segunda-feira, 29 de abril de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Pescador de homens”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
A chamada fundamental
 
Depois da rejeição em Nazaré, na proclamação que fez de Sua pessoa e missão, Jesus iniciou a pregação e as curas. Nesse conjunto está colocada a escolha dos discípulos e sua identidade. Jesus estava pregando à beira do lago. O contexto do chamamento do discípulo é pregação e a pesca. Esta é um símbolo importante para a pregação. Pesca-se no lago profundo, significando o mundo; A barca simboliza a Igreja; A rede, o anúncio da palavra; Os peixes são as pessoas que são chamadas à salvação. Jesus que estava pregando da barca de Pedro. Pediu então que levassem a barca para águas mais profunda e lançassem as redes para a pesca. Pedro disse: “Mestre, trabalhamos a noite inteira a nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes” (Lc 5,5). Temos então abundância de peixes. Ser chamado a ser discípulo é anunciar a Palavra com a força de Jesus para salvar as pessoas. Pedro lançou as redes do mesmo jeito de sempre. Fez o trabalho humano, com a força da Palavra de Jesus. Pedro se julgou indigno e pecador. Isso não impediu que se tornasse anunciador do Reino, pois Jesus lhe disse: “Não tenhas medo, pois de hoje em diante será pescador de homens” (10). Jesus não olhou o fato de ser pecador e o aceitou com total condição de continuar sua missão, anunciando o Reino da barca que é a Igreja. O segundo aspecto da escolha dos discípulos é sua capacidade de deixar tudo e seguir Jesus: “Eles levaram as barcas para a margem, deixaram tudo, e seguiram a Jesus” (11). A mudança de vida é exigência fundamental para o seguimento de Jesus, sobretudo quando se trata em anunciar. A experiência da força transformadora de Jesus penetra a vida do apóstolo. Por isso a vida de Jesus se fez na pobreza. Isaias, chamado a ser profeta, mostrou seu medo e sua fragilidade diante da grandeza de Deus. Um serafim tomou uma brasa do altar e tocou sua boca perdoando-lhe todo o pecado. A experiência de Deus lhe deu força para acolher o chamado para a missão profética: “Aqui estou” (Is 6,3-8). 
Pregar Jesus ressuscitado 
Temos que pregar para o mundo que está aí diante de nossos olhos e não voltar-se para um mundo que não existe no passado nem imaginar um futuro ainda inexistente. Jesus salvou todos os tempos e não privilegiou uma época. O mundo é o mar profundo. Temos que pregar Cristo Crucificado e Ressuscitado às pessoas de hoje. A experiência de Jesus que os apóstolos fizeram deu-lhes toda força. Pregar Jesus morto e ressuscitado, agora vivo, visto pelos discípulos e Paulo, fundamenta a certeza de nossa pregação e é a brasa purificadora de nossa fragilidade. Quem segue Jesus, anuncia um vivo e não um fato histórico. Esse é o evangelho que deve ser pregado. O fato de ter vencido a morte dá a certeza de que a pregação é viva e tem o poder de Deus. 
Experiência que dá vida. 
Cada vocação nasce da experiência de Jesus. A fé proporciona a mesma experiência em níveis diferentes. A experiência de Isaias, mesmo sendo magnífica, não deixa de lado a pessoa humana em sua realidade, como também o faz Jesus. Sem esse encontro pessoal e definitivo com Jesus torna-se muito difícil fazer da pregação o anúncio de uma pessoa e não a narrativa de um fato. Em cada celebração temos o encontro com Cristo, no altar, do qual tiramos o fogo do Corpo de Cristo que purifica para o anúncio do Evangelho. Em atenção à Palavra de Jesus, anunciamos com força. Se o anúncio da Palavra se renovar na experiência de Jesus, será superada a situação atual da Igreja. 
Leituras: Isaías 6,1-2ª.3-8; Salmo 137;
1Coríntios15,3-8.11; Lucas 5,1-11 
1. Depois dos fatos de Nazaré, Jesus está à beira do lago. Faz milagres e fala ao povo. É o contexto do chamamento dos discípulos. A pesca milagrosa é símbolo da vocação dos apóstolos. Pedro lança as redes em atenção à palavra de Jesus. Diante do milagre se sente pecador e indigno. Mas o anúncio da palavra se faz com a força da palavra de Jesus, como ocorreu também com Isaías. 
2. Devemos anunciar ao mundo que está diante de nós. Nem para o passado, nem para o futuro. Temos que pregar Jesus Cristo Crucificado e Ressuscitado às pessoas de hoje. A experiência de Jesus dá força ao anúncio. A pregação é viva e tem o poder de Deus. 
3. Cada vocação nasce das experiências de Jesus. Esta não elimina o humano das pessoas. Sem o encontro pessoal e definitivo com Jesus é difícil fazer o anúncio de uma Pessoa. Em cada celebração temos essa experiência. Dela tiramos fogo do Corpo de Cristo que purifica para o anúncio do Evangelho. 
Estamos aqui para trabalhar 
Jesus, depois da descrença de seus compatriotas saiu arregimentando os trabalhadores para, com Ele, anunciarem o Reino de Deus. Começou pelos pescadores porque identificava a missão com o lançar das redes pelo mundo. Mas antes explicou com o milagre da pesca abundante que, para essa pescaria, é preciso lançar as redes em nome Dele, como disse Pedro “em atenção a tua palavra, lançarei as redes”. O anúncio do Evangelho tem que ser sempre em nome de Jesus e na sua força. Não é para ter medo. Lemos que o profeta Isaias, depois do contato com Deus se dispõe totalmente à missão. Por isso, quem quer anunciar, se não tiver a experiência de Deus, vai cansar logo. A segunda leitura ensina que o centro da pregação é Jesus ressuscitado. Não anunciamos uma ideia, mas Jesus Cristo. Assim conduziremos todos ao louvor de Deus em Cristo.
Homilia do 5º Domingo Comum (10.02.2013)

EVANGELHO DO DIA 29 DE ABRIL

Evangelho segundo São Mateus 11,25-30. 
Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Paulo II  
Papa(1920-2005) 
Motu proprio «Spes ædificandi», §§ 2-3 
A santidade de rosto feminino 
Na iminência do Grande Jubileu do ano 2000, pareceu-me que os cristãos europeus, que estão a assistir, juntamente com os seus concidadãos, a uma histórica passagem rica de esperança e, ao mesmo tempo, cheia de preocupações, podem retirar especial proveito da contemplação e da invocação de alguns santos que são, de certo modo, particularmente representativos da sua história. Considero particularmente significativa a opção por esta santidade de rosto feminino, no quadro da providencial tendência que, na Igreja e na sociedade do nosso tempo, se veio afirmando com um reconhecimento sempre mais evidente da dignidade e dos dons próprios da mulher. Na verdade, desde o início da sua história, a Igreja não deixou de reconhecer o papel e a missão da mulher, apesar de às vezes se ter deixado condicionar por uma cultura que nem sempre lhe prestava a devida atenção. Mas também sob este aspeto a comunidade cristã foi progressivamente evoluindo, sendo decisivo para este fim o papel desempenhado pela santidade. A isso deu estímulo constante Maria, a «mulher ideal», Mãe de Cristo e da Igreja; mas também a coragem das mártires, que enfrentaram com surpreendente força de espírito os tormentos mais cruéis, o testemunho das mulheres empenhadas com radical exemplaridade na vida ascética, a dedicação quotidiana de tantas esposas e mães na «Igreja doméstica» que é a família, os carismas de tantas místicas que contribuíram para o próprio aprofundamento teológico – tudo isso deu à Igreja indicações preciosas para acolher plenamente o desígnio de Deus sobre a mulher. De resto, esse desígnio já tem expressão inequívoca em algumas páginas da Sagrada Escritura, de modo particular na atitude de Cristo testemunhada no Evangelho. É neste contexto que aparece a opção de declarar Santa Brígida da Suécia, Santa Catarina de Sena e Santa Teresa Benedita da Cruz copadroeiras da Europa.

