sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Se o grão de trigo não cai na terra...”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Aliança no coração
 
A misericórdia de Deus nos abraça nesta Quaresma com as contínuas propostas de aliança que fez com nossos antepassados na fé. Houve um crescimento na comunicação de Deus com seu povo a partir de Noé, passando por Moisés e pelos profetas até chegar a Jesus. Nele aconteceu a aliança nova e eterna. Em Cristo, estamos em comunhão com Deus. As alianças sempre foram seladas com sacrifícios simbólicos de animais. A eterna aliança é selada e garantida pelo sangue do Cordeiro que com sua morte e ressurreição, lavou nossas almas e nos adquiriu para Deus. Esta aliança não é feita somente com o povo escolhido, mas com todos os povos, como lemos no evangelho. Marcos narra que um grupo de gregos chegou a Filipe e disse: “Queremos” ver Jesus (Jo 12,21). A atitude dos gregos mostra para Jesus que já é o momento de sua glorificação, isto é, de sua morte na cruz e de sua ressurreição. O caminho da redenção acontece primeiramente em Jesus e é apoiado em sua obediência. O acolhimento da vontade do Pai é causa de salvação a todos que Lhe obedecem. A obediência é sinal da interiorização da aliança feita no coração. A morte e ressurreição de Jesus não são somente acontecimentos, mas entrega obediente ao Pai. Ser discípulo é ser como o Mestre: “Se alguém me quer seguir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo” (Jo 12,26). Esse lugar é a cruz que é a obediência ao Pai. Por isso é preciso perder a vida para ganhá-la. Perder a vida é colocar-se em condição de permanente escuta do Pai. O salmo nos oferece o caminho para o acolhimento da vontade do Pai: “Criai em mim um coração puro, dai-me de novo um espírito decidido” (Sl 50). A Quaresma é o momento ritual para essa renovação do coração. A Páscoa penetra toda a vida. Por isso caminhamos com alegria como Jesus. 
Entre gritos e lágrimas 
A reflexão nos conduz a compreender Jesus em sua condição de vítima que se oferece. Diante do sofrimento, sofreu como sofre todo homem e mais ainda, assumiu em si toda a humanidade sofredora. “Ele, como lemos na carta aos Hebreus, dirigiu preces e súplicas com forte clamor e lágrima àquele que era capaz de salvá-lo da morte e foi atendido por causa de sua entrega a Deus” (Hb 5,7). Sofreu como todo homem e se tornou modelo de aceitação da vontade do Pai. Tem certeza que Deus não O abandona, mas O acolhe na ressurreição. O evangelho usa o grão de trigo como exemplo: Cristo se assemelha ao grão de trigo: vai morrer para viver e dar vida. Apegar-se à vida é perdê-la. A vida tem sentido se é doada como multiplicação, como o grão que morre para dar vida. “Quando eu for elevado da terra atrairei todos a mim” (Jo 12,32). A fé não é sentimento. É um doloroso feliz unir-se ao Cristo que Se oferece ao Pai pelo mundo. 
Caminhar com a mesma alegria 
Participar dos sofrimentos não significa viver triste e acabrunhado com a dor e as expectativas de sofrimentos. É um alegre consumir-se. O quarto domingo nos revela que a Paixão não foi um acaso. Jesus disse em outro lugar: “Devo receber um batismo, e como me angustio até que esteja consumado” (Lc 12,50). Batismo significa sua Paixão. Correspondemos a esse sentimento ao rezar na oração da missa: “Dai-nos por vossa graça caminhar com alegria na mesma caridade que levou o vosso Filho a entregar-se à morte no seu amor pelo mundo” (coleta). Esse amor de doação lhe dá uma alegria que supera a dor. O que mede o sacrifício da cruz não é a dor, mas o amor. 
Leituras 34,31,31: Jeremias; 
Salmo 50;
Hebreus 5-7-9; João 12,20-33 
1. As alianças de Deus com o povo culminam em Jesus. Elas se destinam a todos os povos, como sugere o pedido dos gregos: Queremos ver Jesus. Nesse episódio Jesus vê chegado o momento de sua glorificação (morte e ressurreição). O caminho de Jesus é apoiado em sua obediência ao Pai. Obediência é sinal de interiorização da aliança. Ser discípulo é ser como o Mestre: Perder para ganhar. É preciso um coração novo. 
2. Compreendemos Jesus em sua condição de vítima. Sofreu como homem e assumiu a humanidade sofredora. Tem certeza que o Pai não O abandona, pois O acolhe na ressurreição. O evangelho usa a comparação do grão de trigo: “morrer para viver e dar vida”. A fé não é sentimento. É oferecer-se ao Pai pelo mundo. 
3. Participar dos sofrimentos não significa tristeza. Jesus deseja esse momento. Rezamos: “Dai-nos por vossa graça caminhar com alegria na mesma caridade que levou vosso Filho a entregar-se à morte por amor ao mundo. Esse amor lhe dá alegria. 
Plantando coração 
Jesus faz uma comparação de sua vida com o grão de trigo plantado que tem que morrer para nascer. Assim Ele também vai morrer e ressuscitar. Não precisamos morrer, mas temos que saber perder o que vale menos para ter o que vale mais. Essa plantação se faz no coração, como nos explica Jeremias. A aliança que era concluída com ritos agora é escrita no coração. Jesus explica que é preciso mudar o interior e saber perder para ter o melhor, como aconteceu com Ele. Ao passar pelo sofrimento do desapego e do abandono de muitas coisas para ter a maior, sofremos como Jesus que chorou e gritou para ser salvo da morte. E foi ouvido no fruto da ressurreição. Por isso o salmista reza: “Criai em mim um coração puro”. Rezamos na oração da missa: “Dai-nos caminhar com alegria na mesma caridade que levou vosso Filho a entregar-se à morte pelo mundo”. 
Homilia do 5º Domingo da Quaresma (22.03.2015)

