Evangelho segundo São João 15,12-17.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai.
Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá.
O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».
Tradução litúrgica da Bíblia
Carta apostólica para o 6.º centenário
da morte de Santa Catarina de Sena
Santa Catarina de Sena:
uma vida mística e uma vida de ação
Quando, em 1347, Catarina vê a luz do dia, vive-se uma situação muito difícil em Itália e na Europa: anunciava-se a peste negra, que haveria de semear a devastação; a sociedade estava perturbada pela Guerra dos Cem Anos e pelas invasões de mercenários; os papas tinham tido de trocar Roma por Avinhão e o cisma do Ocidente prolongar-se-ia até 1417. Filha de um tintureiro, Catarina toma rapidamente consciência das necessidades do mundo que a rodeia. Atraída pela forma de vida apostólica das Dominicanas, pede para ser agregada à ordem terceira (as chamadas «mantellate»), que não eram propriamente religiosas nem viviam em comunidade, mas usavam o hábito branco e o manto preto dos frades pregadores.
Catarina estava rodeada de uma multidão heterogénea de discípulos de todo o tipo e com múltiplas origens, que se sentiam atraídos pela pureza da sua fé e pela liberdade da sua aceitação da palavra de Deus, desprovida de matizes e cedências. Atingiu o auge do seu progresso interior nas núpcias espirituais, pelo que seria de esperar que a sua vida passasse a decorrer na solidão da contemplação. Mas Deus tinha-a atraído a Si para que ela estivesse unida a Ele na obra no seu Reino. Era desígnio de Cristo uni-la estreitamente a Si pelo amor ao próximo, isto é, quer pela doçura dos laços da alma, quer pelos trabalhos exteriores, naquilo a que se chama uma mística social.
Depois de se ter dedicado à conversão dos pecadores individuais, passou à reconciliação de pessoas e famílias atingidas por conflitos, e depois à pacificação de cidades e de Estados. [...] O impulso interior do Mestre divino abriu-lhe, por assim dizer, uma nova humanidade. Foi assim que esta humilde filha de um artesão, iletrada, praticamente sem estudos nem cultura, teve a inteligência das necessidades do seu tempo, a ponto de ultrapassar os limites da sua cidade e de alcançar, com a sua atividade, uma dimensão mundial.
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