Elisabeth Hesselblad nasceu em 4 de junho de 1870, na comuna de Herrljunga, Suécia, e morreu em 24 de abril de 1957. Religiosa e fundadora das Irmãs de São Salvador de Santa Brigite, foi beatificada em 9 de abril de 2000 pelo Papa João Paulo II.
Biografia
Nascida no Oeste da Suécia, numa família luterana de onze filhos, Elisabeth começou a trabalhar aos dezesseis anos para ajudar sua família. Mais tarde, como tantos camponeses suecos daquela época, ela partiu para procurar trabalho nos Estados Unidos. Lá, ela se tornou enfermeira, e acabou travando conhecimento com a Igreja Católica através de um grupo de fiéis católicos. Finalmente, ela se converteu ao catolicismo em 1902. Numa visita a Roma, Elisabeth reuniu-se às religiosas brigitinas, vindas da Ordem fundada por Santa Brigite da Suécia.
Após tornar-se religiosa, Elisabeth Hesselblad não cessou de desenvolver sua Congregação, aprovada pela Santa Sé em 1940, e de dar nova vida à obra da santa sueca. Ela era aberta ao diálogo com outras confissões cristãs, multiplicando as missões na Europa do Norte e do Leste. Foi declarada Justa entre as Nações, em 2004, por ter salvado Judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel
Maria Isabel nasceu em Faglavik, Suécia, em 1870, em uma família de fé luterana, vivida de modo diário e concreto. Desde a escola primária, pelo seu sensível grau de observação, notava que seus colegas de classe professavam as crenças cristãs mais diversas, mas achava que não devia ser assim. Por isso, começou pôr-se à busca da única Verdade.
"O único rebanho"
Em seus escritos autobiográficos, emergiu que Isabel ficou fascinada, em tenra idade, por uma frase do Novo Testamento, que se referia a um único rebanho, para o qual o Senhor, Bom Pastor, reconduziria todos. Passeando pela natureza extensa e sem confins do seu país, começou a se interrogar qual seria aquele rebanho único. Porém, ao invés de desanimar, diante de todas aquelas perguntas sem resposta, recebeu, como dom de Deus, um grande conforto e uma força incrível. Ouviu até uma voz, que lhe fez uma promessa: iria descobrir, um dia, qual seria este único rebanho. Ao sentir a presença do Senhor, tão perto de si, Isabel se tranquilizou.
Enfermeira em Nova Iorque
Aos 18 anos, Isabel decidiu emigrar para Nova Iorque para ajudar, financeiramente, a sua família. Lá, começou a trabalhar como enfermeira no Hospital Roosevelt. Seu contato direto com o mundo do sofrimento e da enfermidade a deixou profundamente impressionada. Naquele período, ocorreu um episódio, narrado em sua biografia, que demonstra quanto a futura Santa era agraciada por Deus.
Certa noite, por descuido, ficou fechada no necrotério do hospital; por isso, decidiu passar o tempo rezando ao lado de cada um dos cadáveres. Ajoelhada ao lado do corpo de um homem, teve a impressão de sentir uma espécie de respiro, mesmo se fraco. Em seu certificado médico dizia que ele tinha falecido por ataque cardíaco. Mas, Isabel sentia aquele respiro sempre mais forte e claro. Como boa enfermeira, sabia que aquele cadáver, no estado entre a vida e a morte, precisava de calor para voltar à vida. Então, cobriu-o com sua roupa. No dia seguinte, ela foi encontrada assim, rezando ao lado daquele jovem, que reviveu.
Retorno à Europa como católica
Nos Estados Unidos, Isabel tinha como diretor espiritual o jesuíta Padre Johann Hagen. Graças a ele, abraçou definitivamente a fé católica e foi batizada no dia da Assunção de Nossa Senhora, em 1902.
Logo, voltou à Europa como católica: primeiro visitou sua família na Suécia e, depois, foi para Roma, onde ficou hospedada na casa que era de Santa Brígida, mas depois utilizada pelas Carmelitas. Ali, com uma permissão especial do Papa Pio X, recebeu o habito religioso das Brigidinas e aprofundou a espiritualidade deste Instituto, originário da sua terra natal. Assim, entendeu qual era a sua vocação: refundar a Ordem, segundo as exigências daquele tempo, mas também fiel à tradição do carisma contemplativo e à solene celebração litúrgica. Transcorria o ano 1911.
Refundação da Ordem de Santa Brígida
Desde então, Isabel, que acrescentou ao seu nome o de Nossa Senhora, se esforçou para levar, novamente, a Ordem de Santa Brígida à Suécia, que conseguiu em Djursholm, em 1923, e, enfim, em Vadstena, em 1935.
Dedicou toda a sua vida à caridade concreta com todos, sobretudo com os necessitados e mais frágeis. Durante a II Guerra Mundial, junto com suas coirmãs, acolheu muitos judeus perseguidos, transformando sua casa em centro de distribuição de alimentos e roupas para quem não tinha nada.
Cansada, fisicamente, mas não de espírito, Maria Isabel faleceu em Roma, em 1957, onde foi beatificada, durante o Grande Jubileu do 2000, e canonizada pelo Papa Francisco, em 2016.
Eis a linda oração que Maria Isabel escreveu, de próprio punho, e o deu à sua avó, antes de retornar aos Estados Unidos, em 1903:
"Eu vos adoro, grande prodígio do céu,
por dar-me alimento espiritual em vestes terrenas!
Vós me consolais nos momentos obscuros,
quando se dissipam, em mim, todas as esperanças!
Ao coração de Jesus, junto ao balaústre do altar,
estarei unida, eternamente, por amor".
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