quarta-feira, 30 de junho de 2021

A CARTEIRA PERDIDA

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA

VICE-POSTULADOR DA CAUSA 
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Andando por uma estrada deserta, um vendedor ambulante achou uma carteira contendo R$500,00 reais. Honesto como era, procurou o dono. Este pegou sofregamente a carteira e, antes de agradecer quem a encontrou, remexeu o conteúdo e disse: 
-Agradeço a sua delicadeza em procurar o dono que sou eu. Mas, desculpe minha franqueza. Na carteira havia RR$600,00 reais. Estão faltando R$100,00. Era justamente a quantia que eu iria dar a quem a encontrasse. Ela tem só R$500,00. 
O honrado vendedor ambulante indignou-se com tanta maldade e foi dar parte ao juiz. Este chamou o dono da carteira e perguntou: 
- Você disse que na carteira havia R$600,00 reais. É verdade? 
- Sim, eu sustento. 
O juiz:
-Tenho certeza que vocês dois são pessoas honestas, incapazes de mentir. Portanto, esta carteira não pode ser sua porque, como afirmou, continha R$600,00 reais. Ela continuará com quem a encontrou, até aparecer o dono legítimo. 
Palavra de vida: Seja o teu dizer sim, sim. Não, não Mt. 5,37).

REFLETINDO A PALAVRA - “Ressurreição: Ele Vive”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Ressurreição é vida.
 
O impacto da morte de Jesus sobre os discípulos foi arrasador. A prisão, a tortura, julgamento e morte de Jesus foram extremamente duros e dolorosos para os discípulos, tanto que se dispersaram no momento da prisão (Mc 14,51). Somente João segue Jesus de perto. Pedro também segue, mas o nega (Jo 18,15-27). Ver Jesus crucificado, morto e levado à sepultura era um caos para aqueles homens simples. Eles o amavam muito. Estavam aflitos e choravam (Mc 16,10). “Estavam fechados em casa por medo dos judeus” (Jo 20.19). Os discípulos que vão a Emaús estão entristecidos e “com o rosto sombrio” (Lc 24,47). De repente, tudo se transforma e Ele se coloca no meio deles. Deve ter sido magnífico. A alegria era tanta que não conseguiam acreditar (Lc 24,47). Jesus, então, diz: “Vede minhas mãos e meus pés. Sou eu! Apalpai-me e entendei que um espírito não tem carne e ossos como estais vendo que tenho”( Lc 24,39-40). Mostrou-lhes então as mãos e o lado. É Ele mesmo, aquele que fora crucificado. Agora vive. Lucas insiste que é Jesus em carne e osso, tanto que come: “Como permanecessem surpresos, disse-lhes: “tendes alguma coisa para comer”? Apresentaram-lhe um pedaço de peixe assado. Tomou-o e comeu diante deles “(Lc 24,41-43). O fato de comer significa que é um ser vivo. Não é um espírito que não tem carne e osso (39). Pedro diz na casa de Cornélio: “Nós que comemos e bebemos com Ele depois da Ressurreição” (At 10,41). Está a dizer: vivemos amigavelmente com Ele. Como havia a presença, os discípulos não precisavam perguntar quem era Ele, pois o sabiam (Lc. 21.12). Ele mesmo distribui o pão e o peixe (Jo 21.13). Ele vive e muito bem, e com um bom apetite. Estes detalhes parecem ser sem importância, mas não o são. 
Ele vive e continua presente. 
A ressurreição nos mostra um Cristo vivo que tem um corpo, embora haja uma diferença. Vemos a Madalena que não o reconheceu com os olhos, mas pelo modo com que Ele a chamava (Jo 20,11-18). Os discípulos de Emaus não o reconhecem de imediato e pensam ser um fantasma (Lc 24,37). Pensam ser um viajante como eles (Lc 24,13-35). Este fato quer significar que há uma passagem de Cristo além da vida normal. Foi além. É um corpo ressuscitado. Mas é o mesmo. Aparece só aos discípulos, porque se trata de fé, com diz Tomé: “Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20,28). A fé faz a passagem entre o visível humano e o visível da fé. Mudou a significação. Com a ascensão, nós perdemos a presença aos olhos humanos, mas ele continua presente e o vemos como os olhos iluminados pela fé. Quem o ama, o vê e como podemos ler no evangelho de João, dizemos como ele diz: “É o Senhor” (Jo 21,7). 
Nós o vemos! E é belo! 
E nós agora? “Felizes os que creram sem ter viso”! (Jo 2019-29). Normalmente nós permanecemos e nos fixamos num Cristo devocional: uma imagem bela do Crucificado, um Sagrado Coração, ou mesmo na simbologia de uma hóstia que tomamos sem nos conscientizar. Falta-nos encontra-lo nestes meios e ir além deles, ao cristo Vivo. “Eu estarei convoco todos os dias” (MT 28,20). E preciso saber vê-lo e perceber como age. Amando-o, vamos lentamente reconhecendo sua presença.
TEXTO REDIGIDO E PUBLICADO
EM ABRIL DE 2004

EVANGELHO DO DIA 30 DE JUNHO

Evangelho segundo São Mateus 8,28-34. 
Naquele tempo, quando Jesus chegou à região dos gadarenos, na outra margem do lago, vieram ao seu encontro, saindo dos túmulos, dois endemoninhados. Eram tão furiosos que ninguém se atrevia a passar por aquele caminho. E disseram aos gritos: «Que tens que ver connosco, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?». Ora, perto dali, andava a pastar uma grande vara de porcos. Os demónios suplicavam a Jesus, dizendo: «Se nos expulsas, manda-nos para a vara de porcos». Jesus respondeu-lhes: «Então ide». Eles saíram e foram para os porcos. Então, os porcos precipitaram-se pelo despenhadeiro abaixo e afogaram-se no lago. Os guardadores fugiram e foram à cidade contar tudo o que acontecera, incluindo o caso dos endemoninhados. Toda a cidade saiu ao encontro de Jesus. Quando O viram, pediram-Lhe que Se retirasse do seu território. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Inácio de Loyola
(1491-1556) 
Fundador dos jesuítas 
Exercícios espirituais: regras para 
maior discernimento dos espíritos 
«Resida em vossos corações 
a paz de Cristo, à qual fostes chamados»
(Col 3, 15) 
É próprio de Deus e dos seus anjos, em suas moções, conceder verdadeira alegria e gozo espiritual, tirando toda a tristeza e perturbação que o inimigo suscita. Deste, é próprio lutar contra a alegria e a consolação espiritual, apresentando razões aparentes, subtilezas e contínuas falácias. Só a Deus Nosso Senhor pertence dar consolação à alma sem causa precedente. Porque é próprio do Criador entrar, sair e produzir moções na alma, trazendo-a toda ao amor de sua Divina Majestade. Sem causa, isto é, sem prévio sentimento ou conhecimento de algum objeto pelo qual venha essa consolação, mediante atos do entendimento e da vontade. É próprio do anjo mau, que se disfarça «em anjo de luz» (2Cor 11,14), entrar com o que se acomoda à alma devota e sair com o que lhe convém a si, isto é, propor pensamentos bons e santos acomodados a essa alma justa, e depois, pouco a pouco, procurar trazer a alma aos seus enganos encobertos e perversas intenções. Devemos estar muito atentos ao decurso dos nossos pensamentos. Se o princípio, o meio e o fim são inteiramente bons, inclinando em tudo ao bem, isso é um sinal da presença do bom anjo. Mas, se o decurso dos pensamentos acaba em alguma coisa má, distrativa ou menos boa que aquela que a alma se propusera fazer, se a enfraquece, se a inquieta, se a perturba, tirando-lhe a paz, a tranquilidade e a quietude que tinha, isso é um claro sinal de que procede do mau espírito, inimigo do nosso proveito e salvação eterna [...]. Naqueles que progridem de bem em melhor, o anjo bom toca-lhes a alma leve e suavemente, como gota de água que penetra numa esponja; e o mau anjo toca agudamente, com ruído e agitação.

