domingo, 16 de novembro de 2025

REFLETINDO A PALAVRA -“Santíssima Trindade”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(✝︎)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Trindade, uma família!
 
Celebramos a festa da Santíssima Trindade. A festa está fora do Tempo Pascal, mas é celebrada logo a seguir. O motivo: Não celebramos um fato da História da Salvação como Memória, mas celebramos o Pai que envia seu Filho para a Salvação e o Espírito Santo que santifica os corações, isto é, leva-os a viver a graça da salvação trazida por Cristo e deixada para nós como Vida. O mistério de salvação que envolve todos os tempos, quer mostrar quem é o Deus que nos escolheu e nos amou em Cristo. É o Deus que Se manifestou e chamou-nos a participar de sua vida. Sabemos que Deus criou o homem para manifestar nele a sua bondade. O pecado do homem foi também um momento de manifestar sua misericórdia. Comunhão não só no futuro, mas agora na comunidade. Deus é comunhão. Temos o costume de dizer família para a Santíssima Trindade, mas é um termo frágil. Melhor é usar o termo comunhão de vida das três Pessoas Divinas. A vida íntima da Trindade orienta nossas famílias no modo de viver. É uma abertura permanente das Pessoas Divinas, uma à outra. É igualmente acolhimento de tudo o que uma Pessoa Divina tem em Si. É a humildade de saber amar, acolher e oferecer amor. A festa de hoje convida à adoração das Três Pessoas Divinas. É um mistério que jamais poderemos alcançar com totalidade, pois somos humanos. É um mistério aberto à nossa pequenez que sempre convida a um maior conhecimento e comunhão. 
Grava no teu coração 
Como viver em nossa fragilidade a comunhão com o Deus amor? Recordando os benefícios que fez conosco. O livro do Deuteronômio nos traz essa bela expressão: “Reconhece, pois, hoje, e grava-o em teu coração, que o Senhor é o Deus lá em cima no céu e cá embaixo na terra”. Não é um Deus distante. É um Deus presente com a criação, a libertação do Egito e a presença permanente entre nós. Nosso coração deve estar sempre atento ao bem que recebemos. Acima de tudo que possa haver na terra, Ele é o Deus que Se comunicou. Não é um deus feito pelo homem, mas o homem que é feito por Deus, à sua imagem e semelhança, como lemos em Gênesis 1,26-27. Saímos das mãos de Deus, e caminhamos amparados por elas. No livro do Êxodo temos a imagem do carinho de Deus para com seu povo: “De dia era uma coluna de nuvens e de noite uma nuvem de fogo” (Ex 13,21). Era como sentiam essa presença tão preciosa do Deus que desceu para ver o seu sofrimento no Egito e libertá-lo (Ex 3,8). Essa linguagem é o que acontece conosco. Assim Deus cuida de nós. Assim nós O percebemos em outra linguagem. Por isso é preciso contemplar sua obra em nosso favor e gravá-la em nosso coração. 
Abbáh Pai 
Vivemos a condição de filhos. Essa é a maior libertação que recebemos de Deus em nosso caminhar humano: “Somos chamados de filhos e de fato o somos” (1Jo 3,1). Ser filho em total participação da natureza e condições de herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo. Os israelitas foram libertados e conduzidos a uma terra. Nós somos libertados e conduzidos ao coração do Pai. Podemos chamá-Lo carinhosamente com o nome Abbah que significa Paizinho. Participamos do mistério redentor de Cristo: “Se realmente sofremos com Ele, é para sermos também glorificados com Ele” (Rm 8,15.17). Celebrar a Trindade não é somente reverenciar um Mistério, mas fazer-se participante. Fazendo o Sinal da Cruz, nós o abraçamos e colocamos em nossa vida. 
Leituras: Deuteronômio 4,32-34.39-40; 
Salmo 32;
Romanos 8,14-17;Mateus 28,16-20. 
1. Celebramos a Trindade que é comunhão de vida que se comunica. 
2. É um Deus presente, desde a criação, libertação e vida atual. 
3. Celebrar a Trindade é reverenciar um Mistério e fazer-se participante dele. 
Lar doce lar 
Clamamos nos salmos o desejo de morar sempre na casa do Senhor (Sl 27,4). Era o sonho de todos que amavam a Deus. Um dia na casa do Senhor vale mais que mil fora dela (Sl 84, 10). Se essa presença era o grande atrativo para ir a Jerusalém... Cantavam: “Que alegria quando me disseram: vamos à casa do Senhor” (Sl 121,1). E nós... que temos essa presença em todas nossas Igrejas? Muito bom, mas estamos em melhor condição. Estar na casa de Deus é permanecer com Ele, pois está em nós. Não precisamos sair de casa para tê-Lo, encontrá-Lo, gozar de sua presença. Ele é o mais íntimo no meu íntimo. Por isso, o grande empenho que temos que fazer, é buscá-Lo em nós mesmos. Somos sacrários vivos da Eucaristia. Somos casa de Deus, pois Jesus disse: “Se alguém me ama, guardará minha palavra e meu Pai o amará e a Ele viremos e Nele estabeleceremos morada” (Jo 14,23). O caminho espiritual deve partir dessa presença amorosa e permanente de Deus em nós. Fora disso, é só vazio. 
Homilia da Santíssima Trindade (27.05.2018)