EVANGELHO DO DIA 6 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo São Mateus 9,27-31. 
Naquele tempo, Jesus pôs-Se a caminho e seguiram-no dois cegos, gritando: «Filho de David, tem piedade de nós». Ao chegar a casa, os cegos aproximaram-se dele. Jesus perguntou-lhes: «Acreditais que posso fazer o que pedis?» Eles responderam: «Acreditamos, Senhor». Então Jesus tocou-lhes nos olhos e disse: «Seja feito segundo a vossa fé». E abriram-se os seus olhos. Jesus advertiu-os, dizendo: «Tende cuidado, para que ninguém o saiba». Mas eles, quando saíram, divulgaram a fama de Jesus por toda aquela terra. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Hildebrando (séc. XIII) 
Monge cisterciense 
 Opúsculo sobre a contemplação 
«Filho de David, tem piedade de nós» 
Jesus bendito, minha esperança, minha espera, meu amor, tenho uma coisa para Te dizer, uma coisa a teu respeito, cheia de dor e de miséria. Tu, que és o Verbo, o unigénito do Pai ingerado, que Se fez carne por mim, o Verbo que saiu do coração do Pai, o Verbo que Deus pronunciou uma só vez (cf Heb 9,26), o Verbo pelo qual, «nos últimos dias» (Heb 1,2), o teu Pai celeste me falou, digna-Te escutar, ó Verbo de Deus, a palavra que os desejos abundantes fazem sair do meu coração. Escuta e vê: a minha alma fica triste e perturbada quando me perguntam todos os dias: «Onde está o teu Deus?» (Sl 41,4). Não sei responder, receio que não estejas aqui, não sinto a tua presença. O meu coração está abrasado, anseio por ver o meu Senhor. Onde estão a minha paciência e a minha constância? És Tu, Senhor meu Deus, o que hei de fazer? Procuro-Te e não Te encontro; desejo-Te e não Te vejo; persigo-Te e não Te agarro. Que força tenho para suster? Até onde poderei suster? Haverá coisa mais triste que a minha alma? Mais miserável? Mais provada? Pensas, meu amor, que a minha tristeza se transformará em alegria quando Te vir? (cf Jo 16,20) «Fala, Senhor, que o teu servo escuta» (1Sm 3,9). Que eu escute o que me dizes, Senhor meu Deus. Diz à minha alma: Eu sou a tua salvação (cf Sl 84,9; 34,3). Diz mais, Senhor, e fala, para que eu Te ouça: «Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu» (Lc 15,31). Ah, a palavra de Deus Pai, era isso que eu queria ouvir.

