Num mundo de
tantas notícias e tantas distrações, não podemos deixar de mostrar à sociedade
caminhos que ajudem nesse emaranhado de situações em que as pessoas vivem. O
Papa Francisco chama a atenção para que se tenha um coração aberto para acolher
as pessoas levando em conta que crescemos devagar. “O pequeno passo, no meio de
grandes limitações humanas, pode ser mais agradável a Deus do que a vida
externamente correta de quem transcorre seus dias sem enfrentar dificuldades” (EG 45). Por isso
recomenda que sejamos fracos com os fracos... e tudo para todos” (1Cor 9,22). A
pedagogia espiritual ajuda ver a situação de cada um. A rigidez com os fracos
não é remédio. A casa aberta é em primeiro lugar o coração de cada um. Verdade
não se confunde com autoritarismo nem grosseria. Esse método de exigir dos
outros o quem nem nós conseguimos já foi descartado por Pedro no Concílio de
Jerusalém: “Por que provocais agora Deus, impondo aos discípulos um jugo que
nem nossos pais nem nós pudemos suportar?” (At 15,10). “A ‘Igreja em saída’ é uma igreja
com portas abertas” para acolher quem é movido pelo Espírito à procura de Deus,
diz o Papa. Estar aberto não é uma imagem bonita, é uma porta concreta por onde
se passa. Além do mais, deve também estar aberta a porta dos sacramentos (EG 47) . Isso se refere sobretudo à
porta do Batismo e da Eucaristia. Quanta dificuldade, sobretudo o pobre, tem
para batizar. A comunhão não é prêmio para os perfeitos, mas um remédio
generoso e um alimento para os fracos. O Papa se apoia também em Santo
Ambrósio: “Devo receber a Eucaristia sempre, para que sempre perdoe os meus
pecados. Se peco, continuamente, devo ter sempre um remédio” (De Sacramentis IV,6,28).
1508. Mãe aberta a todos os
filhos
É gostoso se sentir em casa, voltar para casa,
comer aquela comidinha da mãe. Quando essa casa se fecha, pois eles se foram,
como é doloroso não ter para onde voltar! Assim é a Igreja. Para a mãe os
filhos são iguais e bons. Sabe ver a diferença com igual amor. Por isso a casa
da Mãe Igreja é aberta aos que chamamos de bons e maus. Sabemos que a Igreja se
desenvolve nos meios mais carentes. Ninguém está descartado. Quem tem posses e
condições, que se una para buscar com Jesus as ovelhas perdidas e dar-lhes
condição de vida e não tem condição de retribuir (Lc 14,14). Quando vemos as periferias cheias
de igrejinhas, é porque essa população foi abandonada pela Igreja. A casa da
mãe é de portas abertas. Literalmente, não como imagem. Vemos a igrejas
fechadas com multidão passando à porta. Se abertas poderiam dar oportunidade
para muitos encontros com o Deus que ama e consola. Não cremos na presença de
Jesus na Eucaristia? Negamos a comunhão, negamos até que passem diante do
Sacrário. Alegamos a questão da segurança. A segurança é o Senhor Jesus.
1509. Coração que busca
Ouvimos,
há uns tempos, autoridades máximas da Igreja dizerem: Não queremos quantidade,
mas qualidade. Jesus fez bem o contrário, foi aos fracos e humildes, os últimos
da sociedade e lhes deu qualidades tais que levaram a fé por todo mundo. É o
momento de sair dos centros, do bem estar e partir para a periferia do mundo.
Sabemos de gente que se dedica aos necessitados, usando suas próprias condições de vida. Nem por isso ficaram
destituídos. Jesus disse aos apóstolos que não tinham nada: “Dai-lhes vos
mesmos de comer” (Mc
6,37). A certeza que estamos com Jesus é quando fazemos o que Ele fazia.
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