EVANGELHO DO DIA 16 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 21,5-19. Naquele tempo, comentavam alguns que o Templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes: «Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído». Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?». Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: "sou eu"; e ainda: "o tempo está próximo". Não os sigais. Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim». Disse-lhes ainda: «Há de erguer-se povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu». Mas antes de tudo isto, deitar-vos-ão as mãos e hão de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Assim tereis ocasião de dar testemunho. Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer. Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós e todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Teodoro Estudita 
(759-826) 
Monge de Constantinopla 
Catequeses 
A ninguém temais, senão o Deus vivo! 
«Alegrai-vos sempre no Senhor!» (Fil 4,4). 
De facto, por que razão não estais cheios de alegria e não caminhais com júbilo, vós que fostes julgados dignos de ser atraídos para este estado evangélico pelo chamamento que discerne e predestina (cf Rm 8,29-30), chamamento do Deus que governa todas as coisas com a sua sabedoria? E agora que, pela elevação do vosso estilo de vida, vos encontrais como que num promontório, olhai para a vida miserável e rastejante dos homens, que é como que sacudida pelas ondas, projetada dum lado para o outro pelo movimento incerto dos acontecimentos. Na verdade, bem vedes que nada dura, nada permanece no mesmo estado; os reis passam, os príncipes caem, os poderosos da terra morrem como simples mortais (cf Sl 81,7); aqueles que estiveram casados durante algum tempo separam-se, abandonando o cônjuge ou sendo abandonados por ele. A beleza murcha rapidamente, a juventude é efémera, o prazer é fugaz; a riqueza dissipa-se e todas as posses, qual sonho de uma sombra, se afastam daqueles que julgam retê-las. A adversidade e os reveses dos mortais produzem luto e lamentações. E quase ninguém luta pelo que é estável e duradouro. Mas vós, meus irmãos, vós fostes chamados a subir à montanha do Senhor (cf Sl 23,3), a contemplar as maravilhas da vida celeste! Que o Deus que vos fez subir até este promontório vos fortaleça, para que façais sempre o que é do seu agrado, em santidade e justiça (cf Lc 1,75) [...]. A ninguém temais, pois, meus filhos, senão o Deus vivo (cf Lc 12,5; Ap 14,7)!

16 de novembro - Beato Antonius Joseph Marxen

Um bom pastor não abandona suas ovelhas quando vê o lobo chegando
- com essas palavras, o padre Antonius Joseph Marxen, em 1944, rejeitou o chamado para retornar à Alemanha em vista da revolução comunista na Albânia. Marxen foi morto a tiros em novembro de 1946, perto da capital Tirana e no dia 5 de novembro de 2016 foi beatificado pela Igreja. Antonius Joseph Marxen nasceu em 2 de agosto de 1906, como o quarto de nove filhos do casal Nikolaus e Maria Marxen em Worringen, perto de Colônia na Alemanhã. Ele se formou no colegial do Steyler Missionare em St. Wendel (Sarre), depois ingressou na Ordem dos Verbitas e concluiu seus estudos de filosofia no Colégio Filosófico-Teológico do Instituto St. Augustin, perto de Bonn. Em 1931, Marx mudou-se para a segunda universidade dos missionários Steyl na área de língua alemã, a Universidade St. Gabriel em Mödling, perto de Viena. Ele abandonou os estudos de teologia e se desligou da Ordem. Ele finalmente concluiu seu estudo de teologia no St. Andrew's College para a Missão Oriental. Após sua ordenação em junho de 1936, ele partiu para a Albânia, onde trabalhou até sua morte, como sacerdote e missionário. De acordo com as informações fornecidas sobre o trabalho de Marx na Albânia, o jovem sacerdote no município de Jubë, perto do porto de Durrës, procurou dialogar com muçulmanos e ortodoxos locais e foi igualmente reconhecido pela sua vida de santidade por representantes de ambos os lados e pelos membros da sua comunidade.

Santa Gertrudes, a Grande - Festejada 16 de novembro

A Abadia de Helfta
     A famosa Abadia de Helfta foi fundada por Gertrudes de Hackeborn. Gertrudes pertencia à dinastia dos Hackeborn e era irmã de Santa Matilde de Hackeborn (¹).
     Bem jovem entrara na abadia cisterciense de Roderdorf e foi eleita abadessa em 1251. Em 1253, fundou o convento de Hederleben com a ajuda de seus dois irmãos, Alberto e Luís, mas, como faltasse água ali, deram-lhe o Castelo de Helpeda (Helfta), próximo de Eisleben (moderna Alemanha) e as terras ao seu arredor. Em 1258 ela mudou-se para Helfta com toda a comunidade.
   Durante o período em que Gertrudes foi abadessa, Helfta tornou-se famosa em todo o Sacro Império Romano-Germânico, devido às práticas de ascetismo de suas monjas, ao misticismo de algumas e da grande capacidade intelectual que abrilhantou a vida monástica feminina da Idade Média.
     Gertrudes exigia que suas religiosas fossem educadas nas artes liberais, mas acima de tudo tivessem amplo conhecimento das Escrituras. Era considerada um modelo de abadessa, mais especialmente por sua conduta durante o ano de enfermidade que precedeu o seu falecimento.
    Gertrudes de Hackeborn nunca escreveu, nem recebeu qualquer revelação de Deus, nem tão pouco foi canonizada. Não deve ser confundida com Santa Gertrudes, a Grande.

