sábado, 30 de abril de 2022

18. DE MÃOS VAZIAS?

PADRE CLÓVIS DE JESUS
BOVO-REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE
PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Uma jovem está agonizando. 
Rodeiam-na parentes e amigos, todos chorosos. 
Já não consegue falar mais. 
Entretanto conserva lúcida a consciência. 
Parece que tem alguma coisa para dizer, mas não consegue transmitir. 
Será um pedido? 
Um desabafo? 
Todos fixam os olhos nela, numa crescente ansiedade. 
Por fim, num esforço supremo, a moça estende os braços, abre as mãos e as conserva bem abertas e espalmadas, enquanto olha para o céu. 
Parece que entenderam o sentido daquele gesto. 
Olhando para o céu com as mãos espalmadas, ela parecia dizer: 
-Como comparecerei diante do meu Deus de mãos vazias?
Ela pensava não ter feito nada de útil durante sua curta existência. 
Felizmente era um temor infundado, pois tivera uma vida de muita doação. 
Palavra de vida: Não comparecerás diante de Mim de mãos vazias (Dt 16,16)

REFLETINDO A PALAVRA - “O Senhor Ressuscitou!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA CONSAGRADO
SACERDOTE NA PAZ DO SENHOR
Ele devia ressuscitar dos mortos
 
Em todas as missas, rezamos: “Celebrando a memória da morte e Ressurreição do Senhor”. O que é Páscoa da ressurreição? Páscoa é nossa participação com Jesus em sua passagem – Páscoa - para o Pai. É um ato de fé que faz acontecer em nós o que aconteceu em Jesus. O Anjo, no túmulo vazio, confirma: “Ele não está mais aqui! Ressuscitou” (Lc 24,6). Esses pensamentos parecem estar distantes de nós. Para os discípulos, porém, foram acontecimentos que os marcaram tão fortemente que, por sua fé, chegaram até nós. Eles, tendo vivido com Jesus por três anos, sofreram um choque tremendo com Sua morte. Acabara toda esperança: “Nós que esperávamos que fosse Ele quem iria redimir Israel...” (Lc 24,11). É o retrato falado da situação. Ficaram sem direção. De repente, Ele está ali, vivo, no meio deles, trazendo as marcas dos pregos: “Olhai as minhas mãos e os meus pés, que sou Eu mesmo" (Lc 24,3). Não se trata de uma miragem, um símbolo. Diversas vezes Ele se manifestou a eles, chegando mesmo a comer e beber com eles (At 10,41), provando assim que estava vivo. É a Páscoa de Jesus. Não lembramos um morto, mas celebramos um vivo. Nessa celebração, o Espírito nos torna vivos com Ele. Fazemos assim nossa passagem. A oração da missa reza: "Concedei que, celebrando a ressurreição do Senhor e, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos na luz da vida nova". 
Passou entre nós fazendo o bem 
"Ressuscitemos para uma vida nova!" Parece difícil entender como é essa Páscoa em nossa vida. Para isso, basta ver a vida de Jesus. Pedro, em seu primeiro discurso, afirma: "Ele andou por toda a parte fazendo o bem e curando a todos” (At 10,38). Ressuscitar é fazer o bem. Jesus, explica isso em diversos momentos: "Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei". "Ninguém tem maior amor do aquele que dá a vida pelos amigos". Amou até o extremo do amor, até a morte de cruz. "Por isso Deus o exaltou". Em Jesus, a ressurreição é fruto do amor. Para nós, cada gesto de amor é ressurreição: "Aquele que ama, passou da morte para a vida". Quando amamos, podemos entender o mistério da ressurreição. A fé e o amor garantem-nos a vida eterna já. Certamente podemos chegar a essa compreensão porque Jesus coloca a vida no amor. Insiste que Seu mandamento é este: “Dou-vos um mandamento novo: Como eu vos amei amai-vos uns aos outros”. Ele amou até extremo da morte e por isso Deus o ressuscitou. Assim chegaremos à ressurreição, através do amor. Por isso os discípulos entenderam que “Ele passou entre nós fazendo o bem”.
Buscando as coisas do alto 
A vida cristã tem como ponto de partida e chegada a pessoa de Jesus. Ele é nossa esperança. Lançamos as âncoras de nossa vida em Seu coração partido pela lança, no mar imenso de Sua entrega. Assim damos as razões de nossa esperança. Porque temos para onde ir, temos por onde e como caminhar: "buscando as coisas do alto onde está Cristo à direita do Pai". A vida do cristão, moldada pelo amor, orienta-se pelo Cristo que, ressuscitado, está junto do Pai. Fazendo o bem, ressuscitamos com Ele. Buscar a vida do alto não é uma fuga do mundo, mas uma inserção no mundo, em todas suas realidades. Celebrar a Páscoa é celebrar a vida que vem do amor. Nele nos unimos ao Cristo ressuscitado. 
Leituras: Atos 10,34.37-43; Salmo 117; 
Colossenses 3,1-4; João 20,1-9 
Ficha: 
1. Páscoa é nossa participação com Jesus em sua passagem – Páscoa – para o Pai. Os discípulos que sofriam com a morte dEle, fizeram a alegre experiência de encontra-lO vivo. Não lembramos um morto, celebramos um Vivo. Renovados pelo Espírito, reza a oração, ressuscitemos com Ele na luz da vida nova. 
2. Para realizar a ressurreição em nós, precisamos viver como Jesus viveu: fazendo o bem. Por isso Jesus anunciou que o fundamento da fé é o amor, pois quem ama passou da morte para a vida. Só assim podemos entender o mistério da ressurreição. 
3. A vida cristã tem como ponto de partida e chegada a pessoa de Jesus. Assim temos para onde ir e como caminhar: buscando as coisas do alto. A vida cristã, moldada pelo amor, orienta-se pelo Cristo que, ressuscitado está junto do Pai. Fazendo o bem, ressuscitamos com Ele. 
O defunto sumiu! 
Madalena e os discípulos procuravam um defunto desaparecido. Jesus era o vivo que não morre mais. Celebrando a Páscoa, nós nos encontramos com Ele vivinho da silva. Celebrando sua morte e ressurreição, vivemos com Ele. 
Homilia do Domingo da Páscoa
EM ABRIL DE 2006