São Pedro Pascásio (Pedro Pascual) Bispo mercedário, mártir Festa: 6 de dezembro

(*)Valência, Espanha, 1227
(+)Granada, Espanha, 1300 
Pedro Pascual (italianizado como Pietro Pascasio) nasceu em Valência por volta de 1225. Ele estudou em Paris com São Boaventura e São Tomás, depois voltou para a Espanha. Ele entrou nos mercedários: o nome de Pedro, de fato, havia sido dado a ele por seus pais porque, estéreis, eles haviam invocado São Pedro Nolasco, fundador da ordem dedicada aos escravos. Tendo se tornado bispo de Jaén, ele viajou pela Espanha e Portugal, confortando os prisioneiros dos árabes. Ele foi capturado e levado pelo sultão de Granada. No início, ele tinha uma certa liberdade. Então, dadas as muitas conversões, ele foi morto em 1300. (Avvenire) 
Emblema: Palma 
Martirológio Romano: Em Granada, Espanha, morreu na prisão o bem-aventurado mártir Pedro Pascual, bispo de Jaén, da Ordem da Misericórdia, que, preso pelos mouros enquanto visitava seu rebanho, exortava o povo a defender a fé. 
Uma vítima mártir do fundamentalismo islâmico nos anos 1300; Pedro Pascual (nome espanhol) nasceu em Valência por volta de 1225 e seu nascimento foi atribuído às orações de São Pedro Nolasco por seus pais, que eram estéreis há muito tempo. Seus primeiros estudos foram com os beneditinos; em 1241 ele foi para a Universidade de Paris, um colega de São Paulo. Boaventura e São Tomás, formou-se em 1249 e foi ordenado sacerdote.

SÃO SABAS

Origens
 
Sabas nasceu no vilarejo de Mutalasca, vizinho da cidade de Cesaréia de Capadócia, no ano 439. Sua infância foi difícil. Por causa de uma disputa por herança entre seus parentes, ele foi em busca de ajuda num mosteiro. Lá, foi muito bem acolhido, embora fosse ainda criança. Ficou e tornou-se monge. E, apesar de ter adquirido pouca instrução formal, tornou-se um grande sábio nos assuntos espirituais e na doutrina cristã. 
Muitas realizações 
Desde que se tornou monge, São Sabas passou sua longa existência entre os vários mosteiros que existiam na Palestina. Viveu a vida monástica comunitária; depois, experimentou a vida solitária do mosteiro dos anacoretas. Esse tipo de vida, aliás, foi a sua preferida, pois gostava da vida de solidão desses monges. Além dessas experiências em vários mosteiros, São Sabas partilhou os bens que herdou da família entre os cristãos mais pobres e, também, entre os doentes. Trabalhou pela conversão de seus irmãos até conseguir. Ajudou também os cristãos que eram perseguidos em sua terra. Foi sempre praticante da caridade e, também, valente ao defender o direito e a justiça. 

Santa Asélia, Virgem, “Uma Flor do Senhor” - 6 de dezembro

Santa Asélia, Virgem, 
discípula de São Jerônimo, o qual 
dela escreveu que “era abençoada 
desde o seio de sua mãe”. 
Este nome incomum tem um significado ainda mais inesperado: em latim, Asellia significava "burrinho, jumentinho". Não era um nome ofensivo, nem ridículo: ele tinha mesmo um tom carinhoso, talvez como uma homenagem à paciência e a docilidade do burro. Lembremo-nos que este animal aparece em vários momentos no Novo Testamento, especialmente quanto Nosso Senhor Jesus Cristo entrou triunfalmente em Jerusalém montando um deles. Além disso, a Santa de hoje é tal, que nos faz esquecer qualquer implicação causada pelo nome. É na verdade uma criatura de qualidades humanas e virtudes sobrenaturais excepcionais; uma dessas mulheres que em todas as épocas foram e são representantes da secreta grandeza do Cristianismo. Asélia não era uma celebridade, e ela teria desaparecido da memória do mundo se o grande São Jerônimo, o tradutor da Bíblia para o latim e Doutor da Igreja, não tivesse escrito sobre ela em suas cartas. Vivendo em Roma nos anos de sua maturidade, São Jerônimo reunira em torno dele um grupo de mulheres dedicadas e estudiosas, cujos nomes ainda são encontrados no Calendário: Santas Paula Romana, Marcela, Lea, Eustoquia e, finalmente, Asélia.