Santa Erentrudes, Abadessa - 30 de junho

Em Salzburgo, na Baviera, atualmente na Áustria, Santa Erentrudes, primeira abadessa do mosteiro de Nonnberg e sobrinha de São Ruperto, a quem ajudou na evangelização com obras e orações. († c. 718) Erentrudes (ou Erentraud, também conhecida como Erendruda) era originária da região de Worms (Palatinado). Foi chamada pelo Bispo de Juvanum (atual Salzburgo, Áustria), São Ruperto de Salzburgo, seu tio e diretor espiritual, para fundar em Nonnberg um mosteiro de religiosas, do qual veio a ser a primeira abadessa. Colaborou com os trabalhos apostólicos do bispo com a oração e cuidando da educação da juventude feminina. Como abadessa introduziu a regularidade monástica, privilegiando a vida de oração, da qual era um exemplo. Estando São Ruperto à morte, Erentrudes apareceu debulhada em lágrimas: "Pedi que eu vá convosco", disse-lhe ela. "Que desejais vós que eu venha a ser, quando não estiverdes presente, e me veja destituída do meu pai espiritual?" O santo bispo parece ter pedido nesta intenção ao chegar ao Paraíso, porque Erentrudes deixou este mundo poucos dias depois, em 30 de junho de 710.

Doze Santos, Gloriosos e Ilustres Apóstolos , 30 de Junho

Estes são os nomes dos doze Apóstolos: Primeiro Simão, chamado Pedro, e seu irmão André; Tiago e seu irmão João, filhos de Zebedeu; Felipe, e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeo, e Tadeu; Simão o zelote e Matias, que foi eleito para assumir o lugar de Judas Iscariotes, o que traiu Jesus. Todos os discípulos de Jesus morreram como mártires, com exceção de dois: Judas e João. Judas Iscariotes, que traiu Jesus e acabou se enforcando; João , após ser exilado na ilha de Patmos, obteve a liberdade e morreu de morte natural; Matias, ficou no lugar de Judas Iscariotes e foi martirizado na Etiópia; Simão , o zelote, foi crucificado; Tadeu , morreu como mártir pregando o evangelho na Síria e na Pérsia; Tiago , o mais jovem, pregou na Palestina e no Egito, sendo ali crucificado; Mateus , morreu como mártir na Etiópia; Tomé , pregou na Pérsia e na Índia, sendo martirizado perto de Madras no monte de São Tomé; Bartolomeu , serviu como missionário na Armênia, sendo golpeado até a morte; Filipe , pregou na Frigia e morreu como mártir em Hierápolis; André , pregou na Grécia e Ásia Menor. Foi crucificado em Acácia pelo procônsul Eges. Foi amarrado para sofrer mais. Ele foi crucificado em forma de X (cruz decussada); Tiago , o mais velho, pregou em Jerusalém e na Judéia. Foi decapitado por Herodes; Simão Pedro , pregou entre os judeus até a Babilônia, esteve em Roma, onde foi crucificado com a cabeça para baixo. Considerado indigno de sofrer como Jesus; Paulo, que não era apóstolo oficialmente, foi considerado apóstolo dos gentios por causa da sua grande obra missionário nos países gentílicos. Foi decapitado em Roma por ordem de Nero.

Beato Januário Sarnelli, Presbítero (+1744), 30 de Junho

 Januário Maria Sarnelli, filho do Barão de Ciorani, nasceu em Nápoles no dia 12 de setembro de 1702. Quando tinha 14 anos, acompanhou a beatificação de Francisco Régis e decidiu tornar-se um jesuíta. Foi logo desencorajado por seu pai, devido a sua pouca idade. Começou então os estudos de jurisprudência e se doutorou em leis eclesiásticas e civis em 1722. Logo se destacou na Associação dos Advogados e se inscreveu na Ordem dos Cavaleiros das Profissões Médico-Legais, dirigida pelos Pios Operários em São Nicolau de Toledo. Entre as normas desta associação, havia a obrigação de visitar os doentes no Hospital dos Incuráveis. E foi neste ambiente que ele se sentiu chamado ao sacerdócio.

São Theobaldo

São Theobaldo era filho do Conde Arnaldo de Champagne e educado para ser um soldado, mas na idade de 18 anos, depois de estudar as vidas dos santos sentiu um grande desejo de seguir a vida religiosa e viver uma vida ascética. Ele deixou os militares, e com a permissão de seu pai entrou para a Abadia de São Remy em Rheims. Ele e outro nobre de nome Walter se tornaram eremitas em Suxy, Ardenha. Em 1135 eles mudaram para a Floresta de Pettingen em Luxemburgo onde trabalharam como pedreiros e no campo durante o dia e a noite passavam em orações. Na busca de solidão e contemplação eles peregrinaram para Compostela e Roma e reassumiram suas vidas de eremitas em Salanigo, perto de Vicenza, Itália. Walter morreu dois anos mais tarde. A santidade de Theobaldo atraiu muitos discípulos e ele foi ordenado e tornou-se um monge Camaldoles. Ele curava varias doenças apenas com sua benção e oração. Sua fama se espalhou e vários nobres e príncipes vinha a sua procura para conselhos e curas. Sua fama alcançou também os seus parentes que vinham visita-lo. Sua mãe mais tarde também se tornou uma eremita em um local próximo. Ele faleceu em Salanigo, Itália em 30 de junho de 1066. Ele foi canonizado pelo Papa Alexandre II em 1073. Sua festa é celebrada no dia 30 de junho. 
São Theobaldo, rogai por nós!

MARTÍRIO DOS PRIMEIROS CRISTÃOS DE ROMA

Na primeira perseguição contra a Igreja, desencadeada pelo imperador Nero, depois do incêndio da cidade de Roma no ano 64, muitos cristãos foram martirizados com atrozes tormentos. Este facto é testemunhado pelo escritor pagão Tácito (Annales 15,44) e por São Clemente, bispo de Roma, papa, na sua Carta ao Coríntios (cap.5-6), do ano 96: “Deixemos de lado os exemplos dos antigos e falemos dos nossos atletas mais recentes. Apresentemos os generosos de nosso tempo. Vítimas do fanatismo e da inveja, sofreram perseguição e lutaram até à morte. Tenhamos diante dos olhos os bons apóstolos. Por causa de um fanatismo iníquo, Pedro teve de suportar duros tormentos, não uma ou duas vezes, mas muitas; e depois de sofrer o martírio, passou para o lugar que merecia na glória. Por invejas e rivalidades, Paulo obteve o prémio da paciência: sete vezes foi lançado na prisão, foi exilado e apedrejado, tornou-se pregoeiro da Palavra no Oriente e no Ocidente, alcançando assim uma notável reputação por causa da sua fé. Depois de ensinar ao mundo inteiro o caminho da justiça e de chegar até os confins do ocidente, sofreu o martírio que lhe infligiram as autoridades. Partiu, pois, deste mundo para o lugar santo, deixando-nos um perfeito exemplo de paciência.

