quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

SILVESTRE DE ROMA Papa, Santo + 335

São Silvestre nasceu em Roma e foi ordenado pelo Papa São Marcelino durante a paz que precedeu as perseguições do imperador Diocleciano. Ele passou através desses anos de terror, e assistiu a abdicação de Diocleciano e de Maximiliano e assistiu ao triunfo de Constantino em 312. Dois anos mais tarde ele sucedeu a São Melquiades como Bispo de Roma. No mesmo ano, ele enviou quatro legatários para representa-lo no grande Concílio da Igreja Ocidental em Aries. Ele confirmou suas decisões naquele Concílio implementou-as na Igreja. No Concilio de Nicaea, também reunido no seu reinado, no ano de 325, mas não podendo assistir devido a sua idade avançada, enviou seus legatários que encabeçavam a lista dos signatários dos seus decretos, precedendo assim aos Patriarcas da Alexandria e da Antiópia. O Livro dos Pontífices "Liber Pontificalis" diz que ele era filho de um romano chamado Rufinus. Em 31 de janeiro de 314 ele foi eleito para a cadeira de São Pedro, sendo que poucos dias antes o Imperador Constantino, com o Edito de Milão dava permissão a existência do cristianismo. Ele teria conseguido isto por ser conselheiro e diretor espiritual de Constantino. Diz a tradição que Constantino havia sido aconselhado pelo seu médico que a melhor maneira de curar a lepra seria se banhar no sangue de uma criança. Uma visão de São Pedro apareceu ao imperador, insistindo que o batismo nas mãos de São Silvestre seria a sua cura o que fez Constantino mudar de idéia e São Silvestre o batizou e o imperador se curou. Em gratidão deu as ilhas de Sicília e Córsega ao papado. Essas terra conhecidas como a ‘Doação de São Silvestre " formaram a base do futuro Vaticano. Constantino dou grandes terrenos em volta de Roma para a construção de basílicas e outros prédios. Os cristãos oravam em pequenas capelas ou as escondidas mas Silvestre imaginava uma Igreja grande de modo a conter todo o clero, bem como basílicas e cemitérios para os mais ilustres mártires. Constantino deu ainda o Palácio Lateran para ser a residência do papa. Na época muitos cristãos romanos olhavam com suspeita a legalização do cristianismo a qual marcava o fim de uma gloriosa tradição. Deve ser lembrado que os cristão foram impiedosamente perseguidos no reinado de Diocleciano e de Maximiliano. Na arte litúrgica da Igreja São Silvestre é mostrado com o Imperador Constantino, ou 2) cavalgando um dragão (símbolo do demônio na época), ou 3) com um anjo segurando uma cruz e um ramo de oliva (significando paz na Igreja),ou 4) com Santa Romana e finalmente 5)batizando Constantino. É especialmente reverenciado em Pisa, Itália Ele morreu em 335 DC. Sua festa é celebrada em 31 de dezembro. Em algumas cidades como Sao Paulo, sua festa é celebrada ainda com uma corrida que se chama a "Corrida de São Silvestre".
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CATARINA LABOURÉ Religiosa Lazarista, Vidente, Santa 1806-1876

A VIDENTE DA MEDALHA MILAGROSA

Por muitos anos ninguém soube como surgiu a Medalha Milagrosa. Apenas em 1876 tornou-se público que uma humilde religiosa, falecida naquele ano, é que recebera da Mãe de Deus a revelação dessa Medalha.
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Na pequena aldeia de Fain-les-Moutiers, na Borgonha, Catarina nasceu a 2 de maio de 1806, a nona dos onze filhos de Pedro e Luísa Labouré, honestos e religiosos agricultores.
Quando tinha apenas nove anos, Catarina perdeu a mãe. Após o funeral, a menina subiu numa cadeira em seu quarto, tirou uma imagem de Nossa Senhora da parede, osculou-a e pediu-lhe que Ela se dignasse substituir sua mãe falecida.
Três anos depois, sua irmã mais velha entrou para o convento das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo. Couberam a Catarina, então com 12 anos, e à sua irmã Tonete, com 10, todas as responsabilidades domésticas. Foi nessa época que ela recebeu a Pri-meira Comunhão. A partir de então a menina passou a levantar-se todos os dias às quatro horas da manhã, para assistir à Missa e rezar na igreja da aldeia. Apesar dos inúmeros afazeres, não descuida-va sua vida de piedade, encontrando sempre tem-po para meditação, orações vocais e mortificações.

São Vicente de Paulo indica-lhe sua vocação

O tempo foi passando, e Catarina crescendo em graça e santidade. Certo dia ela sonhou que estava na igreja e viu um sacerdote já ancião celebrando a Missa. Quando esta terminou, o sacerdote fez-lhe um sinal com o dedo, chamando-a para perto de si. Porém, tímida, Catarina retirou-se do recinto sagrado e foi visitar um doente. O mesmo sacerdote apareceu-lhe, e disse: “Minha filha, é uma boa obra cuidar dos enfermos; você agora foge de mim, mas um dia será feliz de me encontrar. Deus tem desígnios sobre você, não se esqueça”. Catarina acordou sem entender o significado do sonho.
Mais tarde, visitando o convento das Irmãs da Caridade de Chatillon, onde estava sua irmã, viu na parede um quadro representando o mesmo ancião. Perguntou quem era, e responderam-lhe que se tratava de São Vicente de Paulo, fundador da Congregação. Catarina entendeu então que sua vocação era a de ser uma das filhas do Santo da caridade.
Mas seu pai não queria ouvir falar disso. Já bastava ter dado uma filha a Deus, e ele tinha muito apego a Catarina. Para distraí-la dessa ideia, mandou-a a Paris, para ajudar seu irmão que tinha lá uma pensão. Foi uma provação para a santa ver-se em meio aos rudes fregueses do estabelecimento, o que a fez redobrar as orações para manter sua pureza de coração e o fervor de espírito.
Uma cunhada a convidou a ir para sua casa, em Chatillon, onde mantinha uma escola para moças. Ali Catarina podia ir frequentemente ao mosteiro das Irmãs da Caridade, que ficava perto. E foi nessa casa religiosa que ela entrou a 22 de janeiro de 1830, quando seu pai deu-lhe finalmente a devida permissão. Catarina tinha então 24 anos de idade.
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EVANGELHO DO DIA 31 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo S. João 1,1-18.
No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d'Ele e sem Ele nada foi feito. N'Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho d'Ele, exclamando: "Era deste que eu dizia: 'O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim'". Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
Beato John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador do Oratório em Inglaterra 
Sermão «A Encarnação», PPS, t. 2, n°3 
«E o Verbo fez-Se carne»
O Verbo era, desde a origem, o Filho Unigénito de Deus. Antes de os mundos terem sido criados, antes mesmo de o tempo existir, já Ele existia no seio do Pai eterno, Deus de Deus e Luz de Luz, sumamente bendito no conhecimento que tinha do Pai e no conhecimento que o Pai tinha dele, recebendo dele todas as perfeições divinas, mas sempre uno com Aquele que O tinha engendrado. Como está escrito no início do Evangelho: «No princípio era o Verbo e o Verbo estava em Deus e o Verbo era Deus.» […] 
Na verdade, quando o homem caiu, Ele poderia ter permanecido na glória que tinha com o Pai antes da criação do mundo. Mas o amor insondável que se revelara na origem da nossa criação, insatisfeito ao ver a sua obra arruinada, fê-Lo descer do seio do Pai para cumprir a sua vontade e reparar o mal de que o pecado era a causa. Com indulgência admirável, já não veio revestido de poder mas de fraqueza, sob a forma de um servo, sob a aparência do homem caído que vinha levantar. Assim humilhou-Se, sofrendo todas as enfermidades da nossa natureza, com uma carne semelhante à nossa carne pecadora, semelhante ao pecador com excepção do pecado, puro de todo o erro mas submetido a toda a tentação e no fim «obediente até à morte e morte de cruz» (Fil 2,8). […] 
Deste modo, o Filho de Deus tornou-Se Filho do homem — mortal, mas não pecador; herdeiro das nossas enfermidades, mas não dos nossos erros; descendente da antiga raça, mas «princípio da nova criação de Deus» (cf Ap 3,14). Maria, sua Mãe […], foi escolhida para dar uma natureza criada Àquele que era o seu Criador. Assim, Ele não veio a este mundo sobre as nuvens do céu, mas nascido aqui em baixo, nascido de uma mulher: Ele, o Filho de Maria, e Ela, a Mãe de Deus. […] Era verdadeiramente Deus e homem, mas era uma só pessoa […], um só Cristo.

