terça-feira, 31 de janeiro de 2017

COMO SEGURAR SEU MARIDO

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio
Redentorista
O livreiro tinha no seu estoque um livro sem saída. A quantidade era grande e precisava desencalhar. Imaginou e resolveu colocar o seguinte anuncio no jornal e no rádio: 
-Dona de casa! Peça pelo correio o livro “Como segurar seu marido em casa”. Contém receitas mágicas e infalíveis.
Os pedidos choveram. Chegou a esgotar o estoque. Mas, que surpresa para as mulheres! Quando abriam o pacote, ali estava um livro, sim, mas com outro titulo: 
“A arte de cozinhar bem”.
Era assim que conseguiriam segurar seus maridos: Melhorando a comida e o tempero. 
Palavra de Deus: Que o vosso amor seja sincero (Rm 12,9)
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REFLETINDO A PALAVRA - “Apareceu a Glória do Senhor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
A luz é para todos
               A celebração do Natal, melhor dizendo, da Manifestação do Senhor, é mais ampla que a noite de seu nascimento. Os quatro momentos da Manifestação envolvem o Nascimento em Belém, no qual se manifesta em nossa carne aos humildes pastores; Na Epifania é Ele apresentado a todos os povos através dos Magos; No Batismo é mostrado aos judeus; E, no quarto momento, João Batista O indica aos discípulos que o seguem. O mistério da Manifestação é o grande Mistério Pascal de Cristo, vivido a partir de sua vida na Carne. Na Epifania, festa principal no Oriente Cristão, celebramos a revelação a todos os povos. Paulo nos ensina que as gerações passadas não conheceram este mistério. Agora foi revelado que “os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo” (Ef. 3,6). No Antigo Testamento temos profecias sobre esta verdade. Deus disse a Abraão que nele seriam abençoadas todas as famílias da terra (Gn 12,3). Os profetas, de modo particular Isaías, proclamaram que virão povos de longe para adorar o Senhor (Is 60,6). Essa profecia se concretiza na visita dos Magos a Jesus conforme escreve Mateus. Não podemos ficar lidando só com a figura simpática dos Magos, saber a origem e os nomes, mas irmos ao sentido do Mistério da Manifestação (Epifania) do Senhor. Mateus, escrevendo aos judeus, diz que é “segundo as Escrituras” a aparição da estrela (Nm 24,17) e que Ele é o próprio Messias Rei (Mq 5,2), ao qual se oferecem dons (Is 60,6; Mt 2,11). Jerusalém simboliza a Igreja que apresenta Jesus, a Estrela, a todos os povos. Ela é a servidora, como  Maria que apresenta o Filho.
Virão adorar-vos, Senhor!
               Mateus, usa um catecismo muito simples e ao mesmo tempo profundo. É um teólogo catequista. Sua comunidade de judeus convertidos questionava o que se dizia sobre a missão universal de Jesus. Por isso Mateus prova “Conforme as Escrituras”. Mateus tem como referência a Ressurreição de Cristo na qual foi constituído Senhor que atrai todos e é Guia dos povos. Ele é a luz (estrela), a mesma que brilha na Ressurreição. Ressalta a Divindade de Cristo e sua Humanidade, simbolizada nos presentes que oferecem os Magos. O ouro lembra a realeza; o incenso mostra a divindade; e a mirra refere-se ao homem das dores. Cristo é o Homem Deus. Ele é o Deus conosco, Emanuel. Os Magos dizem: “Onde está o Rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos sua estrela no Oriente e vimos adorar” (Mt 2,2). Eles são testemunhas da fé dos povos em Cristo. Sua “alegria muito grande” (10) é a mesma das mulheres na Ressurreição de Jesus.
A esperteza do mal
               Herodes é um símbolo muito forte do mal que ameaça Jesus. O Menino é vítima de sua maldade. Usou de falsidade ao querer usar os bons Magos que eram mais espertos. Ele simboliza o mesmo perseguidor do povo ainda criança no Egito. Esse mal permanece vivo no mundo. Para vencê-lo somos convidados a usar a sabedoria dos Magos, expressa hoje também nas simpáticas expressões populares da fé. De casa em casa, cantando o nascimento de Jesus, semeiam a fé nascida em seus corações de modo popular confirmando o salmo 71: “As nações de toda a terra, hão de adorar-vos, Senhor!”.