MARÇAL DE LIMOGES Bispo, Santo Século III

São Marçal era bispo de Limoges no século III. Não temos informações precisas sobre suas origens, data de nascimento e morte nem dos actos de seu bispado. Tudo o que sabemos dele é de Gregório de Tours. Durante o consulado de Décio e de Grato, sete bispos foram enviados de Roma para a Gália para pregar o Evangelho. Gatien foi mandado para Tours, Trofimo para Arles, Paulo para Narbonne, Saturnino para Toulouse, Denis para Paris, Austromoine para Cler-mont e Marçal para Limoges. Marçal estava sempre acompanhado de dois padres trazidos por ele do Oriente, então pensa-se que ele também tenha vindo de lá. Ele foi bem sucedido na conversão dos habitantes de Limoges, onde foi sempre venerado. A imaginação popular, criadora de lendas, logo transformou São Marçal em um apóstolo do século I. Enviado para a Gália pelo próprio São Pedro, ele teria evangelizado não apenas a província de Limoges, mas toda a Aquitânia. Ele fez muitos milagres, incluindo trazer um morto de volta à vida, tocando-o com uma vara dada por São Pedro.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE JUNHO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 – Quarta-feira – Santos: Lucina, Basílides, Teobaldo
Evangelho (Mt 8,28-34) “A cidade inteira saiu ao encontro de Jesus. E logo que o viram, pediram-lhe que fosse embora da região.”
Mesmo para os especialistas não é fácil interpretar o episódio, narrado por três evangelistas. Certo é que Mateus queria ensinar que Jesus tem poder sobre o mal, e pode libertar-nos. Diante desse poder de Jesus, como os habitantes daquela região, porém, podemos  achar que Jesus vem perturbar nossa tranquilidade, exigir mudanças, renúncias e o abandono de nossos interesses e apegos.
Oração
Senhor, acredito em vós e em vosso poder. Mas, às vezes, tenho medo de pedir vossa ajuda. Porque, se me ajudardes, irei abandonar certos hábitos, certas comodidades a que me habituei. Ajudai-me, então, Senhor, apesar de meus medos, ajudai-me a ser melhor, a ter mais generosidade para convosco e para com meus irmãos. Ajudai-me a desprender-me de tudo que me afasta de vós. Amém.

terça-feira, 29 de junho de 2021

SOLIDARIEDADE INFANTIL

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Festa de Primeira Comunhão numa região missionária da África. Um grupo de crianças com suas roupinhas pobres e sandálias singelas, já está na fila para receber Jesus pela primeira vez. Um menino descalço colocou-se no último lugar, talvez para não ser notado, pois não conseguira o seu calçado. Um colega percebeu que ele estava descalço, e tirou também suas sandálias. Os da frente fizeram o mesmo. E assim todos tiraram seus sapatinhos e sandálias em sinal de solidariedade com o colega mais pobre. Praticando esse gesto delicado, acharam que ele sentir-se-ia menos constrangido e envergonhado. 
Palavra de vida: Nós nos fizemos pequenos no meio de vós (1Ts 2,7)

REFLETINDO A PALAVRA - “São Pedro e São Paulo”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADOS
45 ANOS SACERDOTE
Deram-nos as primícias da fé.
 
Os dois apóstolos Pedro e Paulo sempre estiveram no coração do povo. Pela sua presença querida na nascente Igreja, permanecem como alicerces, pois nos deram as primícias da Igreja. Pedro e Paulo iniciaram a evangelização, continuando a missão de Jesus, assistidos pelo Espírito Santo. Em meio a tantas adversidades plantaram em terras de seu mundo o Evangelho de Jesus, fazendo conhecida Sua pessoa como necessária para a salvação. Jesus ressuscitado, que eles anunciaram, passa a ser a razão e o sentido da vida de tantas pessoas que davam o passo definitivo no seu conhecimento de Deus. É bonito ver como, saindo do esquecimento e do cotidiano da vida, estes homens simples se tornam alicerces da Igreja pela sua fé em Jesus. Jesus diz a Pedro: “Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16,18). Quanto a Paulo, diz: “Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome perante os gentios, e os reis, e os filhos de Israel” (At 9,15). A fé de Pedro e Paulo torna-se a base da fé de todos os povos fundados na fé. Deus não salva sem colaboração da pessoa. Como a encarnação de Jesus acontece em uma pessoa, também a fé se edifica a partir do dom que passa também pela pessoa. Paulo escreve aos romanos: “Como, pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10,14). A fé nos foi trazida por alguém. Paulo e Pedro nos deram as primícias da fé. 
O Senhor esteve ao meu lado. 
Os apóstolos colocam seu fundamento e força em sua profunda fé em Jesus e na certeza de sua presença a seu lado. “O Senhor esteve sempre a meu lado” escreve Paulo. A presença de Cristo é sua garantia. Esta consciência da presença faz deles campões da fé: “Combati o bom combate”, confessa Paulo. Pedro se sente libertado pelo Senhor de todas suas prisões e sofrimentos. Os discípulos não só creram em Jesus, mas souberam ser seus continuadores. Este termo continuadores enriquece muito nossa compreensão do papel dos apóstolos e de seus sucessores na evangelização. A atividade dos apóstolos é continuar a missão e presença de Jesus. É bom notar que se sentem sócios do Espírito nessa missão: “E nós somos testemunhas destas coisas, e como também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem” (At 5,32). 
Tu és o Filho de Deus. 
A confissão de fé de Pedro deve ser nossa confissão de fé. Assim estamos fundados na mesma rocha firme na qual também ele se apoiou. Pedro recebe de Jesus a missão de confirmar os irmãos na fé no Filho de Deus. Esta missão de confirmar na fé, pertence primeiramente aos pastores, unidos a Pedro. Isso farão não somente por meio de palavras e documentos, mas, sobretudo, pelo testemunho de uma fé que se transforma em obras. Este ministério é participado por todo povo de Deus.
Leituras: Atos 12,1-11; Salmo 33; 
2 Timóteo 4,6-8.17-18; Mateus 16,13-19.
HOMILIA EM JULHO DE 2004

EVANGELHO DO DIA 29 DE JUNHO

Evangelho segundo São Mateus 16,13-19. 
Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João Batista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo». Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus. Também Eu te digo: tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Clemente de Roma
Papa (35-100)
Carta aos Coríntios, 5-7 
 O mais antigo testemunho 
do martírio de Pedro e Paulo 
Deixemos de lado esses exemplos [de perseguições no Antigo Testamento] para atender aos dos atletas mais próximos de nós; invoquemos os exemplos valorosos da nossa geração. O ciúme e a inveja desencadearam perseguições contra os mais elevados e mais justos pilares da Igreja, que lutaram até à morte. Olhemos para os santos apóstolos: Pedro, por causa de um ciúme injusto, não passou apenas um ou dois, mas numerosos sofrimentos; e, depois de assim ter prestado o seu testemunho, partiu para a morada da glória que tinha merecido. O ciúme e a discórdia permitiram a Paulo mostrar como se alcança o prémio reservado à constância: sete vezes prisioneiro, exilado, lapidado, pregador do evangelho no Oriente e no Ocidente, recebeu a fama que correspondia à sua fé; depois de ter ensinado a justiça em todo o mundo, até aos limites do Ocidente, deu testemunho perante as autoridades e partiu deste mundo para ir para a morada da santidade. Supremo modelo de coragem! A esses homens que levaram uma vida santa, veio juntar-se uma grande multidão de eleitos que, por causa dos ciúmes, sofreram todo o tipo de maus tratos e suplícios e deram um magnífico exemplo entre nós. Escrevemos-vos tudo isto, meus bem-amados, não somente para vos advertir, mas para nos exortar a nós próprios. Pois estamos na mesma arena e espera-nos o mesmo combate. Deixemos, pois, as preocupações inúteis para seguir a regra gloriosa e venerável da nossa tradição. Tenhamos os olhos fixos no que é belo, no que é agradável aos olhos daquele que nos criou, no que é adequado para estarmos com Ele. Fixemos o nosso olhar no sangue de Cristo e compreendamos o valor que este sangue tem para Deus, seu Pai, pois o seu sangue, derramado para a nossa salvação, trouxe ao mundo inteiro a graça da conversão.