Beata Angélica de Milazzo Terciária

Mesmo o ramo da Ordem Franciscana fundado no século XVI por São Francisco de Paula, e humildemente chamado de Ordem dos Mínimos, tinha a sua própria Ordem Terceira, aberta a leigos, homens e mulheres. A Beata Angélica, falecida há meio século, pertencia à Ordem Terceira de São Francisco de Paula. colo em homenagem ao fundador dos Minimi, em 1559. Nasceu em Milazzo, no extremo oeste da Sicília, cidade de origens muito antigas, importante na Idade Média e no Renascimento como porto comercial e centro produtivo; e também como um reduto militar bem equipado onde a devoção à Santa Paula era particularmente viva. A figura de Angélica da Milazzo enquadra-se assim no quadro do primeiro florescimento da espiritualidade franciscana dos Mínimos. Sua santidade não tinha nada de sensacional ou chamativo. Foi uma luta constante e secreta contra as fraquezas da carne, as enfermidades e também as dificuldades do ambiente, tanto mais insidiosas quanto mais se deviam não à hostilidade, mas ao próprio afeto. Angélica da Milazzo vivia em constante luta contra as atrações do mundo. Não as tentações, mas as preocupações legítimas e humanas de quem queria para ela uma vida normal e feliz, respeitada e plena.

Nicolau de Mira Bispo, Santo século III

Venerado, amado e muito querido 
por todos os cristãos 
do Ocidente e do Oriente.
Nicolau é também conhecido por Santo Nicolau de Mira e de Bari. Venerado, amado e muito querido por todos os cristãos do Ocidente e do Oriente. Sem dúvida alguma é o Santo mais popular da Igreja. Ele é Padroeiro da Rússia, de Moscou, da Grécia, de Lorena na França, de Mira na Turquia e de Bari na Itália, das crianças, das moças solteiras, dos marinheiros, dos cativos e dos lojistas. Por tudo isso, os dados de sua vida se misturam às tradições seculares do cristianismo. Filho de nobres, Nicolau nasceu na cidade de Patara, na Ásia Menor, na metade do século III, provavelmente no ano 250. Foi consagrado Bispo de Mira, actual Turquia, quando ainda era muito jovem e desenvolveu seu apostolado também na Palestina e no Egipto. Mais tarde, durante as perseguições do imperador Diocleciano foi aprisionado até a época em que foi decretado o Edito de Constantino sendo finalmente libertado. Segundo alguns historiadores, o Bispo Nicolau esteve presente no primeiro Concílio, em Nicéia, no ano 325. Foi venerado como Santo ainda em vida, tal era a fama de taumaturgo que gozava entre o povo cristão da Ásia.

Maria Teresa Luísa Frias Cañizares Leiga, Membro da Acção Católica, Mártir, Beata 1902-1936

Professora na Universidade de Valência (Espanha), 
mártir durante a guerra civil espanhola. 
Beatificada pelo Pape João Paulo II em 2001.
Maria Teresa Luísa Frias Cañizares nasceu em Valência, na Espanha, a 20 de Julho de 1896 e foi baptizada no dia 25 do mesmo mês. A 5 de Fevereiro de 1902 recebeu o sacramento da Crisma e a primeira Comunhão logo da festa da Ascensão do Senhor, em 1908, na Colegial de São Bartolomeu de Valência. Depois de ter frequentado a escola primária ela inscreveu-se na universidade e obteve os seus diplomas de Filosofia e de Letras, vindo a ser, quase logo a seguir, ainda adolescente, professora na mesma universidade. Católica fervorosa, ela formou, no seio da mesma universidade, um grupo da Acção Católica para os jovens valencianos e da mesma maneira se disponibilizou na sua paróquia, onde ela era tudo para todos. Maria Teresa sendo muito devota, não podia passar sem a oração fervorosa de cada dia, assim como não podia deixar de assistir à missa todos os dias. Os seus actos de caridade eram também quotidianos mas sem ostentação. Quando começou a guerra civil e a perseguição religiosa que a Espanha atravessou, ela foi “chamada” a derramar o seu sangue e a dar a sua vida, para defender a verdade de Cristo, como tantos outros e como estes nenhum outro crime cometera do que aquele de ser cristã e católica. Presa e, sem o mínimo julgamento ― aliás de que a poderiam acusar! ― ela foi conduzida, a 6 de dezembro, perto do Picadero de Paterna, de triste memória para os católicos e ali foi fuzilada.