EVANGELHO DO DIA 31 DE JANEIRO

Evangelho segundo S. Marcos 5,21-43.
Naquele tempo, depois de Jesus ter atravessado de barco para a outra margem do lago, reuniu-se uma grande multidão à sua volta, e Ele deteve-se à beira-mar. Chegou então um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Ao ver Jesus, caiu a seus pés e suplicou-Lhe com insistência: «A minha filha está a morrer. Vem impor-lhe as mãos, para que se salve e viva». Jesus foi com ele, seguido por grande multidão, que O apertava de todos os lados. Ora, certa mulher que tinha um fluxo de sangue havia doze anos, que sofrera muito nas mãos de vários médicos e gastara todos os seus bens, sem ter obtido qualquer resultado, antes piorava cada vez mais, tendo ouvido falar de Jesus, veio por entre a multidão e tocou-Lhe por detrás no manto, dizendo consigo: «Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada». No mesmo instante estancou o fluxo de sangue e sentiu no seu corpo que estava curada da doença. Jesus notou logo que saíra uma força de Si mesmo. Voltou-Se para a multidão e perguntou: «Quem tocou nas minhas vestes?». Os discípulos responderam-Lhe: «Vês a multidão que Te aperta e perguntas: ‘Quem Me tocou?’». Mas Jesus olhou em volta, para ver quem O tinha tocado. A mulher, assustada e a tremer, por saber o que lhe tinha acontecido, veio prostrar-se diante de Jesus e disse-Lhe a verdade. Jesus respondeu-lhe: «Minha filha, a tua fé te salvou». Ainda Ele falava, quando vieram dizer da casa do chefe da sinagoga: «A tua filha morreu. Porque estás ainda a importunar o Mestre?». Mas Jesus, ouvindo estas palavras, disse ao chefe da sinagoga: «Não temas; basta que tenhas fé». E não deixou que ninguém O acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Quando chegaram a casa do chefe da sinagoga, Jesus encontrou grande alvoroço, com gente que chorava e gritava. Ao entrar, perguntou-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu; está a dormir». Riram-se d’Ele. Jesus, depois de os ter mandado sair a todos, levando consigo apenas o pai da menina e os que vinham com Ele, entrou no local onde jazia a menina, pegou-lhe na mão e disse: «Talitha Kum», que significa: «Menina, Eu te ordeno: levanta-te». Ela ergueu-se imediatamente e começou a andar, pois já tinha doze anos. Ficaram todos muito maravilhados. Jesus recomendou-lhes insistentemente que ninguém soubesse do caso e mandou dar de comer à menina. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja 
Comentário sobre S. João 
«Entrou no local onde jazia a menina, pegou-lhe na mão e disse: [...] "Menina, Eu te ordeno: levanta-te"».
Nem para ressuscitar os mortos o Salvador Se contenta em agir através da palavra, que, no entanto, é portadora das ordens divinas. Como cooperante, se assim se pode dizer, dessa obra tão fantástica, ele toma a sua própria carne, a fim de mostrar que esta tem o poder de dar a vida, e para ensinar que Lhe está intimamente ligada: ela é verdadeiramente a sua carne, e não um corpo estranho. Foi o que aconteceu quando ressuscitou a filha do chefe da sinagoga; ao dizer-lhe: «Menina, levanta-te», tomou-a pela mão. Como Deus que é, deu-lhe a vida através de uma ordem poderosa, mas deu-lhe a vida também através do contacto com a sua santa carne, testemunhando assim que uma mesma força divina age tanto no seu corpo como na sua palavra. De igual forma, quando chegou a uma cidade chamada Naim, onde ia a enterrar o filho único de uma viúva, tocou no caixão dizendo: «Jovem, Eu te ordeno, levanta-te!» (Lc 7,13-17) 
Assim, não só confere à sua palavra o poder de ressuscitar os mortos, mas também, para mostrar que o seu corpo dá a vida, toca nos mortos e, através da sua carne, faz a vida passar para os cadáveres. Ora, se o simples contacto com a sua carne sagrada devolve a vida a um corpo que já se decompunha, que proveito não encontraremos nós na sua vivificante Eucaristia, quando fazemos dela nosso alimento! Ela transformará totalmente no bem que lhe é próprio, quer dizer, na imortalidade, aqueles que nela tiverem participado. 