AMOR LEGÍTIMO

PADRE CLÓVIS DE JESUS
BOVO CSsR
Um homem de certa idade veio à clínica onde eu trabalho, para fazer curativo de uma ferida na mão. Estava com muita pressa. Perguntei, enquanto fazia o tratamento: 
- Tem algo urgente, se posso saber? 
- Preciso ir ao asilo para fazer companhia para minha mulher e tomar café com ela. Pobrezinha! Faz tempo que está com a doença de Alzheimer, já muito avançada. 
- Mas ela vai entender o motivo do atraso, caso o senhor se atrasar?... 
- Não vai entender. Nem me conhece mais. Já faz uns cinco anos que não sabe quem sou eu. 
- Se ela não sabe mais quem é o senhor, qual a necessidade de estar com ela todas as manhãs? 
Ele sorriu, querendo dizer que não entendeu a pergunta, e acrescentou: 
- Ela não sabe quem sou eu, mas eu sei muito bem quem é ela. Dá licença, porque já vou indo. 
Lição: O amor autêntico tem essas finezas, que pouca gente compreende.

31 DE DEZEMBRO – O SANTO QUE FECHA AS PORTAS DO ANO

Silvestre I, o 38º na lista dos Papas, viveu na época em que começava um novo tempo para a Igreja. Até então ela vivera debaixo das catacumbas, na clandestinidade, acuada pelos imperadores, banhada no sangue dos seus mártires. Iniciava agora nova etapa. Saía das catacumbas. Agora se podia celebrar publicamente o culto divino e construir igrejas. Silvestre I viveu numa época de certa calma. Houve problemas, porém. O imperador Constantino Magno decretou liberdade de culto para o cristianismo, mas exagerou nesse protecionismo, chegando a querer impor sua vontade no governo eclesiástico. Silvestre precisou pactuar com certas atitudes do imperador para continuar pastoreando seu rebanho com alguma independência. Foram 21 anos bem agitados, mas de conseqüências benéficas. 
ORAÇÃO PARA COMEÇAR E TERMINAR BEM 
Senhor! Que eu saiba viver e conviver no decorrer deste ano. Que eu viva e deixe viver. Que eu aproveite a vida sensatamente. Que eu esteja de bem com a vida, E com todos com quem me encontrar ao longo deste ano.Amém!
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa do Padre Pelágio CSsR
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REFLETINDO A PALAVRA - “Seduziste-me, Senhor!”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
O desejo de Deus. 
O salmo 62, cantado nessa celebração, expressa uma dimensão muito profunda da realidade humana: o desejo de Deus. Esta profunda atração que Deus exerce sobre nós é refletida no salmo com a expressão: “Minha alma tem sede de vós, minha alma também vos deseja, como terra sedenta e sem água”. A condição humana, por mais destruída ou pecaminosa que seja, tem sempre como a maior força de atração o desejo de Deus, por vezes odiado ou desconhecido. Por que essa atração, esse desejo e essa busca ansiosa de Deus? Tenhamos certeza de que Deus sempre toma a iniciativa. Se há em nós algo que busca Deus é porque Ele nos seduziu. Mais ainda: “E eu me deixei seduzir”. As palavras no original são muito mais fortes e vão além de posse e de entrega pessoal. Essa sedução fantástica é permanente em nossa vida. Mesmo que eu não saiba nem queira responder, Deus sempre me incomoda. Como diz o profeta: “Por mais que eu queira abafar, Ele é como um fogo que está dentro de meus ossos”. Não temos força para resistir. Deus nos atrai, arrasta e toma. Não há como resistir. Não conseguimos viver sem Deus. Ele sacia nosso desejo de sermos participantes de sua vida. Parece-nos que falta em nós aquele sopro do hálito de Deus ao criar o homem. Temos necessidade permanente deste “ar de vida”. Ela dá vida ao nosso ser frágil e de barro a ser sempre moldado, para chegar a ser imagem dAquele que nos criou. 
Culto espiritual 
Paulo nos fala de culto espiritual: “Exorto-vos a oferecerdes em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Esse é vosso culto espiritual” (Rm 12,1). Esse desejo espiritual não é um vago sentimento. É um modo de vida. A vida do cristão e de cada homem e mulher de boa vontade é um culto a Deus enquanto transforma o desejo em ação concreta. Por estar unido a Deus, é também obra de Deus e por isso lhe é agradável. Nada de nossa vida, feito pelo bem, perde seu valor, pois está em união com Deus. Isso é nosso louvor primeiro. É nosso culto espiritual feito sobre o altar de nosso corpo, no grande templo da terra, no mundo das pessoas. “Transformai-vos renovando vossa maneira de pensar e julgar” (2). O desejo de Deus vem da união do Filho que está em permanente contemplação do Pai e lhe presta o culto de amor e acolhimento. Assim podemos fazer em nossa vida: amar e acolher amor. Temos assim a base para nosso culto pessoal, isto é, uma vida voltada para Deus no amor aos irmãos e ao mundo amado por Deus. 
Ganhar a vida 
“Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder sua vida?” (Mt 16,26). O grande fruto do desejo, provocado pela sedução de Deus, é dar o verdadeiro valor à vida: ela está unida ao modo de Jesus pensar, agir e viver. Pedro quis obstacular o caminho de entrega de Jesus. “Você não pensa nas coisas de Deus, mas sim nas coisas dos homens” (23). Ganhar a vida é deixar-se ganhar por Deus. Quando Ele for de fato o fogo que nos queima por dentro dos ossos, ganhamos nossa vida. A vida conquistada é o que constitui a felicidade de cada um. Não há necessidade de nada para ser feliz. Basta saciar-se no desejo de estar em Deus e nEle realizar a vida.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 31 DE DEZEMBRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
Oração da manhã para todos os dias

Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.

As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31 ‒ Quarta-feira ‒ Santos: Silvestre I, Catarina Labouré, Melânia 
Evangelho (Jo 1,1-18) “E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. ... De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça.” 
João fala-nos de Jesus de Nazaré. Leva-nos a conhecer o que está fora de nossa capacidade natural de conhecimento. Jesus é o Filho de Deus, é Deus, por quem e para quem tudo e todos existem. Só ele, por seu poder divino, pode fazer-nos ser o que a Trindade planejou para nós. Fazendo-nos participantes de sua divindade, ele nos faz filhos e filhas amados de Deus, novas criaturas. 
Oração
Senhor meu Deus, Pai, Filho e Espírito, vendo a vida nova que me ofereceis por minha união com Jesus, o Filho Encarnado, encho-me de alegria e felicidade. Eu vos louvo e bendigo, pois minha vida ganha novo sentido. Não me dais apenas a vida de agora, mas também a vida para sempre, na plenitude, sem nenhuma limitação. Entrego-me totalmente a vós e só de vós tudo espero. Amém. 