SÃO PAULO APÓSTOLO, PADROEIRO DA CIDADE DE ROMA

Saulo, judeu de Tarso, na atual Turquia, era um cidadão romano, culto, instruído na escola judaica, continuada em Jerusalém, - formado pelo rabino Gamaliel, - tinha uma boa formação cultural Greco-helênica, portanto conhecia o grego e o latim. Filho de um tecedor de cortinas, ele aprendeu também esta arte manual paterna. Como muitos judeus da época, Saulo tinha um segundo nome greco-latino: Paulo, escolhido por simples assonância com seu nome. Era perspicaz, corajoso e audaz; tinha uma boa capacidade dialética. A sua personalidade emerge dos Atos dos Apóstolos e das suas treze Cartas. Ele não conhecia Jesus e, por isso, foi um dos primeiros a perseguir os cristãos, que pensava fizessem parte de uma seita perigosa, que devia ser debelada. Foi mencionado nas Escrituras, pela primeira vez, na narração da lapidação de Estêvão – primeiro mártir cristão – em Jerusalém. Brioso sustentador da tradição Judaica, Saulo “assolava a Igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão” (At 8,3). Os discípulos o temiam e, para fugir da perseguição, alguns se espalharam em várias cidades, entre as quais Damasco.

APÓSTOLO SÃO PEDRO

O Apóstolo São Pedro era chamado, antes, Simão, o filho de Jonas, pescador de Betsaida na Galiléia, e irmão do Apóstolo Santo André, o «Primeiro Chamado», que foi quem o conduziu a Cristo. São Pedro era casado e tinha sua casa em Cafarnaúm. Chamado por nosso Salvador, Jesus Cristo, enquanto pescava no Lago de Genesaré (Mar de Tiberíades), sempre demonstrou uma especial devoção e determinação, pelo que se fez digno de uma especial abordagem do Senhor, Foi o primeiro que confessou com determinação ao Senhor Jesus como o Cristo (Messias), e por isso foi digno de ser chamado «Pedra» (Pedro), Sobre esta fé firme como pedra de Pedro o Senhor prometeu edificar a Sua Igreja, contra a qual não prevalecerão as portas do inferno.

PEDRO DE ROMA Apóstolo, Papa, Mártir, Santo Século I

I. SIMÃO PEDRO
, como a maior parte dos seguidores de Jesus, era natural de Betsaida, cidade da Galiléia, às margens do lago de Genesaré. Era pescador, como o resto da família. Conheceu Jesus por intermédio de seu irmão André, que pouco tempo antes, talvez naquele mesmo dia, tinha passado uma tarde inteira em companhia de Cristo, juntamente com João. André não guardou para si o tesouro que tinha encontrado, “mas, cheio de alegria, correu a contar ao seu irmão o bem que tinha recebido”[1]. Pedro chegou à presença do Mestre. Intuitus eum Iesus… “Jesus, fitando-o…” O Mestre cravou o olhar no recém-chegado e penetrou até o mais íntimo do seu coração. Como teríamos gostado de contemplar esse olhar de Cristo, capaz de mudar a vida de uma pessoa! Jesus olhou para Pedro de um modo imperioso e tocante. Nesse pescador galileu, ou melhor, para além dele, Jesus via toda a sua Igreja através dos tempos. O Senhor mostrou conhecê-lo desde sempre: Tu és Simão, filho de João! E também conhece o seu futuro: Tu te chamarás Cefas, que quer dizer Pedro. Nestas poucas palavras condensavam-se a vocação e o destino de Pedro, a sua tarefa neste mundo.

PAULO DE TARSO Apóstolo, Mártir, Santo Século I

A celebração dos 2000 anos do nascimento do grande apóstolo [São Paulo] dá-nos a ocasião para conhecermos mais em profundidade a sua vida e o admirável testemunho de Cristo e do Evangelho que nos deixou. São Paulo é um grande sinal da ternura de Deus não apenas para o seu tempo e para toda a história cristã, mas também para a nossa geração. Nele se revela como Deus pode mudar uma pessoa de fanático intolerante contra Cristo em apóstolo e testemunha apaixonado do mesmo Cristo que antes combatia. Porquê esta mudança? Ele considera que foi apanhado por Cristo e que é uma maravilha tê-lo conhecido (cf Fl 3). Por isso, nada lamenta do que deixou para trás, pois encontrou um bem muito mais precioso, a fé em Cristo e a graça do Seu Evangelho. Não quer outra coisa senão correr para diante em direcção à meta, para o prémio a que Deus, lá do alto, nos chama em Cristo Jesus. Paulo é testemunha da beleza e da força de vida que nos vem da fé em Cristo. O Livro dos Actos dos Apóstolos e as cartas que escreveu às comunidades cristãs comunicam-nos o grande amor que encontrou no Senhor e que ele mesmo se esforçou para dar a conhecer.

RAIMUNDO LULO Franciscano, Mártir, Bem-aventurado ca. 1235-ca. 1315

Raimundo Lulo nasceu por volta de 1235 em Palma de Maiorca, nas ilhas Baleares. Nascido no seio de uma família abastada, Raimundo consagrou toda a sua fortuna ― quando seus pais faleceram ― à evangelização. Efectivamente, inflamado do zelo das almas, entrou na Ordem Franciscana Secular, tratou da fundação de um colégio onde vieram estudar os futuros missionários, os quais ali aprendiam as línguas árabe e hebraica, visto que estes numerosos “estudantes” eram destinados à propagação da fé cristã nos países muçulmanos e em Israel. Homem de grande cultura, considerado por muitos como “um dos maiores génios da Idade Média, e sem dúvida o espírito mais original do seu tempo”, Raimundo Lulo viajou muito e encontrou-se mesmo, durante a sua vida com três Papas, para solicitar o apoio destes às suas iniciativas que nem sempre foram das mais felizes. Escreveu sobre quase todas as disciplinas humanas, sendo alcunhado “doutor iluminado”. A sua produção imensa inclui obras de teologia, filosofia, ciência e pedagogia, romances filosóficos, poemas líricos e místicos da maior beleza.

Há 97 anos consagração da China à Nossa Senhora, Imperatriz da China-Santas Maria Du Tianshi e Madalena Du Fengju, Martires chinesas – 29 de junho

Um fato miraculoso ocorreu em 1900 e foi aprovado pelas autoridades eclesiásticas em 1924. O bispo jesuíta Henri Lecroart propôs que fossem consagrados à Nossa Senhora a China, a Mongólia, a Manchúria e o Tibete, sob a invocação de Nossa Senhora Imperatriz da China.
Nossa Senhora, Imperatriz da China, também conhecida como Nossa Senhora de Sheshan
24 de maio de Nossa Senhora de Sheshan - Dia mundial da oração na China
     "O Dragão, vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino" (Ap 12,13).
     Ninguém ignora a férrea repressão na China vermelha a tudo que possa se referir a religião. Repressão, sobretudo, anticristã. Há dois santuários marianos nacionalmente famosos na China, Dong-Lu em Boading e Sheshan em Shangai.
CONTINUA EM MAIS INFORMAÇÕES

Santas Salomé e Judite, Monjas (+Século IX), 29 de Junho

        Beata Judite
     Em Niederaltaich, a festividade de São Gotardo (Godehard) permitiu que a vida monástica florescesse de uma forma excelente por um longo tempo. Os monges não só levavam uma vida estrita e sagrada para si mesmos, mas eles levaram no caminho da santificação todos os que se voltavam para eles com confiança. Da Abadia de Waltgerus, uma virgem chamada Salomé veio aos monges deste mosteiro para ser guiada por eles no caminho da perfeição cristã.
     Salomé, parenta próxima do rei, decidiu oferecer a Deus o seu amor abandonando a corte real. A sua formosura era o reflexo das belas virtudes que lhe adornavam a alma.

