A beata Maria de Jesus d'Oultremont foi a fundadora da Sociedade de Maria Reparadora.
Emília nasceu em Wégimont, perto de Liège (Bélgica), a 11 de Outubro de 1818. Os seus pais, Emílio d'Oultremont e Maria de Lierneux eram ambos de uma casa de renome.
Os pensamentos da religião tiveram uma influência precoce e extraordinária sobre Emília. Aos 11 anos de idade fez a sua Primeira Comunhão e já tinha amor por tudo o que tinha a ver com a Eucaristia.
Em 19 de Outubro de 1837 casou com Victor d'Hooghvorst. Este casamento foi abençoado com o nascimento de quatro filhos, dois rapazes e duas raparigas.
A vida de Emília está dividida entre a sua família, o serviço dos pobres e os seus compromissos mundanos. O seu pai, que é o embaixador belga junto da Santa Sé, leva-a a Roma. Na Cidade Eterna, ela amava acima de tudo a igreja do Gèsu. Já nessa altura ela teve visões misteriosas, por vezes de Nosso Senhor, por vezes de Santo Inácio, que lhe mostrou a regra dos Jesuítas, mas não compreendeu o significado destas aparições.
O seu marido morreu prematuramente em 1847. Emília fica viúva aos 29 anos de idade, com quatro filhos. Mas o desejo de pertencer totalmente a Jesus toma cada vez mais posse do seu coração. Os seus pais morrem dentro de quatro anos após a morte do marido. Ela decide enviar os seus filhos para a faculdade em França, e deixa a Bélgica para sempre em 1854. Mas antes da sua partida, uma das suas tias convida-a a ir ao seu castelo em Bauffe.
A 8 de Dezembro de 1854, no preciso momento em que o dogma da Imaculada Conceição foi proclamado em Roma, Emília estava em oração na capela de Bauffe. Aí vive uma experiência espiritual, Maria chama-a para amar Jesus, e assim ser "Maria por Jesus".
Rodeada por jovens mulheres e ajudada por vários jesuítas, Emília começa gradualmente uma experiência de vida religiosa. A primeira comunidade oficial foi aberta em Estrasburgo a 1 de Maio de 1857.
Emília toma o nome de Maria de Jesus e o seu instituto o nome da Sociedade de Maria Reparadora. Paralelamente a esta fundação, ela continua a cuidar da educação dos seus filhos. Desde o início, a unidade do grupo foi construída em torno da Eucaristia, vivida na sua dupla dimensão de adoração e actividade apostólica.
Madre Maria de Jesus conhece as alegrias e as dificuldades, os tempos de luta e os momentos de tranquilidade de uma fundadora. Em 1863, obteve o reconhecimento canónico e o encorajamento inicial do Papa Pio IX. A Fundadora continuou a elaborar as Constituições emprestadas pelos Jesuítas, que só foram definitivamente aprovadas após a sua morte, em 1883, por Leão XIII.
Incansável e apaixonada, Madre Maria de Jesus fundou vinte comunidades em oito países depois de Estrasburgo e Paris. Morreu em Florença a 22 de Fevereiro de 1878, aos 59 anos de idade.
Foi beatificada pelo Papa S João Paulo II a 12 de Outubro de 1997.
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