EVANGELHO DO DIA 30 DE ABRIL

Evangelho segundo São João 6,16-21. 
Ao cair da tarde, os discípulos de Jesus desceram até junto do mar, subiram para um barco e seguiram para a outra margem, em direção a Cafarnaum. Já fazia escuro e Jesus ainda não tinha ido ter com eles. Como o vento soprava forte, o mar ia-se encrespando. Tendo eles remado duas e meia a três milhas, viram Jesus aproximar-Se do barco, caminhando sobre o mar e tiveram medo. Mas Jesus disse-lhes: «Sou Eu. Não temais». Quiseram então recebê-lo no barco, mas logo o barco chegou à terra para onde se dirigiam. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Oração dita de Pedro e dos outros apóstolos 
Papiro da Igreja primitiva 
«Sobre o mar foi o vosso caminho, 
e a vossa senda no meio 
de águas caudalosas» (Sl 76,20) 
Tu és santo, Senhor, Deus omnipotente, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, paraíso da felicidade, cetro real, amor sumptuoso, esperança segura. Tu és santo, Senhor Deus, Tu és «Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que possui a imortalidade e que habita na luz inacessível, a quem nenhum homem viu nem pode ver» (1Tim 6, 15-16). Caminhas nas asas dos ventos (cf Sl 103,3); criaste o céu, a Terra e o mar e tudo o que eles encerram (cf At 4,24). Tu fizeste dos ventos teus mensageiros e do fogo ardente teu servidor (cf Sl 103,4); Tu moldaste o homem à tua imagem e semelhança (cf Gn 1,26), Tu mediste o céu com a tua palma e a Terra com a concavidade da tua mão (cf Is 40,12). Sim, as tuas obras são belas na tua presença.

Beato Bento de Urbino

Nasceu em Urbino a 23 de Setembro de 1560 no seio de uma família nobre. Recebeu no Baptismo o nome de Marcos. Ficou órfão aos 10 anos de idade. Profundamente inteligente e com gosto pelo estudo, foi enviado, primeiro para Perusa, e depois para Pádua onde se doutorou em Direito, depois de um curso brilhante, tendo apenas 22 anos. Passou a viver em Roma na corte do Cardeal João Jerónimo Albani, porém, teve de se afastar dali devido a dificuldades de índole familiar. Entretanto, ia amadurecendo a sua vocação religiosa e, saturado da vida mundana que se respirava à sua volta, ao fazer 23 anos, pediu para entrar na Ordem dos Capuchinhos. A sua constituição frágil e delicada criou-lhe grandes obstáculos, que venceu com a sua constante insistência e com as belíssimas qualidades morais de que se encontrava adornado. Foi admitido à profissão na Ordem dos Capuchinhos em 1585, com o nome de Frei Bento de Urbino. Completados os estudos sacerdotais, foi ordenado presbítero.

30 de abril - Beata Paulina Von Mallinckrodt

Podemos resumir a mensagem espiritual da nova Beata Paulina von Mallinckrodt em um programa de vida muito atual e concreto: seguir a Cristo sem reservas e com uma fé inabalável; amor de Deus e dedicação amorosa aos mais infelizes e aos mais pobres, pelo amor de Cristo. Madre Paulina von Mallinckrodt era rica em dons naturais: caráter simples, bondade, confiança no próximo, tenacidade na realização de seus propósitos; fidelidade constante às decisões fundamentais de sua vida - mesmo em provações e dificuldades - e espírito de sacrifício, com o qual se entregou livre e generosamente a todos. Esses preciosos dons, que Deus lhe havia confiado tão generosamente, foram levados à plenitude por um profundo e forte espírito de fé. Este dom da graça, que ela recebeu no Batismo, desenvolveu-se admiravelmente sob a orientação de sua mãe e de seus professores.

PEDRO LEVITA, DIÁCONO

Pedro tornou-se Beneditino após ter encontrado o futuro Santo e Papa Gregório Magno, que o quis diácono na Sicília e na Campânia e, enfim, diácono em Roma. Esteve sempre ao lado do Papa, quando se retirou para o Mosteiro do Célio para de se dedicar aos seus escritos. Pedro Levita faleceu em 605.
O Beato Pedro Levita (diácono) nasceu por volta de meados do século VI, talvez no Piemonte italiano, como indicam algumas tradições, na actual cidade de Salussola, ou na própria cidade de Roma. A verdade é que na década de 1970 ele estudava letras e filosofia na Cidade Eterna, e conheceu o homem que se tornaria São Gregório Magno, um monge sob a Regra de São Bento, alguns anos mais velho que ele, com quem iniciaria uma amizade que será colaboração durante o papado. Gregório foi eleito papa em 590,

SÃO QUIRINO, MÁRTIR, NA VIA ÁPIA

No século III, os mártires romanos Alexandre, Evêncio e Teódulo, presos por ordem de Tibério, foram confiados ao tribuno romano, Quirino. Este, porém, impressionado pelos seus milagres, se converteu e foi batizado com a sua filha, Balbina. Por isso, também sofreu o martírio, por causa da sua fé. 
São Quirino, por vezes chamado de São Quirino de Roma, ou São Quirino de Neuss, ou ainda São Cirino, é um mártir e santo venerado tanto pela Igreja Católica quanto pela Igreja Ortodoxa. Não se sabe quando e onde nasceu, mas era de origem romana e seu nome provém do alemão Quirin ou Quirinus, que por vezes é traduzido para o latim como Cirino. O que se sabe da sua vida provém dos lendários “Atos dos Santos Alexandre e Balbina“.

Beata Hildegarda, Rainha, esposa de Carlos Magno - 30 de abril

     Um historiador do século IX a classifica como “nobilissimam piissimamque reginam” (nobilíssima piíssima rainha). Descendente de Gofredo, Duque da Alemanha, e de alta nobreza sueca, Hildegarda era filha de Pabo, Conde de Thurgan (outros dizem de Hildebrando, Conde da Suécia).
     Era ainda uma adolescente quando Carlos Magno, Rei dos Francos, a tomou como esposa, em 771, logo após ter rompido o seu terceiro casamento com a filha de Desiderio, rei dos Longobardos, que não tinha a aprovação do Papa Estevão IV (768-772).
     Foi exemplar na vida cristã, seja em família como na corte; teve nove filhos dos quais três morreram em tenra idade. Foi fiel companheira de Carlos Magno a quem acompanhava sempre nas viagens, chegando a ir a Roma.

30 DE ABRIL: SÃO TIAGO, O JUSTO – APÓSTOLO E IRMÃO DE SÃO JOÃO, O TEÓLOGO († 42)

Tiago, o irmão do Senhor, o Apóstolo Divino, foi o primeiro bispo de Jerusalém. Sua origem era a Judeia, e era filho de José, o Desposado. Homem piedoso e de fé inquebrantável, além de outras virtudes, Tiago, o Justo, recebeu assim, merecidamente, o codinome de «irmão do Senhor». Como já foi dito, era um dos filhos de José com sua primeira mulher, Salomé. Sendo já de avançada idade e viúvo, José desposou a Maria, virgem antes e depois do nascimento de seu filho. Tiago recebeu primeiro o nome de Joblián, que em hebraico significa «justo», pois ainda criança mostrou ter autodomínio sobre todos os seus sentidos, o que era realmente extraordinário. Seu olhar era dirigido apenas para as coisas boas e lhe foi concedida a misericórdia divina. Seus ouvidos se abriam às santas leituras e sua boca se regozijava com a lei. Estava sempre pronto à caridade e sentia simpatia por todos. Controlava o apetite e não usava nada de supérfluo ou desnecessário. Ao longo de sua vida, não comeu nenhum alimento animal, ou seja: carne, peixe ou crustáceos.