Beata Itala Mela (Maria da Trindade) Oblata Beneditina 29 de abril (28 de abril)

(*)La Spezia, 28 de agosto de 1904
(+)29 de abril de 1957 
Um místico dedicado a aprofundar a dimensão trinitária da vida cristã: é assim que se pode resumir o testemunho de Itala Mela, nascida em La Spezia a 28 de agosto de 1904. Pai e mãe são professores elementares de princípios sólidos, mas distantes da fé. Enquanto cursava o ensino médio, a morte de seu irmão de nove anos a lança no desespero e na total negação da fé. Mas apenas dois anos depois, após um misterioso choque interior, começa uma nova vida sob o lema: “Senhor, se Tu estás aí, dá-te a conhecer”. É o ponto de partida de uma viagem mística tendo no centro o mistério da Trindade. Faleceu em 29 de abril de 1957. Sua beatificação ocorreu em La Spezia em 10 de junho de 2017. “Senhor, se nos fizeste conhecer”: é a oração que brota do seu coração no momento em que o seu ateísmo orgulhosamente professado começa a vacilar. O que a deixou à deriva foi sobretudo a morte do seu irmãozinho Enrico, de apenas 9 anos. anos, ocorrido em 27 de fevereiro de 1920; ainda não tinha dezesseis anos, o fracasso em processar esse luto a levou a se convencer de que a existência de Deus é inconciliável com a dor inocente e que somente o nada pode existir após a morte tenazmente ateia, ela se reconectou. com a fé durante os seus anos universitários, graças à ajuda de dois sacerdotes genoveses e também à Federação dos Estudantes Universitários Católicos Italianos, à qual entretanto aderiu. Alguns encontros foram cruciais para a sua formação espiritual dentro da FUCI. o jovem Montini (futuro Paulo VI), o Cardeal Schuster, o Padre Gemelli e o Padre Divo Barsotti Formada em Letras, a sua carreira de jovem professora foi perturbada por um acontecimento ocorrido em Pontremoli (MS) no dia 3 de agosto de 1928. do sacrário recebe um raio de luz e a mensagem divina “Tu o tornarás conhecido”. É a primeira irrupção de Deus na sua vida, seguida de muitas outras que fazem dela uma das maiores místicas italianas do século XX.

29 de abril - Beata Hanna Helena Chrzanowska

Hanna Helena Chrzanowska foi uma polonesa professa dos Oblatos Beneditinos, que serviu como enfermeira durante a Segunda Guerra Mundial, quando o regime nazista visava os poloneses, cuidou dos feridos e doentes durante todo o conflito e procurou minimizar o sofrimento em sua própria paróquia. Chrzanowska foi premiada com dois prestigiosos prêmios poloneses por suas boas obras e morreu em 1973, depois de quase uma década de luta contra o câncer. Ela nasceu em 7 de outubro de 1902 em Varsóvia, filha de Ignacy Chrzanowski e Wanda Szlenkier. Sua família possuía uma indústria (lado materno) e terras (lado paterno) que mantinham uma longa tradição de obras de caridade; seus pais eram bem conhecidos por isso em sua Polônia natal. As circunstâncias religiosas de sua casa também eram únicas, uma vez que metade era católica romana e a outra metade era protestante. Hanna era parente do Prêmio Nobel Henryk Sienkiewicz (do lado de seu pai) que era mais conhecido por escrever o romance Quo Vadis . Seu avô materno, Karol, montou uma escola técnica para aspirantes a artesãos, enquanto sua esposa, Maria, montou um centro de saúde para crianças pobres em Varsóvia. Sua tia materna Zofia Szlenkier era conhecida por seus esforços filantrópicos e em 1913 fundou um hospital infantil chamado Maria e Karol. Desde a infância, ela sofria de deficiências respiratórias e do sistema imunológico e passava muito tempo em hospitais e sanatórios para se recuperar de tais doenças.

29 de abril - Santo Hugo de Cluny

Santo Hugo nasceu em 1024 na Borgonha francesa. Seu pai foi Dalmácio, conde de Semur, e sua mãe Adelaide. Dizem as crônicas que, estando ela para dar à luz, pediu a um sacerdote que celebrasse o Santo Sacrifício em sua intenção. No momento da elevação, o celebrante viu acima do cálice um menino de extrema beleza, o que foi para a mãe um presságio de que o filho que lhe estava por nascer seria um digno ministro do altar. O pai queria que Hugo seguisse as tradições da família, por isso, fez com que o menino fosse formado em todos os exercícios da juventude nobre daquele tempo, como domínio do cavalo, manejo de armas e prática de caçadas. Hugo, porém, sentia-se mais chamado a uma vida de piedade e de oração, de acordo com os desejos da mãe. Enfim ele obteve do pai o consentimento para fazer seus estudos junto a seu tio-avô, também chamado Hugo, Bispo de Auxerre. Foi ali que ele teve notícia da existência da Abadia de Cluny e de Santo Odilon, seu abade, bem como da vida piedosa e penitente que levavam os monges. Embora tivesse apenas 16 anos, procurou o abade santo e pediu para ingressar na abadia. Quando Hugo foi apresentado à comunidade, um dos monges, inspirado pelo Espírito Santo, exclamou: “Ó bendita Ordem de Cluny, que recebes hoje em teu seio um tão digno tesouro!”

CATARINA DE SENA Dominicana, mística, Santa Doutora da Igreja

A – SUA VIDA 
1)-Nascimento e primeiros anos 
Catarina Benincasa nasceu na aldeia de Fontebranda (Sena-Itália), a 25 de Março de 1347. Era filha de Giácomo Benincasa e de Mona Lapa. Este casal teve 25 filhos, sendo a nossa Santa o 23 ou 24 (nasceram duas gémeas). Entre todos os seus irmãos, Catarina, foi a única dos filhos que sua mãe pôde amamentar com o leite materno. Seu pai, que exercia a procissão de tintureiro, embora não fosse rico, gozava dum modesto rendimento, era muito trabalhador e dedicado à família. Filha duma família cristã, principiou, desde tenra idade, a sentir grande tendência para a vida de piedade. Aos 5 anos, subia as escadas de joelhos, rezando a cada degrau, uma Ave-maria. Aos 6 anos, o Senhor quis mimoseá-Ia com a sua primeira manifestação sensí­vel: Cristo aparece-lhe sentado num trono, revestido com resplandecentes ornamentos pontificais, tendo a cabeça cingida com uma tiara papal, abençoando-a com a mão direita. Aos 7 anos, fez voto de virgindade, e aos 12, segundo o costume do país e da época, apesar de ser muito criança, seus pais pensaram em casá-la, mas recusou energicamente o matrimónio. No entanto, levada pelos falsos conselhos duma irmã, começou por se deixar mundanizar. Este período parece ter sido curto. Tratava-se apenas de imperfeições de criança; chorou-o arrependida, durante vários anos. Depois, intensificando as suas penitências, fixou-se numa espécie de vida religiosa, fazendo, mais tarde, os três votos religiosos, que viveu intensamente, apesar de sempre ter vivido no mundo. Durante muitio tempo não tomou outro alimento, excepto pão e ervas cruas.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 29 DE ABRIL