ORAÇÕES - 6 DE DEZEMBRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
6 – Sexta-feiraSantos: Nicolau de Mira, Pedro Pascásio, Leôncia
Evangelho (Mt 9,27-31) “– Acreditais que posso fazer isso?– Sim, Senhor. Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: – Faça-se conforme a vossa fé.”
Dos dois que lhe pediam cura para sua cegueira, Jesus pediu um ato de fé,  de confiança em seu poder, de entrega confiante a sua bondade. É a atitude que devo ter em minha oração: acreditar, confiar, entregar-me.Creio que Jesus é o Filho de Deus, meu salvador, e pode ajudar-me. Ele me ama e quer meu bem, até mais do que eu mesmo. Por isso entrego-me em paz e confiante em suas mãos.
Oração
Senhor Jesus, tenho muitas necessidades; não posso acertar o caminho, fazer o bem, ou amar. Preciso de ajuda até nas pequenas coisas necessárias para a vida de cada dia.Conheço vossa bondade, e sois minha salvação na minha vida espiritual e na de cada dia. Confio em vossa bondade e sei que, mais do que eu, sabeis o que fazer para me socorrer. Ensinai-me, Senhor, a orar sempre. Amém.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Guerra pouco santa”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Batalha entre fiéis
 
Na história da humanidade sempre aconteceram guerras e grandes com mortos a perder de conta. Os motivos são os mais diversos, desde a sede de domínio até a busca de comida. Poucos foram os anos em que houve paz. E estes eram ocupados com a preparação das guerras. Há um provérbio latino que diz: “Si vis pacem, para bellum” (se queres a paz, prepara a guerra). Em Roma há um altar, chamado altar da paz. Depois de massacrarem os povos chamados bárbaros, conquistaram a paz. Altar de onde corre tanto sangue inocente. A pior guerra é a que está dentro de nós e entre os cristãos. O ódio que se instaura em grupos cristãos ou contra outros é a maior falta de testemunho dos que crêem no Evangelho de Jesus. No passado essas guerras entre cristãos de várias tendências eram políticam e orientadas pela ganância e sede de poder. Papa Francisco vê guerras ao longe, mas preferentemente as vê dentro das comunidades. Ele sabe bem como acontece. As guerras entre os cristãos nas comunidades se fazem pela ganância de poder. As paróquias e comunidades estão sempre em brigas, fofocas, maledicências, ciúmes, discórdias, divisões, invejas etc... (Gl 5,13ss). Pouco se busca o espiritual. O que acontece é um testemunho claro da falta fé e da coerência de vida. O Papa lembra o Evangelho: “Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros (Jo 13,35). Isso é já antigo. Paulo escreve: “Mas se vos mordeis e vos devorais reciprocamente, cuidado não aconteça que vos elimineis uns aos outros” (Gl 5,15). Essas guerras se avolumam e chegam ao que nós presenciamos no mundo. Na Ceia Jesus deixa como último desejo “Que todos sejam um, para que o mundo creia” (Jo 17,21). Sem a união, perdemos a batalha. 
O mal dos bons 
Nossas fragilidades prejudicam o crescimento do Reino de Deus e do mundo. O mundo precisa de nossa fé e de nossa fraternidade coerente. Nosso testemunho é menor que a graça de Deus, mas podemos obstruir seus caminhos. Dizer-se cristão significa uma atitude de vida. É este o testemunho que a sociedade pede de nós e precisa. Podem criticar, mas sabem que estamos na verdade. Esse assunto não é só piedoso, é o que resolve. A fraternidade é o caminho e a solução para todas as questões tanto espirituais como materiais. Aliás, sem o espiritual o material não tem conteúdo; sem material o espiritual não tem fundamento. Somos carne e alma. Papa Francisco em o nº 100 comenta sobre os bons: “Dói-me comprovar como em algumas comunidades cristãs, e mesmo entre pessoas consagradas, se dá espaço a várias formas de ódio, divisão, calúnia, difamação vingança, ciúme, desejo de impor as próprias ideias a todo custo e até perseguições... Como queremos evangelizar com estes comportamentos”? 
A guerra que resolve. 
O Papa parece dar conselhos piedosos, como um pároco de roça. Mas o que adianta fazer belos documentos e tratados se vão parar nas bibliotecas. O importante é resolver. Por isso insiste no amor, como Jesus o fez. Diz: “Como nos faz bem, apesar de tudo, amar-nos uns aos outros!” Lembra a frase de Paulo: “Não te deixes vencer pelo mal, mas vende o mal com o bem” (Rm 12,21). Nós temos dificuldades com as pessoas e às vezes muita dificuldade. Como viver isso na realidade da comunidade? Papa Francisco nos exorta: “Rezar pela pessoa com quem estamos irritados é um belo passo rumo ao amor, e é um ato de evangelização... Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno!” (EG 101).
ARTIGO PUBLICADO EM MARÇO DE 2015