SÃO PEDRO E SÃO PAULO

A solenidade de são Pedro e de são Paulo é uma das mais antigas da Igreja, sendo anterior até mesmo à comemoração do Natal. Já no século IV havia a tradição de, neste dia, celebrar três missas: a primeira na basílica de São Pedro, no Vaticano; a segunda na basílica de São Paulo Fora dos Muros e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos apóstolos ficaram escondidas para fugir da profanação nos tempos difíceis. E mais: depois da Virgem Santíssima e de são João Batista, Pedro e Paulo são os santos que têm mais datas comemorativas no ano litúrgico. Além do tradicional 29 de junho, há: 25 de janeiro, quando celebramos a conversão de São Paulo; 22 de fevereiro, quando temos a festa da cátedra de São Pedro; e 18 de novembro, reservado à dedicação das basílicas de São Pedro e São Paulo. Antigamente, julgava-se que o martírio dos dois apóstolos tinha ocorrido no mesmo dia e ano e que seria a data que hoje comemoramos. Porém o martírio de ambos deve ter ocorrido em ocasiões diferentes, com são Pedro, crucificado de cabeça para baixo, na colina Vaticana e são Paulo, decapitado, nas chamadas Três Fontes. Mas não há certeza quanto ao dia, nem quanto ao ano desses martírios. A morte de Pedro poderia ter ocorrido em 64, ano em que milhares de cristãos foram sacrificados após o incêndio de Roma, enquanto a de Paulo, no ano 67. Mas com certeza o martírio deles aconteceu em Roma, durante a perseguição de Nero. Há outras raízes ainda envolvendo a data. A festa seria a cristianização de um culto pagão a Remo e Rômulo, os mitológicos fundadores pagãos de Roma. São Pedro e são Paulo não fundaram a cidade, mas são considerados os "Pais de Roma". Embora não tenham sido os primeiros a pregar na capital do império, com seu sangue "fundaram" a Roma cristã. Os dois são considerados os pilares que sustentam a Igreja tanto por sua fé e pregação como pelo ardor e zelo missionários, sendo glorificados com a coroa do martírio, no final, como testemunhas do Mestre. São Pedro é o apóstolo que Jesus Cristo escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro papa da Igreja. A ele Jesus disse: "Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja". São Pedro é o pastor do rebanho santo, é na sua pessoa e nos seus sucessores que temos o sinal visível da unidade e da comunhão na fé e na caridade. São Paulo, que foi arrebatado para o colégio apostólico de Jesus Cristo na estrada de Damasco, como o instrumento eleito para levar o seu nome diante dos povos, é o maior missionário de todos os tempos, o advogado dos pagãos, o "Apóstolo dos Gentios". São Pedro e são Paulo, juntos, fizeram ressoar a mensagem do Evangelho no mundo inteiro e o farão para todo o sempre, porque assim quer o Mestre. São Pedro e São Paulo, rogai por nós!

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 29 DE JUNHO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
29 – Terça-feira – Santos: Pedro e Paulo (A comemoração é domingo)
Evangelho (Mt 8,23-27) “Cheios de admiração, aqueles homens se perguntavam: – Quem é este, a quem até os ventos e o mar obedecem?”
Toda a narrativa de Mateus é orientada para a frase final: “Quem é esse homem, se até os ventos e o mar lhe obedecem?” Essa a pergunta que ficou perturbando os discípulos. Viam Jesus, partilhavam sua vida. Parecia em tudo uma vida de homem comum. Ainda não saberiam dizer exatamente o que ele era. Mas cada vez mais iam percebendo que nele havia algo de diferente e perturbador.
Oração
Senhor, minha caminhada na fé não é diferente da dos discípulos. Creio em vós, mas minha fé ainda é uma fé inicial. Precisa crescer e aprofundar-se. Ajudai-me a perceber mais claramente os sinais de vosso poder nos acontecimentos de minha vida. As transformações que operais em mim mostram como é grande vosso poder. Só vosso poder divino explica o bem que consigo fazer. Amém.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

A PINTURA ORIGINAL

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Um homem comprou uma casa muito antiga.
Com o intuito de descobrir sua pintura original, foi raspando a tinta das paredes.
Após remover aproximadamente sete camadas de cores diferentes, o novo proprietário percebeu que naquela casa moraram várias famílias.
Cada proprietário pintou-a de acordo com seu gosto próprio.
Assim, a pintura original da casa se perdeu, devido às sucessivas pinturas ocorridas com o passar do tempo. 
Palavra de vida: Conosco acontece coisa semelhante.
Ao longo da vida vamos adquirindo hábitos bons e maus que vão se sobrepondo e ocultando a pintura original do Batismo.
É preciso voltar à pintura original.
É preciso voltar à fonte.
“Peço que reanimes o dom de Deus recebido pela imposição das minhas mãos” (2Tm 1,6)

REFLETINDO A PALAVRA - “Ressurreição do Senhor!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
“Este é o dia que o Senhor fez para nós”. 
A imensa misericórdia de Deus manifestou-se na morte e ressurreição de seu Filho amado. Quando o Filho entregou ao Pai seu último hálito de vida dizendo “Pai, em vossas mãos eu entrego o meu espírito” (Lc 23,46), o Pai lhe entregou o germe da Ressurreição. A misericórdia amorosa de Deus ressuscita o Filho. Na ressurreição, Deus, em Cristo, quebra todas as cadeias que nos prendem. A ressurreição não é uma figura de linguagem. É real. Este é um fato histórico, pois foi testemunhado pelos soldados que o comunicaram aos sacerdotes (Mt 28,11-15). É um fato histórico a ser acolhido na fé. 
Passagem para a Vida. 
O dia da Ressurreição, a Páscoa do Senhor, é uma novidade total. Os discípulos correram ao sepulcro, depois do anúncio das mulheres. Belo símbolo de aparecer primeiro às mulheres: mulher é mãe da vida. Cristo está vivo. No Natal a luz tênue é que brilha na gruta. Na ressurreição é o sol no seu total esplendor que sai da gruta. Ele rompe o ventre da terra. Os dois discípulos vêem e crêem (Jo 20,8). Rompe-se a escuridão que vinha desde a expulsão do homem do paraíso. Rompe-se a cadeia da morte que reinava no mundo. Eles ainda não tinham entendido a Escritura. A Ressurreição abre-lhes um novo conhecimento que não só leva a entender as Escrituras, mas leva a entender o sentido da vida. Fico por entender o que se passou com os discípulos quando se encontraram com o Senhor. Podemos imaginar que aquele que esteve morto agora está vivo, presente, ali, falando com eles, comendo com eles, explicando e prometendo estar sempre com eles? Deve ter sido um espetáculo: de repente, depois de tantos sofrimentos ele se coloca vivo no meio deles. É maravilhoso. É será maravilhoso para nós quando nos dermos conta de sua presença em nossa vida 
A vida do alto. 
A Ressurreição é um fato que atinge profundamente o cristão. Por isso Paulo diz na carta aos Colossenses: “Se ressuscitastes com Cristo” (Cl 3,1). Note-se que há uma participação na morte como também uma participação na ressurreição. Isto implica uma vida conforme a vida de Cristo: “buscai as coisas do alto” (3,2). As coisas do alto são a vida de Cristo que está à direita do Pai. Deus não nos tira da realidade terrestre, mas nos faz viver uma vida diferente. Viver para o alto é comprometer-se também com aqueles que vivem no mundo as muitas mortes que as estruturas do pecado têm provocado. Viver a vida de ressuscitados é ter o Ressuscitado como princípio de nossa vida. Infelizmente a Ressurreição não entrou ainda de modo claro em nossa vida. Não fomos educados a crer em Jesus vivo e ressuscitado. Cremos mais no seu sofrimento, na sua morte. Mas é preciso crer também em Jesus vivo e presente no meio de nós dando-nos seu Espírito. E o faz permanentemente. Sua presença se faz em todos e em cada um e a todo o momento. É preciso crer na sua presença: Ele está presente na missa, na hóstia e no vinho consagrados, está presente naquele que preside as celebrações, está presente nos sacramentos, na palavra e na Igreja, comunidade dos fiéis quando rezam e cantam juntos. Ele Está sempre presente, sempre à mão. 
(Atos 10,34a.37-43;Colossenses3,1-4;
 João 20,1-9) 
Homilia do Domingo de Páscoa (11.04) 
EM ABRIL DE 2004