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
29 – Segunda-feira – Santa Catarina de Sena
Evangelho(Jo 14,21-26) “Judas – não o Iscariotes – disse-lhe: – Senhor,como se explica que te manifestarása nós e não ao mundo?”
Judas esperava que o Messias se manifestasse de modo grandioso, convincente para todos. Jesus diz que para reconhecê-lo como salvador é preciso amar a ele e ao Pai: “Se alguém me ama, guardará minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos e faremos nele a nossa morada.Quem não me ama não guarda a minha palavra.” Se não amamos, nada do que ele nos diz tem sentido e valorpara nós.
Oração
Senhor Jesus, às vezes vossa palavra parece-me dura, e quase penso que sois exigente demais. É que é pouco e insuficiente meu amor por vós, e ainda me coloco acima de vós. Mudai-me, aumentai meu amor e meu comprometimento convosco. Ajudai-me a vos conhecer mais para mais vos amar, e ajudai-me a vos amar mais para mais vos conhecer. Apesar de tudo quero ser vosso. Amém.

domingo, 28 de abril de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Unidade da Escritura”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Unidade na diversidade
 
A palavra Bíblia significa livros. É o plural de livro (bíblos). Quer dizer que há diversidade de livros. “Na tradição da Igreja identificamos a unidade de toda Escritura, pois única é a Palavra de Deus que interpela nossa vida” (VD 39). Hugo de S. Vitor explica essa unidade dizendo: “Toda a Escritura divina constitui um único livro e este único livro é Cristo, fala de Cristo e encontra em Cristo a sua realização” (De Arca de Noé 2,8). Se analisarmos as Escrituras só no aspecto histórico e literário podemos ver diferenças e até grandes, pois ela demorou mil anos para ficar completa. Toda ela é Palavra de Deus. Esta é sua primeira unidade. Há uma unidade interna. Se na Bíblia do Antigo Testamento há tensões, pense-se nas tensões entre Novo e Antigo Testamento. É em Cristo que se encontra a unidade de toda Escritura dos dois Testamentos. O Antigo é o caminho para Cristo. É o conjunto que dá a compreensão. O Deus teve uma pedagogia para com o povo até amadurecer para a chegada de Cristo. Essa pedagogia supõe a paciência até que percebam o ensinamento. É como age conosco. Por isso não se pode pegar um texto isolado do conjunto e forçá-lo a um ensinamento particular. Deve-se notar também o que é revelação de uma verdade de fé e o que não traz revelação especial, mas faz parte dos textos inspirados. Podemos nos assustar com alguns textos pesados e difíceis de aceitar em nosso modo atual de pensar, como por exemplo, a violência contra os inimigos. Foram escritos em um contexto próprio de uma cultura própria que foi educada. Jesus não prega olho por olho e dente por dente, mas sim, amai-vos uns aos outros. Houve um crescimento na revelação da Palavra de Deus. 
Antigo e Novo Testamento. 
Há uma profunda relação entre Antigo e Novo Testamento. O Novo Testamento reconhece o Antigo Testamento como Palavra de Deus, por isso admite a autoridade da Sagradas Escrituras do povo judeu. O Novo Testamento usa linguagem do Antigo e é frequente usar os textos para argumentar, dando assim valor decisivo e superior aos raciocínios humanos. Jesus mesmo afirma claramente: “A Escritura não pode ser anulada” (Jo 10,35). Paulo, profundo conhecer da Escritura escreveu: “Tudo o que se escreveu no passado, é para nosso ensinamento que foi escrito, a fim de que, pela perseverança e pela consolação que nos proporcionam as Escrituras, tenhamos a esperança” (Rm 15,4). A raiz do Cristianismo encontra-se no Antigo Testamento e sempre se nutre desta raiz (VD 40). O Novo Testamento afirma em Cristo se cumprem as profecias. O Novo dá uma continuidade ao Antigo Testamento, mas ao mesmo tempo rompe com esse passado no sentido cumprimento de sua profecia e ao mesmo tempo de superação. Como Cristo é a Palavra do Pai, é Nele que se pode compreender tudo o que se referia a Ele. A flor não mata a planta quando rompe e desabrocha e o fruto sairá desta árvore. 
Cristo ilumina 
A Igreja, desde o tempo dos apóstolos e depois na Tradição, deixou clara a unidade dos dois Testamentos. Deste modo descobriu na Antiga Aliança o que está prefigurado e em Cristo realizado. “Por isso os cristãos leem o Antigo Testamento à luz de Cristo morto e ressuscitado” (VC 41). E o Novo deve ser ligo à luz do Antigo. Basta ver como S. Mateus o faz. Santo Agostinho ensina. “ O Novo Testamento está oculto no Antigo e o Antigo está patente, claro, no Novo”. A melhor maneira de falar do Antigo Testamento é o Novo.
ARTIGO PUBLICADO EM FEVEREIRO DE 2013

EVANGELHO DO DIA 28 DE ABRIL

Evangelho segundo São João 15,1-8. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto. Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei. Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem. Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido. A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Beato Columba Marmion 
Abade (1858-1923) 
Cristo, modelo e fonte de santidade sacerdotal 
«Eu sou a videira, vós sois os ramos» 
O próprio Jesus quis iluminar a nossa fé na sua ação santificadora através de uma comparação: «Eu sou a videira, vós sois os ramos». Os ramos vivem, mas não é de si próprios que retiram a seiva que os torna fecundos; vão constantemente buscar a sua vitalidade à seiva que vem do tronco. Como se diz noutra passagem, é essa seiva que lhes dá vida. O mesmo acontece com os membros de Cristo: as boas ações, a prática das virtudes, o progresso espiritual e a santidade pertencem-lhes indubitavelmente; mas é a seiva da graça que vem de Cristo que opera neles estas maravilhas: «Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim». Em Jesus Cristo, tudo irradia vida: as suas palavras, os seus atos, os seus estados. Todos os seus mistérios, tanto os da infância como os da sua morte, da sua ressurreição e da sua glória, possuem um poder de santificação sempre eficaz. Nele, o passado não foi abolido (cf Rom 6,9; Heb 13,6). Ele derrama em nós, sem cessar, a vida sobrenatural. Mas a nossa falta de atenção ou de fé paralisa muitas vezes a sua ação na nossa alma. Para nós, viver a vida divina é possuir a graça santificante e fazer que os nossos pensamentos, os nossos afetos e toda a nossa atividade partam de Cristo, por uma intenção de fé e de amor.

Santa Valéria Noiva e mártir 28 de abril

Valéria , esposa de Vitale e mãe dos santos Gervásio e Protásio, emerge das páginas hagiográficas como uma figura de beleza hierática e de fé inabalável. A sua história, que decorreu no século III, desenrola-se entre Milão e Ravena, entrelaçando-se com as perseguições cristãs e a lenda dos seus filhos mártires. Mulher de linhagem nobre, Valéria se casa com Vitale, um oficial romano, e juntos educam os filhos no culto cristão. Quando a perseguição de Diocleciano derruba o império, a sua fé inabalável leva-os ao martírio. Vitale, após acompanhar o médico Ursicino à forca, sofre tortura e finalmente morte por apedrejamento. Valéria, na tentativa de recuperar o corpo do marido, se depara com uma gangue de idólatras que a espancam violentamente por sua fé. Ferida e exausta, chegou a Milão onde, três dias depois, morreu nos braços dos filhos. Sua morte não é em vão. Gervásio e Protásio, inspirados pela sua tenacidade, vendem os seus bens e dedicam-se à fé, sofrendo por sua vez o martírio. 
Martirológio Romano: Em Ravenna, comemoração de São Vital: neste dia, como se conta, a famosa basílica daquela cidade foi dedicada a Deus em seu nome. Ele, juntamente com os santos mártires Valéria, Gervásio, Protásio e Ursicino, é venerado desde tempos imemoriais pela sua fé destemida e tenazmente defendida.

