Evangelho segundo S. Mateus 10,17-22.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Tende cuidado com os homens: hão de
entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas sinagogas. Por minha causa,
sereis levados à presença de governadores e reis, para dar testemunho diante
deles e das nações. Quando vos entregarem, não vos preocupeis em saber como
falar nem com o que dizer, porque nessa altura vos será sugerido o que deveis
dizer; porque não sereis vós a falar, mas é o Espírito do vosso Pai que
falará em vós. O irmão entregará à morte o irmão e o pai entregará o filho.
Os filhos hão de erguer-se contra os pais e causar-lhes a morte. E sereis
odiados por todos por causa do meu nome. Mas aquele que perseverar até ao fim,
esse será salvo».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Fulgêncio de Ruspas (467-532), bispo
Sermon 3, 1-3, 5-6 ; CCL 91
A, 905-909 (trad. breviário)
Coroados juntos pelo humilde Rei da Glória
Ontem, celebrámos o nascimento temporal do
nosso Rei eterno ; hoje celebramos o martírio triunfal do seu soldado. […] O
nosso Rei, o Altíssimo, humilhou-Se por nós; mas a sua vinda não foi em vão: Ele
trouxe grandes dons aos seus soldados, a quem não só enriqueceu abundantemente,
mas também fortaleceu para serem invencíveis na luta: trouxe-lhes o dom da
caridade, que torna os homens participantes da natureza divina. […]
A
mesma caridade que Cristo trouxe do céu à terra fez subir Estêvão da terra ao
céu. […] Para merecer a coroa que o seu nome significava, Estêvão tomou como
arma a caridade e com ela triunfava em toda a parte. Por amor de Deus, não cedeu
perante os judeus que o atacavam; por amor do próximo, intercedia pelos que o
apedrejavam. Pela caridade, argumentava contra os que estavam no erro, para que
se corrigissem; pela caridade, orava pelos que o apedrejavam, para que não
fossem castigados. Confiado na força da caridade, venceu a crueldade de Saulo e
mereceu ter como companheiro no céu aquele que na terra foi seu perseguidor.
Movido por santa e infatigável caridade, desejava conquistar com a sua oração
aqueles que não pôde converter com as suas palavras. E agora, Paulo alegra-se
com Estêvão, com Estêvão goza da glória de Cristo, com Estêvão triunfa, com
Estêvão reina. Onde entrou primeiro Estêvão, martirizado pelas obras de Paulo,
entrou depois Paulo, ajudado pelas orações de Estêvão.
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