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

SÃO FULGÊNCIO

Fabius Claudis Gordianus Fulgentius, nasceu em Thelepte em 467 de uma família de senadores em Cartago, Norte da África e recebeu excelente educação. Ele ajudou sua mãe a administrar os bens da família após a morte de seu pai e era conhecido por sua habilidade e honestidade. Por causa disto foi indicado procurador de sua terra natal e arrecadador de impostos de Byzacena. Com 22 anos ele deixou seu posto e entrou para o Mosteiro que era governado por um bispo ortodoxo de nome Faustus que havia sido expulso de sua Sé pelo Rei Ariano Huneric. A mãe de Fulgêncio provocou um tumulto a vociferar suas objeções a Faustus porque este tinha receios de aceitar seu filho Fulgêncio no Mosteiro. Faustus teve que deixar o Mosteiro mas Fulgêncio também saiu e entrou em outro Monastério onde o Abade Felix insistiu que ele governaria igualmente junto com Fulgêncio. Ali a vida era de extrema austeridade e simplicidade. Os dois governaram o Mosteiro por seis anos até 499 quando eles foram forçados a fugir dos invasores Numidianos e foram para Sicca Veneria. Eles foram presos a pedido de um padre Ariano , acoitados e torturados, mas se recusaram a renegar a sua fé ortodoxa e acabaram sendo soltos. Fulgêncio foi visitar os monges no deserto do Egito e depois foi para Roma para visitar as tumbas dos apóstolos. Ele retornou a Byzacena, vendeu seus bens e construiu um monastério onde era o Abade, mas vivia em uma pequena cela ao lado. Em 507 ele foi eleito, contra a sua vontade, Bispo de Ruspe, Tunísia, mas ele usou sua influência para construir outro monastério onde continuou a viver com a mesma austeridade. Quando todos os bispos foram exilados pelo Rei Thrasimundo em Cagliari ele, com a ajuda do Papa Symmaco, fundou um monastério em Cagliari e tornou-se o porta-voz dos Bispos exilados. Durante seu exílio ele se devotou ao estudo das escrituras e escreveu vários tratados sendo o mais famoso: “Respostas a 10 Objeções” , uma réplica a questões contra a ortodoxia levantadas pelo Rei Vândalo Thrasimundo. Isto atraiu a atenção do Rei e em 515 ele chamou Fulgêncio para Cartago para discutir com o clero ariano. Fulgêncio escreveu ainda: “Três livros ao Rei Thrasimund” uma brilhante refutação ao Arianismo. Veja "Arianismo" logo abaixo. Fulgêncio teve forte influencia sobre o clero ariano que era tão poderoso que em 518 ele foi enviado de volta a Sardinia onde ele construiu outro monastério perto de Cagliari. Com a morte de Thrasimundo o seu sucessor Hilderico deixou os bispos ortodoxos retornarem a sua Sé em 523. Assim metade do episcopado de Fulgêncio foi no exílio. Mas ao voltar tentou acabar com os abusos que haviam sido feitos durante sua ausência e só conseguiu quando ameaçou se retirar para um Mosteiro na ilha de Circinia.Sua congregação não permitiu e ele conseguiu as reformas que desejava. Ele era um notável pregador . Conta-se que o Bispo de Cartago ao ouvir um de seus sermões chorou de emoção. Ele ainda escreveu um tratado sobre o “Destino das crianças não batizadas” que até hoje é considerado um modelo de teologia. Veio a falecer em Ruspe em 1º de janeiro de 533. Os membros de sua Sé o enterraram no interior de sua igreja o que era contrario as leis e aos um costume da época. Sua festa é celebrada no dia 30 de dezembro. 
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EUGÉNIA RAVASCO Religiosa, Fundadora, Beata 1845-1900

Eugénia Ravasco nasceu em Milão no dia 4 de Janeiro de 1845, terceira dos seis filhos do banqueiro genovês Francisco Mateus e da nobre senhora Carolina Mozzoni Frosconi.
Foi baptizada na Basílica de Santa Maria da Paixão e recebeu o nome de Eugénia Maria. A família rica e religiosa ofereceu-lhe um ambiente cheio de afectos, de fé e uma fina educação. Depois da morte prematura de dois filhinhos e também da perda da jovem mulher, o pai retornou a Génova, levando consigo o primogénito Ambrósio e a última filha Elisa com apenas um ano e meio.
Eugénia ficou em Milão com a irmãzinha Constância, entregue aos cuidados da tia Marieta Anselmi, que como uma verdadeira mãe, cuidou do seu crescimento, educando-a com amor, mas também com firmeza. Eugénia, vivaz e expansiva, na sua infância, a considerou sua mãe e se uniu a ela com grande afecto.
No ano de 1852 se reuniu a sua família em Génova. O desapego da tia lhe causou uma dor fortíssima, que a fez adoecer. Em Génova, sua sede definitiva, reencontrou o pai e os dois irmãos. Conheceu o tio Luís Ravasco que tanto influenciou na sua formação. E também a tia Elisa Parodi e os seus dez filhos com os quais Eugénia viveu por algum tempo. Mas afeiçoou-se particularmente à sua irmã menor, Elisa, que era reservada e sensível, estabelecendo com ela uma profunda sintonia espiritual.
Após três anos, em marco de 1855, morreu também seu pai. O tio, Luís Ravasco, banqueiro e cristão convicto, assumiu os seus sobrinhos órfãos. Providenciou a todos uma boa formação e confiou as duas irmãs a uma governanta qualificada. Eugénia de carácter vivo e exuberante sofreu muito com a maneira bastante severa usada pela senhora Serra, mas também soube submeter-se docilmente.
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Beata Margarida Colona, religiosa, +1280

Margarida nasceu em 1255, no castelo de seus pais a 40 quilómetros de Roma. Perdeu o pai pouco depois de nascer e a mãe aos dez anos. Foi posta sob a tutela de seu irmão João. Quando atingiu dezoito anos e a quis casar, João verificou que, tanto Margarida como seu irmão Tiago, se tinham apaixonado pelos ideais franciscanos e nada os pôde demover. Tiago chegou a cardeal defensor da Ordem, enquanto Margarida se retirou para um pequeno convento, dizendo ter sido agraciada com uma aparição da Virgem Maria. Não estando sujeita a clausura, pôde entregar-se às obras de caridade, especialmente junto dos Irmãos Menores doentes e dos leprosos cf. José Leite, s.j.
http://www.evangelhoquotidiano.org/

EVANGELHO DO DIA 30 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo S. Lucas 2,36-40.
Quando os pais de Jesus levaram o Menino a Jerusalém, a fim de O apresentarem ao Senhor, estava no templo uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações. Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo 
Protéptico 1, 6-8; SC 2 
O cântico novo: «Ana proclamava os louvores de Deus»
Sendo do alto, o Verbo, a Palavra de Deus, era e é o divino começo de todas as coisas. Mas, agora que recebeu como nome «Aquele-que-foi-consagrado», ou seja, «Cristo», eu chamo-Lhe «cântico novo» (Sl 33, 144, 149, etc.). O Verbo fazia-nos existir desde há muito, porque estava em Deus; por Ele a nossa existência é boa. Ora este Verbo acaba de aparecer aos homens, Ele que é Deus e Homem; Ele é para nós a causa de todos os bens. Tendo aprendido com Ele a viver bem, somos por Ele introduzidos na vida eterna. Porque, como nos diz o apóstolo do Senhor, «a graça de Deus, fonte de salvação, apareceu a todos os homens; ela ensina-nos a renunciar à impiedade e às cobiças do mundo, e a viver no tempo presente com temperança, justiça e piedade, aguardando com jubilosa esperança a revelação da glória do grande Deus, Jesus Cristo, nosso Salvador» (Tit 2,11-13). 
Eis o cântico novo: a manifestação do Verbo que existia desde o princípio e que acaba de resplandecer entre nós. […] Porque Aquele que existia como Salvador desde sempre acaba de aparecer; Aquele que é Deus apareceu como mestre; o Verbo por Quem tudo foi criado apareceu (Jo 1,10). Como Criador, Ele deu a vida no princípio; agora, tendo aparecido como Mestre, ensina-nos a viver bem, de maneira que um dia nos possa dar, enquanto Deus, a vida eterna. Não foi hoje a primeira vez que Ele teve piedade de nós por andarmos perdidos; foi desde o princípio.