28 de abril - Beata Maria Felícia de Jesus Sacramentado - Chiquitunga

O dia 23 de junho de 2018, foi um grande dia para o Paraguai e para o Carmelo. No estádio do Club Porteño foi proclamada beata Maria Felícia de Jesus Sacramentado (Chiquitunga). A foi presidida pelo Cardeal Angelo Amato, Perfeito da Congregação para a causa dos Santos; que apresentou a Chiquitunga na sua homilia como uma “jovem culta e santa, entusiasta da sua fé e da sua vocação de consagrada”. Uma santa que “convida hoje as suas irmãs a sentirem-se orgulhosas da sua vocação e alegres na sua quotidiana entrega ao Senhor”. Uma santa que “nos convida a todos a viver a nossa existência cristã e inspira a juventude paraguaia a viver fiel ao amor de Deus”. Maria Felicia Guggiari Echeverría nasceu em Villarrica, em 12 de janeiro de 1925. Era fisicamente pequena, motivo pelo qual o seu pai apelidou-a, carinhosamente, de “Chiquitunga” (pequerrucha, em guarani). A sua mãe contou que, num dia de muito frio, Chiquitunga voltou da escola a tremer de frio porque tinha dado o seu agasalho a uma menina pobre. Uma das suas irmãs denunciou-a ao pai, porém ela respondeu: "Estás a ver, paizinho! Eu não sinto frio!" E repetia esfregando as mãozinhas nos seus braços nus e tiritantes. Numa outra vez chegou a casa com umas sandálias disformes e gastas porque tinha dado, em troca, os seus sapatos a uma menina necessitada.

28 de abril - Santa Gianna Beretta Molla

"Toda vocação é vocação à maternidade material, espiritual e moral e preparar-se significa prepara-se em ser doadores de vida.
Se na luta pela nossa vocação tivéssemos que morrer; aquele seria o dia mais bonito de nossa vida." 
Gianna Beretta nasce em Magenta (Milão, Itália) aos 04 de outubro de 1922. Desde sua primeira juventude, acolhe plenamente o dom da fé e a educação cristã, recebidas de seus ótimos pais. Esta formação religiosa ensina-lhe a considerar a vida como um dom maravilhoso de Deus, a ter confiança na Providência e a estimar a necessidade e a eficácia da oração.
Durante os anos de estudos e na Universidade, enquanto se dedicava diligentemente aos seus deveres, vincula sua fé com um compromisso generoso de apostolado entre os jovens da Ação Católica e de caridade para com os idosos e os necessitados nas Conferências de São Vicente. Laureada em medicina e cirurgia em 1949 pela Universidade de Pavia (Itália), em 1950 abre seu consultório médico em Mêsero (nos arredores de Milão). Especializa-se em pediatria na Universidade de Milão em 1952 e, entre seus clientes, demonstra especial cuidado para as mães, crianças, idosos e pobres.
Enquanto exercia sua profissão médica, que a considerava como uma «missão», aumenta seu generoso compromisso para com a Ação Católica, e consagra-se intensivamente em ajudar as adolescentes. Através do alpinismo e do esqui, manifesta sua grande alegria de viver e de gozar os encantos da natureza. Através da oração pessoal e da dos outros, questiona-se sobre sua vocação, considerando-a como dom de Deus. 

LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT Sacerdote, Fundador, Santo (1673-1716)

Um dos missionários da devoção mariana 
mais conhecidos, incansável pregador 
da sagrada escravidão de 
amor a Maria Santíssima, 
apóstolo da Contra-Revolução
Segundo dos 18 filhos do advogado João Batista e de Joana Roberto de la Vizeule, Luís Grignion nasceu em 3 de janeiro de 1673, em Montfort-la-Cane (hoje Montfort-sur-Meu), na Bretanha. Por devoção a Nossa Senhora, no crisma acrescentou ao seu nome o de Maria. Luís herdou do pai um temperamento colérico e arrebatado, e dirá depois que "custava-lhe mais vencer sua veemência e a paixão da cólera que todas as demais juntas". Mas conseguiu-o tão bem, que um sacerdote seu companheiro, nos últimos anos de sua vida, atesta que: "Realizou esforços incríveis para vencer sua natural veemência; e o conseguiu, e adquiriu a encantadora virtude da doçura" [1], que atraía tanto as multidões. O pequeno Luís Grignion de Montfort sentia também muito pendor pela solidão, sendo comum retirar-se a um canto da casa para entregar-se à oração diante de uma imagem da Virgem, rezando principalmente o Rosário. Em 1684 os pais o enviaram a estudar humanidades como externo no Colégio Tomás Becket, dos jesuítas de Rennes. Ali passará ele oito anos, com muito bom aproveitamento. Todos os dias, antes de ir para o colégio, ele passava em alguma igreja para fazer uma visita ao Santíssimo Sacramento e a alguma imagem de Nossa Senhora. Muitas vezes, antes de voltar para casa, fazia o mesmo.

MARIA LUÍSA TRICHET Co-fundadora, Beata 1684-1759

Maria Luísa Trichet (ou Maria Luísa de Jesus), com São Luís Maria Grignion de Montfort, é a co-fundadora da Congregação das religiosas chamadas “Filhas da Sabedoria”. Nasceu em Poitiers (França), no dia 7 de maio de 1684, tendo sido baptizada no mesmo dia. Filha de uma família de oito filhos, recebeu sólida educação cristã, tanto no seio da família, quanto na escola. Aos 17 anos, encontrou-se pela primeira vez com S. Luís Maria Grignion de Montfort, que acabara de ser nomeado como capelão do hospital de Poitiers. Sua fama de pregador e de confessor, já era notável entre a juventude daquela região. Espontaneamente, Maria Luísa ofereceu seus serviços ao hospital. Ela consagra uma boa parte de seu tempo, aos pobres e aos enfermos. Diante da sua dedicação, São Luís pron-tamente a pediu para que ali permanecesse. A este convite, Maria Luísa respondeu com sua entrega total. Mesmo não havendo posto vago para o cargo de governanta, aceitou ser admitida somente como simples colaboradora. “Você voltará louca como este sacerdote”, lhe havia dito a sua mãe. “Que ideia, quando se é bela, jovem e de boa família, vestir um hábito cinza (2 de Fevereiro de 1703) e passar seu tempo a cuidar de vagabundos, enfermos e empestados! Que loucura seguir este sacerdote louco!”

PEDRO MARIA CHANEL Sacerdote marista, Mártir, Santo (1803-1841)

Pedro nasceu no dia 12 de julho de 1803, na pequena Cuet, França. Levado pelas mãos do zeloso pároco, iniciou os estudos no seminário local e, em 1824, foi para o de Bourg, onde três anos depois se ordenou sacerdote. Desde jovem, queria ser missionário evangelizador, mas primeiro teve de trabalhar como pároco de Amberieu e Gex, pois havia carência de padres em sua pátria. Juntou-se a outros padres que tinham a mesma vocação e trabalhavam sob uma nova congregação, a dos maristas, dos quais foi um dos primeiros membros, e logo conseguiu embarcar para a Oceania, em 1827, na companhia de um irmão leigo, Nicézio. Foi um trabalho lento e paciente. Os costumes eram muito diferentes, a cultura tão antagônica à do Ocidente, que primeiro ele teve de entender o povo para depois pregar a palavra de Cristo. Porém, assim que iniciou a evangelização, muitos jovens passaram a procurá-lo. O trabalho foi se expandindo e, logo, grande parte da população havia se convertido. Ao perceber que vários membros de sua família haviam aderido ao cristianismo, Musumuso, o genro do cacique, matou Pedro Chanel a bordoadas de tacape. Era o dia 28 de abril de 1841. Foi o fim da vida terrestre para o marista, entretanto a semente que plantara, Musumuso não poderia matar.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 28 DE ABRIL