Margarida da Escócia Rainha, Santa 1045-1093

Casou com Malcolm III em 1070
 no castelo de Dumfermline. 
Fundou abadias e mosteiros. 
Ela foi canonizada em 1250 e 
declarada padroeira da Escócia em 1673.
Nascida em 1045 na Hungria, filha do Príncipe Edward d’Outremer e de uma princesa alemã de nome Santa Margarida da Escócia, RainhaAgatha foi criada na corte do Rei Stephen da Hungria (997-1038). Com a idade de 12 anos ela foi para a corte do Rei Edward (1042-1066) mas fugiu para a Escócia em 1066 em seguida a batalha de Hasting. Na Escócia, o Rei Malcolm III (1057-1093) deu a ela um abrigo e uma família. Ela casou-se com Malcolm em 1070 no castelo de Dumfermline. Diz a tradição que ela construiu uma espécie de casa-hospital no sopé da montanha na qual o seu castelo ficava e cuidava ela mesmo dos doentes. Diz ainda a tradição que ela curava certos doentes apenas com suas preces e sua benção. Sua família se opunha a isto, mas ela insistia que deveria seguir os ensinamentos de Cristo. Margarete fundou Abadias e Mosteiros e usou sua posição para trabalhar pela justiça e melhorar as condições dos pobres.

INÊS DE Assis Religiosa Clarissa, Santa 1197-1253

Religiosa clarissa († 1253), 
irmã de santa Clara de Assis, 
foi abadessa de um dos mosteiros 
fundados por esta.
A vida de Santa Inês de Assis, irmã de Santa Clara nos é quase desconhecida... Ela, no entanto, teve um papel relevante na história clariana, aderiu de coração e alma ao carisma de pobreza e sororidade, sendo a Santa Inês de Assis, Clarissaprimeira vocacionada à vida da Ordem das Clarissas, depois da fundadora, Clara de Assis. Pode, com certeza, ser considerada como cofundadora, por sua dedicada colaboração. Foi quem mais partilhou com Clara o ideal evangélico; é um protótipo autêntico e acabado da Irmã Pobre, um modelo e um exemplo de vida para a clarissa hoje. A Igreja venera-a como santa e sua festa é celebrada no dia 19 de novembro. Talvez algumas notícias históricas, fruto de sérias pesquisas, nos ajudem a conhecê-la melhor. Nasceu em Assis em 1196-1197. Segunda filha de Favarone de Ofreduccio e da Bem-aventurada Ortolana, ambos da nobreza da Úmbria, teve mais uma irmã, chamada Beatriz, também clarissa beatificada, que morreu a 25 de janeiro de 1260 e que teria nascido por volta de 1199. Seu nome de batismo era Catarina (Catherina), como resultado da influência de uma viagem de Ortolana à Terra Santa, passando pelo famoso mosteiro de Santa Catarina de Alexandria, no Monte Sinai, cujos ossos guardados na igreja atraíam peregrinos que desembarcavam no porto egípcio de Damieta e prosseguiam viagem, passando pelo Sinai e posteriormente por Gaza, rumo à terra de Jesus Cristo.

ORAÇÕES - 16 DE NOVEMBRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
16 – 33º Domingo do Tempo Comum
Evangelho (Lc 21,5-19)“Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: – Sou eu! e ainda: – O tempo está próximo’ Não sigais essa gente!”
Nessa passagem e em sua continuação, Jesus fala da destruição de Jerusalém e do final dos tempos, quando se completará a obra da salvação. À primeira vista parece que Jesus indica sinais que possibilitariam saber quando isso iria acontecer. A linguagem que ele usa, porém, é a mesma de antigos profetas quando falavam do futuro, da manifestação da justiça divina ou de sua misericórdia na história do povo, ou do final dos tempos. Nessa linguagem misteriosa não encontramos nem precisamos procurar indícios da proximidade desse final só conhecido por Deus. Não podemos esquecer o que diz Jesus: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: – Sou eu! e ainda: – O tempo está próximo. Não sigais essa gente!”
Oração
Senhor Jesus, creio que sois o Salvador, e que será vossa a vitória final sobre o mal. Creio que infalivelmente se cumprirá o projeto do Pai, a decisão de reunificar tudo em vós, a humanidade e a natureza toda. Ainda não posso compreender plenamente como isso acontecerá; agora vivo apenas na fé, que me dá certeza, mas não me dá clareza. Confio em vós, e essa confiança ajuda-me a não me apavorar diante do futuro ou da aparente vitória do mal no presente. Tudo está em vossas mãos, e tudo fareis para nosso bem. Confio que estais sempre do nosso lado para nos proteger. Ajudai-me a caminhar tranquilamente, à luz da fé, sem me deixar perturbar por falsos profetas que vivem anunciando para amanhã um pavoroso final dos tempos. Quero apenas viver o dia a dia convosco, sem medos nem vã curiosidade. Amém.