CARROÇA VAZIA

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
“Certa manhã, meu pai convidou-me para dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer:
- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa? 
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi: 
-Estou ouvindo um barulho de carroça! 
- Isso mesmo, disse meu pai. É uma carroça vazia... 
- Como posso saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos? 
- Ora, respondeu meu pai, é muito fácil saber que uma carroça está vazia, por causa do barulho! Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz! 
Tornei-me adulto e, até hoje, quando escuto uma pessoa tagarela falando demais, inoportuna, interrompendo a conversa de todo mundo, tenho a impressão de ouvir meu pai dizendo: 
-Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz... 
Lição: Muita gritaria, cabeça vazia.

30 DE DEZEMBRO – FUGIU PARA NÃO SER BISPO, MAS...

São Fulgêncio viveu no século IV: filho de romanos, vivia numa região da África. Trabalhava como coletor de impostos até conhecer as obras de Santo Agostinho. Decidiu então, viver uma vida de austeridade e solidão, junto com os monges do Egito. Mas sua viagem foi interrompida quando o navio que o levava, precisou atracar em Siracusa. Ainda no porto, soube que havia sido eleito bispo, junto com outros candidatos, para diversas dioceses.. Foi então que decidiu fugir para mais longe ainda. Quando Fulgêncio soube que os bispos já tinham sido ordenados, retornou à sua terra natal. Mal chegou à sua província, foi eleito bispo da pequena cidade de Ruspe, a única diocese que não tinha bispo. Fulgêncio passou a pregar e a se dedicar intensamente às obras pastorais. O dinheiro que recebia, dava-o aos pobres. Durante nove anos desempenhou sua função com humildade, até sua morte. 
Oração: São Fulgêncio, rogai por nós para aceitemos com alegria e obediência os planos do Pai. Que seja realmente feita a Sua vontade e não a nossa. São Fulgêncio, a partir do momento em que abraçastes o que foi traçado por Deus, passastes realmente a ser feliz. Que também nós aceitemos a Vontade de nosso Criador para assim,sentirmos a paz e a força do Alto. Amém.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa do Venerável Padre Pelágio CSsR
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REFLETINDO A PALAVRA - “Experiência do irmão”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
148. Onde está teu irmão?
A Bíblia não somente conta fatos históricos, mas é uma leitura da realidade humana em relação a Deus. Por essas narrações, compreendemos quem somos nós e qual o caminho que Deus nos oferece. Vejamos a história de Caim e Abel: Eles continuam dentro de nós e em nossos relacionamentos. Caim e Abel somos nós. Deus, depois do assassinato, perguntou a Caim: “Onde está Abel, teu irmão?” (Gn 4,9). Essa pergunta percorre a história da humanidade. Por um lado é Deus que defende cada homem. Por outro lado somos nós que temos a ver com o outro. “Acaso sou o guarda de meu irmão?” pergunta Caim. Além da responsabilidade que temos sobre cada pessoa, cada uma é parte de nossa experiência de Deus. Não se conhece a Deus se não se conhece o irmão. João escreve: “Quem não ama seu irmão a quem vê, a Deus que não vê não poderá amar” (1Jo 4,20). A experiência do irmão é necessária para o conhecimento de Deus e par o encontro com Ele. Jesus pensava assim, pois a carta aos Hebreus diz: “Ele não se envergonha de chamá-los irmãos” (Hb 2,11). Demonstra esta experiência em sua própria encarnação, pois sua divindade se aniquila e se esconde sob os véus de nossa carne. Fez-se próximo de cada pessoa, como na parábola do samaritano. Descendo de seu jumento, abaixou-se para socorrer o ferido. O homem ferido pelo pecado é o alvo do Filho de Deus. Busca a ovelha perdida. Ele sabia onde estava seu irmão. Caim, o primogênito da humanidade contrasta com o primogênito da nova humanidade. E nós, se quisermos conhecer a Deus, temos de fazer a experiência de ser irmão e de ter irmãos. O mandamento do amor se resume em que “quem ama a Deus, ame também seu irmão” (1Jo 4,21).
149. Ver Deus no irmão
            As buscas de misticismo, mesmo no âmbito católico e evangélico, têm uma tendência a sair da realidade e viver de fenômenos. Deus, contudo, está mais perto e mesmo onde tememos que não esteja. Anselm Grünn narra um fato que aconteceu em um campo de concentração estavam enforcando o menino diante de todos. O pobrezinho se debatia, demorando a morrer. Um prisioneiro disse: “Onde está Deus?” Outro responde: “Está lá, sendo enforcado”. A experiência de Deus, de Sua Palavra e de seu amor acontece quando O vemos no outro. Parece tão distante. No outro, quem? Cada pessoa é um traço de Deus. Deus está ali todo inteiro, como a chamar-nos para amá-lO, percebê-lO e senti-lO. Se não sou capaz de vê-lO no irmão, que certeza tenho de tê-lO encontrado?
150. Ver o irmão em Deus
            O superior dos trapistas degolados na Argélia, há uns poucos anos, já sabendo que estavam em riscos, escreve em seu testamento que queria ver seu assassino como Deus o via. Mais do que ser responsável, temos de ver o irmão como Deus vê. A contemplação será autêntica quando contemplamos o outro com os olhos de Deus. Ver com os olhos de Deus é enxergar no outro alguém a ser amado. Nesse alguém o Pai vê o Filho amado. O documento de Puebla recomenda que vejamos os muitos rostos de Cristo. Jesus se identifica com cada homem. “Tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber... Todas as vezes que fizestes isso a um destes pequeninos, por ser meu discípulo, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40).
http://padreluizcarlos.wordpress.com/

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE DEZEMBRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
Oração da manhã para todos os dias

Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.

As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 ‒ Terça-feira ‒ Santos: Anísia, Libério, Sabino 
Evangelho (Lc 2,36-40) “Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.” 
Ana era inspirada e ajudava as pessoas a conhecer a vontade de Deus. Quando José e Maria apresentaram o menino no Templo, ela recebeu uma revelação especial que a encheu de alegria. E não a guardou apenas para si; começou a anunciar para todos que a salvação prometida estava chegando. Se encontrei meu Salvador, não posso ficar calado, tenho de o anunciar para todos. 
Oração
Senhor Jesus, pelo dom da fé vós me conquistastes para vós. Procuro ser fiel e viver como ensinais. É verdade que às vezes eu falho, e por isso peço perdão. Hoje quero pedir que me ajudeis a ser como Ana, falando de vós para todos. Iluminai-me para que possa entender bem vosso evangelho, e ajudai-me com vossa graça para o viver, mostrando como é bom ser um dos vossos. Amém.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

