domingo, 24 de abril de 2022

24 DE ABRIL: SÃO SAVAS, O GENERAL DE ROMA, MÁRTIR († 372)

No século III, os godos cruzaram o Danúbio e se estabeleceram nas províncias romanas de Dacia e Moesia, de onde partiam para expedições na Ásia Menor, especialmente à Galícia e Capadócia, trazendo muitos escravos cristãos, tanto sacerdotes como leigos. Os prisioneiros, pouco a pouco, tentavam converter seus senhores e construíram várias igrejas. Em 370, um dos chefes godos, para vingar-se iniciou uma forte perseguição aos cristãos que, dentre eles, se destacavam São Savas e São Nicetas. Savas tinha se convertido ao cristianismo ainda muito jovem e servia a Igreja como cantor e leitor. No inicio das perseguições, os magistrados deram ordem aos cristãos que comessem a carne oferecida aos ídolos. Alguns pagãos que tinham parentes entre os cristãos, persuadiram os guardas de que os fizessem comer somente a carne que não tinha sido oferecida aos ídolos. Savas denunciou corajosamente a estratégia usada: não só se negou comer a carne como também declarou que quem comesse seria réu de traição. Alguns cristãos aprovaram seu procedimento, outros, porém, se rebelaram e o obrigaram a sair da cidade. Pouco tempo depois, Savas retornou a cidade. Um ano mais tarde as perseguições aos cristãos se intensificaram, e alguns dos mais conhecidos da cidade estavam para prestar um juramento de que na cidade já não havia mais nenhum cristão. Foi quando São Savas se apresentou e disse: «Não jureis por mim, pois eu sou cristão». O juiz perguntou aos presentes se Savas era rico, e ao saber que o único bem que possuía era suas vestes, o deixou em liberdade, dizendo: «este pobre diabo não pode fazer nem bem nem mal». Dois ou três anos mais tarde as perseguições recomeçaram. Três dias depois da Páscoa, chegou à cidade um pelotão de soldados a mando de Ataridio que, imediatamente foi a casa do sacerdote Sansala onde estava Savas descansando, depois das festas. Os soldados amarraram Sansala a um leito que foi puxado por um carro. Amarraram também Savas sobre a cama e o arrastaram nu sobre arbustos espinhosos. Na manhã seguinte, Savas disse aos perseguidores: «Não é possível que vocês tenham arrastado meu corpo durante toda a noite sobre espinhos, se não há feridas ou cicatrizes?» Os soldados então viram que em sua pele não havia nenhum arranhão. Enfurecidos, ataram seus braços e pés sobre um carro e o torturaram durante grande parte da noite. Quando estavam cansados, pararam e a mulher em cuja casa estavam alojados, movida de compaixão, desatou Savas, mas este se negou fugir. Na manhã seguinte, os carrascos amarraram as mãos de Savas em uma das vigas da casa. Puseram diante de Savas e Sansala a carne oferecida aos ídolos. Ambos se recusaram comê-la e Savas exclamou: «Esta carne é tão suja e impura quanto Ataridio que no-la enviou». Um dos soldados o golpeou tão violentamente que todos acreditavam que o havia matado. Porém Savas não sentiu o golpe e disse: «Crês haver-me matado? Pois te confesso que tua arma parece lã que não me fez nenhum mal». Quando Ataridio soube do acontecido, mandou que jogassem Savas no rio. Ao chegar às margens, um dos soldados disse aos seus companheiros: «Deixemos escapar este inocente, pois sua morte não trará nenhum bem a Ataridio». Savas, porém, persuadiu o soldado a que cumprisse a ordem dizendo: «Eu vejo o que tu não vês. Do outro lado do rio há uma multidão que está esperando minha alma para conduzi-la a glória; basta que minha alma se separe do corpo». Então os soldados o jogaram no rio com um peso atado ao seu pescoço. Narra-se que o lugar do martírio de São Savas foi em Targovisto, ao noroeste da cidade de Bucareste. 
Tradução e publicação neste site com permissão de
Trad.: Pe. Pavlos Tamanini

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