EVANGELHO DO DIA 28 DE JUNHO

Evangelho segundo São Mateus 8,18-22. 
Naquele tempo, vendo Jesus à sua volta uma grande multidão, mandou passar para a outra margem do lago. Aproximou-se então um escriba, que Lhe disse: «Mestre, seguir-Te-ei para onde fores». Jesus respondeu-Lhe: «As raposas têm as suas tocas e as aves os seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça». Disse-Lhe outro discípulo: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai». Mas Jesus respondeu-Lhe: «Segue-Me e deixa que os mortos sepultem os seus mortos».
Tradução litúrgica da Bíblia 
Orígenes (185-253)
Presbítero, teólogo 
Homilias sobre o 
Livro dos Números,n.º17 
«Segue-Me» 
Balaão tinha profetizado: «Como são formosas as tuas moradas, ó Jacob, e as tuas tendas, Israel» (Nm 24,5). Jacob é o símbolo dos homens perfeitos em ações e obras, e Israel, o daqueles que buscam a sabedoria e o conhecimento. Daquele que cumpriu o seu dever e atingiu a perfeição das obras, dir-se-á que essa perfeição é a sua morada, a sua casa. Pelo contrário, não há termo para os esforços dos que trabalham na sabedoria e no conhecimento — pois onde está o limite da sabedoria de Deus? Quanto mais nos aproximarmos dela, mais profundidade lhe descobriremos; quanto mais a escutarmos, melhor entenderemos o seu carácter inefável e incompreensível; pois a sabedoria de Deus é incompreensível e inestimável. Assim, pois, às pessoas que avançam no caminho da sabedoria de Deus, Balaão não lhes gaba as casas, pois não chegaram ao termo da viagem, mas admira as tendas com as quais se deslocam e progridem sempre. Quem faz progressos no conhecimento das coisas de Deus e adquire alguma experiência nesse domínio sabe-o bem: chegada a uma conclusão, a uma compreensão dos mistérios espirituais, a alma descansa como sob uma tenda; e, quando avança e descobre outras regiões, dobra a tenda de qualquer maneira, acampa mais acima e aí estabelece, por momentos, a morada do seu espírito. E assim, sempre «lançada para diante» (Fil 3,13), avança como os nómadas com as suas tendas. A alma incendiada pelo fogo do conhecimento de Deus nunca dá tempo a si própria para repousar; pelo contrário, vai avançando constantemente do bem para o melhor, e do melhor para o mais alto.

SÃO PAULO I, PAPA


Paulo, caso único na Igreja, foi o primeiro Papa a suceder seu irmão, Estêvão II, também Papa, após seu falecimento, no século VIII. 
Este homem bondoso governou a Igreja, cujas terras foram invadidas pelos Lombardos, mas recebeu ajuda dos Francos. 
Paulo I salvou muitas relíquias cristãs dos saques.

Transladação das relíquias dos santos Ciro e João, anárgiros ,28 de junho

A transladação das relíquias dos Santos Mártires, anárgiros e taumaturgos, Ciro e João da cidade de Canopo, perto de Alexandria (onde sofreram no ano 311) para a aldeia vizinha de Menuthis, ocorreu no ano 412. Esta vila egípcia colocava medo em todos, porque no passado, havia um templo pagão habitado por espíritos malignos. O Patriarca Teófilo (385-412) queria purificar este lugar dos demônios, mas ele morreu. Seu desejo foi cumprido por seu sucessor na Sé de Alexandria, o Santo Patriarca Cirilo (412-444). Ele orou fervorosamente pela realização deste projeto. Um anjo do Senhor apareceu em uma visão para o hierarca e ordenou que as veneráveis relíquias dos Santos Ciro e João fossem transferidas para Menuthis. Sua Santidade o Patriarca Cirilo cumpriu o pedido do anjo e construiu uma igreja em Menuthis em honra aos santos mártires. A partir desse momento o local foi purificado da influência do Inimigo, e pelas orações dos Santos Mártires Ciro e João começaram a ocorrer muitos milagres, curas dos doentes e enfermos. 
A festa dos santos Ciro e João é celebrada em 31 de Janeiro.

SANTO ATÍLIO

Instituto das Irmãs de Maria Menina, tradução armênia, siríaca, Crucificado, profanação, LATINA, Lovere, Três Fontes, apóstolo dos gentios, hereges montanistas, heresia, decapitado, A Igreja sofreu, no início dos tempos, perseguições por parte dos imperadores. E era, ao mesmo tempo, dilacerada pelas heresias que proliferavam por todas as partes, que ameaçavam sua unidade na fé. Os cristãos das comunidades cristãs de Viena e Lyon foram barbaramente atingidos por uma dessas perseguições. Ela foi decretada pelo imperador Marco Aurélio e atingiu o auge de sua violência em 177, quando chegou à diocese de Lyon, na França. Os sobreviventes dessa comunidade, cuja maioria procedia da Ásia Menor dirigiram aos cristãos de lá uma circular relatando em detalhes tudo o que aconteceu e como muitos deles foram martirizados numa das mais terríveis matanças da história do cristianismo. Perseguidos nas casas, nas praças e banhos públicos, os cristãos começaram a ser agredidos e encarcerados. Submetidos a julgamentos em praças públicas, eram condenados à morte. Algumas mortes foram imediatas, para acabar com a liderança. Mas muitos cristãos foram reservados aos espetáculos no anfiteatro, como ocorreu com Atílio.

IRINEU DE LYON Bispo, Mártir, Santo + 166

Santo Irineu era discípulo de São Policarpo, bispo de Esmirna, e quase contemporâneo dos apóstolos. Era sacerdote de Lyon, quando o santo bispo Potino ali foi martirizado pela metade do segundo século, com um grande número de fiéis. Esses mártires, consultados pelos cristãos da Ásia Menor, se haviam cabalmente pronunciado contra a heresia dos montanistas. Mas como não ignorassem que todas as Igrejas do mundo estão obrigadas a concordar com a Igreja Romana, escreveram ao Papa Eleutério que ocupava, então, o lugar de príncipe dos Apóstolos. Escolheram para levar as cartas a Roma o mais ilustre personagem do clero de Lyon e Viena, Santo Irineu, que recomendaram vivamente ao Papa, louvando seu zelo pela lei de Jesus Cristo. Muito se admira quando se pensa que em tempo tão calamitoso, no mais aceso da perseguição, estando já morto o bispo Potino, e, por conseguinte, viúva esta igreja, e quando os principais vultos do clero, presos e encerrados em horríveis calabouços, esperavam de uma hora para outra serem degolados ou atirados às feras, tivessem querido privar esta cristandade desolada de pessoa tão necessária, o que nos leva a crer que esta legação tinha ainda por objectivo o interesse de sua igreja.