São Thomas Becket

Canonizado em 21 de fevereiro de 1173 pelo Papa Alexandre III. Padroeiro do clero, do Colégio Exeter em Oxford,de Postmouth ,Inglaterra Tendo que enfrentar o Rei varias vezes no final ele exclamou: “ Eu morrerei em nome de Jesus e em defesa da Igreja”. Ele foi morto por pessoas a mando do Rei Henry II, pela espada e machado no dia 29 de dezembro de 1170, dentro da Catedral de Canterbury, Inglaterra. Perto do altar onde sentava, ele foi martirizado e deu sua alma a Deus. Toda a cristandade ficou estupefata. Henry foi forçado a uma penitencia pública pelo assassinato de Thomas, inclusive com a construção do monastério de Withamem Somerset, descrito na vida de São Hugo de Lincoln. Muitos milagres se sucederam imediatamente após a sua morte. Nos próximos 10 anos cerca de 703 milagres foram creditados a ele. Ele foi universalmente aclamado santo muito antes de sua canonização. O solene traslado de suas relíquias para um novo santuário aconteceu em 7 de julho de 1220. A cerimônia foi a mais magnificente vista pelo povo e vieram pessoas de toda a Europa para assisti-la. O santuário-tumba de São Thomas Becket tem esplendor sem paralelo na Inglaterra, talvez o mais rico do mundo. Durante o reinado de Henry VIII foi colocado nele varias e lindas pedras preciosas com ouro, prata e fio de ouro, jóias, broches imagens de anjos, anéis, doze ao todo com ouro em fundo de prata, cravejado de brilhantes. De um lado, uma pedra com um anjo em ouro apontando para cima oferecido pelo Rei de França. Na arte litúrgica da Igreja ele é representado :1) como um arcebispo segurando uma espada invertida; ou 2) como um arcebispo ante seus assassinos ; ou 3) sendo morto na catedral. Sua festa é celebrada no dia 29 de dezembro .

EVANGELHO DO DIA 29 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo S. Lucas 2,22-35.
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor: «Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor», e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor. Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino, para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo». O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; – e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações». 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita descalça, doutora da Igreja Caminho de Perfeição, cap. 31, 1-2 (Ed. Carmelo, 2000, rev) 
Simeão tomou-O nos braços
Nesta oração de quietude, o Senhor começa a dar a entender que ouve a nossa petição e começa, já aqui neste mundo, a dar-nos o seu reino, para que deveras O louvemos, santifiquemos o seu nome e procuremos que todos o façam. 
Esta oração é já coisa sobrenatural e que não podemos procurar por nós mesmos, por mais diligências que façamos, porque é um pôr-se a alma em paz, ou pô-la o Senhor em paz, para melhor falar com a sua presença, como fez ao justo Simeão, porque todas as potências se sossegam. Entende a alma, de um modo muito diverso do entender com os sentidos exteriores, que já está ali mesmo ao pé de Deus, que com mais um poucochinho chegará a estar feita uma mesma coisa com Ele por união. E isto, não porque O veja com os olhos do corpo, nem com os da alma. O justo Simeão também não via, do glorioso Menino pobrezinho, mais do que as faixas em que O levavam envolto e a pouca gente que ia com ele na procissão, que mais pudera julgá-lo filho de gente pobre que Filho do Pai celestial; mas o mesmo Menino deu-Se-lhe a conhecer. E é assim que a alma aqui entende, embora não com essa clareza; porque nem mesmo ela percebe como o entende, senão que se vê no reino, ou ao menos junto do Rei que lho há-de dar, e parece que a própria alma está com tal respeito, que nem sequer ousa pedir. 

O QUE VALE MAIS?

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Procure responder a estas perguntas:
1) Mencione as cinco pessoas mais ricas do mundo.
2) Mencione as cinco últimas vencedoras do concurso Miss Universo.
3) Mencione cinco vencedores do prêmio Oscar, como melhores atores ou atrizes.
- Difícil lembrar? Não se preocupe. Ninguém de nós se lembra dos melhores de ontem. Os aplausos vão-se embora! Os troféus ficam cheios de pó! Os vencedores são esquecidos!
Agora responda a estas perguntas. Garanto que vai saber responder:
1) Nomeie três professores que o ajudaram na sua formação.
2) Nomeie três amigos que o ajudaram nos momentos difíceis.
3) Pense em algumas pessoas que lhe deram importância.
- Respondeu? Sim, porque as pessoas que marcam a nossa vida, são aquelas que se preocupam com você, que cuidam de você, aquelas que de algum modo estão com você.

29 DE DEZEMBRO – APUNHALADO DENTRO DA CATEDRAL

Foi São Tomás Becket (1118- 1170) – Tomás, bispo de Cantuária e Henrique II rei da Inglaterra, não se entendiam mais, porque o rei queria mandar na Igreja. Até acontecer o que aconteceu: Dia 29 de dezembro de 1170, quando o bispo se dirigia para a catedral com seus acompanhantes, um bando de homens invadiu o recinto sagrado, brandindo lanças e espadas. Um deles esbravejou:
- Onde está o traidor? 
Ninguém respondeu. A mesma voz gritou: 
- Onde está o arcebispo? 
-Está aqui, respondeu impavidamente Dom Tomás. Não perguntem pelo traidor porque ele não está aqui. O que vocês querem na casa de Deus, armados desse jeito? 
- Queremos a sua morte. 
- Estou pronto. Mas respeitem estes meus companheiros.
Apoiando-se na coluna da igreja, preparou-se para receber o golpe fatal. Quatro homens avançaram nele com as espadas desembainhadas. Somente o quinto golpe tirou-lhe a vida. (Pe. Hünermann) Santo Tomás Becket fica como exemplo de resistência diante dos ditadores que se atrevem a colocar os direitos do Estado acima dos direitos de Deus.
Outros santos: Segundo; Primiano; Davi
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa do Venerável Padre Pelágio CSsR
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REFLETINDO A PALAVRA - “Ver com os olhos de Deus”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
1507. Usar a riqueza que temos
            Quem acompanha mais de perto as atividades do Papa Francisco vê que insiste sobre o que toca os grandes desafios da sociedade. Ele viveu no meio do povo e sabe falar a língua do povo. Não bastam belos documentos. Francisco vê a situação concreta. Não resolvemos os problemas do mundo com teorias. O que se sente dele é que vê a realidade com os olhos de Deus, cujas lentes são o Evangelho. Os grandes projetos são necessários e úteis quando chegam ao gesto concreto e personalizado. As pessoas não são teorias, são olhos que nos olham com esperança. O Papa diz que sua apreciação se situa “na linha do discernimento evangélico. É o olhar do discípulo que ‘se nutre da luz e da força do Espírito Santo’”(Eg 50). Não compete ao Papa saber tudo e dar todas as soluções. O que faz é estimular as comunidades a estarem vigilantes procurando interpretar os sinais dos tempos. Temos um grande tesouro: O Reino de Deus está entre nós. Nós o compomos e continuamos a missão que nos foi confiada por Jesus. Se não tomarmos atitudes concretas haverá um grande prejuízo para a humanidade. Está em jogo, não projetos, mas o homem e a mulher vivos e necessitados. Há males que estão sendo preconizados como solução quando na verdade são exploração da pessoa e da natureza. É o egoísmo pecaminoso. É por isso que se procura abafar o cristianismo e reduzi-lo a uma religião intimista. Essa não cria problemas. Quando Paulo VI escreveu a Humanae Vitae foi uma grito universal. Mas já há quem diga que, se tivéssemos ouvido Paulo VI, não estaríamos na situação atual. O convite a ouvir Francisco é saber utilizar as riquezas humanas que possuímos.
1508. Desafios que nos cercam
             A humanidade sempre disse que: “Nesses tempos difíceis em que vivemos”. Não diz, nas soluções procuramos, pudemos dar esses passos. O mundo atual deu grandes avanços nas áreas da saúde, educação, comunicação etc... Mas há muita necessidade a ser solucionada. São males crônicos da comunidade internacional: alimento, água, migração, saúde, prisões, moradia, condições mínimas de vida. Curiosamente são esses os itens sobre os quais seremos julgados no fim dos tempos, como lemos no discurso de Jesus sobre o juízo final (Mt 25,31-43). Estão como a dizer: “cuide dos outros, que Deus cuida de você”! Ficamos nos pecadinhos íntimos e deixamos o pecado estrutural. Esta era a preocupação de Jesus. Não podemos fazer uma religião sem o Evangelho, mesmo que seja piedosa. O Papa enumera então esses desafios referentes à economia que exclui na qual o ser humano é explorado, descartado. Junto a esta, a idolatria do dinheiro. É bonito ter mais, quando o que faz viver é ser mais. Este é para servir. Segue-se a desigualdade social que gera violência. Vale a pena analisar a fundo estes temas propostos. Ainda seguem outros.
1509. Não espere pelos outros
Dizemos: Não maldiga a escuridão, acenda um fósforo! Há muita prosa e pouca ação. Sempre pensamos numa solução global que alguém faça a mudança. Ela começa como pequenas fagulhas que podem incendiar tudo. A grande frustração é a gente não fazer nada. Tudo começa pelo respeito ao pequeno, pela acolhida aos simples. Aqui entra a função das comunidades que não deixem fora os que pouco valem. Quem é que vale? Ter ou ser? Temos entre os fracos, grandiosas personalidades. Uma mulher, abandonada que, sozinha, sem recursos conseguiu formar os filhos, vale muito. A capacidade econômica de viver e ser feliz com um salário apertado. Isso é ser doutor em economia e administração etc... Essa gente magnífica que não aparece na telinha, essa sim, vale. 
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ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 29 DE DEZEMBRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
Oração da manhã para todos os dias

Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.

As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
29 ‒ Segunda-feira ‒ Santos: Tomás Becket, Segundo, Primiano 
Evangelho (Lc 2,22-35) Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel.” 
Sabemos que na época eram muitas as pessoas que esperavam ansiosamente a vinda do Salvador. Eram guiadas pelo Espírito Santo, que agia em seu coração. Entre essas pessoas estava Simeão, “justo e piedoso”. Recebeu de Deus uma graça especial, e pôde reconhecer o Salvador naquela criança. Sua alegria foi imensa, bastava-lhe aquele momento, de nada mais precisava na vida. 
Oração
Senhor meu Deus, hoje meu pedido é diferente. O que vos peço é o desejo, o desejar muito encontrar-me convosco, o desejar-vos ansiosamente, com fome e sede, como minha felicidade. Aumentai sempre esse desejo, que ele não me deixe que outros desejos me dominem. Assim, estarei sempre a vos procurar e a sempre vos encontrar, a vós que sois o único que me pode satisfazer. Amém.

domingo, 28 de dezembro de 2014

FAMÍLIA

Primeira leitura (Eclesiástico 3,3-7.14-17a) 
Deus honra o Pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe.
Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração cotidiana. 
Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros. 
Quem honra o seu pai, terá alegria com seus próprios filhos; e, no dia em que orar, será atendido. 
Quem respeita o seu pai, terá vida longa, e quem obedece ao pai é o consolo da sua mãe. 
Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. 
Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele; não o humilhes, em nenhum dos dias de sua vida: a caridade feita ao teu pai não será esquecida, mas servirá para reparar os teus pecados, na justiça, será para tua edificação.
— Palavra do Senhor. 
— Graças a Deus!

CATARINA VOLPICELLI Religiosa, Fundadora, Beata 1839-1894

Catarina Volpicelli, Fundadora das Servas do Sagrado Coração, pertence à classe dos «apóstolos, dos pobres e marginalizados», que no século XIX para Nápoles foram um luminoso sinal da presença de Cristo «Bom Samaritano», que se aproxima de cada homem que sofre no corpo e no espírito, para derramar sobre suas feridas, o óleo da consolação e o vinho da esperança (cf. Missal Romano, 2° ed. Italiana, Roma 1983, Prefácio comum VIII, p. 3752). Nascida em Nápoles, no dia 21 de janeiro de 1839, Catarina recebeu no seio de sua família de alta burguesia, uma sólida formação humana e religiosa. No colégio educandário San Marcelino, sob a guia sábia de Margarida Salatino (futura fundadora com o Beato Ludovico da Casoria das Irmãs Franciscanas Elisabetinas Bigie), aprendeu letras, línguas e música, o que não era frequente para as mulheres do seu tempo. Guiada então pelo Espírito do Senhor, que lhe revelava o projecto de Deus através da voz dos sábios e santos directores espirituais, Catarina que, no entanto, julgava-se mais importante que a sua irmã, a brilhar na sociedade frequentando teatros e espectáculos de danças, renunciou com prontidão os efémeros valores de uma vida elegante e despreocupada, para aderir com generosa decisão a uma vocação de perfeita santidade. O encontro ocasional com o Beato Ludovico da Casoria em 19 de Setembro de 1854, em «La Palma» em Nápoles, foi como afirmou a mesma Bem-aventurada: «um momento singular de graça providencial, de caridade e de predilecção do S. Coração, enamorado pelas misérias de sua humilde serva».O Bem-aventurado a associou à Ordem Franciscana Secular e indicou como único objectivo de sua vida, o culto ao Sagrado Coração de Jesus, convidando-a para permanecer em meio à sociedade, na qual deveria «ser pescadora de almas». Guiada, então pelo seu confessor, o barnabita Pe. Leonardo Matera, em 28 de maio de 1859, Catarina entrou entre as Adoradoras Perpétuas de Jesus Sacramentado, saindo porém com pouco tempo, por graves motivos de saúde. O desígnio de Deus sobre Catarina era outro, havia bem entendido o Beato Ludovico da Casoria que muitas vezes dizia: «O Coração de Jesus é a tua obra, Catarina!». Sob a indicação do seu Confessor, Catarina conhece o bilhete mensal do Apostolado da Oração da França, recebendo através dele noticias detalhadas da nascente associação com o diploma de Zeladora, sendo o primeiro que chegou na Itália. Em Julho de 1867, Pe. Ramière visita o Palácio de Largo Petrone em Nápoles, onde Catarina pensava estabelecer a sede de suas actividades apostólicas, para «fazer renascer nos corações, nas famílias e na sociedade o amor por Jesus Cristo». O Apostolado da Oração, será o ponto central da espiritualidade de Catarina, que a impulsionará a cultivar o seu ardente amor pela Eucaristia, através do qual será instrumento de Acção Pastoral sob as dimensões do Coração de Cristo, abrindo-se a cada homem, sempre a serviço da Igreja, dos últimos e dos sofredores. Com as primeiras Zeladoras, no dia 1° de Julho de 1874, Catarina funda o novo Instituto das Servas do Sagrado Coração, aprovado antes pelo Cardeal Arcebispo de Nápoles, o Servo de Deus, Sisto Riario Sforza, e em seguida aos 13 de junho de 1890, pelo Papa Leão XIII, que concede à nova família religiosa o «Decreto de louvor». Preocupada pela sorte da juventude, abriu o orfanato das «Margherite», fundou uma biblioteca circulante e instituiu a Associação das Filhas de Maria, com a sábia guia da venerável Maria Rosa Carafa Traetto († 1890). Em breve tempo abriu outras casas: em Nápoles, no Palácio San Severo e depois na Sapienza, em Ponticelli, onde as Servas distinguiram-se na assistência às vítimas da cólera em 1884, em Minturno, em Meta di Sorrento e em Roma. Aos 14 de maio de 1884 o novo Arcebispo de Nápoles, o Cardeal Guglielmo Sanfelice, OSB, consagrou o Santuário dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, que a Volpicelli havia construído ao lado da Casa Madre, destinando-o particularmente à adoração reparadora pedida pelo Papa, para sustentar a Igreja, num período difícil para a liberdade religiosa e para o anúncio evangélico. A participação de Catarina no primeiro Congresso Eucarístico Nacional, celebrado em Nápoles em 1891 (19-22 de Novembro) foi um acto culminante do Apostolado da Fundadora e das Servas do Sagrado Coração. Naquela ocasião, realizou uma rica exposição de paramentos sacros destinados às igrejas necessitadas, organizou a Adoração Eucarística na Catedral e foi a animadora daquele movimento, levando muitas pessoas à confissão e «Comunhão geral». Catarina Volpicelli morreu em Nápoles no dia 28 de Dezembro de 1894, oferecendo a sua vida pela Igreja e o Santo Padre. A causa de Beatificação e Canonização das eminentes testemunhas de caridade do Coração de Cristo, após a instrução do Processo Ordinário nos anos 1896-1902 na Cúria Eclesiástica de Nápoles, foi oficialmente introduzida naquele tempo, à Sagrada Congregação dos Ritos aos 11 de Janeiro de 1911. Em 25 de marco de 1945 o Santo Padre Pio XII, declarava as virtudes heróicas de Catarina, atribuindo-lhe o título de Venerável. Em 28 de junho de 1999, Sua Santidade João Paulo II, aprova a leitura do decreto da sua Beatificação. No dia 29 de abril de 2001 Sua Santidade Papa João Paulo II proclamou-a Bem-aventurada. No dia 6 Dezembro de 2008 o Santo Padre Papa Bento XVI dispõe a promulgação do Decreto a respeito do milagre para a Canonização. http://www.vatican.va

