Evangelho segundo S. Lucas 1,26-38.
Naquele
tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada
Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era
descendente de David. O nome da Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela
estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo». Ela
ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de
Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o
trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob, e o seu
reinado não terá fim». Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não
conheço homem?». O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a
força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer
será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho
na sua velhice, e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque
a Deus nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor;
faça-se em mim segundo a tua palavra».
Da Bíblia Sagrada -
Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Alocução 27/11/1983
«Salve, ó cheia de graça»
A alegria é uma componente fundamental do
tempo sagrado que agora começa. O Advento é um tempo de vigilância, de oração,
de conversão e de uma espera fervorosa e feliz. O motivo é claro: «O Senhor está
perto» (Fil 4,5).
A primeira palavra dirigida a Maria no Novo
Testamento é um convite feliz: «Salvé, ó cheia de graça!» (Lc 1,28) Esta
saudação está ligada à vinda do Salvador. Maria é a primeira a quem é anunciada
uma alegria que, seguidamente, será proclamada a todo o povo (Lc 2,10), e nela
participa de uma forma e numa dimensão extraordinárias. Em Maria, a alegria do
antigo Israel concentra-se e encontra a sua plenitude; nela, a felicidade dos
tempos messiânicos irrompe irrevogavelmente. A alegria da Virgem Maria é, em
particular, a alegria do «pequeno resto de» Israel (Is 10,20ss), dos pobres que
esperam a salvação de Deus e que fazem a experiência da sua fidelidade.
Para que também nós participemos nesta festa, é necessário
esperarmos com humildade e acolhermos o Salvador com confiança. «Desta maneira,
os fiéis que procuram viver com a liturgia o espírito do Advento, ao
considerarem o amor inefável com que a Virgem Mãe esperou o seu Filho, serão
levados a tomá-la como modelo e a prepararem-se, também eles, para ir ao
encontro do Salvador que vem, “bem vigilantes na oração e cheios de alegria”»
(Paulo VI, Marialis cultus 4; Missal romano).
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