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
28 – 5º Domingo da Páscoa – Santos: Pedro Chanel, Valéria
Evangelho(Jo 15,1-8) Eu sou a videira e vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.”
O povo de Deus era comparado com uma vinha e suas videiras. Jesus diz que ele é o tronco, a fonte da vida da videira; nele, para ele e por ele são chamados todos que fazem parte do povo de Deus, dele dependem todos. Por sua união com ele é que todos participam da vida divina; fora dele não há vida de filhos de Deus, não há esperança, não há salvação. Só unidos a ele podemos viver a fé, ter a esperança firme da vida para sempre, amar colocando Deus em primeiro lugar, e fazendo a salvação dos irmãos. Ele nos diz o que só um Deus nos poderia dizer: “sem mim nada podeis fazer”! Se não precisamos dele, se não acreditamos que ele nos pode justificar, então ele não nos deve interessar, porque não nos serve para nada.
Oração
Senhor Jesus, por pura bondade vós me amastes, escolhestes e chamastes. Desde a infância pude conhecer-vos, protegido por um ambiente cristão. Para mim tudo foi mais fácil. Agradeço tanto favor, e peço que me ajudeis a viver totalmente unido a vós. Creio que sois meu único Salvador, que me libertais do mal, e me fazeis participante de vossa vida divina. Aumentai sempre mais essa vida que me alegra e faz feliz. Quer seguir-vos como discípulo e, unido a vós, quero ser bênção e salvação para outros. Conto com vossa ajuda para viver de modo a mostrar a todos como é bom estar unido a vós e aos irmãos. Perdoai-me, porque muitas vezes não vos tenho sido fiel como deveria. Muitas vezes tenho feito o mínimo possível por vós que tudo fazeis por mim. Amém.

sábado, 27 de abril de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Eu te consagrei profeta”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Missão difícil.
 
Jesus, o Profeta prometido por Deus (Dt 18,15), anuncia a Palavra em Nazaré e sofre a rejeição de seus conterrâneos. Ele fora ungido e consagrado pelo Espírito em seu batismo para a missão profética. O profeta Jeremias também foi consagrado como profeta, desde o seio materno. O profeta terá dificuldades e oposições. A acomodação dificilmente aceita mudanças. E se investe contra o proclamador da novidade do Reino. Ainda mais porque conhecem sua família e a Ele. Jesus foi recusado a ponto de quererem jogá-lo no precipício. Esse precipício, inexistente em Nazaré, significa eliminá-Lo. A proposta de Deus ao profeta Jeremias são as mesmas assumidas por Jesus. A dificuldade é verem naquele homem comum que eles conheciam, o Messias de Deus. Por isso repete o provérbio “médico, cura-te a ti mesmo”, que dizer: faça um milagre que tire este jeito humano de ser e mostre excelso Messias. Jesus insiste na adesão a Ele e a suas palavras pela fé. Diz ainda que o profeta que é rejeitado. O profeta prometido por Moisés em Deuteronômio 18, como Moisés, reclama os direitos de Deus. Esse é incômodo. Jesus cita o caso de Naaman que foi curado por Eliseu e a viúva de Sarepta que foi socorrida por Elias. Eram pagãos. E Jesus faz cura em Cafarnaum, cidade meio pagã. Com isso está mostrando a abertura do Reino a todos e o fechamento que há neles. A tentativa de aniquilá-lo é o desejo de livrar-se de sua incômoda profecia. Essa profecia está na leitura do domingo passado. Nela não há condenação dos pagãos pela vingança de Deus e libertação de todos os males dos sofredores. A acomodação na fé superficial é o que provoca a recusa dos profetas. Podemos usar até uma religião superficial para tapear a fé. 
Verdadeira caridade 
O anúncio da palavra pelo profeta tem como fundamento o amor de Deus derramado em seu coração. Esse anúncio é uma expressão do amor de Deus e tem que ser fundamentado nesse amor e feito no amor, como nos escreve Paulo em Coríntios 13. S. Agostinho descreve esse modo de compreender o amor: “O amor de Deus ocupa o primeiro lugar na ordem dos preceitos, mas o amor do próximo ocupa o primeiro lugar na ordem da execução” (Trac. 17,7-9). A pregação é a máxima caridade porque continua amor de redenção de Jesus Cristo, pois Deus quer que todos se salvem (1Tm 2,4). A caridade deve penetrar a vida do profeta. Todos são chamados a serem profetas, anunciadores da presença do Reino de Deus no mundo pela pregação da vida. Se não são capazes de ouvir a palavra da vida, dificilmente se abrirão à palavra falada. Caridade não é sentimento, é vida. 
O hoje de Deus 
Nossas celebrações não são simplesmente a leitura de um texto, mas a proclamação do Hoje de Deus em nosso mundo. Jesus não veio para um grupinho de adeptos. A fé ensina que veio para todos. Por isso cada celebração privilegia a profecia como convite a realizar a transformação. A recusa mostra que não se quer vencer o que nos vence que é a raiz do pecado. Jesus, quando se proclama que “hoje se cumpriu essa passagem da Escritura que acabastes de ouvir” (Lc 4,21) causa admiração e recusa. Estão como a dizer: não se mexe na estrutura. Tudo funcionou muito bem até agora. É o que ocorre na recusa de renovar a Igreja. Não se mexe, pois está tudo bem. Jesus dirá aos discípulos: “se perseguiram a mim, perseguirão também a vós” (Jo 15,20). 
Leituras: Jeremias 1,4-5.17-19; Salmo 70;
1Coríntios 12,311´13,13;Lucas 4,21-30
1. Jesus anuncia a Palavra em Nazaré e é recusado por seus conterrâneos. Sua vida se assemelha à de Jeremias. Recusam sua palavra porque Ele toca as estruturas, sobretudo a abertura da fé aos pagãos. A acomodação na fé superficial tapeia a fé. 
2. O anúncio da Palavra tem fundamento no amor de Deus. O profeta é chamado a amar a Deus e amar com o amor de Deus. A pregação é a máxima caridade, pois continua o amor de redenção de Jesus. Se não se é aberto à Palavra testemunhada pela vida, dificilmente se ouvirá a palavra falada. 
3. Nossas celebrações nãosão leitura de um texto, mas a proclamação do hoje de Deus no mundo. A profecia é convite à transformação. A recusa mostra que não se quer vencer a raiz do pecado.Se renovar a Igreja mexe com as estruturas, haverá recusa. 
Nem Jesus escapou! 
Em Nazaré Jesus inaugurou sua missão. Ficaram admirados com sua sabedoria. Mas... o ciúme não tardou e eles começaram a estranhar: Como pode esse homem que nós conhecemos, que é carpinteiro, que tem uma família que conhecemos? É gente daqui. Por que dá uma de sabido? Jesus comentou que o profeta não é bem recebido em sua pátria. Eles recusaram suas palavras e a Ele mesmo. Queriam joga-Lo no precipício, isto é, acabar de vez com Ele. Mas é Deus quem envia os profetas e está com eles como forte e uma rocha protetora. Deus é sua força. E não pode ter medo, pois aí é que o medo pega. A missão do profeta não é só falar, mas demonstrar sua palavra através do amor muito real para comas pessoas. É impossível anunciar o Reino de Deus, se não tivermos um profundo, real e consequente amor à pessoa humana. Esse amor não é só sentimento, mas concreto em nossos relacionamentos. 
Homilia do 4º Domingo Comum (03.02.2013)