EVANGELHO DO DIA 5 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo São Mateus 7,21.24-27. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Nem todo aquele que Me diz "Senhor, Senhor" entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus. Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; mas ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é como o homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se e foi grande a sua ruína».
Tradução litúrgica da Bíblia 
Beato Columba Marmion 
Abade(1858-1923)  
A humildade 
Elevados pela humildade 
Quanto mais queremos aproximar-nos de Deus, mais precisamos de nos ancorar na humildade. Santo Agostinho mostra-nos muito bem que assim é através de uma comparação conhecida: «A meta que visamos é muito alta; pois é a Deus que procuramos, que queremos alcançar, já que só nele está a nossa bem-aventurança eterna. Ora, só podemos atingir esta meta tão elevada através da humildade. Queres subir? Começa por te rebaixar. Sonhas em construir um edifício que se eleve até aos céus? Cuida primeiro de lançar os alicerces com humildade». E quanto mais elevado for o edifício, acrescenta o Santo Doutor, mais fundos devem ser os fundamentos. Tanto mais que o solo da nossa pobre natureza é singularmente movediço e instável. Ora, a que altura aspira este edifício espiritual? À visão de Deus. Vede, pois, exclama ele, «a que grau de sublimidade se há de elevar este edifício, que meta sublime devemos alcançar; mas não esqueçais que só lá chegareis através da humildade» (Sermão 10, Verbis Domini). É fácil compreender, pois, por que razão São Bento, que não nos dá outro objetivo que não seja «encontrar a Deus», funda a vida espiritual na humildade.

São Dalmazio (Dalmazzo) de Pavia, Mártir - Festa: 5 de dezembro

Ele era venerado em Pedona (hoje Borgo San Dalmazzo), já na diocese de Asti, pelo menos desde o século VI. Sua biografia mais antiga, conhecida em duas resenhas, deriva, segundo Gabotto, de um original escrito entre 570 e 650, enquanto, segundo Lanzoni, teria sido composta no século VII ou VIII. O autor, talvez um monge lombardo do mosteiro de Pedona que se baseou em tradições orais, diz que nasceu no Fórum Germarzorum (São Damiano Macra) na era pré-constantiniana e o apresenta como um eclesiástico e evangelizador de Pedona. No início do século X, quando este lugar foi devastado pelos sarracenos, o corpo do santo foi levado para Quargnento, onde a inscrição foi colocada em seu túmulo: "ic requiescit corpus sancti Dalmatii repositum ab Audace episcopo Astensi". Na França, desde o século IX, Dalmácio é considerado um mártir. Fontes mais recentes dizem que ele era natural da Alemanha, evangelizador de muitas cidades do Piemonte, Emilia e Gália, morto pela fé em 254. O Martirológio Romano, baseado em listas episcopais manipuladas, lembra-o erroneamente em 5 de dezembro, como bispo de Pavia, onde, no entanto, uma igreja foi dedicada a ele.

Santa Consolata de Gênova, Freira - Festa: 5 de dezembro

Segundo a lenda, Consolata nasceu perto do Lago Tiberíades durante uma peregrinação de seus pais genoveses. Educada a exemplo de João Baptista, ingressaria mais tarde num mosteiro fundado pelo seu pai na Terra Santa. Os cruzados genoveses trouxeram seu corpo para Gênova em 1109 e uma igreja foi dedicada a ela aqui. 
Etimologia: Consolata-Deriva do latim e seu significado é muito claro 
O belo nome da Consolata fará eco nos leitores principalmente o título com que a Bem-Aventurada Virgem Maria é venerada desde tempos imemoriais em Turim. Hoje, porém, celebramos uma santa que leva esse nome como primeiro nome. Segundo uma antiga lenda, Consolata nasceu na Terra Santa, perto do Lago Tiberíades, durante uma peregrinação feita pelos seus pais genoveses. Recebeu uma educação religiosa a exemplo de São João Baptista e finalmente ingressou no mosteiro fundado pelo seu pai naquelas zonas. Infelizmente, a época em que viveu a santa é incerta. Os cruzados genoveses trouxeram seu corpo para Gênova em 1109 e uma igreja foi dedicada a ela na cidade. O culto que lhe foi prestado foi, no entanto, sempre limitado a um nível local; de facto, a sua memória de 5 de dezembro nunca foi relatada pelo Martyrologium Romanum. 
Autor: Fábio Arduino