Beata Ludovica Albertoni, Terceira franciscana - 31 de janeiro

     Ludovica, ou Luísa, nasceu em Roma, de uma família nobre, os Albertoni, em 1473. Perdeu o pai aos dois anos e, por motivo do segundo casamento da mãe, foi entregue aos cuidados de tias paternas e da avó materna, que lhe deram uma esmerada educação.
     Privilegiada em graça e beleza incomparáveis, Ludovica era admirada e cortejada por muitos jovens da nobreza romana. Mas logo a família prometeu-a ao jovem nobre Giacomo della Cetera. Aos 20 anos casou-se e desse casamento teve três filhas.
     No bairro de Trastevere, onde vai passar a maior parte de sua vida, ela frequenta a Igreja de São Francisco a Ripa, absorvendo a espiritualidade franciscana.
     As suas características mais marcantes foram a fidelidade no cumprimento dos deveres e o amor aos pobres. Dedicou ao marido um santo afeto; por causa do temperamento brusco de seu esposo o casamento é turbulento, mas Ludovica vive com sacrifício e abnegação confiando na graça do sacramento do matrimônio. Educou as filhas com esmero, orientando-as na oração e nas leituras. Dizia-lhes com frequência que preferia vê-las mortas do que em pecado mortal.
     Aos 30 anos, em maio de 1506, ficou viúva, após doze anos de difícil convivência devido à doença e morte de seu marido, mas conseguiu aceitar com resignação esse rude golpe. A morte do marido trouxe-lhe problemas de herança que lhe causaram vexames e humilhações por parte dos parentes. Seu cunhado Domenico, administrador da propriedade, não respeita o direito de sucessão em favor de Ludovica e suas filhas, abrindo assim uma longa e dolorosa controvérsia. Alheia à sua frágil condição de viúva, luta valentemente para que a lei seja aplicada sem demora. 
     Depois de dividir os bens entre as filhas, Ludovica adota a regra da Ordem Terceira de São Francisco e passa o resto de sua vida no cuidado dos pobres. "No passado eu era mais do meu marido e de mim mesma - dizia ela - para poder me dedicar a Ti, ó Jesus, agora vivendo só para mim, deixo de ser eu para ser toda de Ti".
     Sob a orientação dos frades franciscanos da Igreja de São Francisco, na região do Trastevere, passou a trabalhar para os pobres daquela região de Roma. Acompanhou o saque da cidade de Roma, e exerceu incalculável prodigalidade em benefício dos necessitados. Só parte da noite dedicava ao descanso, o resto era para a penitência.
     Costumava repetir: “Como seria possível viver sem sofrimento, quando se contempla o próprio Deus pregado numa cruz?” Todas as manhãs assistia a Santa Missa e recebia devotamente a comunhão. O resto do dia era distribuído entre trabalhos domésticos e assistência aos pobres e doentes, a quem visitava nas próprias casas ou nos hospitais.
     Ludovica abraçou a "Dama Pobreza", a esposa mística de São Francisco de Assis, e, renunciando a qualquer privilégio e riqueza de seu status social, deu tudo para os pobres. Dizia com frequência: “Se Deus nos concedeu bens terrenos de sobejo foi para os compartilharmos com os mais necessitados”.
     Seu extraordinário compromisso com as jovens em perigo, levava-a a corajosamente esforçar-se para levá-las para o bem, ensinando-lhes um trabalho honesto e elevando-as culturalmente.
     Em dezembro de 1532, Ludovica, doente há algum tempo, piora: a notícia se espalha entre as pessoas que tanto ama e que tanto a amam. Amigos e parentes particularmente próximos a procuram, mas quando ela chega mais perto do fim, ela quer ficar sozinha. Seu único companheiro é o Crucificado que segura em suas mãos. Confiando na Santíssima Virgem se despediu deste mundo com as mesmas palavras de Jesus: "Senhor, em tuas mãos recomendo o meu espírito". É o anoitecer de 31 de janeiro de 1533.
     Toda a cidade de Roma deplorou a perda dessa mãe de todos os necessitados. Em conformidade com seus desejos, ela foi enterrada na Capela de Santa Ana na Igreja de São Francisco a Ripa.
    Desde então, o povo romano homenageia continuamente sua grande compatriota com um devoto culto: em 13 de outubro de 1606, o Senado romano “tendo em conta a santidade e as realizações notáveis ​​da Beata Ludovica”, decretou “que todos os anos em seu dia de festa fosse oferecido um cálice e quatro tochas à Igreja de São Francisco em Trastevere”.
     Em 1625 as autoridades de cidade reconheceram Ludovica como Padroeira de Roma, escolhendo o dia 31 de janeiro como o dia de sua comemoração. A partir de 1645 o seu retrato é visto na Capela Palatina entre os Padroeiros da Cidade.
     Em 28 de janeiro de 1671, o Papa Clemente X beatificou a ancestral do Cardeal Albertoni que então encomendou uma grande reforma na capela dedicada a ela na Igreja de São Francisco, que tornar-se-ia o local de sua veneração.
     Em 17 de janeiro de 1674, após a beatificação, e com o reconhecimento das relíquias, seus restos foram transferidos para o altar monumental construído por Gian Lorenzo Bernini.
    Hoje, a Beata Ludovica Albertoni é também Patrona da Ordem Franciscana Secular em Roma.
Fontes: 
Ferrini-Ramírez, Santos franciscanos para cada día. Asís, Ed. Porziuncola, 2000, p. 35