sábado, 15 de novembro de 2025

REFLETINDO A PALAVRA - “O dom de ser dom”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(✝︎)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Deus ensina amar
 
Jesus define que Deus é Amor. A manifestação de Deus ao mundo se dá num ato de amor: “Nisto se manifestou o amor de Deus entre nós: Deus enviou o seu Filho unigênito ao mundo para que vivamos por Ele. “Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele quem nos amou primeiro e envio-nos o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados” (1Jo 4,10). O amor de Deus em nós é manifestado pelo Espírito que é o amor. O Espírito é o amor de Deus vivente em nós. É fonte que gera o amor. Esse amor se manifestou em Cristo como dom: “Nisto conhecemos o Amor: Que Ele deu a vida por nós. E nós também devemos dar nossas vidas pelos nossos irmãos” (1Jo 3,16). O que vemos é que o amor como dom, tornou-se somente um dado da vida cristã e não o núcleo, pois nele está Deus, o Pai que ama dando o Filho e com isso ensina a viver como Deus vive. Amor é sentimento, mas antes disso é vida e ação, é doação, é entrega e busca do outro. Somente assim podemos nos realizar na grandeza da vida cristã. Sem isso, a fé e a prática religiosa perdem o sentido e o conteúdo. Somos muito preocupados com a verdade, que seja certa e não contenha desvios. A fé é fundamental, mas, sem o amor, ela se torna uma crença vazia. Não há fé sem amor, nem amor sem fé. Por isso temos a esperança que mantém vigilante a fé e praticante a caridade. Amar é entrar em ritmo de doação e de entrega. O dom de Deus presente em nós é para que sejamos dom que conduz ao Dom. Essa é a missão do Espírito: manter viva a chama do dom da entrega pessoal. 
Um Espírito para todos
Como a chuva, o Espírito vem para todos e em cada um desenvolve seu dom pessoal. O mesmo Espírito está em todos e em cada um manifesta um modo diferente de agir. Deste modo supre todo o corpo de Cristo, que é a Igreja, de todas as riquezas para que em nada Cristo seja esquecido ou ocultado. A riqueza do dom compromete a intensidade da resposta na corresponsabilidade para com todo o Corpo de Cristo. Nada falte em Cristo, no que depende de nós. A espiritualidade, tanto popular como oficial, exige igualdade. Anula-se a pessoa e se oculta o dom do Espírito. Deve haver a conjunção das forças espirituais e dos dons para o comum, mas não se justifica a anulação. O próprio Espírito Santo conduz para a formação do corpo, como nos diz S. Paulo. Vemos os membros do corpo: São todos diferentes e nenhum pode faltar. A igualdade será cada um conservar suas particularidades. Paulo diz: “O corpo não se compõe de um só membro, mas de muitos... Deus dispôs cada um dos membros no corpo, segundo sua vontade. Se o conjunto fosse um só membro, onde estaria o corpo?” (1Cor 11,1-21). Não se refere somente à pessoa, mas também ao dom que o Espírito dá. Os dons espirituais compõem o Corpo de Cristo.
Como o vento 
Ninguém é dono do Espírito Santo e nem de seus dons. “O vento sopra onde quer e ouves o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito” (Jo 3,8). Vento e Espírito são a mesma palavra em grego (Pneuma). Como o Espírito é incontrolável, assim também é quem vive do Espírito. Com o Espírito se torna continuação viva de Jesus que vivia o movimento do Espírito. Por isso é preciso ser aberto e não querer enquadrar o Espírito em nossos esquemas. O Espírito é, sobretudo, Livre. Está a nosso favor, mas não é nosso empregado só para dar-nos dons. Ele dá muito serviço, pois nos torna iguais a Jesus que era puro dom do Pai e doou sua Vida.
ARTIGO PUBLICADO EM MAIO DE 2018

EVANGELHO DO DIA 15 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 18,1-8. 
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre, sem desanimar: «Em certa cidade, vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: "Faz-me justiça contra o meu adversário". Durante muito tempo, ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: "É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens; mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente"». E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo. E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a Terra?». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Clemente de Roma 
(35-100) 
Papa 
 Epístola aos coríntios, 59-60 
Mestre e Senhor, ouve as nossas orações! 
Em oração e súplica, pediremos que Aquele que ordena todas as coisas preserve intacto em todo o mundo o número dos seus eleitos, por meio do seu amado Filho Jesus Cristo; no qual nos chamou das trevas para a luz, da ignorância para o conhecimento da sua glória, para que esperássemos, Senhor, no vosso nome, pois ele é o fundamento de toda a criação. Através das tuas obras, manifestaste a ordem eterna do mundo, Senhor, Criador do universo. Tu permaneces o mesmo através das gerações: justo nos teus julgamentos, admirável na tua força e magnificência, cheio de sabedoria quando crias, sábio para fortalecer todos os seres na existência, Tu, que manifestas a tua bondade para com todas as coisas visíveis, a tua fidelidade para com aqueles que confiam em Ti, Tu, que és misericordioso e compassivo. Perdoa as nossas transgressões, os nossos erros, as nossas quedas, as nossas fraquezas. Não leves em conta os pecados dos teus servos e das tuas servas, mas purifica-nos com o banho da tua verdade e guia os nossos passos, para que andemos em santidade do coração, para que façamos o que é bom e agradável a teus olhos e aos olhos dos nossos governantes. Sim, Mestre, faz brilhar sobre nós o teu rosto, para nos concederes todo o bem, em paz, para nos protegeres com a tua mão poderosa, livrando-nos de todo o mal com a força do teu braço e subtraindo-nos ao ódio injusto dos nossos inimigos. A nós e a todos os habitantes da terra, dá-nos, Senhor, a concórdia e a paz, como fizeste outrora aos nossos pais quando Te invocavam piedosamente, com toda a confiança e retidão de coração.