EVANGELHO DO DIA 27 DE ABRIL

Evangelho segundo São João 14,7-14. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. Mas desde agora já O conheceis e já O vistes». Disse-Lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta». Respondeu-lhe Jesus: «Há tanto tempo que estou convosco e não Me conheces, Filipe? Quem Me vê, vê o Pai. Como podes tu dizer: "Mostra-nos o Pai"? Não acreditas que Eu estou no Pai e o Pai está em Mim? As palavras que Eu vos digo, não as digo por Mim próprio; mas é o Pai, permanecendo em Mim, que faz as obras. Acreditai-Me: Eu estou no Pai e o Pai está em Mim; acreditai ao menos pelas minhas obras. Em verdade, em verdade vos digo: quem acredita em Mim fará também as obras que Eu faço e fará obras ainda maiores, porque Eu vou para o Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, Eu a farei». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Ireneu de Lyon (130-208) 
Bispo, teólogo, mártir 
Contra as heresias, IV, 20,5-7; SC 100 
«Quem Me vê, vê o Pai» 
Aqueles que veem a Deus terão parte na vida, porque o esplendor de Deus é vivificante. É por esta razão que Aquele que é esquivo, incompreensível e invisível Se oferece para ser visto, compreendido e captado pelos homens: para dar vida àqBueles que O captam e O veem. Porque, se a sua grandeza é inescrutável, também a sua bondade é inexprimível; é por ela que Ele Se faz ver e dá vida àqueles que o veem. É impossível viver sem vida, e não há vida senão através da participação em Deus, que consiste em ver a Deus e gozar da sua bondade. Assim, os homens verão a Deus para viverem, tornando-se imortais através dessa visão e chegando até Deus. Foi isso que foi anunciado figurativamente pelos profetas: que Deus será visto pelos homens portadores do seu Espírito, que esperam incessantemente a sua vinda, segundo o que Moisés diz no Deuteronómio: «Naquele dia veremos, porque Deus falará ao homem e ele viverá» (Dt 5,24). Aquele que opera tudo em todos é invisível e inexprimível, no seu poder e na sua grandeza, para todos os seres por Ele criados; no entanto, não lhes é de modo algum desconhecido, pois todos aprendem, através da sua Palavra, que há um só Deus Pai, que contém todas as coisas e a todas dá existência, como diz também o Senhor: «Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que está no seio do Pai, é que O revelou» (Jo 1,18).

27 de abril - Beata Maria Antônia Bandrés Elósegui

Madre Cândida disse um dia a uma aluna de seu colégio de Toulouse: "você será filha de Jesus". A jovem foi Maria Antônia Bandrés Elósegui, hoje elevada com a Fundadora às honras dos altares. Apaixonada por Jesus, ela se certificou de que os outros também o amassem. Como catequista, obreira-operária, missionária no desejo, sendo já religiosa, consumava sua curta vida compartilhando, amando e servindo aos outros. Em sua doença, unida a Cristo, ela nos deixou um exemplo eloquente de participação na obra salvífica da cruz. O testemunho da vida destas duas novas Beatas enche de alegria a Igreja e deve trazer a sua Congregação, presente em muitos países da Europa, da América e da Ásia, para seguir os seus ricos ensinamentos, o modelo do seu dom de si e perseverança em sua fidelidade ao carisma recebido do Espírito. Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 12 de maio de 1996 Antônia nasceu em 6 de março de 1898, em um lar rico em Tolosa, Espanha. Seu pai Raimundo Bandrés era um renomado jurista que formou uma grande família com Teresa Elósogui, ela foi a segunda de quinze irmãos. Nasceu frágil e recebeu cuidados e ternura em abundância que imprimiram seu jeito de ser. Tanta atenção e cuidados afetaram sua personalidade de tal maneira que durante os primeiros anos ela era uma pessoa imatura em quem havia uma hipersensibilidade preocupante. Sua mãe cuidou de incutir muitos valores que, junto com sua grande devoção a Maria, abriram seu caminho.

Beata Catarina de Montenegro (Hosana de Kotor) Virgem Dominicana 27 de abril

     A Beata Hosana de Kotor foi uma alma contemplativa que, como toda dominicana, se nutriu da Sagrada Escritura. Deus lhe concedeu o dom do conselho para guiar muitas almas para Ele. Nasceu e cresceu na Igreja Ortodoxa Grega e se converteu ao Catolicismo. Considerada em sua cidade patrona do movimento ecumênico, ela pode nos ajudar a encontrar os caminhos da unidade querida por Jesus para os seguirmos.
     Montenegro é um Estado situado nos Balcãs, às margens do Mar Adriático. No ano 2003 formou com a Sérvia a Federação de Sérvia-Montenegro e em 2006 foi declarada a independência de Montenegro, votada num plebiscito popular.
     Deve seu nome a Lobcen, a “montanha negra”, assim chamada devido a tonalidade dos bosques que cobrem seu cume. A montanha faz parte dos Alpes Dináricos.
     Podgorica, hoje capital da República de Montenegro, de 1466 a 1878 fez parte do império otomano e a partir de então pertenceu a Montenegro.
   Kotor, importante cidade portuária de Montenegro, é circundada por uma impressionante muralha. De 1420 a 1797 a cidade e seus arredores pertenciam à República de Veneza. Este território veneziano foi um baluarte contra a expansão dos turcos otomanos nos Balcãs.

SÃO SIMEÃO, BISPO DE JERUSALÉM E MÁRTIR

As notícias que temos sobre São Simeão nos foram transmitidas, antes de tudo, por Santo Hegésipo, um dos primeiros escritores cristãos, provavelmente de origem palestina, que chegou a Roma, em meados do século II; depois, também por Eusébio de Cesareia, que, em sua “História Eclesiástica”, diz que foi o "segundo Bispo” de Jerusalém, sucessor de Tiago de Alfeu, chamado Tiago Menor, morto em 63. 
Uma identidade controversa
São discordantes as origens de São Simeão, que, segundo a tradição, teve uma vida muito longa, chegando a 120 anos de idade. Alguns dizem que era um dos 70 discípulos de Jesus - cujo nome não é citado no Evangelho de Lucas -; ele era um dos dois discípulos que encontrou o Senhor a caminho de Emaús, sem o reconhecer logo. Segundo outras fontes, ele era filho de um destes dois, ou seja, de Cléofas. Segundo outros, enfim, também seria um parente próximo de Jesus, tanto que Eusébio de Cesareia o menciona como "primo do Salvador". 

São Pedro Canísio, Presbítero, Doutor da Igreja (+1597), 27 de Abril

Pedro Canísio (1521-1597) é conhecido como o segundo apóstolo da Alemanha. É Doutor da Igreja. Seu nome original é Pieter Kanijs. Foi um teólogo jesuíta nascido nos Países Baixos (Holanda). Foi chamado de "Martelo dos hereges" pela clareza e eloqüência com que atacava a posição dos protestantes, está entre os iniciadores da imprensa católica. Ainda na luta pela defesa da Igreja Católica, aconselhava: “Não firam, não humilhem, mas defendam a religião com toda a alma.” São Pedro Canísio é considerado o iniciador da imprensa católica e o primeiro a formar parte do "exército" dos jesuítas. Foi o segundo apóstolo mais importante na evangelização da Alemanha na fé católica, sendo que o primeiro foi São Bonifácio.
Origens 
Pedro Canísio nasceu no dia 8 de maio de 1521, onde situava-se o ducado de Geldern, hoje, Holanda. Diferente dos outros garotos, buscava os livros de oração ao invés das brincadeiras. Aos doze anos reunia crianças para ensinar a elas trechos da Bíblia e do catecismo da Igreja. Muito aplicado aos estudos, quando completou quinze anos foi enviado por seu pai à cidade de Colônia para estudar. Com apenas dezenove anos, ele concluía o doutorado em filosofia. 

Santo Ântimo, bispo, mártir († 303).