JOÃO BOSCO Presbítero, Fundador, Santo 1815-1888

Joãozinho Bosco nasceu em 16 de agosto de 1815 numa pequena fracção de Castelnuovo D’Asti, no Piemonte (Itália), chamada popularmente de “os Becchi”. Ainda criança, a morte do pai fez com que experimentasse a dor de tantos pobres órfãos dos quais se fará pai amoroso. Em Mamãe Margarida, porém, teve um exemplo de vida cristã que marcou profundamente o seu espírito. Aos nove anos teve um sonho profético: pareceu-lhe estar no meio de uma multidão de crianças ocupadas em brincar; algumas delas, porém, proferiam blasfémias. Joãozinho lançou-se, então, sobre os blasfemadores com socos e pontapés para fazê-los calar; eis, contudo, que se apresenta um Personagem dizendo-lhe: “Deverás ganhar estes teus amigos não com bastonadas, mas com a bondade e o amor... Eu te darei a Mestra sob cuja orientação podes ser sábio, e sem a qual, qualquer sabedoria torna-se estultícia”. O Personagem era Jesus e a Mestra Maria Santíssima, sob cuja orientação se abandonou por toda a vida e a quem honrou com o título de “Auxiliadora dos Cristãos”. Foi assim que João quis aprender a ser saltimbanco, prestidigitador, cantor, malabarista, para poder atrair a si os companheiros e mantê-los longe do pecado. “Se estão comigo, dizia à mãe, não falam mal”. Desejando fazer-se padre para dedicar-se totalmente à salvação das crianças, enquanto trabalhava de dia, passava as noites sobre os livros, até que, aos vinte anos, pode entrar no Seminário de Chieri e, em 1841, ser ordenado Sacerdote em Turim, aos vinte e seis anos. Turim, naqueles tempos, estava cheia de jovens pobres em busca de trabalho, órfãos ou abandonados, expostos a muitos perigos para alma e para o corpo. Dom Bosco começou a reuni-los aos domingos, às vezes numa igreja, outras num prado, ou ainda numa praça para fazê-los brincar e instruí-los no Catecismo até que, após cinco anos de grandes dificuldades, conseguiu estabelecer-se no bairro periférico de Valdocco e abrir o seu primeiro Oratório. Os garotos encontravam aí alimento e moradia, estudavam ou aprendiam uma profissão, mas sobretudo aprendiam a amar o Senhor: São Domingos Sávio era um deles. Dom Bosco era amado incrivelmente pelos seus “molequinhos” (como os chamava). A quem lhe perguntava o segredo de tanta ascendência, respondia: “Com a bondade e o amor, eu procuro ganhar estes meus amigos para o Senhor”. Sacrificou por eles seu pouco dinheiro, seu tempo, seu engenho, que era agudíssimo, sua própria saúde. Com eles se fez santo. Para eles fundou a Congregação Salesiana, formada por sacerdotes e leigos que querem continuar a sua obra e à qual deu como “finalidade principal apoiar e defender a autoridade do Papa”. Querendo estender o seu apostolado também às meninas, fundou, com Santa Maria Domingas Mazzarello, a Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora. Os Salesianos e as Filhas de Maria Auxiliadora espalharam-se pelo mundo todo a serviço dos jovens, dos pobres e dos que sofrem, com escolas de todos os tipos e graus, institutos técnicos e profissionais, hospitais, dispensários, oratórios e paróquias. Dedicou todo o seu tempo livre subtraído, muitas vezes, ao sono, para escrever e divulgar opúsculos fáceis para a instrução cristã do povo. Foi, além de um homem de caridade operosa, um místico entre os maiores. Toda a sua obra foi haurida na união íntima com Deus que, desde jovem, cultivou zelosamente e desenvolveu no abandono filial e fiel ao plano que Deus tinha predisposto para ele, guiado passo a passo por Maria Santíssima, que foi a Inspiradora e a Guia de toda a sua acção. Sua perfeita união com Deus foi, talvez como em poucos Santos, unida a uma humanidade entre as mais ricas pela bondade, inteligência e equilíbrio, à qual se acrescenta o valor de um conhecimento excepcional do espírito, amadurecido nas longas horas passadas todos os dias no ministério das confissões, na adoração ao Santíssimo Sacramento e no contacto contínuo com os jovens e com pessoas de todas as idades e condições. Dom Bosco formou gerações de santos porque levou os seus jovens ao amor de Deus, à realidade da morte, do julgamento de Deus, do Inferno eterno, da necessidade de rezar, de fugir do pecado e das ocasiões que levam a pecar, e de aproximar-se frequentemente dos Sacramentos. “Meus caros, eu vos amo de todo o coração, e basta que sejais jovens para que vos ame muitíssimo”. Amava de tal forma que cada um pensava ser o predilecto. “Encontrareis escritores muito mais virtuosos e doutos do que eu, mas dificilmente podereis encontrar alguém que vos ame mais em Jesus Cristo, e mais do que eu deseje a vossa verdadeira felicidade”. Extenuado em suas forças pelo incessante trabalho, adoentou-se gravemente. Particular comovente: muitos jovens ofereceram ao Senhor a própria vida por ele. “... Aquilo que fiz, eu o fiz para o Senhor... Poder-se-ia ter feito mais... Mas os meus filhos o farão... A nossa Congregação é conduzida por Deus e protegida por Maria Auxiliadora”. Uma de suas recomendações foi esta: “Dizei aos jovens que os espero no Paraíso...”. Expirava em 31 de janeiro de 1888, em seu pobre quartinho de Valdocco, aos 72 anos de idade. Em 1º de Abril de 1934, foi proclamado santo pelo papa Pio XI, que teve a felicidade de conhecê-lo.http://www.sdb.org/