PIO V Papa, Santo (1551-1572)

O século XVI ficou marcado principalmente pela Reforma protestante, Contra Reforma Católica (Concílio de Trento) e início das grandes navegações. Provavelmente esse foi o século com o maior número de Santos da história da Igreja: São Felipe Neri, Santa Teresa de Avila, São Pedro de Alcântara, São Carlos Borromeu, Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier, São Pedro Canísio e etc… Um dos santos desse século foi o Papa São Pio V. Miguel Ghisleri nasceu em 1504, em Bosco Marengo, na província de Alexandria e, aos quatorze anos já ingressara na congregação dos dominicanos. Foi professor, prior de convento, superior provincial, inquisidor em Como e Bérgamo, bispo de Sutri e Nepi, depois cardeal, bispo de Mondovi e, finalmente, papa, em 1566, tomando o nome de Pio V. Possuía três grandes devoções: a Eucaristia, o Rosário e a Santíssima Virgem Maria. Foi um professor tão brilhante e recebia tantos elogios que achou necessário impor a si mesmo duras penitências, de modo a combater o orgulho. 

JOSÉ BENEDITO COTTOLENGO Presbítero, Fundador, Santo (1786-1842

UM DIPLOMATA “DISFARÇADO” DE PADRE...! 
Quando vi pela primeira vez esta fisionomia, levei um susto. A surpresa que dominou meu espírito é explicável: semblante tão positivo, reflectindo um homem com olhar tão lúcido, tão inteligente, com tal capacidade de tocar e manejar as coisas, de fazê-las irem para frente com tanta diplomacia, a meu ver poderia ser qualificado como o de um diplomata “disfarçado” de padre. Ele viveu no século XIX, e chamava-se José Benedito Cottolengo. Reveste sua cabeça o chapéu eclesiástico denominado barrete, no qual se notam, do lado esquerdo, três arcos: representação da Unidade e Trindade divinas. Lindo símbolo da Igreja. No rosto cheio, a decisão. O que ele quer, deseja-o efectivamente. Olhos de tamanho médio, quase grandes.

MARIA DA ENCARNAÇÃO GUYART Viúva, Religiosa, Fundadora, Santa (1599-1672)

FOI CHAMADA «MÃE DA IGREJA CATÓLICA DO CANADÁ» 
Aos 17 anos casa-se com Claude Martin; aos 18 anos é mãe; aos 20 anos, é já viúva. Maria recusa um segundo casamento que lhe propõem os pais e, aos 32 anos, entra no mosteiro das Ursulinas de Tours. Deus levou-a a compreender a fealdade do pecado e a necessidade da redenção. Tendo profunda devoção ao Coração de Jesus e meditando assiduamente o mistério da Encarnação, ela leva à maturidade a sua vocação missionária: «O meu corpo estava no nosso mosteiro, escreverá ela na sua autobiografia, mas o meu espírito não podia estar encerrado. O Espírito de Jesus levava-me à Índia, ao Japão, à América, ao Oriente, ao Ocidente, às paragens do Canadá e dos Hurões, e a toda a terra habitável onde houvesse almas racionais que eu via pertencerem a Jesus Cristo». Em 1639, está ela no Canadá. É a primeira Irmã francesa missionária.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE ABRIL

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 – Sábado – Santos: Pio V, Lourenço de Novara, Sofia.
Evangelho (Jo 6,16-21)“Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo até eles. Soprava um vento forte e o mar estava agitado.”
Depois da multiplicação dos pães, o povo queria fazê-lo rei. Mas Jesus afastou-se sozinho para o alto da montanha. Escureceu e ele ainda não voltara. Os discípulos resolveram ir-se sem ele, apesar do vento. Já no meio do lago, apavoram-se ao vê-lo caminhando sobre as águas, aproximando-se do barco. Quando o reconhecem, recolhem-no, e em pouco tempo chegaram a seu destino.
Oração
Senhor, quando sei que sois vós que vos escondeis nos acontecimentos, o medo acaba. E quando vos tenho como companheiro no barco, tudo se torna mais fácil e mais perto. Ajudai-me a sempre perceber vossa presença, por mais discreta que seja, sabendo que nunca me abandonais, apesar de todas as minhas fugas. Acompanhai-me, e a viagem para casa será muito mais segura. Amém.

sexta-feira, 29 de abril de 2022

17. A MORTE DO ASTRÔNOMO

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE
PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Era uma vez um professor de astronomia que tinha verdadeira paixão pelos astros. 
Passava noites inteiras a estudar as estrelas, quer no telescópio, quer a olho nu. 
Esquecia-se até de comer. Vivia, como se diz, no mundo da lua. 
Uma tarde saiu apressadamente para dar sua aula. 
Estava atrasado, mas nem por isso despregava os olhos das estrelas. 
Ao atravessar uma pontezinha estreita e sem corrimão, caiu no riacho com livros, óculos e tudo. 
Debatia-se desesperadamente. 
Mas mesmo se debatendo, é bem capaz que continuasse espiando para as estrelas. 
Não havia ninguém para acudi-lo. 
Morreu e foi sepultado com todas as honras de um cientista.
Não faltaram os discursos ao pé do túmulo. 
Um homem do povo, enquanto ouvia as belas tiradas oratórias, cochichou para o seu vizinho: 
- De que lhe serviu tanta sabedoria? Teria sido melhor para ele se tivesse aprendido a atravessar uma ponte sem corrimão. 
Palavra de vida: O que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a vida e a alma...? (Mt 16,26)

REFLETINDO A PALAVRA - “O Pão do Céu: Espiritualidade da Eucaristia”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
54 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
Eucaristia, caminho de espiritualidade
 