LEÃO II Papa, Santo + 683

O papa Leão II era filho de um médico chamado Paulo e nasceu na Sicília. Os outros poucos dados que temos sobre ele foram extraídos do seu curto período à frente do governo da Igreja de Roma, quase onze meses. Em 681, ele já estava em Roma, onde exercia a função de esmoler-mor da Igreja. Era um homem extremamente culto, eloquente, professor de ciências, profundo conhecedor de literatura eclesiástica. Além de falar fluentemente o grego e o latim, era especialista em canto e salmodia. Por tudo isso os historiadores entendem que ele deve ter sido um mestre em alguma escola teológica cristã, de seu tempo e sua região. Foi eleito dias após a morte do papa Ágato. Mas o centro do império, em Constantinopla, opunha-se à sua posse, por não ter tido tempo suficiente para influenciar na escolha do sucessor ao pontificado, como seria mais conveniente aos interesses dos bispos do Oriente. Então, num verdadeiro ato de chantagem, o imperador exigiu uma compensação financeira. Um ano demoraram as negociações entre Roma e Constantinopla, até que o imperador desistiu da absurda exigência e o papa Leão II pôde assumir o governo da Santa Sé, sendo consagrado em 17 de agosto de 682. Sua primeira providência foi confirmar o VI Concílio Ecuménico.

VICÊNCIA GEROSA Religiosa, Fundadora, Santa 1784-1847

Catarina Gerosa nasceu em 29 de outubro de 1784, em Lovere, no norte da Itália. Reservada e tímida, viveu um período da sua infância atrás do balcão do pequeno comércio da família. De saúde muito débil, não podia estudar. Modesta e caridosa, vivia uma espiritualidade simples, desenvolvida na missa, que frequentava todos os dias. Os anos seguintes à invasão napoleónica da Itália mudaram sua vida. A crise económica levou à morte primeiro seu pai, depois sua irmã Francisca e, por último, em 1814, também sua mãe. Apesar da tragédia pessoal, com ânimo e fé inabalável, Gerosa aceitou tudo com resignação. Confiante em Deus, sofreu no silêncio do seu coração, encontrando forças na oração e na penitência. Teve o grande amparo de seu confessor e orientador espiritual, que pediu ajuda a Gerosa nas actividades religiosas desenvolvidas pela paróquia às jovens carentes. Com zelo, ela organizou um oratório feminino com encontros de orações e palestras religiosas. Foi lá que, em 1824, conheceu Bartolomeia Capitanio. Era uma jovem professora de dezassete anos, nascida também numa família humilde, em Lovere. Desde menina, pensava em dedicar-se a praticar a caridade aos pobres e aos doentes. Por isso se diplomou professora no colégio das clarissas de sua cidade natal. Conheceram-se por meio do pároco, porque ele queria que Gerosa criasse alguns grupos de orações para jovens.

MARIA PIA MASTENA Religiosa, Fundadora, Beata (1881-1951)

Maria Pia Mastena nasceu em Bovolone, na província de Verona, Itália, a 7 de Dezembro de 1881. Dos pais da beata as testemunhas falam como de óptimos cristãos e muito fervorosos na prática religiosa e no exercício da caridade. Dos quatro irmãos, o último, Tarcísio, entrou na Ordem dos Frades Capuchinhos e morreu também ele com fama de santidade. A futura beata, em 19 de Março de 1891, recebeu com grande fervor a primeira comunhão, por ocasião da qual emitiu privadamente o voto de castidade. A 29 de Agosto recebeu o sacramento da Confirmação. Durante a adolescência foi assídua às funções religiosas e às actividades da paróquia, particularmente como catequista. Logo nela se fez sentir o chamado à vida religiosa, perseguindo o seu ideal marcado por uma forte devoção eucarística e à Sagrada Face. Pediu para entrar no convento na idade de 14 anos, mas foi aceita somente em 1901, como postulante, no Instituto das Irmãs da Misericórdia, de Verona. Com a licença dos Superiores, a 11 de Abril de 1903, no mesmo dia no qual — sem que o soubesse — voltava para o Céu a mística de Lucca, S. Gema Galgani, fez pessoalmente «voto privado de vítima». Vestiu o hábito religioso em 29 de Setembro de 1902, e a 24 de Outubro de 1903 emitiu os votos religiosos e foi-lhe imposto o nome de Ir. Passitea do Menino Jesus.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 28 DE JUNHO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
28 – Segunda-feira – Santos: Irineu
Evangelho (Mt 8,18-22) “Nisso, um escriba aproximou-se e disse: ─ Mestre, eu te seguirei aonde fores.”
Para seguir Jesus, de qualquer maneira que seja, será preciso aceitar tudo e deixar tudo. Aceitar tudo, toda a sua maneira de pensar e de viver, o comprometimento total com ele, de modo que nada e ninguém seja colocado antes e acima dele. Será preciso deixar tudo em segundo lugar, riquezas, comodidades, afetos, tranquilidade, sucesso, fama. Cristo oferece tudo, mas também exige tudo.
Oração
Senhor Jesus, eu vos agradeço a generosidade de tantos que vos seguem incondicionalmente. Guardai-os em seus caminhos, no matrimônio ou no celibato, como leigos ou no ministério. Dai-me um pouco dessa generosidade, para que eu vos possa seguir. Ajudai-me nas dificuldades, iluminai-me para tomar as decisões certas. Dai-me alegria, mesmo se não tiver onde pousar a cabeça. Amém. 

domingo, 27 de junho de 2021

HISTORIA DO DIA: AS PEGADAS DE DEUS

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Caminhando pelo deserto um homem perguntou a um beduíno:
- Você acha que Deus existe? 
- Pois é claro. 
- E como você sabe? Você já viu esse Deus? 
Convidando o interlocutor para sair da tenda, mostrou-lhe algumas pegadas na areia: 
- O que significa isso? Essa areia com esses rastos significa o quê? 
- Ora, alguém passou por aqui. 
- Do mesmo modo, olhando ao meu redor e vendo tantas maravilhas da natureza, vejo que Deus passou por aqui. São traços da sua existência. 
Palavra de vida: Os céus proclamam a glória de Deus.

Homilia do 13º Domingo Comum (27.06.21)

