domingo, 27 de fevereiro de 2022

EVANGELHO DO DIA 27 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo São Lucas 6,39-45. 
Naquele tempo, disse Jesus aos discípulos a seguinte parábola: «Poderá um cego guiar outro cego? Não cairão os dois nalguma cova? O discípulo não é superior ao mestre, mas todo o discípulo perfeito deverá ser como o seu mestre. Porque vês o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua? Como podes dizer a teu irmão: "Irmão, deixa-me tirar o argueiro que tens na vista", se tu não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão. Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu fruto: não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas das sarças. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, da sua maldade tira o mal; pois a boca fala do que transborda do coração. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santa Catarina de Sena(1347-1380)
Terceira dominicana, doutora da Igreja, 
co-padroeira da Europa 
Carta à rainha de Nápoles,n.º 316 
«Poderá um cego guiar outro cego?» 
Aquele que estiver fundado no conhecimento da Verdade, que é Cristo, doce Jesus, receberá e experimentará a paz e o repouso da alma no amor da caridade. A alma recebe esta caridade por este conhecimento. Há dois meios essenciais de conhecer esta Verdade. Em primeiro lugar, reconhecer que tudo aquilo que tem existência deve ser amado em Deus e para Deus, que é a própria Verdade e sem o qual nada existe. Quem se separasse da verdade caminharia pela via da mentira, seguindo o demónio, que é o pai da mentira. Digo que há sobretudo dois meios de conhecer a Verdade. O primeiro é conhecer a verdade de Deus, que nos ama com um amor inefável. Ele amou-nos antes de sermos e criou-nos por amor, para termos a verdade eterna e experimentarmos para sempre a felicidade perfeita. Essa foi e continua a ser a Verdade. Como sabemos que é assim? Pelo sangue derramado por nós com amor ardente. Finalmente, devemos conhecer e ver a verdade no nosso próximo, grande ou pequeno, servo ou senhor. Quando o vemos fazer uma coisa e convidar-nos a fazer o mesmo, temos de examinar se essa coisa está, ou não, fundada na verdade, e que motivo o faz empreendê-la. Quem não o faz, age como um insensato, como um cego que segue outro cego, guiado pela mentira, mostrando que não tem a verdade em si e que não a procura. Há pessoas tão insensatas que estão dispostas a perder a vida da alma e do corpo, bem como os seus bens temporais, por isto ou aquilo, e não se importam, porque são cegos, não conhecem o que deviam conhecer e andam nas trevas.

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