A Eucaristia como todo sacramento, mas sobretudo ela, é caminho eminente e necessário para a vida espiritual. Não vamos estudá-la em seu conteúdo teológico, mas no aspecto vivencial, o que não é excludente. Jesus colocou nesse sacramento todas as condições para o encontro salvador com Deus. Assim fez ao Se encarnar. Usando a matéria humana para que tivéssemos acesso a sua divindade deixou nos sacramentos Seu modo de ser. Assim usa a estrutura sacramental, isto é, realidades humanas e divinas que se completam, se explicam e realizam. A Eucaristia é o centro da vida do mundo porque nela temos os elementos materiais (pão e vinho – comida e bebida) essenciais para a vida humana. Temos Cristo, vida divina, que veio a nós na encarnação e continua presente em cada Eucaristia. Ela é a vida de Deus em nós. O símbolo e a realidade do sacramento da Eucaristia mostram-nos como viver. Assim se faz o caminho da vida espiritual. A espiritualidade eucarística não se funda só em atitudes durante uma celebração ou adoração, mas no dia-a-dia e no mais íntimo de nós. A celebração da missa é caminho de espiritualidade, tanto no que realiza em nós, como no caminho que nos dá para vivermos na comunidade. Em Jesus tudo é fácil, acessível, compreensível. Se não o é, devemos procurar onde está o defeito, pois Jesus fez certo. Como caminho de espiritualidade, ela nos dá a vida e nos ensina a vivê-la. 
Síntese da obra de Jesus. 
É tão bonito perceber a sabedoria de Jesus ao encontrar um meio de ficar conosco e em nós de um modo tão fácil. Permanece como vida tanto espiritual (Deus em nós) como material (pão e vinho), que é o sustento do corpo e como no amor que é a vida da comunidade. É a síntese de tudo. Toda a obra de Jesus consistiu em nos remir para estarmos unidos ao Pai e implantarmos Seu Reino através da dinâmica do amor fraterno. Disse Ele: “Isto vos mando: é que vos ameis uns aos outros” (Jo 15,17). Amar é estar em Deus. Amar é abrir-se à pessoa do outro. Assim se edifica o corpo de Cristo. A fé que nos une a Cristo acontece pelo amor, seiva divina, que alimenta a vida do Corpo de Cristo. O amor não é só um sentimento. É uma ação concreta: “Tive fome e me destes de comer” (Mt 25,35). “Eu estava alegre e você se alegrou comigo. Estava sozinho e você perdeu tempo comigo’. “O que fizestes ao menor dos irmãos foi a mim que o fizestes” (40). Tudo o que a Eucaristia é, passa à nossa vida. A densidade da eucaristia é tão grande que se insiste que os demais sacramentos sejam celebrados dentro dela. Há uma unidade e uma mútua convergência dentro da Eucaristia. 
Cume e fonte da vida cristã
O Concílio Vaticano II, no documento sobre a liturgia, ensina que ela seja o ponto de partida e de chegada de toda a vida da Igreja, tanto da vida pastoral, como da vida espiritual. As assim chamadas devoções devem se orientar à Eucaristia e dela tirar sua orientação: “Da Eucaristia, de alguma forma, derivem e para ela encaminhem o povo, pois que ela por sua natureza, em muito as supera” (SC 13). Do contrário perdem o sentido. Da Eucaristia tiramos força e orientação para viver e, vivendo, nos estimulamos a celebrar. Por ser caminho de espiritualidade, o cristão deve tê-la como centro da vida. Sem ela não sabemos como fazer o caminho, não se tem forças para caminhar. Nela está vivo e presente o Cristo redentor que é verdade, caminho e vida. A Eucaristia como caminho de espiritualidade estará sempre presente na vida do cristão.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM ABRIL DE 2006

EVANGELHO DO DIA 29 DE ABRIL

Evangelho segundo São João 15,12-17. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Paulo II(1920-2005)papa 
Carta apostólica para o 6.º centenário 
da morte de Santa Catarina de Sena 
Santa Catarina de Sena: 
uma vida mística e uma vida de ação 
Quando, em 1347, Catarina vê a luz do dia, vive-se uma situação muito difícil em Itália e na Europa: anunciava-se a peste negra, que haveria de semear a devastação; a sociedade estava perturbada pela Guerra dos Cem Anos e pelas invasões de mercenários; os papas tinham tido de trocar Roma por Avinhão e o cisma do Ocidente prolongar-se-ia até 1417. Filha de um tintureiro, Catarina toma rapidamente consciência das necessidades do mundo que a rodeia. Atraída pela forma de vida apostólica das Dominicanas, pede para ser agregada à ordem terceira (as chamadas «mantellate»), que não eram propriamente religiosas nem viviam em comunidade, mas usavam o hábito branco e o manto preto dos frades pregadores. Catarina estava rodeada de uma multidão heterogénea de discípulos de todo o tipo e com múltiplas origens, que se sentiam atraídos pela pureza da sua fé e pela liberdade da sua aceitação da palavra de Deus, desprovida de matizes e cedências. Atingiu o auge do seu progresso interior nas núpcias espirituais, pelo que seria de esperar que a sua vida passasse a decorrer na solidão da contemplação. Mas Deus tinha-a atraído a Si para que ela estivesse unida a Ele na obra no seu Reino. Era desígnio de Cristo uni-la estreitamente a Si pelo amor ao próximo, isto é, quer pela doçura dos laços da alma, quer pelos trabalhos exteriores, naquilo a que se chama uma mística social. Depois de se ter dedicado à conversão dos pecadores individuais, passou à reconciliação de pessoas e famílias atingidas por conflitos, e depois à pacificação de cidades e de Estados. [...] O impulso interior do Mestre divino abriu-lhe, por assim dizer, uma nova humanidade. Foi assim que esta humilde filha de um artesão, iletrada, praticamente sem estudos nem cultura, teve a inteligência das necessidades do seu tempo, a ponto de ultrapassar os limites da sua cidade e de alcançar, com a sua atividade, uma dimensão mundial.

29 de abril - Beata Itala Mela (Maria da Trindade)

"Senhor, eu te seguirei até na escuridão, ao custo de morrer." Itala Mela nasceu em 28 de agosto de 1904 em La Spezia, filho de Pasquino e Luigia Bianchini, ambos professores, não relacionados à dimensão religiosa. Ela passa a infância e a adolescência com os avós maternos. É uma formação cristã, mas, embora receba os sacramentos, por sua convicção e admissão, diz que "ignora a fé", negligencia a prática religiosa, dedica-se à sua preparação cultural, distinguindo-se pela inteligência e seriedade de seu compromisso com o estudo. A morte de seu irmão de 9 anos, Enrico, em 27 de fevereiro de 1920, é uma dor profunda que desencadeia a revolta contra Deus e a fé. Ela passa a se dedicar inteiramente aos estudos. Após o colegial, ela se matriculou na Faculdade de Letras Clássicas da Universidade de Gênova e, apesar do ateísmo declarado, vive no Instituto de "Nossa Senhora da Purificação".

29 de abril - Beata Hanna Helena Chrzanowska

Hanna Helena Chrzanowska foi uma polonesa professa dos Oblatos Beneditinos, que serviu como enfermeira durante a Segunda Guerra Mundial, quando o regime nazista visava os poloneses, cuidou dos feridos e doentes durante todo o conflito e procurou minimizar o sofrimento em sua própria paróquia. Chrzanowska foi premiada com dois prestigiosos prêmios poloneses por suas boas obras e morreu em 1973, depois de quase uma década de luta contra o câncer. Ela nasceu em 7 de outubro de 1902 em Varsóvia, filha de Ignacy Chrzanowski e Wanda Szlenkier. Sua família possuía uma indústria (lado materno) e terras (lado paterno) que mantinham uma longa tradição de obras de caridade; seus pais eram bem conhecidos por isso em sua Polônia natal. As circunstâncias religiosas de sua casa também eram únicas, uma vez que metade era católica romana e a outra metade era protestante.