Santa Crispina, Mártir de Tebaste - 5 de dezembro

Etimologicamente seu nome significa “de cabelo crespo”. Santa Crispina e seu martírio são comprovados por dois documentos de grande valor histórico. Um é a Passio, tirada das Atas oficiais do processo. O outro é um sermão de Santo Agostinho, conterrâneo da mártir, pronunciado no aniversário de sua morte. Crispina era muito rica; tinha vários filhos para alimentar e educar. Nascera em Tagara e vivia em Tebaste, África, no final do século III e começos do IV. A graça de Deus tocou seu coração. Resplandecia diante de todos por sua virtude e todos, já em vida, começaram a chamá-la “a santa". Sua saúde não era muito boa, mas ela compensava tudo com a fortaleza de sua alma. Os fieis de Cristo Nosso Senhor a estimavam e respeitavam com carinho profundo. Era uma boa conselheira em assuntos cristãos e humanos; as duas coisas vão intimamente unidas. As orientações que dava eram acertadas. Santo Agostinho comenta seu sacrifício brilhante: "Os perseguidores eram tão furiosamente contra Crispina, contra esta mulher rica e delicada, mas ela era forte, porque o Senhor era a sua proteção ... Esta mulher, irmãos, há alguém na África que não a conheça? Foi muito notável, de família nobre e muito rica, mas sua alma não cedeu: o corpo é que devia ser afetado". Ela foi levada diante do juiz Anulino, que lhe fez muitas perguntas. A Passio, com base no diálogo entre o juiz e Crispina, nos faz ver como esta mulher tenazmente se recusou a "sacrificar aos demônios", resistindo a qualquer ameaça para não "sujar sua própria alma com os ídolos, que são feitos de pedra, fabricado pelo homem".

Sabas da Capadócia Monge anacoreta, Santo 439-532

Nascido na Capadócia. 
Fundou uma grande comunidade 
de monges anacoretas no vale de Cedron, 
na Palestina, chamada de “grande Laura”.
Os bárbaros godos são conhecidos na História por suas guerras de conquista contra terras e nações cristãs. Pagãos, perseguiram e executaram milhares de católicos, mas não puderam impedir a conversão de várias S. Sabas da Capadócia, mongefamílias. Foi numa dessas que nasceu Sabas, no ano 439. Nascido na Capadócia, Sabas teve uma infância difícil. A disputa dos parentes por sua herança o levou a procurar ajuda num mosteiro, onde foi acolhido apesar de ser ainda uma criança. Apesar de pouca instrução tornou-se um sábio na doutrina cristã. Desde então, transcorreu sua longa vida entre os mosteiros da Palestina. Experimentou a vida monástica cenobítica, ou seja, comunitária; depois passou para o mosteiro dos anacoretas, onde os monges se nutrem na solidão, preferindo esta última. Dividiu tudo o que herdou entre os cristãos pobres e doentes. Trabalhou na conversão de seus conterrâneos e ajudando os cristãos perseguidos em sua pátria. Era, antes de tudo, um caridoso e valente.

Martinho de Dume Bispo de Dume e de Braga, Santo † 579

Veio da Panónia como são Martinho de Tours, 
pelo qual nutria grande devoção.
Oriundo da Panónia, actual Hungria, dirigiu-se ainda jovem ao Oriente, onde professou vida regular: estudou o grego e outras ciências eclesiásticas em que muito cedo se distinguiu, até ser classificado, pelo São Martinho de Dume, arcebispo de Dume e de Braga, eminente Doutor Santo Isidoro, como ilustre na fé e na ciência. Também Gregório de Tours o considerou entre os homens insuperáveis do seu tempo. Regressando do Oriente, dirigiu-se depois a Roma e França, onde travou conhecimento com as personagens por então mais insignes em saber e santidade. Sobretudo, quis visitar o túmulo do seu homónimo e compatriota, São Martinho de Tours, que desde então ficará considerando como seu patrono e modelo.

Frutuoso de Braga Bispo de Dume e de Braga, Santo († 665)

Natural de Astorga. 
Tomou posse da diocese de Braga em 656. 
Fundador de diversos mosteiros.
Quase uns 90 anos depois de São Martinho de Dume falecer, é São Frutuoso que vem presidir na Sé de Braga, depois de, também como ele, ter estacionado na de Dume. E, como aquele, também Frutuoso procede de além-fronteiras, este último da diocese de Astorga. Tomou posse de Braga em 656. A vida monástica gozava então de honra e estima, como o refúgio ou terra privilegiada da virtude e cultivo da ciência, primariamente da ciência e cultura sagradas. Por isso, S. Frutuoso surge como o assíduo e incansável cultor do monaquismo e fundador de uns dez mosteiros. Primeiro, vários na Hispânia que cedo se tornaram célebres, em várias e distantes províncias, percorridas nesta audaciosa propaganda de fundações monásticas. Tentou também uma viagem ao Oriente, que não conseguiu realizar, porque o rei visigodo Recesvinto, sabedor das suas fundações na Galiza, o designou para bispo de Dume, para poder assegurar assim, para esta província, os múltiplos bens do seu apostolado.