MARTINHO DE COIMBRA Sacerdote, Mártir, Santo + 1147

Martinho nasceu em Arouca, nos fins do século XI, de pais pouco afortunados, mas cheios de probidade e piedade. Seu pai chama-se Arrius Manuelis e sua mãe Argia. Os primeiros cuidados que estes santos pais tiveram para com filho, foi de o educarem cristãmente e de lhe inculcarem os princípios evangélicos no mais profundo do seu juvenil coração, o que resultou, visto que a criança se mostrou receptiva e que os seus progressos eram contínuos, o que não significa que fosse como todos as crianças da sua idade. Assim, procurando a sua própria felicidade espiritual, os pais de Martinho, souberam alicerçar a do filho. Os primeiros preceptores nas verdades da religião reconheceram nele disposições para as ciências, assim como outras qualidades que pareciam contrariar a sua vocação para o estado eclesiástico. Todas estas conclusões foram explicadas aos pais de Martinho assim como o desejo que estes conselheiros acalentavam de o guardarem e de lhe oferecerem um ensino adequado às suas possibilidades naturais: estudos de ordem superior. Movidos pelo amor a Deus, os pais de Martinho sentiram-se felizes de oferecerem a Deus o fruto do seu amor e aceitaram que ele fosse estudar, o que logo a seguir aconteceu: começou a estudar filosofia e teologia. Martinho foi tão estudioso e sério que pouco tempo depois era apresentado aos seus condiscípulos, como um modelo de abnegação e de seriedade. Esta nova “notoriedade” não ficou no silencio das alcovas, bem pelo contrário, como vamos ver: Um dia Maurício, Arcebispo de Braga, viajando para Arouca, apresentaram-lhe o jovem Martinho como sendo um digno discípulo sobre o qual a Igreja poderia contar e sobre o qual se fundavam grandes esperanças. Os modos serenos e humildes do jovem estudante cativaram tanto o Arcebispo, que logo o enviou para Braga e, mais tarde ofereceu-lhe o título de Cónego, antes mesmo de receber a ordenação sacerdotal, o que era frequente naquela época longínqua; ordenação que recebeu pouco tempo depois. Da mesma maneira que até ali servira de exemplo aos seus companheiros, da mesma maneira, no seu novo estado de vida, continuou a ser um exemplo de devoção e de exactidão na execução do tudo quanto lhe era pedido e na sua acção sacerdotal quotidiana. Martinho esforçava-se para não mostrar o brilho das suas virtudes, de se mostrar como todos, mas não conseguiu impedir que estas brilhassem como mil estrelas e fizessem dele uma pessoa respeitada e admirada e sobretudo amada por todos aqueles que o conheciam. O Arcebispo de Braga pensou oferecer-lhe um cargo que contribuísse a pôr em relevo o seu zelo e as suas qualidades espirituais, mas Martinho não desejava nem honras nem louvores: só o amor de Deus o animavam e trabalhar humildemente na vinha do Senhor era a sua única preocupação; preferiu que o Prelado lhe desse uma paróquia simples e humilde, mesmo desconhecida, o que acabou por acontecer: foi nomeado pároco de Soure, na diocese de Coimbra que nesse tempo dependia da arquidiocese de Braga[1]. Mal tomou conta da paróquia de Soure, logo mandou reconstruir a igreja que os infiéis tinham destruído, e dispensou todos os seus cuidados para chamar o seu rebanho a uma nova vida, pela força de sua doutrina, a sabedoria de suas exortações e a força de seus sermões. Foi a doçura que caracterizou principalmente o exercício das suas funções, e por ela ganhou o Senhor os mais endurecidos pecadores. Esta bela virtude, na qual Jesus Cristo nos procedeu pelo seu divino exemplo, fazia sobressair em Martinho como um novo luminar, a sua constante e indefectível humildade, a sua caridade contínua para com todos, sem excepção. Ele tinha horror pecado, mas não odiava o pecador, porque ele sabia que o Espírito Santo intercede sempre e opera com suspiros que nenhum idioma pode expressar. Evitava no en tanto a companhia dos homens viciosos todas as vezes que ele pensasse que a sua própria alma estivesse em perigo. Nos momentos de lazer que ele preferia ocupar o seu tempo em trabalhos manuais do que abandonar-se por pouco que fosse à inacção. O seu zelo não se limitava unicamente aos cristãos, ele procurava ardentemente chamar os infiéis ao rebanho de Jesus Cristo. Os Mouros ainda muito números nesse tempo em Espanha ofereciam-lhe um vasto terreno de trabalho pastoral, mas a sua fugosa actividade evangélica teve como resultado desencadear a ira dos maometanos e, quando estes invadiram Portugal em 1146 procuraram Martinho, prenderam-no e enviaram-no para a prisão de Scalabus — a actual Santarém — e daí para uma cadeia em Córdova, na Espanha, onde ele morreu no dia 31 de Janeiro de 1147, oito anos depois da independência da Lusitânia, que então tomara o nome de Portugal. A maneira como morreu, tende a pensar que foi considerado pela Igreja, assim como pela maior parte dos historiadores, como mártir da fé. Afonso Rocha [1] O Santo não foi ordenado pelo Arcebispo de Braga, mas por Gonçalo, Bispo de Coimbra. É bom saber também que nessa época longínqua, a dignidade de pároco era mais elevada e mais importante do que a de Cónego.