29 de abril - Santo Hugo de Cluny

Santo Hugo nasceu em 1024 na Borgonha francesa. Seu pai foi Dalmácio, conde de Semur, e sua mãe Adelaide. Dizem as crônicas que, estando ela para dar à luz, pediu a um sacerdote que celebrasse o Santo Sacrifício em sua intenção. No momento da elevação, o celebrante viu acima do cálice um menino de extrema beleza, o que foi para a mãe um presságio de que o filho que lhe estava por nascer seria um digno ministro do altar. O pai queria que Hugo seguisse as tradições da família, por isso, fez com que o menino fosse formado em todos os exercícios da juventude nobre daquele tempo, como domínio do cavalo, manejo de armas e prática de caçadas. Hugo, porém, sentia-se mais chamado a uma vida de piedade e de oração, de acordo com os desejos da mãe. Enfim ele obteve do pai o consentimento para fazer seus estudos junto a seu tio-avô, também chamado Hugo, Bispo de Auxerre. Foi ali que ele teve notícia da existência da Abadia de Cluny e de Santo Odilon, seu abade, bem como da vida piedosa e penitente que levavam os monges.

São Basílio, Bispo de Ostrog († séc. XVI)

Basílio nasceu em Popova, uma aldeia da Hercegovina, de pais simples e tementes a Deus. Desde sua juventude nutria profundo amor para com a Igreja de Deus e, atingindo a maturidade, entrou para o Monastério da Dormição (Assunção) da Santíssima Mãe de Deus em Trebinje, e lá recebeu a tonsura monástica. Como monge, sua fama rapidamente se espalhou por causa de sua vida ascética e rara genialidade. São Basílio impunha-se pesadas mortificações, intensificando gradativamente estes exercícios. Mais tarde, contra a sua vontade, foi eleito e consagrado bispo de Zahumlje e Skenderia. Mesmo como hierarca seguiu vivendo no monastério Tvrdosh e de lá, como bom pastor, fortaleceu o seu rebanho na fé ortodoxa, protegendo-os da crueldade dos turcos e das astúcias dos latinos.

29 De Abril: Santos Jasom E Sosípatro, Apóstolos [Dos 70] (†Séc. I)

Jasom e Sosípatro eram discípulos do Apóstolo Paulo que os menciona em sua Epístola aos romanos dizendo: «Saúdam-vos Timóteo, meu cooperador, e Lúcio, Jasom e Sosípatro, meus parentes». (Rom 16,21). Jasom era de Tarso, na Cilicia, e foi nomeado bispo de sua cidade. Sosípatro era de Patros, na Arcadia, e foi nomeado bispo de Icônio. Depois de alguns anos a frente de suas dioceses, ambos tomaram a decisão de mudar-se para o Oriente, indo para a Ilha de Corfú, pregando o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo pela primeira vez ao povo daquele lugar. Por suas pregações salvaram muitas almas, mas também por causa delas e em nome de Cristo foram submetidos a muitos sofrimentos. Na antiga cidade de Corfú foram martirizados, e lá foi construída uma igreja em honra e memória destes santos.

SÃO PEDRO DE VERONA

Pedro nasceu em Verona no ano de 1205. Seus pais eram hereges maniqueus, adeptos da doutrina religiosa herética do persa Mani, Manes ou Maniqueu, caracterizada pela concepção dualista do mundo, em que espírito e matéria representam, respectivamente, o bem e o mal. Entretanto, o único colégio que havia no local era católico e lá o menino não só aprendeu as ciências da vida como os caminhos da alma. Pedro se converteu e se separou da família, indo para Bolonha para terminar os estudos. Ali acabava de ser fundada a Ordem dos Dominicanos, onde ele logo foi aceito, recebendo a missão de evangelizar. Foi o que fez, viajando por toda a Itália, espalhando suas palavras fortes e um discurso de fé que convertiam as massas.

CATARINA DE SENA Dominicana, mística, Santa Doutora da Igreja

A – SUA VIDA
 
1) - Nascimento e primeiros anos 
Catarina Benincasa nasceu na aldeia de Fontebranda (Sena-Itália), a 25 de Março de 1347. Era filha de Giácomo Benincasa e de Mona Lapa. Este casal teve 25 filhos, sendo a nossa Santa o 23 ou 24 (nasceram duas gémeas). Entre todos os seus irmãos, Catarina, foi a única dos filhos que sua mãe pôde amamentar com o leite materno. Seu pai, que exercia a procissão de tintureiro, embora não fosse rico, gozava dum modesto rendimento, era muito trabalhador e dedicado à família. Filha duma família cristã, principiou, desde tenra idade, a sentir grande tendência para a vida de piedade. Aos 5 anos, subia as escadas de joelhos, rezando a cada degrau, uma Ave-maria. Aos 6 anos, o Senhor quis mimoseá-Ia com a sua primeira manifestação sensí­vel: Cristo aparece-lhe sentado num trono, revestido com resplandecentes ornamentos pontificais, tendo a cabeça cingida com uma tiara papal, abençoando-a com a mão direita. Aos 7 anos, fez voto de virgindade, e aos 12, segundo o costume do país e da época, apesar de ser muito criança, seus pais pensaram em casá-la, mas recusou energicamente o matrimónio. No entanto, levada pelos falsos conselhos duma irmã, começou por se deixar mundanizar. Este período parece ter sido curto. Tratava-se apenas de imperfeições de criança; chorou-o arrependida, durante vários anos. Depois, intensificando as suas penitências, fixou-se numa espécie de vida religiosa, fazendo, mais tarde, os três votos religiosos, que viveu intensamente, apesar de sempre ter vivido no mundo. Durante muitio tempo não tomou outro alimento, excepto pão e ervas cruas.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 29 DE ABRIL

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
29 – Sexta-feiraSantos: Catarina de Sena
Evangelho (Jo 6,1-15)“Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” Disse isso para pô-lo à prova, pois sabia muito bem o que ia fazer.”
Como discípulos de Jesus, estamos sempre enfrentando incertezas e dificuldades. Seria muito bom se pudéssemos recorrer a ele e ter logo uma resposta clara e uma solução prática. Geralmente, porém, Jesus pergunta-nos como a Filipe: “que vamos fazer?”. Peçamos sua ajuda, recorramos aos irmãos, e acabaremos encontrando a resposta. E como representantes dele faremos o necessário.
Oração
Senhor, quero recorrer a vós em todas as minhas necessidades. Mas ajudai-me também a pensar para encontrar a solução; dai-me coragem para agir, e a prudência para não estragar tudo. Que eu não me gabe dos bons resultados, nem desanime se a dificuldade continuar. Se a culpa foi minha, que eu não a jogue para outros, mas tudo faça para acertar afinal e fazer o que deve ser feito. Amém.