Geraldo de Braga Bispo de Braga, Santo † 1108

Era de nacionalidade francesa. 
Obteve do Pape Pascal II as Bulas que 
confirmavam a primacia de Braga 
sobre todas as dioceses sufragâneas, 
tais como Porto, Coimbra, Viseu, Lamego,
 mas também algumas na actual Espanha, 
como Orense, Mondondedo, Lugo 
e Astorga, entre outras.
Depois da influência tão benéfica do monaquismo, como foi dito de São Frutuoso de Braga, , maior expansão ganhou ainda aquela força espiritual e social, educadora e directora da Europa, durante séculos, com o São Geraldo, bispo de Braga o aparecimento da reforma de Cluny, inspiração da grande alma de São Bernardo. Ainda em sua vida eram já cinco, só na Galiza, os mosteiros desta regra, cujos monges se notabilizaram, em virtude e saber, em grande número e por toda a parte. Um deles foi Geraldo, mais outro antístite bracarense vindo do estrangeiro, nascido de família nobre e altamente religiosa, na diocese de Cahors, na França. Apenas feita a profissão religiosa na abadia clunyacense de Moissac, foi nomeado visitador de vários mosteiros.

Nicolau Stenon Convertido, Bispo, Beato 1638-1686

Convertido do luteranismo, 
bispo de Titiopoli para 
evangelizar o norte da Europa, 
pastor e sábio, cognominado o “Pai da anatomia”. 
Foi beatificado em 1988, pelo Papa João Paulo II.
Nasceu no dia 11 de janeiro de 1638, em Copenhague, Dinamarca. A família Stenon era rica e luterana. Seu pai, ourives da Corte, o baptizou como Niels Stensen, que foi traduzido para o latim como Nicolau Stenon. Quando jovem, resolveu estudar medicina, sendo enviado para as universidades de Copenhague, Rostock e Amsterdão. Muito aplicado e inteligente, descobriu que o coração é um músculo e o canal que vai da glândula parótida até a boca, conhecido até hoje como "canal de steno", ou "canal de stenon". Mas ele não se restringiu apenas ao conhecimento científico. Dedicou-se ao estudo da doutrina cristã, que se reforçou ainda mais quando se estabeleceu em Florença, por causa das viagens que tinha de fazer pela Europa em função da medicina. Nos períodos em que ficava na cidade, participava de muitos retiros, estudando a religião e, principalmente, dialogando com doutores teólogos. Em 1667, foi tocado pela fé durante a procissão "Corpus Domini" e decidiu tornar-se católico, acolhendo os sacramentos da Igreja de Roma.

FILIPE RINALDI Sacerdote salesiano, Bem-aventurado (1856 – 1931)

Aluno de São João Bosco 
do qual ele foi a “imagem viva”. 
Beatificado em 1990.
Nascido a 28 de maio de 1856 em Lu Monferrato (Alexandria), aos 21 anos foi conquistado por Dom Bosco. Ordenado sacerdote, recebeu a incumbência de formar aspirantes e noviços. Em 1889 Dom Rua o mandou Beato Felipe Rinaldi, salesianocomo Diretor a Sarriá (Espanha); chamado depois a ser Inspetor, contribuiu de modo decisivo para o desenvolvimento da “Espanha salesiana”. Nomeado Vigário Geral da Congregação, revelou ainda mais seus dotes de pai e a sua riqueza de iniciativas: cuidado com as vocações, formação de centros de assistência espiritual e social para as jovens operárias, idealizador de empresas editoriais, guia e apoio para as Filhas de Maria Auxiliadora num momento especial da história. Deu grande impulso aos Cooperadores Salesianos; instituiu as Federações mundiais dos ex-alunos e ex-alunas. Trabalhando com as Zeladoras de Maria Auxiliadora, intuiu e percorreu uma via que levava a criar uma nova forma de vida consagrada no mundo, que floresceria depois no Instituto secular das Voluntárias de Dom Bosco.