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
“Levanta-te”
 Dele saia uma força 
Quando em nós brota a energia da fé, de Jesus sai a força que cura a todos. A força de Jesus parece corresponder ao que nos fala o livro da Sabedoria: “Deus não fez a morte, nem tem prazer na destruição dos vivos” (Sb 1,13). Deus criou o homem para a imortalidade e o fez à imagem de sua própria natureza. Por isso Jesus não fazia dificuldades em espalhar milagres a todos que O buscavam. Não era por espetáculo mas porque amava as pessoas e queria que se recuperassem para uma vida mais saudável. Era atento para com todos e não criava caso. Manifestava quem Ele era. Ele sabia o que o homem tinha em seu coração (Jo 2,25). Vemos hoje que faz dois milagres unidos, significando o interesse para que os doentes tivessem o alívio e os mortos a vida. Jesus não ressuscitou todos os mortos, não consolou todas as viúvas, não curou todos os doentes. Os que curou, foi para manifestar seu cuidado. Jairo pede a que Jesus vá socorrer sua filha que estava nas últimas. Jesus não questiona, acede e o segue. Quer ajudar a quem sofre. Ficou com pena do sofrimento do Pai. Nesse meio tempo, a mulher que tinha uma grande hemorragia se aproxima Dele. Sua fé não é pedir um milagre. É como que retirar o milagre somente pelo toque. Ela não pediu, creu: “Se ao menos tocar em sua roupa, ficarei curada” (Mc 5,28). Todos queriam tocá-Lo, pois Dele saia uma força que curava a todos (Lc 6,19). 
Deus fez maravilha 
A mulher sentiu a cura que ganhou secretamente. Jesus busca quem O tocou, pois sentia a força sair Dele. É um aspecto que não nos tem interessado: o contato misterioso e silencioso com Jesus é até maior. Jesus segue Jairo até sua casa, mesmo tendo já morrido a menina. As pessoas de sua casa não pedem a ressurreição. Jesus chama essa morte de sono. Lá encontra o povo chorando. Passam ao deboche quando diz que ela dorme. Jesus não sai de sua meta: “Basta que tenhas fé”. Há um jogo de posições: Do pai que crê, de Jesus que mantém sua decisão de dar a vida e das pessoas que não O acolhem. Manda que saiam todos... Não vai responder a sua falta de fé, com um espetáculo. Ficam os que podem dar o testemunho da fé para o futuro. É bonito ver Jesus não exclui o gesto de carinho: “Pega a mão da menina e diz: “Talita cum – menina, levanta-te!”. A morte para Jesus não é um fim. Por isso dizia que dormia. A morte é a do coração. A menina levantou-se. E Jesus dá mais uma lição de carinho: “Mandou dar de comer à menina” (Mc 5,43). Cuida das pessoas. A fé não são ideias, são gestos de amor. Ele não repreendeu a mulher, mas a identificou para dar sua palavra de carinho “Filha, tua fé te salvou, vai em paz e fica curada de tua doença” 
Enriquecer os pobres 
A força curativa de Jesus penetra à vida dos discípulos no sentido do cuidado com os mais necessitados. O cristianismo se desenvolveu bem entre os pobres, pois eram socorridos. Paulo fazia campanhas para ajudar a comunidade de Jerusalém que era muito pobre. As comunidades de Paulo ajudavam até mais do que podiam. Ele estimula os coríntios a assumirem a campanha. E dá como exemplo Jesus Cristo que, sendo rico fez-se pobre para que nos tornássemos ricos por sua pobreza. A encarnação de Jesus foi um empobrecimento que nos enriqueceu. E Paulo diz que, ajudando os pobres, seremos enriquecidos por sua fé. O que encontramos em Jesus ao curar os enfermos, é seu empobrecimento. Sai de sua grandeza para aliviar o sofrimento. 
Leituras:Sabedoria 1,13-15;2,23-24;
Salmo 29;2 
Coríntios 8,7.9.13-15;Marcos 5,21-43. 
1. Quando em nós brota a energia da fé, de Jesus sai a força que cura a todos. 
2. O contato misterioso e silencioso com Jesus é até maior que a palavra.
3. A força curativa de Jesus penetra a vida dos discípulos no sentido do cuidado com os mais necessitados. 
Pronto Socorro
É bonito ver Jesus curando. O povo ficava doido de alegria. Que bom que podiam suavizar suas dores. Eles corriam a Jesus levando seus doentes. Era grande a alegria. Jesus, a Igreja e seus filhos são sempre aqueles aos quais se podem recorrer nos momentos de dor. Jesus tinha uma energia curativa. Ninguém saia de perto dele sem estar melhor. Penso que, quando envia os discípulos a anunciar a proximidade do Reino, manda fazer curas e até ressuscitar mortos. Faz parte anunciar e realizar. Temos uma energia que pode levar os outros a se recuperarem. Como Jesus podemos acolher as necessidades de todos e dar a segurança, se não de cura, mas de vida. Ninguém fica só quando a dor é compartilhada. Somos curadores de tantos males.

EVANGELHO DO DIA 27 DE JUNHO

Evangelho (Mc 5,21-43) 
Naquele tempo, 21 Jesus atravessou de novo, numa barca, para a outra margem. Uma numerosa multidão se reuniu junto dele, e Jesus ficou na praia. 22 Aproximou-se, então, um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Quando viu Jesus, caiu a seus pés, 23 e pediu com insistência: “Minha filhinha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela, para que ela sare e viva!” 24 Jesus então o acompanhou. Uma numerosa multidão o seguia e o comprimia. 25 Ora, achava-se ali uma mulher que, há doze anos, estava com uma hemorragia; 26 tinha sofrido nas mãos de muitos médicos, gastou tudo o que possuía, e, em vez de melhorar, piorava cada vez mais. 27 Tendo ouvido falar de Jesus, aproximou-se dele por detrás, no meio da multidão, e tocou na sua roupa. 28 Ela pensava: “Se eu ao menos tocar na roupa dele, ficarei curada”. 29 A hemorragia parou imediatamente, e a mulher sentiu dentro de si que estava curada da doença. 30 Jesus logo percebeu que uma força tinha saído dele. E, voltando-se no meio da multidão, perguntou: “Quem tocou na minha roupa?” 31Os discípulos disseram: “Estás vendo a multidão que te comprime e ainda perguntas: ‘Quem me tocou?’” 32 Ele, porém, olhava ao redor para ver quem havia feito aquilo. 33 A mulher, cheia de medo e tremendo, percebendo o que lhe havia acontecido, veio e caiu aos pés de Jesus, e contou-lhe toda a verdade. 34 Ele lhe disse: “Filha, a tua fé te curou. Vai em paz e fica curada dessa doença”. 35 Ele estava ainda falando, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, e disseram a Jairo: “Tua filha morreu. Por que ainda incomodar o mestre?” 36 Jesus ouviu a notícia e disse ao chefe da sinagoga: “Não tenhas medo. Basta ter fé!” 37 E não deixou que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e seu irmão João. 38 Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu a confusão e como estavam chorando e gritando. 39 Então, ele entrou e disse: “Por que essa confusão e esse choro? A criança não morreu, mas está dormindo”. 40Começaram então a caçoar dele. Mas, ele mandou que todos saíssem, menos o pai e a mãe da menina, e os três discípulos que o acompanhavam. Depois entraram no quarto onde estava a criança. 41Jesus pegou na mão da menina e disse: “Talitá cum” – que quer dizer: “Menina, levanta-te!” 42 Ela levantou-se imediatamente e começou a andar, pois tinha doze anos. E todos ficaram admirados. 43Ele recomendou com insistência que ninguém ficasse sabendo daquilo. E mandou dar de comer à menina. 
MEDITANDO O EVANGELHO: 
«Somente crê» 
Hoje, são Marco nos apresenta uma avalancha de necessitados que se aproxima a Jesus Salvador procurando consolo e saúde. Inclusive, aquele dia abriu-se passo entre a multidão um homem chamado Jairo; o chefe da sinagoga, para implorar pela saúde de sua filhinha: «Minha filhinha está nas últimas. Vem, impõe as mãos sobre ela para que fique curada e viva!» (Mc 5,23). Quem sabe se aquele homem já não conhecia de vista a Jesus, de vê-lo frequentemente na sinagoga e, achando-se tão desesperado, decidiu invocar sua ajuda. De todas as formas, Jesus captando a fé daquele pai afligido acedeu à petição, só que enquanto se dirigia a sua casa chegou a notícia de que a menina tinha morrido e que era inútil incomodá-lo: «Tua filha morreu. Por que ainda incomodas o mestre?» (Mc 5,35). Jesus, dando-se conta da situação, pediu a Jairo que não se deixara influir pelo ambiente pessimista, lhe dizendo: «Não tenhas medo, somente crê» (Mc 5,36). Jesus lhe pediu aquele pai uma fé maior, capaz de ir além das dúvidas e do medo. Ao chegar à casa de Jairo, o Messias retornou a vida à menina com as palavras: «Talitá kum, que quer dizer: ‘Menina, eu te digo, levanta-te’» (Mc 5,41). Também nós deveríamos ter mais fé, aquela fé que não duvida diante das dificuldades e provas da vida e, que sabe madurar na dor através de nossa união com Cristo, tal como nos sugere o papa Bento XVI, na sua encíclica Spe Salvi (Salvados pela esperança): «O que cura o homem não é esquivar o sofrimento e fugir diante a dor, senão a capacidade de aceitar a tribulação, madurar nela e, achar nela um sentido mediante a união com Cristo, que sofreu com amor infinito». 
Fray Valentí SERRA i Fornell (Barcelona, Espanha)