quinta-feira, 28 de abril de 2022

16. CONFISSÃO E PERDÃO

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE 
PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Este fato mudou a vida de Gandhi, famoso lutador pela paz.
Ele mesmo contou: 
- Eu tinha 15 anos quando pratiquei um roubo. Peguei uma pulseira de ouro na loja do meu pai a fim de pagar uma dívida. Depois senti arrependimento e remorso. A culpa foi pesando na consciência. Queria contar ao meu pai, mas sentia vergonha. Precisava contar, mas faltava coragem. Se guardasse a culpa comigo, meu coração iria explodir. Achei finalmente uma saída. Fiz minha confissão por escrito. Eu tremia ao entregar-lhe o bilhete. Meu pai leu atento, rasgou calmamente o papel e me disse num tom paternal: 
- Está bem, meu filho. 
Depois me tomou pelo braço, como que concretizando o perdão naquele gesto amigo. Daquele dia em diante comecei a gostar ainda mais do meu pai. 
Palavra de vida: Vou partir em busca do meu pai e lhe direi: “Pai, pequei contra o céu e contra ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho...”. Ainda longe, o pai o viu e, comovido correu ao seu encontro e lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos... (Lc 15, 18-20)

REFLETINDO A PALAVRA - “Hosana ao Filho de Davi!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
54 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
“Aprendendo o ensinamento da Paixão”
 
A celebração do Domingo de Ramos tem dois aspectos: Primeiro, a alegria da entrada do rei pacífico na sua cidade. Esta O acolhe festivamente aclamando-o como o Messias prometido. Essa caminhada para Jerusalém, da qual fazemos memória com os ramos, antecipa nossa entrada na Jerusalém celeste. Assim rezamos: “Pai, abençoai estes ramos, para que, seguindo com alegria o Cristo, nosso Rei, cheguemos por Ele à eterna Jerusalém” (oração). A celebração antecipa a festa da Páscoa onde Cristo assume todo poder e glória de Filho do Pai. O segundo, é a Paixão. Ouvimos a narrativa da Paixão de Jesus. Entramos assim no insondável projeto divino de Redenção. A Paixão de Cristo é uma escola para todo cristão. Se não formos alfabetizados pelo sofrimento, não entenderemos o sentido da glória e do poder que há em Cristo e dos quais participamos. Isaias 50,4-7, ensina que o Servo aprendeu no sofrimento: “O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoas abatidas; Ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo” (4). Somente participa da glória quem passa com Cristo pela compreensão do sofrimento. O profeta continua: “Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba” (6). Deus não quer o sofrimento, e nos acolhe quando temos confiança nEle: “O Senhor meu Deus é meu Auxilio por isso não me deixei abater o ânimo” (7). Cristo sente a necessidade do auxílio do Pai em seu abandono: “Ó minha força, vinde logo em meu socorro” (Sl 21). 
Humilhou-se a si mesmo 
O sofrimento de Jesus não foi procurado, nem aceito com facilidade, pois clamou para dele ser livre: “Ó Pai, tudo te é possível: afasta de mim este cálice, mas não se faça como eu quero, mas como Tu queres” (Mc 14,36). A aceitação do sofrimento é Sua atitude de entrega voluntária . Por nós, Ele se esvaziou, para fazer-se um homem como nós abaixou-se totalmente, fazendo-se obediente ao Pai até o abismo da cruz e da morte, onde a própria humanidade se oculta, como a divindade se ocultou na humanidade. O vazio total é Sua obediência, pois o Filho é totalmente aberto ao Pai. Por isso Isaias diz: “abriu-me os ouvidos” (5). A obediência significa estar pronto a ouvir fazendo do sentimento do Pai nosso sentimento como Ele o fez. Humilhar-se é esvaziar-se para encher-se da Vida. Na Paixão, o Filho é ao mesmo tempo amor do Pai e resposta do homem. Assim abriu para nós a porta da vida. 
Rasgou-se o véu do templo 
A narrativa da Paixão diz: “Jesus deu um alto grito e expirou. Nesse momento, o véu do templo se rasgou de alto abaixo, em duas partes” (Mc 15,37-38). Essa constatação é necessária para entender o sentido da morte de Jesus. No momento em que seu corpo é destruído pela morte, rompe-se o véu. Deus dissera a Moisés: “Pendurarás o véu e levarás para dentro do véu a arca da aliança; este véu vos fará separação entre o lugar santo e o santo dos santos” (Ex 26,33). A separação que havia entre Deus e o homem se rompe com a morte de Jesus. A carta aos Hebreus escreve “pelo caminho que Ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua carne” (Hb 10,20). No lado de Cristo rasgado pela lança, podemos ir a Deus. Não somos mais impedidos. Por isso o véu se rasgou. Entre os dois Testamentos há um caminho aberto: Jesus morto e ressuscitado 
Ficha: 
Leituras: 
Marcos 11,1-10; Is 50,4-7; Salmo 21; 
Filipenses 2,6-11; Marcos 15,1-39; 
1. A celebração de Ramos tem dois aspectos: a entrada gloriosa do rei em sua cidade, preanunciando a entrada na Jerusalém celeste. Ela antecipa a Páscoa da Ressurreição. O segundo aspecto é a Paixão. Ela é a escola do cristão. Se não formos alfabetizados pelo sofrimento, não entenderemos o sentido da glória e do poder que temos em Cristo. Isaias diz-nos do servo sofredor que abre os ouvidos como o discípulo e aprende pelo sofrimento. Deus não quer o sofrimento, mas a confiança nele no sofrimento. 
2. Jesus não procurou o sofrimento, nem o aceitou com facilidade, pois pedira ao Pai que o libertasse. Mas aceitou a vontade do Pai. Aceitação é entrega voluntária. Por nós Ele se esvaziou para fazer-se um homem como nós. Fez-se obediente até à morte. Esta obediência significa estar pronto a ouvir, fazendo do sentimento do Pai nosso sentimento. Como Ele o fez. Humilhar-se é esvaziar-se para encher-se. 
3. A narrativa da Paixão culmina com as palavras: Jesus dando um alto grito expirou. Nesse momento o véu do templo se rasgou de alto a baixo. Significa que a terminou a separação entre Deus e homem. Agora, pelo lado aberto de Cristo temos acesso através do véu, isto é a carne de Jesus.