Ântimo de Tiana foi um bispo cristão na cidade capadócia de Tiana, uma cidade que se tornou muito proeminente quando o imperador romano Valente dividiu a Capadócia em duas províncias, com ela se tornando a capital da chamada Capadócia Secunda em 371. Esta decisão provocou um conflito — pelo qual Ântimo é conhecido — com Basílio de Cesareia (a capital da antiga província combinada), que havia se tornado bispo em 370. 
Controvérsia com Basílio
Ântimo afirmava que a mudança no status político da cidade deveria ser seguido com uma mudança do status eclesiástico e auto-declarou sua autoridade sobre uma série de cidades capadócias em sua nova província e que antes estavam sob a jurisdição de Basílio. Seu sucesso em fazer valer estas alegações em sua província foi muito facilitado pela presença de arianos que não desejavam estar sob a autoridade de Basílio, embora não haja evidências de que o próprio Ântimo tenha sido um ariano. O conflito se tornou físico a certo ponto, quando Basílio e seu amigo, Gregório de Nazianzo, partiram com uma tropa de mulas para coletar suprimentos para o mosteiro de Santo Orestes, sob o qual Basílio tinha autoridade. Alguns dos que apoiavam Ântimo bloquearam o caminho perto do mosteiro, nas redondezas de Sásima, e uma luta se seguiu. Em 372, como parte do conflito, Basílio consagrou Gregório como bispo de Sásima — uma minúscula cidade — que Ântimo alegava estar sob sua autoridade.

ZITA DE LUCCA Leiga, Padroeira dos domésticos, Santa 1218-1278

Santa Zita nasceu em 1218, em Monsagrati, nos arredores da cidade de Lucca no seio de uma família muito devota. A sua irmã mais velha entrou para um convento de Cister et um seu tio foi eremita e morreu com fama de santidade. Filha de camponeses, aos 12 anos foi trabalhar como empregada doméstica na casa de uma rica família, e aí permaneceu durante 48 anos, ou seja até morrer. Extremamente devota, perguntava-se sempre a si mesma: “Isto agrada ao Senhor?” Ou: “Isto desagrada a Jesus?”. Esta preocupação de sempre fazer a vontade diva tornara-se para ela quase uma obsessão. Tendo sempre, em todas as ocasiões e situações, demonstrado um grande amor para com o próximo, foi-lhe confiado o encargo de distribuir as esmolas cada sexta-feira. E dava do seu pouco, da sua comida, das suas roupas, daquilo que possuía, das suas parcas economias. Dizem que um dia foi surpreendida enquanto socorria os necessitados. Mas no seu avental o que era alimento converteu-se em flores. Conta-se ainda que certo dia foi dar esmola a um necessitado, durante o seu tempo de trabalho. Vizinhos, tendo sido testemunhas desta “infração”, vieram logo avisar a família Fatinelli, para quem Zita trabalhava. A dona da casa foi à cosinha, para averiguar se havia atraso no afazeres e, ó milagre, alguns Anjos estavam ocupados a fazer aquilo que Zita deveria ter feito durante o tempo em que foi fazer obra de caridade. Daí em diante, nunca mais foi impedida de seguir os seus instintos caritativos.

NICOLAU ROLAND Sacerdote, Fundador, Beato 1642-1678

Sacerdote francês nativo de Reims, 
fundador da Congregação do Santo Menino Jesus, 
para o ensino e a protecção 
dos órfãos e crianças abandonadas.
Nicolau Roland nasceu em Reims (França) – no momento da Fronda – a 8 de Dezembro de 1642. Foram seus pais João Baptista Roland, antigo comerciante de tecidos (uma das especialidades da cidade, nesses tempos) e de Nicola Beuvelet, irmã de Mateus Beuvelet, sacerdote, que será o padrinho de Nicolau. Por volta dos oito anos de idade, ingressou no colégio jesuíta da sua cidade natal, onde descobriu a sua vocação: o sacerdócio. Em 1653, enquanto participava de uma ordenação na Abadia de São Pedro das Damas, sentiu-se, de repente, interiormente empurrado a pedir a tonsura, o que fez imediatamente e imedia-tamente recebeu das mãos do Arcebispo. Após completar os seus estudos, ele viajou pela França, percorreu as províncias, levando uma vida mundana. Mas depois de um acidente, decidiu renunciar a qualquer viagem vai para Paris para fazer um retiro espiritual e durante ouviu o chamado para ser padre. Empreende então os estudos de filosofia e de teologia e frequenta uma comunidade de jovens, apaixonados por Jesus Cristo ao redor do Padre Bagot, então, começou a estudar filosofia e teologia. A quando da festa da Assunção, em 1665,

Nossa Senhora de Monserrate, padroeira da Catalunha.

Nossa Senhora de Monserrate ou Virgem Negra de Montserrat (em catalão, Mare de Déu de Montserrat[3], que significa "Mãe de Deus do Monte Serreado"[4]) é uma imagem de Maria, a mãe de Jesus Cristo, localizada no Mosteiro de Montserrat, no município de Monistrol de Montserrat, na província de Barcelona, na Catalunha, na Espanha. É conhecida popularmente como La Moreneta ("A Morena"). 
Lenda 
Segundo a lenda, a imagem teria sido construída por São Lucas e levada ao seu atual local, o Montserrat, na Catalunha, por São Pedro no ano 50. No século VIII, durante a invasão muçulmana da Península Ibérica, teria sido escondida por devotos numa caverna. A imagem teria sido reencontrada somente no ano 880, por um grupo de crianças. Um bispo teria, então, tentado levá-la para a cidade de Manresa, mas a imagem teria se tornado pesadíssima, impedindo seu translado. O bispo teria interpretado o fato como um milagre e como um sinal de que a imagem deveria permanecer no local. Teria, então, sido construído o Mosteiro de Santa Maria de Montserrat no local, para abrigar a imagem.
Estudos científicos 
Estudos científicos indicam que a imagem foi esculpida no século XII. 
Padroeira da Catalunha 
Em 1881, Nossa Senhora de Monserrate se tornou a padroeira oficial da Catalunha.

OS MILAGRES DE NOSSA SENHORA DO MONTE SERRAT

Assim como os querubins da Arca eram vistos como o trono de Deus ( Ex 25,22; I Sam 4,4; II Sam 6,2;  I Cr 13,6; Is 37,16; Heb 9,5), as imagens de Maria nos recordam que ela foi o trono de Deus na terra. 

1- MILAGRE DO ENCONTRO DA IMAGEM

O culto a Virgem Senhora do Montserrat remonta aos primeiros tempos do cristianismo e faz referencia ao apóstolo São Pedro, que segundo a tradição, levou em sua viagem a península Ibérica uma imagem da Virgem Maria, esculpida em madeira e conhecida como a Senhora Jerusalemitana.
Pelo ano de 546, na Cataluña, ao sul da Espanha, um monge chamado Querino, fundou um rudimentar mosteiro consagrado a referida imagem, que alguns séculos antes, fora trazida por São Pedro.
No tempo das invasões, pelos árabes a imagem foi escondida numa caverna e só encontrada dois séculos depois por pastores da região, que a levaram de volta ao mosteiro em solene procissão.
Conta-se que os referidos pastores de Obesa passavam pela montanha quando ouviram cânticos celestiais e foram atraídos por uma luz esplendorosa que saía do interior do rochedo. 
Encantados com o som e com as luzes subiram o monte e pasmados caíram de joelhos diante da imagem da Virgem Maria. 
Estava a imagem em uma cavidade natural na elevação da montanha.
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ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 27 DE ABRIL

