obrigou-a a voltar para a casa. Esta etapa da sua vida em Bocairente foi caracterizada por três aspectos: o espírito de piedade e de oração, a sua dedicação a fazer o bem às crianças pobres, aos idosos e aos doentes e o empenho em dar uma resposta àquilo que sentira no seu íntimo no dia da Primeira Comunhão.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 26 DE FEVEREIRO

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
26 – Sábado – Santos: Deodoro, Porfírio, Nestor
Evangelho (Mc 10,13-16) Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele.”
Não podemos aceitar a oferta do Reino de Deus como crianças inocentes, pois não somos inocentes. Podemos, porém, e precisamos aceitar a salvação no humilde reconhecimento de nossa pequenez, de nossa pobreza e de nosso pecado. Como crianças podemos confiar, atirar-nos sabendo que o Pai nos acolherá em seus braços. Ele cuidará de nós, porque nos amar com amor maior que o de todos os pais e de todas as mães do mundo.
Oração
Senhor Jesus, reconheço que sou fraco, incapaz de conseguir por mim mesmo a justiça e a felicidade. Creio que, em vossa bondade, quereis livrar-me do mal, e levar-me a ser o que imaginastes para mim. Alegro-me com vossa bondade, que vos leva a cuidar de mim com amor de mãe e de pai. Ajudai-nos, Senhor, a mim e a todos, a olhar confiantes para o futuro, apesar de todas as nossas aflições, na vida nova que nos ofereceis. Amém.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - RECASADOS - PADRE LIBÁRDI

PADRE HÉLIO DE PESSATO
LIBÁRDI(+)
REDENTORISTA
Que pensar dos recasados? 
Estamos hoje diante de um fato: há muitas pessoas que deixaram seu casamento e estão recasadas. Que pensar sobre essa situação e sobre esse segundo ou terceiro casamento? A Igreja sempre ensinou que o casamento é sagrado, é uma graça que chamamos sacramento. Essa graça transforma a vida num gesto de salvação e recria o amor que alimenta e sustenta a fraternidade criada pelo próprio sacramento, repetindo o gesto salvador de Jesus. Por isso insiste que se casem na Igreja e permaneçam fiéis um ao outro, vivendo a santidade do sacramento. Há situações porém em que não foi possível manter o sacramento, se é que houve. E agora o que fazer? Primeiro: há na Igreja a possibilidade de se fazer um processo canônico e estudar seu casamento e perceber se foi válido ou não. No caso de não ter acontecido o sacramento, por diversos motivos, a Igreja declara que seu casamento foi nulo, sendo possíveis novas núpcias. Quando não se conseguir a declaração de nulidade, por tantos motivos, ou mesmo se não foi possível fazer o processo canônico, dizem que a solução é a pessoa se agüentar sozinha. Acontece que a vida coloca as pessoas diante de nova possibilidade de se casar. E de fato acontece de se casarem e de viverem muito melhor que no primeiro casamento. E agora, que dizer? De fato, há uma recomendação de que se vivesse só, procurando uma vida honesta e correta. E essa recomendação continua. Antigamente os recasados não eram aceitos na comunidade. E nos sermões se falava que estavam em pecado e que deveriam separar-se para enfrentar a vida sozinhos. Muitas vezes esse separar-se deparava com problemas de filho desse novo casamento e outras coisas. Mas, felizmente, a Igreja hoje nos orienta de um modo novo. Não podemos condenar ninguém. Esse trabalho de julgar pertence a cada um no íntimo de sua consciência. A consciência é um santuário íntimo onde cada um se conhece no confronto com Deus e com o próximo. É determinante para a consciência a convicção íntima diante de Deus: um direito inviolável, pois em sua consciência a pessoa escuta a Deus que fala e lhe responde (Gaudium et Spes, 16). Hoje a Igreja nos orienta a acolher os recasados em nossa comunidade e recomenda que participem naquilo que é possível, para que também eles possam santificar-se. Sabemos que a Igreja continua afirmando a santidade do matrimônio, mas mostra no concreto da acolhida o gesto de Jesus que acolheu a todos os que se abriram para a Boa-Nova. Assim nem os recasados nem a comunidade vejam como um problema os que vivem tal situação. É certo que temos de aprender essa nova prática sem emitir juízos, como estamos acostumados a fazer. É preciso muito respeito e a percepção de que nem tudo é feito por maldade ou por desrespeito aos ensinamentos da Igreja. Oxalá pudéssemos seguir sempre, sem errarmos, as orientações de Jesus. Continua válido: “atire a primeira pedra, quem não tem pecado”. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
EDITORA SANTUÁRIO

REFLETINDO A PALAVRA - “Ficai atentos”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
54 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
O Senhor virá!
 