EVANGELHO DO DIA 28 DE ABRIL

Evangelho segundo São João 3,31-36. 
«Aquele que vem do alto está acima de todos; quem é da Terra, à Terra pertence e da Terra fala. Aquele que vem do Céu dá testemunho do que viu e ouviu; mas ninguém recebe o seu testemunho. Quem recebe o seu testemunho, confirma que Deus é verdadeiro. De facto, Aquele que Deus enviou diz palavras de Deus, porque Deus dá o Espírito sem medida. O Pai ama o Filho e entregou tudo nas suas mãos. Quem acredita no Filho tem a vida eterna. Quem se recusa a acreditar no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Beato Columba Marmion 
(1858-1923) abade 
«A oração monástica» 
Abandonarmo-nos com toda a confiança 
Jesus foi constituído chefe e rei sobre toda a herança de Deus, porque foi Ele que, pelo seu sangue, nos alcançou o direito a essa herança: «O Pai entregou tudo nas suas mãos». Pela fé e pelo amor, habitamos nele; Ele habita em nós pela sua graça e os seus méritos: oferece-nos a seu Pai e seu Pai encontra-nos nele. Deus dá-nos a possibilidade de encontrar no Filho das suas complacências a fonte de toda a graça e de toda a perfeição: «Como não havia de nos oferecer tudo juntamente com Ele?» (Rom 8,32) Como é possível que não nos abandonemos com toda a confiança a esta vontade todo-poderosa que é o próprio amor e que, não somente fixou as leis da nossa perfeição, como é também o princípio e a fonte dessas leis? A graça age soberanamente e conduz ao mais alto grau de santidade, mas apenas onde não encontra obstáculos à sua ação e aos seus impulsos; o Espírito de Deus age poderosamente, mas apenas onde não é contrariado, «contristado», para continuarmos a falar com a linguagem de São Paulo (cf Ef 4,30), e onde as forças criadas se Lhe abandonam. Porque, por mais soberana que seja a vontade de Deus, por mais extenso que seja o seu poder, por infinito que seja o seu amor, Deus espera que afastemos de nós todo o entrave à sua graça, que a alma permaneça nesta atitude de humildade e de confiança que a faz esperar tudo de Deus.

28 de abril - Beata Maria Felícia de Jesus Sacramentado - Chiquitunga

O dia 23 de junho de 2018, foi um grande dia para o Paraguai e para o Carmelo. No estádio do Club Porteño foi proclamada beata Maria Felícia de Jesus Sacramentado (Chiquitunga). A foi presidida pelo Cardeal Angelo Amato, Perfeito da Congregação para a causa dos Santos; que apresentou a Chiquitunga na sua homilia como uma “jovem culta e santa, entusiasta da sua fé e da sua vocação de consagrada”. Uma santa que “convida hoje as suas irmãs a sentirem-se orgulhosas da sua vocação e alegres na sua quotidiana entrega ao Senhor”. Uma santa que “nos convida a todos a viver a nossa existência cristã e inspira a juventude paraguaia a viver fiel ao amor de Deus”.

28 De Abril: São Cirilo, Bispo De Turov (†1183) E Nove Santos Monges Mártires De Cizico († 322)

São Cirilo foi uma das três figuras mais importantes do cristianismo russo, com Clemente Smoliatich e Hilarion, Bispo de Kiev, anterior à época das invasões dos mongóis. Ele viveu em meados do século XII. Primeiro foi monge, depois ermitão. Abandonou sua cela ao ser nomeado o bispo de Turov, cidade próxima à Kiev. O historiador Fedotov disse que seus escritos deixam a impressão de ele ter sido um homem muito desprendido da vida, não obstante às exigências morais, completamente entregue à contemplação e aos estudos dos mistérios e da doutrina. Destacou-se por sua devoção teológica na Rússia antiga. Cirilo é praticamente um representante da tradição grega na Rússia, já que em seus escritos não se observa os traços característicos dos russos de sua época.

Santa Joana (Gianna) Baretta Molla

Na família italiana dos Baretta de Milão, os treze filhos foram reduzidos a oito pela epidemia da gripe espanhola e por duas mortes ocorridas na primeira infância. Desses oito, saíram uma pianista, dois engenheiros, quatro médicos e uma farmacêutica. Um dos engenheiros, José, depois se fez sacerdote, e dois médicos fizeram-se religiosos missionários: madre Virgínia e padre Alberto. Gianna Baretta, para nós Joana, a penúltima dos oito, nasceu no dia 4 de outubro de 1922 na cidade de Magenta, onde cresceu e se formou médica cirurgiã, com especialização em pediatria, concluída 1952. Porém preferiu exercer clínica geral, atendendo especialmente os velhos abandonados e carentes. Para ela, tudo era dever, tudo era sagrado: "Quem toca o corpo de um paciente, toca o corpo de Cristo", dizia.

SANTO AGAPITO I

O bispo eleito para suceder o pontífice João II, na cidade de Roma, foi Agapito I, que se consagrou no dia 13 de maio de 535. O seu pontificado durou apenas onze meses e dezoito dias. Nesse tão curto período do seu governo, o papa Agapito I elevou as finanças da Igreja; tomou decisões doutrinais importantes para a correta compreensão dos fundamentos do cristianismo e lutou com energia pela defesa da fé e dos bons costumes. Ele mandou queimar as bulas de Bonifácio II, condenatórias das doutrinas de Dióscoro, e negou aos hereges re-convertidos que conservassem seus cargos e benefícios, como pretendia o imperador Justiniano. Enfim, foi um papa zeloso e defensor da tradição católica. Também proibiu que os bispos das Gálias, atuais França e Espanha, vendessem os bens de suas igrejas, até mesmo em caso de extrema necessidade.

LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT Sacerdote, Fundador, Santo (1673-1716)

Um dos missionários da devoção mariana mais conhecidos, incansável pregador da sagrada escravidão de amor a Maria Santíssima, apóstolo da Contra-Revolução 
Segundo dos 18 filhos do advogado João Batista e de Joana Roberto de la Vizeule, Luís Grignion nasceu em 3 de janeiro de 1673, em Montfort-la-Cane (hoje Montfort-sur-Meu), na Bretanha. Por devoção a Nossa Senhora, no crisma acrescentou ao seu nome o de Maria. Luís herdou do pai um temperamento colérico e arrebatado, e dirá depois que "custava-lhe mais vencer sua veemência e a paixão da cólera que todas as demais juntas". Mas conseguiu-o tão bem, que um sacerdote seu companheiro, nos últimos anos de sua vida, atesta que: "Realizou esforços incríveis para vencer sua natural veemência; e o conseguiu, e adquiriu a encantadora virtude da doçura" [1], que atraía tanto as multidões. O pequeno Luís Grignion de Montfort sentia também muito pendor pela solidão, sendo comum retirar-se a um canto da casa para entregar-se à oração diante de uma imagem da Virgem, rezando principalmente o Rosário.

MARIA LUÍSA TRICHET Co-fundadora, Beata 1684-1759

Maria Luísa Trichet (ou Maria Luísa de Jesus), com São Luís Maria Grignion de Montfort, é a co-fundadora da Congregação das religiosas chamadas “Filhas da Sabedoria”. Nasceu em Poitiers (França), no dia 7 de maio de 1684, tendo sido baptizada no mesmo dia. Filha de uma família de oito filhos, recebeu sólida educação cristã, tanto no seio da família, quanto na escola. Aos 17 anos, encontrou-se pela primeira vez com S. Luís Maria Grignion de Montfort, que acabara de ser nomeado como capelão do hospital de Poitiers. Sua fama de pregador e de confessor, já era notável entre a juventude daquela região. Espontaneamente, Maria Luísa ofereceu seus serviços ao hospital. Ela consagra uma boa parte de seu tempo, aos pobres e aos enfermos. Diante da sua dedicação, São Luís prontamente a pediu para que ali permanecesse.