PEDRO NOLASCO Sacerdote, Fundador, Santo 1182-1258

Além da humildade, caridade, amor ao próximo e fé irrestrita em Cristo e Maria, virtudes inerentes à alguém que é declarado Santo, Pedro Nolasco se notabilizou também pela luta em favor da libertação de cristãos tornados escravos sempre movido pelos ensinamentos do Cristianismo, num período conturbado para a humanidade, nos idos dos séculos XII e XIII. Procedente de uma cristã e nobre família francesa, Pedro Nolasco nasceu num castelo no sul da França, próximo de Carcassone, próximo ao ano 1182. Desde pequeno demonstrou grande solidariedade com os pobres e desamparados. Todos os dias fazia os pais lhe darem dinheiro para as esmolas e até a merenda que levava quando estudante era dividida com eles. Assim cresceu, vivendo em intima comunhão com Jesus Cristo e a Virgem Maria, de quem era um devoto extremado. Aos quinze anos de idade, quando seu pai morreu, foi com a família para Barcelona, Espanha, onde se estabeleceram. E ali ingressou na vida religiosa. Na juventude, quando acompanhou a tragédia dos cristãos que caíam nas mãos dos muçulmanos, devido à invasão dos árabes sarracenos, empregou toda sua fortuna para comprar os escravos e, então, libertá-los. E também, quando seu dinheiro acabou, arregaçou as mangas e trabalhou para conseguir fundos para esta finalidade, pedindo-os às famílias nobres e ricas que conhecia. Antes que entrasse em desespero, pois nunca teria dinheiro suficiente para garantir a liberdade dos cristãos, recebeu a graça de uma visita da Virgem Maria. Ocorreu no dia 1º de agosto de 1223. Nossa Senhora lhe apareceu, sugerindo que criasse com seu grupo de leigos, uma ordem religiosa destinada a cuidar deste tipo de situação, naquele momento e para sempre. Pedro contou esta visão a seu superior, Raimundo de Penhaforte, seu co-fundador e também Santo, e ao rei Jaime I de Aragão, ao qual servira na infância como professor e tutor. Mas, qual não foi sua surpresa ao saber que eles também tinham recebido em sonho de Maria, a mesma missão que ele que recebera. Desta forma fundou, juntamente com eles, a Ordem de Nossa Senhora das Mercês e Redenção dos Cativos, cujos religiosos são conhecidos como padres mercedários. Foi eleito superior e dirigiu a ordem por trinta e um anos, libertando milhares de cristãos das mãos dos árabes muçulmanos. Pedro Nolasco morreu no dia de Natal de 1258, feliz e plenamente realizado com sua vida de religioso, mas amargurado porque, nos últimos anos, seu corpo alquebrado não permitia mais que trabalhasse. Foi canonizado pelo Papa Urbano VIII, em 1628. Embora seja comumente homenageado no dia 13 de maio, festa de Nossa Senhora das Mercês, e no dia 28 de janeiro pelos padres mercedários, o calendário litúrgico romano lhe decida especialmente o dia 31 de janeiro para a sua veneração.

FRANCISCO XAVIER MARIA BIANCHI Sacerdote, Santo 1743-1815

Francisco Xavier Maria Bianchi nasceu no dia 2 de dezembro de 1743, na cidade de Arpino, França, e viveu quase toda a sua vida em Nápoles, Itália. Era filho de Carlo Bianchi e Faustina Morelli, sua família era muito cristã e caridosa. Francisco viveu sua infância num ambiente familiar, de doação ao próximo e que o influenciou durante toda sua existência religiosa. Aos doze anos entrou para o "Colégio dos Santos Carlos e Felipe" da ordem dos Barnabistas e em 1762, para o seminário onde jurou fidelidade a Cristo e fez seus votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência. Completou os estudos de direito, ciência, filosofia e teologia em Nápoles e Roma. Foi ordenado sacerdote aos 25 de janeiro de 1767. Tendo em vista sua alta cultura, seus Superiores o enviam de volta para lecionar no Colégio de Belas Artes e Letras de Arpino e, dois anos depois, ao Colégio São Carlos em Nápoles, para ensinar filosofia e matemática. Em 1778 foi chamado para ensinar na Universidade de Nápoles. No ano seguinte recebe o título de "Sócio Nacional da Real Academia de Ciências e Letras". A intensa atividade no campo da cultura não o impediu, todavia, de viver plenamente a vida de religioso, desempenhando importantes cargos na Congregação e continuando a exercer seu ministério sacerdotal. Com o transcorrer dos anos padre Bianchi deixou gradativamente de praticar o ensino e viveu mais o sacerdócio contemplativo e penitente na mortificação dos sentidos. Ao seu redor se formou uma próspera família espiritual. A fama de sua virtuosidade e santidade cresceu na mesma proporção em que suportou heroicamente uma doença incurável que o imobilizou numa cadeira por treze anos, os últimos de sua vida. Mesmo assim não deixou de celebrar a Santa Missa, de acolher e aconselhar a todos os que o procuravam, distribuindo palavras de coragem e conforto. Consumido pela doença morreu em 31 de janeiro de 1815, envolto pela paz e suprema alegria espiritual. Francisco Bianchi viveu durante o período conturbado e histórico das sucessivas conquistas e batalhas empreendias pelo imperador Napoleão Bonaparte. Assistiu a destruição de todas as bases políticas da Europa. Sobretudo, viu o clima anti-religioso ser instalado e que se materializou contra o clero com leis de confisco, incêndios e expulsões de congregações inteiras dos domínios napoleônicos. Mas, padre Francisco Bianchi se manteve apaixonadamente sacerdote de Cristo. Lutou contra a miséria, a desnutrição, as epidemias, as doenças e por fim contra a baixa estima dos habitantes tão abandonados politicamente. O seu funeral foi um dos mais comoventes, onde estiveram reunidas personalidades ilustres das áreas das artes, da ciência, da Igreja e a imensa população, para as últimas homenagens àquele que chamaram de "Apóstolo de Nápoles" e "santo". Em 1951, foi canonizado pelo papa Pio XII, em Roma. E as relíquias mortais de São Francisco Xavier Maria Bianchi foram sepultadas na capela da Igreja de Santa Maria de Caravaggio em Nápoles, Itália. Para sua homenagem e culto foi escolhido o dia 31 de janeiro.