15 de novembro - Beata Maria da Paixão (Helena Maria de Chappotin de Neuville)

Helena Maria de Chappotin de Neuville, que ao se consagrar recebeu o nome de Maria da Paixão, nasceu no dia 21 de maio de 1839 em Nantes (França), numa nobre família cristã. Desde a infância manifestou eminentes dons naturais e uma fé muito profunda. Em 1856, durante os exercícios espirituais, faz a sua primeira experiência de Deus, que a chama para uma vida de consagração total. Assim, atraída pelo ideal da simplicidade e da pobreza de São Francisco, entra nas Clarissas. Em 1861, ainda postulante, faz uma nova experiência de Deus, que a convida a oferecer-se como vítima pela Igreja e pelo Papa. Por motivos de saúde, deixa o mosteiro e, em 1864, entra na Sociedade de Maria Reparadora, recebendo o hábito religioso com o nome de Maria da Paixão. No ano seguinte, ainda noviça, é enviada para a Índia, com a tarefa principal da formação das religiosas de uma congregação autóctone. Por força das suas virtudes, é nomeada Superiora local e, depois, provincial. Devido ao aumento das dissensões, acompanhada de outras 19 religiosas, Maria da Paixão deixa a Ordem e, em 1877, obtém do Papa Pio IX a autorização para fundar um Instituto, com o nome de Missionárias de Maria em seguida afiliada ao carisma franciscano que se desenvolve rapidamente. Em 1900, o Instituto foi selado com o sangue da santidade, no martírio de sete Franciscanas Missionárias de Maria na China, beatificadas em 1946 e canonizadas no ano de 2000.

15 de novembro - São Rafael de São José (José Kalinowski)

São Rafael de São José, Kalinowski, nasceu em Vilna, na Polônia, no dia 1º de setembro de 1835. Por necessidade, matriculou-se na Escola Militar de Engenharia, e foi admitido à Academia Militar Superior. Seus dotes morais e sua inteligência atraíram a atenção dos professores. Assim, Kalinowski foi progredindo na carreira militar. A vida militar não o agradava, mas a Providência Divina o conduzia por este caminho. No futuro, a arte militar lhe seria útil para ajudar a pátria. Mas não queria permanecer muito tempo naquele ambiente no qual, segundo escreve em uma de suas cartas, "ao buscar o espírito, encontrava a matéria". Em 1859 deixou a Academia e foi transferido para o Comando de Engenheiros de Petersburgo e depois foi designado, a seu próprio pedido, para a fortaleza de Brest Litowski, com a função de engenheiro superintendente da manutenção e fortificação. Além dos trabalhos na fortaleza, dos deslocamentos ao Estado Maior de Petersburgo, Kalinowski abriu em 1861, na cidade de Brest, uma casa para abrigar jovens abandonados e fundou uma escola gratuita para eles. Em abril de 1862 foi promovido a Capitão do Estado Maior do exército russo.

São Macuto (ou Maclovio) de Aleth Bispo Dia festivo: 15 de novembro

(†)Saintes, por volta de 640
 
Martirológio Romano: Na Bretanha, São Maclovius ou Macúto, bispo de Aleth, que teria nascido no País de Gales e morrido no território de Saintes. 
As duas fontes que possuímos, ambas datadas de cerca de 850-900, sobre a vida de Macuto (Maclovio; francês: Malo, inglês: Machlow), derivam de uma Vita anterior, agora perdida, mas também bastante tardia. São relatos fantasiosos, repletos de milagres inautênticos e extensas apropriações das Vitae de santos irlandeses, alguns dos quais de origem pagã. Macuto é apresentado como discípulo e companheiro de São Brandão, o Navegador. Dada a falta de confiabilidade dos dados relatados até o momento, não é possível aceitar nem mesmo afirmações que seriam plausíveis em si mesmas, como a visita de Macuto a São Columbano em Luxeuil. Uma das duas Vitae, obra de um clérigo de Aleth chamado Bili, é uma falsificação deliberada. A segunda, escrita por um autor anônimo, também não é confiável. Parece bastante certo, no entanto, que o local de nascimento de Macuto foi no sul do País de Gales e que ele era membro de uma comunidade monástica fundada por São Cadoc em Llancarvan. Ele então emigrou para a Bretanha, onde se estabeleceu em Aleth, fundando um mosteiro que se tornou um centro de evangelização para os países vizinhos. Não sabemos quando ou onde Macuto foi ordenado sacerdote (provavelmente em Llancarvan) ou recebeu a consagração episcopal.