PEDRO MARIA CHANEL Sacerdote marista, Mártir, Santo (1803-1841)

Pedro nasceu no dia 12 de julho de 1803, na pequena Cuet, França. Levado pelas mãos do zeloso pároco, iniciou os estudos no seminário local e, em 1824, foi para o de Bourg, onde três anos depois se ordenou sacerdote. Desde jovem, queria ser missionário evangelizador, mas primeiro teve de trabalhar como pároco de Amberieu e Gex, pois havia carência de padres em sua pátria. Juntou-se a outros padres que tinham a mesma vocação e trabalhavam sob uma nova congregação, a dos maristas, dos quais foi um dos primeiros membros, e logo conseguiu embarcar para a Oceania, em 1827, na companhia de um irmão leigo, Nicézio. Foi um trabalho lento e paciente. Os costumes eram muito diferentes, a cultura tão antagônica à do Ocidente, que primeiro ele teve de entender o povo para depois pregar a palavra de Cristo. Porém, assim que iniciou a evangelização, muitos jovens passaram a procurá-lo. O trabalho foi se expandindo e, logo, grande parte da população havia se convertido.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 28 DE ABRIL

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
28 – Quinta-feira – Santos: Pedro Chanel, Valéria
Evangelho (Jo 3,31-36)“Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida.”
Se aceitamos a palavra de Jesus, se acreditamos que só ele nos pode salvar, se nos entregamos totalmente a ele, temos a vida nova de participação no jeito de ser do próprio Deus. Essa é a vida que dura para sempre, que nada nem ninguém nos pode tirar. Já agora podemos ser felizes e alegres, apesar de tudo, e não somos capazes nem de imaginar a felicidade que nos espera depois.
Oração
Senhor, eu quero ser justo e bom, quero amar, ser feliz e viver em paz. Isso, porém, não está a meu alcance. Somente vós, Filho de Deus, é que podeis transformar-me interiormente, fazer-me participante de vossa bondade e de vosso jeito de amar. Aumentai essa minha confiança em vós, ajudai-me para que me entregue de todo a vós. Não permitais que jamais vos abandone. Amém.

quarta-feira, 27 de abril de 2022

15. QUANDO AMANHECE O DIA?

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE
PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Um rabino perguntou ao seu discípulo numa reunião de culto:
- Você sabe dizer quando é que acaba a noite e começa o dia? 
Quase sorrindo diante dessa pergunta aparentemente ingênua, respondeu:
- Ora, Mestre, é muito simples. Quando os primeiros raios da aurora começam a clarear o horizonte... 
- Só isto? 
- Quando já se puder distinguir entre o vulto de um arbusto e de uma pessoa... 
- O que mais? 
- Quando... 
O rapaz começou a titubear. 
O semblante do rabino continuava interrogador. 
Ele completou: 
- A noite cede lugar ao dia quando a gente consegue ver a imagem do irmão no rosto dos outros. Mais ainda: Quando a gente percebe no irmão a imagem de Jesus. Enquanto não enxergarmos no próximo a imagem do irmão e do Cristo, ainda é noite dentro de nós. 
Palavra de vida: Caríssimos, se Deus assim nos amou, devemos amar-nos uns aos outros...(1Jo,4-11)

REFLETINDO A PALAVRA - “Espírito que dá a paz”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
54 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
Paz esteja contigo
 
À tarde do domingo da Ressurreição, Jesus aparece aos discípulos e lhes faz a revelação primeira do Novo Testamento, após a ressurreição: “Recebei o Espírito Santo”. A vida que nos foi dada pela ressurreição é gerada pelo Espírito. A meta é a reconciliação universal, pois diz Jesus: “Como o Pai me enviou eu vos envio”. Ele veio como Salvador e envia seus discípulos com a missão de redenção. É uma missão: “A quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados”. Essa missão de reconciliação universal é dada como um sinal de paz: “Colocando-se no meio deles disse Paz a vós”. Ele dá o Espírito da paz. Como em todas as alianças Deus se põe em disposição de paz, na Nova Aliança a paz é o resultado da vinda do Espírito do Ressuscitado. Essa paz, como Jesus diz na ceia, não é como o mundo a dá. Qual é a paz do mundo? No momento em que Jesus está inaugurando seu novo reino, há uma paz universal conquistada pelos romanos. Ergueu-se em Roma o altar da paz com o preço do sangue de tantos povos. Tanta dor e opressão! Imaginemos o que terão sido essas guerras de conquistas. O sangue de Cristo, derramado como serviço e não como dominação dá Espírito da Paz. A grande proposta aos que recebem o Espírito é serem “operadores de paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). O Espírito que é dado na Crisma é o mesmo que é derramado sobre os discípulos no dia da Ressurreição. A espiritualidade da Crisma confere a cada cristão a capacidade de reconciliar os corações e promover a paz que nasce da aliança com Deus e com os irmãos. 
Progresso do mundo 
A vivência do sacramento não se reduz a algo somente espiritual. Ela penetra todas as esferas da sociedade para levar a todos o progresso. Os primeiros diáconos foram escolhidos para resolver problemas sociais. Havia dificuldades entre os primeiros cristãos no atendimento das pobres viúvas. Foram escolhidos sete diáconos que eram homens cheios do Espírito Santo. A partir do Batismo e Crisma colocam-se a serviço da Igreja, cheios do Espírito da paz. Assim, o apostolado dos cristãos, cheios do Espírito, tem a missão de promover a paz. Estruturar as comunidades na paz e no amor é missão do cristão. Quando queremos reduzir o cristão a um ente espiritual que vive fora da realidade, estamos cedendo à tentação de não realizar a caridade em suas conseqüências reais. O cristão é instrumento da paz. S. Francisco já cantava: “Fazei de mim um instrumento de vossa paz”! 
Marcados para Deus
A unção da Crisma marca o cristão. Por isso se diz que é um sinal indelével, quer dizer que nada tira. Só podemos recebê-la uma vez. Assim somos marcados. O livro do Apocalipse narra que os fiéis serão marcados com uma cruz na testa (o tau - letra t - hebraico é uma cruz) (Ap 7,4-8). São marcados por Deus para uma missão e é nela que serão reconhecidos. Estar marcado é tomar partido, é ser reconhecido pelo sinal e pela vida. Deus que escolhe os cristãos para a missão de continuar implantando o Reino de justiça, paz e amor, vai reconhecê-los no momento final: “esses que vieram da grande tribulação e levaram suas vestes no sangue do Cordeiro” (Ap 7,14)
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM ABRIL DE 2006