LUÍS TALAMONI Sacerdote, Fundador, Beato 1848-1926

Nascido em Monza (Itália), a 3 de Outubro de 1848, segundo dos seis filhos de uma família modesta mas com sólidos valores cristãos que transmitiram aos seus filhos. Em casa recitava-se o rosário todos os dias e o pai participava diariamente na Missa, levando consigo o pequeno Luís, que vendo-o servir no altar, sentia crescer o desejo de servir Deus e os irmãos no ministério sacerdotal. Fez os estudos primários e a Primeira Comunhão e a Crisma (1 de Julho de 1861), no Oratório de Monza, fundado pelo Servo de Deus Padre Fortunato Redolfi, barnabita, e dirigido por outro barnabita, o Servo de Deus Padre Luís Villoresi. Dessa maneira, Luís entrou em contacto com as experiências mais entusiasmantes da pastoral juvenil daquele tempo. De facto, naqueles anos, na Diocese de Milão assistia-se a um incremento de Oratórios, lugares onde os rapazes se encontravam diariamente para experimentar uma vida fraterna e empenhativa, de formação humana e cristã, de alegria e de espiritualidade, onde ele amadureceu a própria vocação para o sacerdócio e para o compromisso, como Membro da Comissão Católica de Monza, na defesa do melhoramento das condições sociais e dos mais desfavorecidos. O Oratório de Carrobiolo tornou-se naquele tempo (1859) um Seminário para os pobres: quem manifestasse o desejo de se tornar sacerdote (não só diocesano), e não possuísse os meios económicos para realizar essa chamada, encontrava lá a possibilidade de estudar, de conduzir uma experiência fraterna com uma possibilidade de empenho pastoral. Luís Talamoni viveu em Carrobiolo até 1865, quando ingressou no Seminário Teológico Diocesano de Milão. Enfrentando enormes dificuldades, concluiu os seus estudos teológicos e iniciou aqueles para os quais era destinado: Letras e Filosofia na Academia Científico-Literária, onde soube conquistar a confiança e a estima também dos professores anticlericais, que dominavam na Academia. No dia 4 de Março de 1871, Luís Talamoni foi ordenado Sacerdote. Momento de grande alegria, mas também de tristeza: na noite do mesmo dia, o seu pai foi atingido por uma paresia que o afligiu por mais de quinze anos. O Padre Luís foi enviado para o Colégio São Carlos de Milão como professor, onde teve como aluno (1874-1875) também Achille Ratti, o futuro papa Pio XI, quando era Núncio na Polónia, disse acerca dele: “Pela santidade de vida, luz de ciência, grandeza de coração, perícia no magistério, ardor no apostolado, pelas cívicas benemerências, honra de Monza, gema do Clero diocesano, guia e pai de inúmeras almas”. Fundou, juntamente com Maria Biffi Levati e Rosa Gerson, a Congregação das Irmãs Misericordinas, em Monza, no dia 25 de Março de 1891.  Faleceu, depois de uma breve enfermidade, a 31 de Janeiro de 1926. www.vatican.va/

