quarta-feira, 30 de junho de 2021

EVANGELHO DO DIA 30 DE JUNHO

Evangelho segundo São Mateus 8,28-34. 
Naquele tempo, quando Jesus chegou à região dos gadarenos, na outra margem do lago, vieram ao seu encontro, saindo dos túmulos, dois endemoninhados. Eram tão furiosos que ninguém se atrevia a passar por aquele caminho. E disseram aos gritos: «Que tens que ver connosco, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?». Ora, perto dali, andava a pastar uma grande vara de porcos. Os demónios suplicavam a Jesus, dizendo: «Se nos expulsas, manda-nos para a vara de porcos». Jesus respondeu-lhes: «Então ide». Eles saíram e foram para os porcos. Então, os porcos precipitaram-se pelo despenhadeiro abaixo e afogaram-se no lago. Os guardadores fugiram e foram à cidade contar tudo o que acontecera, incluindo o caso dos endemoninhados. Toda a cidade saiu ao encontro de Jesus. Quando O viram, pediram-Lhe que Se retirasse do seu território. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Inácio de Loyola
(1491-1556) 
Fundador dos jesuítas 
Exercícios espirituais: regras para 
maior discernimento dos espíritos 
«Resida em vossos corações 
a paz de Cristo, à qual fostes chamados»
(Col 3, 15) 
É próprio de Deus e dos seus anjos, em suas moções, conceder verdadeira alegria e gozo espiritual, tirando toda a tristeza e perturbação que o inimigo suscita. Deste, é próprio lutar contra a alegria e a consolação espiritual, apresentando razões aparentes, subtilezas e contínuas falácias. Só a Deus Nosso Senhor pertence dar consolação à alma sem causa precedente. Porque é próprio do Criador entrar, sair e produzir moções na alma, trazendo-a toda ao amor de sua Divina Majestade. Sem causa, isto é, sem prévio sentimento ou conhecimento de algum objeto pelo qual venha essa consolação, mediante atos do entendimento e da vontade. É próprio do anjo mau, que se disfarça «em anjo de luz» (2Cor 11,14), entrar com o que se acomoda à alma devota e sair com o que lhe convém a si, isto é, propor pensamentos bons e santos acomodados a essa alma justa, e depois, pouco a pouco, procurar trazer a alma aos seus enganos encobertos e perversas intenções. Devemos estar muito atentos ao decurso dos nossos pensamentos. Se o princípio, o meio e o fim são inteiramente bons, inclinando em tudo ao bem, isso é um sinal da presença do bom anjo. Mas, se o decurso dos pensamentos acaba em alguma coisa má, distrativa ou menos boa que aquela que a alma se propusera fazer, se a enfraquece, se a inquieta, se a perturba, tirando-lhe a paz, a tranquilidade e a quietude que tinha, isso é um claro sinal de que procede do mau espírito, inimigo do nosso proveito e salvação eterna [...]. Naqueles que progridem de bem em melhor, o anjo bom toca-lhes a alma leve e suavemente, como gota de água que penetra numa esponja; e o mau anjo toca agudamente, com ruído e agitação.

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