Santos Inocentes, mártires, séc. I

Igreja honra como mártires este coro de crianças, vítimas do terrível e sanguinário rei Herodes, arrancadas dos braços das suas mães para escrever com o seu próprio sangue a primeira página do álbum de ouro dos mártires cristãos e merecer a glória eterna, segundo a promessa de Jesus: "Quem perder a vida por amor a mim há-de encontrará-la." Para eles a liturgia repete hoje as palavras do poeta Prudêncio: "Salvé, ó flores dos mártires, que na alvorada do cristianismo fostes massacrados pelo perseguidor de Jesus, como um violento furacão arranca as rosas apenas desabrochadas! Vós fostes as primeiras vítimas, a tenra grei imolada, num mesmo altar recebestes a palma e a coroa." O episódio é narrado somente pelo evangelista Mateus, que se dirigia principalmente aos leitores hebreus e, portanto, tencionava demonstrar a messianidade de Jesus, no qual se realizaram as antigas profecias: "Quando Herodes descobriu que os sábios o tinham enganado ficou furioso. Mandou matar em Belém e nos arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo que ele tinha apurado pelas palavras dos sábios. Foi assim que se cumpriu o que o profeta Jeremias tinha dito: Em Ramá se ouviu um grito: coro amargo, imensa dor. É Raquel a chorar seus filhos; e não quer ser consolada, porque eles já não existem." A origem desta festa é muito antiga. Aparece já no calendário cartaginês do século IV e cem anos mais tarde em Roma no Sacramentário Leonino. Hoje, com a nova Reforma Litúrgica, a celebração tem um carácter jubiloso e não mais de luto, como o era antigamente, e isto em sintonia com os simpáticos costumes medievais, que celebravam nestas circunstâncias a festa dos meninos do coro e do serviço do altar. Entre as curiosas manifestações temos aquela de fazer descer os cónegos dos seus lugares ao canto do versículo: "Depôs os poderosos do trono e exaltou os humildes." Deste momento em diante, os meninos, revestidos das insígnias dos cónegos, dirigiam todo o ofício do dia. A nova liturgia, embora não querendo ressaltar o carácter folclórico que este dia teve no curso da história, quis manter esta celebração, elevada ao grau de festa por São Pio V, muito próxima da festa do Natal. Assim colocou as vítimas inocentes entre os companheiros de Cristo, para circundar o berço de Jesus Menino de um coro gracioso de crianças, vestidas com as cândidas vestes da inocência, pequena vanguarda do exército de mártires que testemunharão, com o sangue, a sua pertença a Cristo.

EVANGELHO DO DIA 28 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo S. Lucas 2,22-40.
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor: «Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor», e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor. Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino, para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo». O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; – e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações». Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações. Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja 
Homilia para o Natal; PG 56, 392 
«Seu pai e sua mãe estavam admirados com o que se dizia dele.»
Que posso eu dizer sobre este mistério? Vejo um operário, uma manjedoura, um Menino, uns paninhos, uma Virgem que dá à luz privada do necessário; vejo as marcas de indigência, o fardo da pobreza. Alguma vez vistes a riqueza em tal penúria? Como é que Aquele que era rico Se fez pobre por nós (cf 2Cor 8,9), ao ponto de, privado de berço e de mantas, estar deitado numa dura manjedoura? […] Oh! Riqueza imensa, sob a aparência de pobreza! Ele dorme numa manjedoura, mas abala o universo. Envolto em panos, rompe as cadeias do pecado. Embora ainda não saiba falar, instruiu os magos para que regressassem por outro caminho. O mistério ultrapassa em muito a palavra! 
Eis o Bebé envolto em panos, deitado numa manjedoura; e Maria, Virgem e Mãe; e também José, a quem chamamos seu pai. Este desposou Maria, mas o Espírito Santo cobriu Maria com a sua sombra. Por isso José ficou angustiado, não sabendo que nome dar ao Menino. […] Nessa ansiedade, chegou-lhe uma mensagem através dum anjo: «José, não temas receber Maria, tua esposa, pois O que ela concebeu é obra do Espírito Santo» (Mt 1,20). […] Porque nasceu o Salvador duma Virgem? Eva, que era virgem, deixou-se seduzir e deu à luz a causa da nossa morte; Maria, tendo recebido do anjo a Boa Nova, deu à luz o Verbo feito carne, que nos traz a vida eterna. 

O TAPETINHO VERMELHO

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Uma pobre mulher morava num humilde barracão com a netinha doente. Resolveu ir à cidade pedir ajuda. No hospital disseram que voltasse e trouxesse a menina doente. Ao voltar e passar diante de uma igreja resolveu entrar para pedir ajuda também. Algumas mulheres estavam orando. Perguntaram o que ela desejava. 
- Rezar pela netinha doente.
- Não é preciso. Com nossa oração ela vai sentir-se melhor. 
- Mesmo assim, eu queria rezar também. 
E começou:
- Meu Deus, olha, minha neta está doente. Eu gostaria que o senhor fosse curar minha neta. Vou explicar como chegar lá. Pegue uma caneta. Pronto? Vá seguindo pelo caminho de... 
As mulheres ficaram cochichando entre si: 
- Onde essa velhinha vai chegar... 
A mulher continuou sua reza:
- Depois de passar a ponte, entre na segunda estradinha de barro, não vá errar, tá. Seguindo mais uns vinte minutos, tem uma vendinha. Entre numa rua depois da mangueira. Meu barraco é a última casa da rua. Pode entrar, que não tem cachorro. A chave fica em baixo de um tapetinho vermelho. O senhor pega a chave, entra e cura minha netinha. Não se esqueça de colocar a chave de novo no mesmo lugar para eu poder entrar. Obrigado, Jesus! 
Neste momento as mulheres, quase rindo de tanta ingenuidade, interromperam a oração da vovó dizendo:
- Está bom! Com as nossas orações sua netinha vai ficar boa. Pode sair. 
Ao chegar à sua casa, pegou a chave e foi entrando. A menina veio ao encontro caminhando:
- Que surpresa. Você está de pé, minha flor! 
A menina contou como é que foi:
- Aqui chegou um homem muito alto, com vestido branco e mandou-me levantar. Depois deu um beijo na minha testa, e disse que ia deixar a chave em baixo do tapetinho vermelho... 
Lição para a vida: Deus não gosta da pessoa que reza com muita presunção, pensando que só tem valor a oração que ela faz.

