PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR |
Já no lusco fusco da noite, Dom Bosco ia sozinho por uma estrada deserta, quando deu de frente com um desconhecido que, sem mais, gritou:
- O dinheiro ou a vida!
Dom Bosco parou, olhou-o bem nos olhos e depois disse:
- Dinheiro para você eu não tenho; quanto à minha vida, foi Deus quem me deu. Ele é o único dono da minha vida.
O homem trazia o chapéu enterrado até os olhos, mas isso não impediu que Dom Bosco reconhecesse nele um preso que tinha catequizado na prisão de Turim e que saíra de lá, graças à sua mediação perante os juízes. Chamando-o pelo nome, continuou em voz baixa:
- Antônio! De novo nesse triste ofício? É assim que cumpre as promessas que me fez em Turim?
A essas palavras, o coitado reconheceu Dom Bosco e começou a balbuciar:
- Oh! Dom Bosco, perdoe-me! Não o tinha reconhecido... peço-lhe perdão!
- Não basta, meu caro Antonio; é preciso mudar de vida.
- Prometo-lhe.
- Ainda não basta. É preciso começar já, fazendo uma boa confissão.
- Mas não estou preparado.
- Eu o preparo; mas prometa a Deus que abandonará essa profissão de uma vez e mudará de vida para sempre.
- Prometo!
Tomando-o pela mão, Dom Bosco sentou-se a margem do caminho e o ladrão ajoelhou-se junto dele. Acabada a confissão, o Santo presenteou-o com uma medalha e um pouco de dinheiro que trazia consigo. No dia seguinte levou-o para Turim e procurou uma ocupação para ele. O rapaz empregou-se e dali por diante se tornou bom cristão e virtuoso pai de família.
Lição para a vida: Não deixar para amanhã o que a gente pode e deve fazer hoje.
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