O tempo do Advento, que iniciamos nesse domingo, traz o tema da vigilância. Não sabemos quando o Senhor virá, por isso é preciso estar vigilante “para que não suceda que vindo de repente, nos encontre dormindo” (Mc 13,36). Os primeiros cristãos acreditavam na vinda eminente de Cristo. Paulo chega a pensar que alguns ainda estarão vivos 1Ts 4,17) Mas o tempo passou e começaram a descuidar-se. Podemos dizer o mesmo de nós: estamos adormecidos como se o ensinamento da vigilância não se referisse a nós. Pelo fato de Jesus dizer que se deve estar acordado, tem-se a impressão que a vinda vai ser à noite, tanto que houve a tradição da vigília – oração durante a noite - justamente para não sermos encontrados dormindo. Mas o sono que não pode tomar-nos é o peso da alma. Não precisamos ter medo do fim de mundo como fazem alguns. Mas devemos procurar ter uma vida densa e cheia de sentido. Se Jesus vier de um momento para o outro, estamos prontos para ir a seu encontro, pois vivemos a fé. Mais importante ainda é ir ao encontro do Senhor que se manifesta de tantos modos e em tantos lugares. Ter o senso de Deus leva-nos a encontrá-lo sempre vindo a nosso encontro. É preciso dormir com um olho aberto e estar atentos. É gostoso ver a presença do Senhor nas pessoas, nos acontecimentos, na Palavra, na celebração. Atentos, nós O vemos com os olhos da fé que veem mais longe. 
Oh! Se rompesses os céus! 
Na antiga liturgia do Advento, antes da reforma, não havia a acentuação da 2ª vinda, mas só da vinda no Natal. Cantava-se uma bela antífona: “Choveu, ó céus, o orvalho lá das alturas. Abra-se a terra e brote o salvador”. Era o grito do mundo pela vinda de Deus. A leitura de Isaías (62-64), desse primeiro domingo do Advento, traz-nos esse lamento: “Oh! Se rompesses os céus e descesses!” (63,19). Esse grito tão cheio de ansiedade reflete a súplica da humanidade por um Redentor. Deus deu às pessoas a possibilidade de escolher os caminhos e responder de acordo com seu coração. Na situação de necessidade, por ter se extraviado e ser consciente de sua culpa, clama: “Como nos deixastes andar longe de teus caminhos e endurecestes nossos corações para não termos o teu temor?” (Is 63,17). Todos nós nos tornamos imundície e todas as nossas boas obras são como um pano sujo; murchamos como folhas” ... “Vós nos entregastes à mercê de nossa maldade” (Is 63,5). Esse grito lamentoso reflete o coração da humanidade que sofre por suas próprias loucuras. 
Fostes enriquecidos em tudo 
Se por um lado há uma situação dolorosa no ser humano, há também uma riqueza sem comparação em Cristo Jesus. “Fostes enriquecidos em tudo, em toda a palavra e em todo o conhecimento à medida que o testemunho de Cristo se confirmou em vós ... não tendes falta de nenhum dom”. Essa riqueza de graça é a descoberta de Deus em nosso meio. Ser atento é ver a riqueza dos dons de Deus. Vivê-la é deixar-se modelar por Deus. Isaias complementa: “Tu és nosso Pai e nós somos o barro, Tu nosso oleiro, e nós todos, obra de tuas mãos” (64,7). Iniciando este Advento nós nos voltamos para o fim dos tempos que acontece a cada momento dentro de nós, e também para o tempo que foi o fim da espera. Ele veio no Natal e permanece como habitante em nosso meio e em nosso coração. 
Leituras: Isaías 63,16-17.19.64,1-7; 
Sl79;1Coríntios1,3-9;Marcos13,33-37. 
Ficha 1. O Advento reflete o tema da vigilância, pois o Senhor vem. Os primeiros cristãos esperavam por uma vida eminente. Nós já nos distanciamos desse pensamento. A preocupação que devemos ter é com o Cristo que vem continuamente. É preciso dormir com um olho aberto, atentos à vinda do Senhor que se manifesta em tantos lugares e de tantos modos. 2. Na situação em que vive a humanidade, quem sabe, em todos os séculos, faz-nos ouvir um grito de lamento. É um grito pela vinda de Deus. O homem reconhece sua fragilidade. A humanidade sofre pelas próprias loucuras, mas não deixa de clamar por um Redentor. 3. Ao lado de tanta misérias, temos a grande riqueza da graça de Cristo que nos foi dada por Ele. A grande riqueza é ser modelado por Deus. Dele dependemos para ser formados. Ele é o oleiro e nós somos o barro em suas mãos. No tempo do Advento, voltemos nossos olhos para o fim dos tempos e para dentro de nós para irmos ao encontro do Cristo. Voltemos nosso olhar também para o Natal.
Homilia do 1º Domingo do Advento.
EM NOVEMBRO DE 2005