São José Pignatelli, presbítero jesuíta

Nascido em 1737, no castelo da família, em Zaragoza, José Pignatelli y Moncayo – seu nome no civil - era descendente de uma família nobre. Aos 12 anos, junto com seu irmão, entrou para a Companhia de Jesus. Tornando-se logo exemplo de virtude, caridade e humildade, fez o Noviciado com os Jesuítas da província de Aragão, já santificada por São Pedro Claver, onde foi ordenado sacerdote, em 1762. 
Amável educador e "pai dos enforcados" 
José tinha um sonho: ser enviado em missão entre os índios da América, mas jamais conseguiu, porque, quando jovem, fora acometido pela tuberculose que, depois, se tornou crônica, ficando com saúde precária. Por isso, começou a ensinar gramática na escola de Zaragoza, distinguindo-se por suas excelentes qualidades de educador. Mas, não lhe era suficiente: foi um dos últimos a exercer seu apostolado. Assim, começou a frequentar os pobres e a visitar os prisioneiros, detendo-se, de modo particular, com os condenados à morte, aos quais dava coragem e consolação, o suficiente para receber o apelido de "pai dos enforcados".

Leopoldo III Rei da Áustria, Santo 1073-1113

Rei da Áustria. 
Pertencia à casa real de Bagengerg, da Áustria,
 que há muitos séculos descendia 
de imperadores de Augsburg e 
dos grãos duques de Lorena (1073-1113).
Entre os antepassados de quase todas as casas reais sempre aparece a figura de um santo célebre. São S. Leopoldo III, rei da AustriaLeopoldo é um bom exemplo, tendo o seu nome se tornado comum entre os reinantes da Áustria, até porque ele mesmo também foi um dos coroados. Pertencia à casa real de Bagengerg, da Áustria, que há muitos séculos descendia dos de imperadores de Augsburg e dos grãos duques de Lorena. Nascido em Melk no ano de 1073, foi baptizado com o nome de seu pai. Foi um exemplo de rei, cristão, esposo e pai. Em 1096, sucedeu a seu pai, como Leopoldo III, e assumiu o reino quando o país começava a ser uma grande potência europeia. Casou-se com a irmã do rei Henrique V da Alemanha, a princesa Inês, que era viúva e tinha três filhos. Com Leopoldo teve mais dezoito filhos, os quais, uma vez crescidos, povoaram conventos, mosteiros e episcopados como uma verdadeira semeadura de virtude cristã. Dele floresceram para a Igreja dois relevantes servidores, os santos Conrado, bispo de Salzburg, e Oto, bispo de Freising.

Alberto Magno Bispo, Doutor de Igreja, Santo 1193-1280

Dominicano, doutor da Igreja. 
Professou em Colónia, Hildesheim, Friburgo, Regensburgo, Paris e Estrasburgo 
e teve como aluno 
São Tomás de Aquino.
Mestre de São Tomás de Aquino
Santo dominicano, cognominado Doutor universal, grande sábio, teólogo e filósofo, pregador de cruzada, foi exímio professor na Sorbonne, o mais famoso centro universitário da época.
Quando o Papa Pio XI, no dia 16 de dezembro de 1931, proclamou Santo Alberto Magno Santo e Doutor da Igreja, declarou: “O presente momento parece ser o tempo em que a glorificação de Alberto Magno é mais adequada para conquistar almas à submissão do doce jugo de Cristo. Alberto é exactamente o Santo cujo exemplo deveria inspirar esta idade moderna, que tão ardentemente procura a paz e é tão cheia de esperança em suas descobertas científicas”[1]. Vere-mos por quê. Santo Alberto Magno nasceu no ano de 1193 em Lauingen, cidade da Suábia bávara, filho de um conde da Casa de Bollstaedt, das mais ilustres do país.

ORAÇÕES - 15 DE NOVEMBRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
15 – Sábado – Santos: Alberto Magno, João Licci, Fidenciano
Evangelho (Lc 18,1-8)“Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir...”
O mau juiz da parábola atendeu o pedido da viúva para evitar aborrecimentos. Deus, porém, atende nossos pedidos por amor. Se Jesus insiste que devemos pedir sempre, sem desistir, não é para convencermos Deus de nossas necessidades. É para que tomemos consciência de nossa necessidade, reconheçamos nossa pobreza e manifestemos nossa confiança filialem sua bondade imensa.
Oração
Senhor, sei que conheceis minhas necessidades e estais sempre pronto a atender meus pedidos de socorro. Eu é que nem sempre estou convencido de minha total dependência de vossa bondade. Sem vós eu nada posso, nem querer o bem, e muito menos fazê-lo. Ajudai-me, pois, a sempre recorrer a vós, pedindo socorro em todas as minhas necessidades temporais e espirituais. Amém.