28 DE DEZEMBRO – CARTA DE UM MENINO QUE NÃO NASCEU

Hoje lembramos os Santos Inocentes, assassinados cruelmente por Herodes. Herodes, sinônimo de abortista e matador de criancinhas, teve e tem infelizmente muitos seguidores. A propósito, vou ler trechos da carta que um filho abortado escreveu para aquela que devia ser sua mãe: "Mamãe! Não sei se posso chamá-la com este nome... Ontem eu completaria um mês no teu ventre... Eu já estava planejando tantas coisas bonitas. Queria fazer todos felizes, o papai e a mamãe, os irmãozinhos... Eu queria crescer para lutar pela paz, acabar com o ódio, com a guerra, com a violência.Eu lutaria para que todos se dessem as mãos e os corações... Mas ontem você me matou, talvez influenciada por maus conselhos. Estou totalmente desiludido e frustrado. Pensei que os pais amavam os filhos a ponto de dar a vida por eles... Você, porém, nem sequer me deixou ver a luz do dia..Agora pertenço ao mundo das crianças que não nasceram, unicamente por causa do egoísmo dos pais e da maldade humana. Apesar de tudo, dou-lhe meu perdão. Adeus para sempre, mamãe! Assinado: Uma criança abortada.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa do Venerável Padre Pelágio CSsR
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Homilia Sagrada Família Jesus, Maria José (28.12.14) “Família de Nazaré é modelo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Consagrado ao Senhor
               No Tempo do Natal temos diversas celebrações que continuam a memória do Mistério da Encarnação que acompanha toda a vida de Cristo. Se por um lado há uma tendência em acentuar tanto sua Divindade que perdemos de vista sua Humanidade, por outro acontece acentuar tanto o aspecto humano que esquece o Divino. Pela fé cremos na união das duas naturezas e na sua total unidade e integridade: Homem-Deus. Maria e José vão ao templo para os ritos após o nascimento do primogênito. Ele pertence a Deus e tem que ser resgatado: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor” (Lc 2,23), conforme está escrito na lei do Senhor (Ex 13,2). Trata-se de um rito de família. Ali estão os pais reconhecendo a propriedade que Deus tem sobre o Filho. Jesus pertence ao Pai. Nesse momento é reconhecido por Simeão que vivia a esperança de Israel, isto é, a vinda do Messias. Quem assim vivia era movido pelo Espírito Santo. Notamos que os filhos pertencem a Deus e, se temos o Espírito, vamos reconhecer neles a presença de Deus que age para o bem. Criamos os filhos para Deus. Na profecia deste ancião está indicada sua missão: salvação para os que creem e perda para os que não acolhem. É o mistério da recusa. Diante de Cristo não há meios termos ou indiferença. A Igreja participa dessa condição de Jesus e sofre também a espada que atravessa o coração por ver a recusa do Evangelho e o sofrimento dos filhos perseguidos. Cumpre também a profecia feita por Simeão a Maria: Uma espada atravessará tua alma (Lc 2,35).
Revestir-se das virtudes
               A Palavra de Deus convida a nos revestirmos de Cristo. Revestir-se não é uma atitude exterior, mas ação da graça. Quando Paulo estimula a nos revestirmos das virtudes, está mostrando os efeitos da presença de Cristo em nós que gera um procedimento coerente. Não há o que mais destrua a força de Cristo em nós que a incoerência, isto é, crer e não agir como crê. O apóstolo, conhecedor da vida de família, enumera as virtudes na família e na comunidade: Revestir-se de misericórdia, bondade, humildade, mansidão, paciência, suportar-se e perdoar-se mutuamente. E retoma o fundamento: “Amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição”. Reine a paz e sede agradecidos. Viver a vida cristã é viver a Palavra. Um ajude o outro admoestando para superar os males. A oração é a costura de todas essas virtudes. Todas as atividades sejam feitas em Cristo, dando graças a Deus por meio dele. O relacionamento familiar insiste na preocupação de uns pelos outros no mútuo acolhimento e dedicação. Quando se diz imitar a Sagrada Família, é realizar na vida esse projeto.
Envelhecer no Espírito
               O próprio Jesus é apresentado como modelo a ser seguido: “E o Menino crescia e se tornava forte, cheio de sabedoria; a graça de Deus estava com Ele” (40). É um projeto formativo para as famílias cristãs: Crescimento integral: físico, intelectual e espiritual. Sem isso temos a degradação da sociedade. Simeão e Ana, as duas figuras apresentadas hoje, mostram que envelhecer no Espírito é saber encontrar e identificar Messias e sua ação. O livro do Eclesiástico mostra a força do quarto mandamento, que é o primeiro da segunda tábua, colocando como condição para ter o perdão dos pecados e força da oração o respeito e atenção aos pais, sobretudo, envelhecidos. Celebrar o Natal do Senhor é deixar Jesus nascer em nossas casas através das virtudes do Redentor, tão bem vividas por sua Mãe.
Leituras: Eclesiástico 3,3-7.14-17ª;Salmo 127; Colossenses 3,12-21; Lucas 2,22-40 
1.O Evangelho quer, mostrando os ritos a apresentação de Jesus no templo, acentuar sua pertença ao Pai e sua humanidade. Ele deve ser resgatado, segundo a lei. Como Simeão, se tivermos o Espírito reconheceremos a presença do Messias. Na profecia desse ancião está a missão de salvação e a queda de muitos. A Igreja sofre também a recusa. 
2.A Palavra nos convida a nos revestirmos de Cristo. Paulo ensina que esse revestir-se acontece através das virtudes. Elas se resumem no amor. A oração é a costura de todas as virtudes. Viver a vida cristã é viver a Palavra. 
3.O crescimento de Jesus como homem é o modelo a ser seguido. É o crescimento integral. Simeão e Ana mostram como envelhecer cheio do Espírito. A obediência ao quarto mandamento é condição para o perdão dos pecados e a força da oração. Celebrar o Natal é deixar Jesus crescer em nossas casas através das virtudes do Redentor, tão bem vividas por sua Mãe 
            A vez dos velhos           
            A celebração da Sagrada Família não é só uma lembrança, mas um projeto de vida como lemos no evangelho da celebração: Unidos realizam os ritos necessários para a vida da comunidade; Ouvem a Palavra de Deus através da experiência do velho Simeão e de Ana; Aprendem que o valor de viver sob a inspiração do Espírito Santo; Entendem que Jesus é o Messias, mas que deve ser educado como homem, pois cresce em todos os sentidos; Sabem que Ele deve crescer na ciência de Deus.
A sociedade atual descarta os velhos. Na cultura africana, que conheci, ter um velho é ter um tesouro. Diziam: quando morre um velho, queimou-se uma biblioteca. É uma sabedoria que a sociedade perdeu. Com isso perdemos valores e a formação nas virtudes anunciadas por Paulo. Ali está o modo de viver cristão.

Este é o primeiro mandamento na referente ao próximo. E é o único com uma promessa de vida boa e longa (Ex 20,12 e Ef 6,1-3). Deus recompensa quem cuida de seus pais. Examinemos se alguns dos males que sofremos não provêm da desobediência a esse mandamento! O Eclesiástico põe aí a condição de sermos perdoados dos pecados e ouvidos em nossa oração.