sábado, 19 de junho de 2021

REFLETINDO A PALAVRA - “Era preciso fazer festa”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Um novo homem. 
A liturgia deste domingo, dentro de um quadro penitencial e de cores roxas, prevê paramentos cor de rosa. É como um rojão que estoura antes da hora da festa. A oração da missa reza: “Ó Deus, que por vosso Filho realizais de modo admirável a reconciliação do gênero humano, concedei ao povo cristão correr ao encontro das festas que se aproximam, cheios de fervor e exultando de fé”. Este domingo quer nos adiantar a alegria pascal. Esta alegria pascal acontece na parábola do “Filho pródigo”, ou melhor dizendo, do “pai misericordioso”. O pai da parábola acolhe com um abraço feliz e manda fazer festa, pois seu “filho estava morto e tornou a reviver, estava perdido e foi reencontrado” (Lc 15,32). A parábola quer mostrar aos fariseus, que criticavam Jesus por acolher os pecadores, que Deus acolhe a todos que voltam. E Jesus é o irmão que não recusa o irmão. Ensina-nos a acolher a todos, como faz o Pai. A redenção é a “renovação admirável do gênero humano”, por isso celebramos com alegria a grande a festa da Páscoa. Nela, todo o gênero humano é acolhido pelo Pai, pois Jesus fora em busca da ovelha perdida e se alegra por tê-la encontrado. O homem e a mulher renovados por Jesus se alegram pelo amor misericordioso que os acolhe. 
Terra Nova 
A história do povo de Deus tem momentos dramáticos, mas também momentos felizes. Quando atravessam o Mar Vermelho, cantam alegres ao ver superado o perigo do exército do Faraó. Depois entram num terrível deserto que os prova duramente durante 40 anos, purificando-os. Chega o feliz momento de entrarem na terra prometida. Com alegria, comem seus frutos e celebram felizes sua Páscoa (Js 5,9-12). A terra prometida, não era senão um símbolo do mundo novo que Jesus traria com sua Páscoa. Páscoa é um processo continuado de libertação, aliança e conquista de um mundo sempre novo. Não pára. Não celebramos uma data passada, mas um acontecimento presente. O homem renovado renova o mundo. Essa é nossa missão de reconciliados com Deus em Cristo. Viver neste mundo, mesmo sendo controvertida esta situação é para nós grande alegria. Como Paulo, somos embaixadores de Cristo que insistem na reconciliação de todos para que se tornem “novas criaturas” “pois quem está em Cristo é uma nova criatura” (2 Cor 5,17). 
Nova festa. 
O reino novo instaura-se no interior de cada um pela graça da redenção que recebemos no batismo. O batismo é a Páscoa de Cristo em nós. O velho homem, como escreve Paulo, desapareceu. Tudo agora é novo. “Aquele que não cometeu pecado Deus fez o fez pecado por nós, para que nEle nós nos tornemos justiça de Deus” (2Cor 5,21). Participamos da santidade de Deus. Como o filho perdido retornou à alegria da casa do Pai, nós somos alegria ao nosso Deus. Convém descobrir a alegria de estar em Cristo, como nova criatura e celebrar a redenção na alegre Eucaristia pascal, comendo os frutos da terra prometida que são o pão e o vinho, provando e vendo quão suave é o Senhor! As torrentes de águas vivas que jorram do coração de Cristo tornam verde a secura de nossas vidas 
(Leituras: Josué 5,9-12; Sl 33; 
2 Coríntios 5,17-21;Lucas 15,1-32). 
Homilia do 4º Domingo da Quaresma
EM MARÇO DE 2004

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