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

REFLETINDO A PALAVRA - “Recebei o Espírito Santo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(✝︎)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Santificais a Igreja inteira
“O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo seu Espírito que habita em nós” (Antífona). Celebramos em grande ação de graças o dom do Espírito. Terminado o tempo de sua vida terrestre, com sua Ascensão, Jesus nos enviou o Espírito Santo. Dissera: “O Paráclito, o Espírito que o Pai enviará em meu nome é que vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse” (Jo 14,26). Há dois elementos: ensinar e recordar. Ensinar significa dar aos discípulos o conhecimento do ensinamento de Jesus. Não vai ficar recordando palavras de Jesus, mas tirar da vivência com Jesus Mestre o ensinamento para a vida. Até o momento da Ascensão ainda não tinham compreendido a missão de Jesus. Perguntam: “Senhor, é agora que haveis de restaurar a realeza de Israel?” (At 1,6). Após Pentecostes tudo se torna claro. É a pessoa de Jesus que necessitam conhecer. Dele se aprende. A missão de recordar tem como finalidade despertar do coração o que foi aprendido. Mas também os apóstolos têm a missão de recordar não somente num sentido de lembrança, mas de realização da presença. O termo está ligado ao conceito de “memória” tanto judaico como católico: tornar presente, como Eucaristia. Jesus dissera: “fazei isso em memória de mim” (Lc 22,19). Sempre pensamos na Eucaristia, mas Cristo está sempre presente em tudo o que os apóstolos fazem: “A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados” (Jo 20,23). A missão de Cristo continua atual nos apóstolos e na Igreja. Por isso o Espírito, na celebração de hoje, é santificar a Igreja inteira. Santificar é estar sempre sob o Espírito que ensina e recorda. 
Dons para serem doados 
Colocamos a vida espiritual nas maravilhas que Deus nos trouxe com sua Ressurreição e na riqueza de seus dons. Os dons que o Espírito dá seguem a mesma dinâmica da vida de Jesus no meio de nós: dons são para serem usados para o bem de todos. Temos a tentação de querer uma Igreja igualzinha em todos os detalhes. Paulo nos explica que há diversidade de dons. Os dons são diferentes, e vividos num único Espírito. Cada um tem responsabilidade para com todo o corpo. Todo corpo deve aceitar todos membros, diferentes uns dos outros. É uma grandiosa escola de vida cristã: doar e acolher o dom. A prepotência tem a tendência de nivelar a partir de si mesmo. Só vai dar certo se nos colocarmos como servidores, como Jesus nos ensinou na última ceia: “Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, também vós o façais” (Jo 13,15). Exemplo vai além do simples fazer como Jesus fez, mas continuar a ação de Jesus, num sentido de testamento a ser executado. Esse serviço será a consequência da missão de perdoar. Jesus quer criar um mundo reconciliado que se concretiza no mútuo serviço. Dons são serviço e não poder.
Liturgia do Espírito 
A liturgia é o momento em que o Rio da Vida inunda a comunidade e nos põe em relação com as ações redentoras de Cristo que se fazem presentes em cada sacramento e nas ações da Igreja. Cristo está presente e continua dando o Espírito. Em cada sacramento temos a imposição das mãos. Cada sacramento é momento do Espírito que age na matéria e na comunidade, transformando-a. É chocante como não nos damos conta que cada Eucaristia é Pentecostes. O Espírito que gerou Jesus no seio de Maria, gera-O na comunidade formando o corpo de Cristo. A mesma força divina que faz do pão e do vinho, corpo e sangue de Cristo, faz da comunidade, Corpo de Cristo. Não percamos. 
Leituras: Atos dos Apóstolos 2,1-1; 
Salmo 103; 
1Coríntios 12,3b-7.12-13;João 20,19-23 
1. A missão do Espírito é ensinar e recordar. 
2. É uma grandiosa escola de vida cristã: doar e acolher o dom do Espírito. 
3. Cristo, presente na liturgia, continua dando o Espírito Santo.
Fogo nele! 
Celebrar a festa de Pentecostes é chamar fogo do céu, não para destruir, mas construir. Estamos abrindo a vida para que o Espírito Santo possa continuar sua missão de levar adiante o projeto do Pai de salvar todos em Cristo. Salvar é conduzir à comunhão de vida da Trindade Santa. Depois que Jesus foi para o Céu, o Espírito Santo tem a missão de santificar: unir todos a Deus através de sua conversão a Cristo e vida do Evangelho. Ele nos faz unidos como um só corpo. Gerou Jesus e agora nos gera continuamente como de Cristo. Pentecostes nos une de tal modo que não formamos um ajuntamento, mas um corpo unido no qual corre a seiva Divina que nos une. 
Homilia de Pentecostes (20.05.2018)

