Evangelho segundo São Marcos 10,13-16.
Naquele tempo, apresentaram a Jesus umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas.
Jesus, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus.
Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança não entrará nele».
E, abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas.
Tradução litúrgica da Bíblia
Papa, doutor da Igreja
Sermão 7 para a Epifania
«Deixai vir a Mim as criancinhas»
Cristo ama a infância, que assumiu na sua alma e no seu corpo. Cristo ama a infância, que ensina humildade, que é a norma da inocência e o modelo da mansidão. Cristo ama a infância, para a qual orienta a conduta dos adultos, para a qual encaminha os idosos, atraindo ao seu exemplo aqueles que eleva ao reino eterno.
Mas, para compreendermos como é possível chegar a tão admirável conversão e que transformação é necessário operar para termos uma atitude de crianças, oiçamos São Paulo: «Não sejais crianças quanto à maneira de julgar; sede-o na malícia» (1Cor 14,20). Não se trata, portanto, de regressar às brincadeiras da infância, nem à falta de jeito dos inícios, mas de aprender da infância algumas coisas que convêm aos anos da maturidade: apaziguar rapidamente a agitação interior, recuperar depressa a calma, esquecer totalmente as ofensas, ser completamente indiferente às honras, apreciar estar com os outros, manter uma natural equanimidade do humor. Com efeito, é um grande bem não saber incomodar e não ter gosto pelo mal; não pagar a ninguém o mal com o mal (cf Rom 12,17). A paz interior das crianças convém muito aos cristãos. É essa forma de humildade que o Salvador Menino nos ensina na adoração dos magos.
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