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
27 – Sábado – Santos: Zita, Tertuliano
Evangelho(Jo 14,7-14) “Jesus respondeu: – Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces Filipe?”
Filipe estava havia três anos com Jesus. E nós, há tanto tempo estamos com Jesus, há tanto tempo ouvimos falar dele, dizemos acreditar nele como nosso Salvador. Há muito, muito tempo. Mas também nós ainda não o conhecemos, ainda não pensamos como ele, ainda estamos muito longe de sua maneira de agir. Sabemos falar sobre ele, mas ainda não nos deixamos transformar por ele.
Oração
Senhor Jesus, perdoai-me porque em todos esses anos não me entreguei completamente a vós, não permiti que me transformásseis à vossa imagem. Ainda vos conheço apenas por fora, ainda não aceitei em tudo vossas ideias. Falta muito ainda para que meu amor por vós oriente tudo em minha vida. Enquanto é tempo, tomai conta de mim, ajudai-me a vos conhecer sempre mais. Amém.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “A letra e o espírito”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Aprendendo dos antigos
 
A História da Salvação se faz também na transmissão do conhecimento da verdade. Cada época dá sua contribuição, mas a recebe dos antepassados, como lemos em Hebreus 11. Na Bíblia vemos o grande interesse em manter a fé dos antepassados. Ela guarda memória dos antigos que tinham vivido a integridade da fé. A Igreja Católica guarda a sabedoria dos antigos e mantém a fidelidade à compreensão da Palavra de Deus. Cada época tem um enfoque na procura de ser fiel. Os antigos e os novos, todos têm o Espírito Santo. Por isso podemos ser ensinados por esses homens e mulheres que vieram antes de nós, como também, podemos ensinar aos futuros. A revelação permanece a mesma, mas como vem de um Deus infinito, sempre podemos compreender melhor e dar uma contribuição para melhor compreensão. A sabedoria dos antigos não vem somente da inteligência, mas também de sua santidade de vida. Nós os chamamos Pais da Igreja ou Santos Padres. Eles são antigos, santos e tem um ensinamento profundo. Basta citar S. Agostinho, Atanásio etc... Foram deixados de lado algum tempo, mas agora se dá valor e se deve sempre referir a eles quando estudamos a Palavra de Deus. Sua compreensão dá segurança no conhecimento do ensinamento. O fato de perdermos a ligação com o passado podemos nos desviar ou negar dados da fé. Pela história tivemos santos intelectuais, como também outros pensadores que deram sua contribuição para o ensinamento. 
Sentido literal e espiritual 
Apesar de encontrarmos diversos sentidos na Escritura, é fundamental partir sempre do texto. O texto como está escrito, é estudado nas regras da interpretação. Santo Tomás afirma que “todos os sentidos da Escritura se fundamentam no sentido literal”. O sentido literal supõe que a tradução corresponda de fato ao original em que foi escrito. Com o sentido literal, temos o sentido espiritual que nos revela o que a fé ensina, como se deve viver (moral) e aonde vamos chegar. Para esse conhecimento, precisamos ter como seguro e necessário que só é fiel ao texto da Palavra de Deus na medida em que o buscamos com a fé. Assim a Palavra de Deus se torna viva e o Espírito nos introduz em seu sentido espiritual. Sem o fundamento do texto como nos é apresentado, e sem a compreensão através da fé, a Palavra se torna fechada. 
Ir além da letra. 
Fundamentar-se no sentido literal, não significa parar nele. Deve haver uma passagem da escrita para a o espírito do texto. Para fazer essa passagem temos que passar a Palavra para a vida. O texto inspirado, mesmo sendo antigo, é para hoje. Na medida que o ouvimos hoje e praticamos, estamos vivendo a letra no espírito. É o Espírito de Deus que nos conduz. O texto é como um sacramento que tem uma força interior invisível que produz na vida, atitudes de fé. Lembramos que toda a leitura se faz em Cristo que é a Palavra do Pai encarnada, por isso a Palavra só vai atuar se encarnar na vida. São Paulo acentua, como diz o documento Verbum Domini (38), que “A letra mata, mas o Espírito vivifica” (2Cor 3,6). A Palavra é tão viva pelo Espírito, que podemos lembrar que S. Agostinho, ao ler a Palavra de Deus, encontrou a verdade. Na leitura feita na situação em que vivia lhe deu condições para crer. “Para Santo Agostinho, ir além da letra tornou possível acreditar na própria letra e permitir-lhe encontrar finalmente a resposta às profundas inquietações do seu espírito, sedento da verdade (VD 38).
ARTIGO PUBLICADO EM JANEIRO DE 2013

EVANGELHO DO DIA 26 DE ABRIL

Evangelho segundo São João 14,1-6. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não se perturbe o vosso coração. Se acreditais em Deus, acreditai também em Mim. Em casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fosse, Eu vos teria dito que vou preparar-vos um lugar? Quando Eu for preparar-vos um lugar, virei novamente para vos levar comigo, para que, onde Eu estou, estejais vós também. Para onde Eu vou, conheceis o caminho». Disse-Lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais: como podemos conhecer o caminho?». Respondeu-lhe Jesus: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim».
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santa Catarina de Sena 
(1347-1380) 
Terceira dominicana, doutora da Igreja, 
copadroeira da Europa 
Carta 101 a D. Tiago, n.º 55 
«Em casa de meu Pai há muitas moradas» 
A Soberana Bondade manifesta-se de muitas maneiras e Cristo, bendito seja, afirmou: «Em casa de meu Pai há muitas moradas». Quem poderá contar a diversidade dos meios, das visitas, dos dons e das graças de Deus, não só nas criaturas, mas numa só alma? Pois assim como as virtudes são diferentes, embora estejam todas marcadas pelo sinal da caridade, assim também o comportamento e as obras dos servos de Deus são muito diferentes; não é que aquele que tem a virtude da caridade na perfeição não tenha também todas as outras, mas cada um tem uma virtude particular que domina todas as outras. Daí as diferenças nas suas vidas. Aquele que tem sobretudo caridade tem gosto em exercê-la com o próximo; aquele que tem humildade procura apaixonadamente a solidão. Um ama a justiça, outro a liberdade dada por uma fé viva que parece nada temer. Outros amam a penitência e dedicam-se inteiramente a mortificar o seu corpo; outros ainda, esforçam-se por matar a sua própria vontade com uma verdadeira e perfeita obediência. Assim, os meios são diferentes, embora todos sigam o caminho da caridade. Todos os santos que gozam da vida eterna seguiram este caminho, embora de maneiras diferentes, porque não são iguais uns aos outros. A mesma diferença existe entre os anjos, que não são todos iguais. Assim, uma das alegrias da alma na vida eterna é ver a grandeza de Deus na variedade das recompensas que dá aos seus santos.

Santa Essuperanza de Troyes Virgem 26 de abril

Virgem da diocese de Troyes que viveu nos primeiros séculos do cristianismo, destacou-se pelo amor à oração e ao silêncio, tornando-se a primeira freira da diocese. Reza a lenda que, fugindo da agitação de Troyes para se dedicar à contemplação e às obras de caridade, retirou-se para Isle-Aumont, no mosteiro de Saint-Ursion, tornando-se um exemplo de vida evangélica para as mulheres que nos séculos seguintes iriam siga o exemplo dele. A sua morte, embora datada de 380, permanece incerta, enquanto as suas relíquias, após vários acontecimentos ligados à Revolução Francesa, estão hoje preservadas na igreja de Santa Savia em Aube, com uma parte venerada na igreja de Saint-Mards-en-Othe . A diocese de Troyes a celebra no dia 7 de maio, enquanto o martirológio romano a comemora no dia 26 de abril. Santa Essuperanza era uma virgem da diocese de Troyes nascida nos primeiros séculos que levaram à difusão do cristianismo nesta cidade. A lenda recorda como Santa Essuperanza foi a primeira freira da diocese que se destacou pelo amor, pela oração e pelo silêncio. Diz-se que o tumulto e o barulho de Troyes perturbaram o fervor de Santa Essuperanza, levando-a a procurar um lugar solitário onde, longe das distrações mundanas, pudesse dedicar-se à oração e às "boas obras".