EVANGELHO DO DIA 14 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 17,26-37. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Como sucedeu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem: Comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. Então veio o dilúvio, que os fez perecer a todos. Do mesmo modo sucedeu nos dias de Lot: Comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. Mas no dia em que Lot saiu de Sodoma, Deus mandou do céu uma chuva de fogo e enxofre, que os fez perecer a todos. Assim será no dia em que Se manifestar o Filho do homem. Nesse dia, quem estiver no terraço e tiver coisas em casa não desça para as tirar; e quem estiver no campo não volte atrás. Lembrai-vos da mulher de Lot. Quem procurar salvar a vida há de perdê-la e quem a perder há de salvá-la. Eu vos digo que, nessa noite, estarão dois num leito: um será tomado e o outro deixado; estarão duas mulheres a moer juntamente: uma será tomada e a outra deixada. Dois homens estarão no campo: um será tomado e outro será deixado». Então os discípulos perguntaram a Jesus: «Senhor, onde será isto?». Ele respondeu-lhes: «Onde estiver o corpo, aí se juntarão os abutres». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Romano o Melodista (560) 
Compositor de hinos 
Hino de Noé, 11ss. 
«Como sucedeu nos dias de Noé» 
O sábio Noé embarcou na arca por ordem de Deus, com os seus filhos e as mulheres destes, ao todo somente oito almas. Sem parar de gemer, este servo rezava assim: «Não me faças perecer com os pecadores, meu Salvador, pois vejo já o caos apoderar-se da criação e os elementos agitados pelo medo. As nuvens estão preparadas, o céu tumultuoso, os anjos acorrem à frente da tua cólera». Ao ouvir estas palavras, Deus cerrou a arca e selou-a, enquanto o seu fiel servo bradava: «Salva todos os homens da cólera pelo amor que nos tens, Redentor do Universo!». Do alto do céu, o juiz deu uma ordem; de imediato se abriram as comportas, precipitando as chuvas, torrentes de água e saraiva de um lado do mundo ao outro; e o medo fez brotar as fontes do abismo, inundando a Terra. Foi este o efeito da cólera de Deus, porque os homens haviam perseverado no seu endurecimento e não se tinham apressado a gritar-Lhe com fé: «Salva todos os homens da cólera pelo amor que nos tens, Redentor do Universo!». O coro dos anjos, vendo os homens carnais destruídos, gritou: «Que os justos possuam toda a extensão da Terra!». Porque o Criador gosta de ver aqueles que fez à sua imagem (cf Gn 1,26); foi por isso que pôs os seus santos de parte para os salvar. Noé solta a pomba e ela regressa ao fim do dia, trazendo no bico um ramo de oliveira, que anuncia simbolicamente a misericórdia de Deus. Então Noé sai da arca, como que do túmulo, segundo a ordem que recebera, não como outrora Adão, que comera de uma árvore que dá a morte, pois Noé produzira um fruto de penitência ao dizer: «Salva todos os homens da cólera pelo amor que nos tens, Redentor do Universo!». Mortas estão a corrupção e a iniquidade; o homem de coração reto triunfa pela sua fé, pois encontrou graça. Então, o justo ofereceu ao Senhor um sacrifício sem mancha; o Criador aspirou o seu agradável perfume e declarou: «Jamais o Universo voltará a perecer num dilúvio, mesmo que todos os homens levem uma vida má. Hoje estabeleço uma aliança irrevogável com eles. Mostro o meu arco a todos os habitantes da Terra para lhes servir de sinal, para que todos Me invoquem assim: "Salva todos os homens da cólera pelo amor que nos tens, Redentor do Universo!"».

Santa Veneranda Mártir Festa: 14 de novembro

Emblema:
Palma 
O nome é de origem latina e significa 'digno de veneração'. Pouco se sabe sobre Veneranda, entre outras coisas ela é a única santa com este nome, enquanto há três de Venerando. No 'Catalogue Sanctorum' elaborado nos anos 1369-1372, pelo veneziano Pietro de Natalibus, no capítulo 61 s. Venerável virgem, nascida na Gália (França) no século II e martirizada em Roma durante a perseguição do tempo do imperador Antonino (138-161). A celebração trazida de volta para 14 de novembro foi transferida para a mesma data no 'Martirológio Romano'. Dito isto, encontramos a santa em certos episódios relativos à basílica de S. Maria in Pugliano in Ercolano (NA); Em meados do século XVII, na época do Papa Alexandre VII, o corpo de São João foi doado, como era costume nos séculos passados, ao Procurador Geral dos Carmelitas Descalços em Roma. Mártir máximo, tirado da catacumba de s. Ciriaca é uma relíquia ilustre de Santa Veneranda mártir. Essas relíquias foram, por sua vez, doadas ao padre Simone dello Spirito Santo, também carmelita do convento de Torre del Greco, muito perto de Herculano; sendo muito devoto da capela do Espírito Santo localizada na antiga basílica, ele dá as relíquias acima mencionadas como testemunho desta devoção; os fiéis de Herculano, que então se chamava Resina, acolheram este dom com fé e alegria, mesmo com festas públicas e ergueram dois altares na Capela do Espírito Santo, um dedicado a São Francisco.

São José Pignatelli presbítero, +1811

De família napolitana, pertencia a nobreza mais antiga. Quando tinha 4 anos de idade a sua mãe faleceu e ele passou a morar com a irmã, a condessa de Acerra. Com 16 anos de idade decidiu entrar na Companhia de Jesus. O seu carácter, santidade, elegância e distinção, mesmo na humildade e na caridade e confiança plena em Deus, fizeram dele um dos santos mais representativos do século XVIII. São José Pignatelli foi um dos que mais contribuiu para a restauração da Companhia de Jesus. Preso e expulso de Espanha juntamente com outros jesuítas em 1767, refugiou-se em Ferrara, nos Estados Pontifícios, até que em 1773, Clemente XIV extinguiu a ordem. Anos difíceis, cheios de temores e perseguições. Porém, a ordem dos Jesuítas fora preservada na Rússia e Pignatelli esperou pacientemente pelo retorno da ordem dos Jesuítas a Nápoles assim como a todo o Ocidente: em Nápoles viu esse ideal acontecer em 1808, mas morreu antes da restauração definitiva no mundo, realizada pelo Papa Pio VII em 1814.