São Ciro e São João

Ciro e João (em italiano: Ciro e Giovanni; em árabe: اباكير ويوحنا; m. ca. 304 ou 3111 2 ) são dois mártires cristãos venerados como santos especialmente pela Igreja Copta. Por curarem os doentes sem nenhum tipo de retribuição, são tidos como taumaturgos anárgiros (em grego: thaumatourgoi anargyroi). Os coptas celebram sua festa litúrgica no sexto dia de Tobi, que corresponde ao dia 31 de janeiro, a data que é observada também pela Igreja Ortodoxa e pela Igreja Católica. Os ortodoxos celebram também a descoberta e translação das relíquias dos dois em 28 de junho. A principal fonte de informação para a vida, a paixão e os milagres dos Santos Ciro e João é o encômio escrito por Sofrônio, patriarca de Jerusalém morto em 638. Sobre o nascimento, pais e primeiros anos, nada sabemos. De acordo com o sinaxário árabe compilado por Miguel, bispo de Athrib e Malig, Ciro e João seriam ambos de Alexandria, um fato que é contraditório com outros documentos que afirmam que Ciro seria nativo dAlexandria enquanto que João seria de Edessa3 . Ciro praticava a medicina e tinha um ergasterium que depois foi transformado em uma igreja dedicada aos "Três Jovens", Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Ele ministrava aos doentes sem cobrar nada e conseguiu converter muitos pagãos para o cristianismo com suas ações. Ele dizia que "quem quer ficar livre das doenças deve se abster do pecado, pois o pecado geralmente causa a doença corporal". Vivendo na época do imperador romano Diocleciano, Ciro acabou sendo denunciado pelo prefeito da cidade e teve que fugir para a Arábia, onde se refugiou numa cidade perto do mar chamada Tzoten. Uma vez lá, abandonou a medicina, foi tonsurado e assumiu a vida monástica de ascetismo. João era um oficial de alta patente no exército romano. Segundo já citado sinaxário, ele conhecia os parentes do imperador. Sabendo das virtudes e dos milagres praticados por Ciro, foi para Jerusalém para cumprir uma promessa e, de lá, partiu para Alexandria e Arábia, onde se juntou a Ciro em sua vida asceta. Durante a perseguição de Diocleciano, três santas virgens, Teoctista ou Teopista (quinze anos), Teódota ou Teodora (13 anos) e Teodóssia ou Teodóxia (11 anos), junto com a mãe delas, Atanásia, foram presas em Canopo e levadas para Alexandria. Ciro e João, temendo que as garotas, pela pouca idade e pelas torturas que sofreriam, pudessem negar a fé, resolveram ir até lá para confortá-las e encorajá-las a seguir com o martírio. Quando as autoridades descobriram, eles também foram presos e, depois de muitas torturas, foram todos decapitados em 31 de janeiro. Os corpos dos dois mártires foram colocados na Igreja de Marcos, o Evangelista, em Alexandria. Na época de São Cirilo, patriarca de Alexandria entre 412 e 444, existia em Menouthis, perto de Canopo (moderna Abu Qir), um templo pagão renomado por seus oráculos e curas que atraíam até mesmo alguns cristãos mais simplórios das redondezas. Com o objetivo de acabar com este culto idólatra, Cirilo estabeleceu na cidade o culto aos "Santos Ciro e João", mandando para lá, em 28 de junho de 414, as relíquias dos mártires e as colocou na igreja construída por seu antecessor, Teófilo, dedicada aos quatro evangelistas. Antes da descoberta e transferência das relíquias por São Cirilo, parece que os nomes dos santos eram desconhecidos; sabe-se com certeza que não existe nenhuma fonte escrita antes disso. No século V, durante o pontificado do papa Inocêncio I, as relíquias foram levadas para Roma por dois monges, Grimado e Arnolfo, segundo um manuscrito nos artigos da diaconia de Santa Maria in Via Lata. O cardeal Angelo Mai, porém, por razões históricas, determina, com justiça, uma data posterior, 634, na época do papa Honório I e do imperador Heráclio. As relíquias foram colocadas na igreja suburbana de Santa Passera (uma corruptela de "Abbas Cyrus"), na Via Portuense. Na época de Antonio Bosio (1634), as imagens pintadas dos dois santos ainda eram visíveis na igreja. Na porta do hipogeu está a seguinte inscrição no mármore: "Corpora sancta Cyri renitent hic atque Joannis; Quæ quondam Romæ dedit Alexandria magna". O túmulo dos dois tornou-se um santuário e o destino de peregrinações. Em copta, o nome de Ciro se tornou Difnar, Apakiri, Apakyri ou Apakyr e, em árabe, Abaqir ou Abuqir. A moderna cidade Abu Qir, atualmente um subúrbio de Alexandria, foi batizada em homenagem a ele. Em Roma, três igrejas foram dedicadas aos dois: Abbas Cyrus de Militiis, Abbas Cyrus de Valeriis e Abbas Cyrus ad Elephantum. Todas elas foram transformadas em "Santa Passera", uma corruptela de "Abbas Cyrus". 

31 DE JANEIRO - RENUNCIOU ÀS HONRAS DE MONSENHOR

Foi São João Bosco (1815-1888) - Não é fácil resumir a rica personalidade de Dom Bosco, celebrado hoje. Narremos apenas uma das muitas histórias que se contam dele: 
A fama popular de Dom Bosco havia chegado até os ouvidos do Papa. Como recompensa do muito que já fizera pela Igreja, Pio IX quis nomeá-lo Monsenhor e Camareiro secreto. Eram títulos de honra daquele tempo. Mas o santo escusou-se e disse: 
- Santo Padre, reflita comigo as conseqüências desses títulos de honra. Que bela figura eu faria diante dos meus órfãos, envergando as roupas suntuosas de Monsenhor?... Não mais me tratariam como companheiro de brinquedos, e sim com muita cerimônia. Não iriam mais brincar comigo, nem eu teria a liberdade que tenho hoje. Além do mais, e isto é muito grave, todos pensariam que fiquei rico e... adeus esmolas para meus órfãos. Eles iriam morrer de fome, e minhas obras fracassariam. Por isso, deixe-me ser sempre o simples Pe. João Bosco
Não se pensou mais nas promoções. E ele continuou amigo do Papa e do povo.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
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ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 31 DE JANEIRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31 – Terça-feira – Santos: João Bosco, Marcela, Luísa Albertoni 
Evangelho (Mc 5,21-43) Ele lhe disse: – Filha, a tua fé te curou. Vai em paz e fica curada dessa doença.”
Jairo acreditou em Jesus; mesmo depois que sua filha já estava morte, confiou em sua palavra. Também a mulher nos deu uma lição de fé. Confiava tanto no poder de Jesus, que nem lhe pediu nada, apenas tocou em sua roupa. O que nos salva é nossa fé em Jesus, nossa confiança em sua pessoa. Não lhe pedimos cura ou volta à vida; pedimos muito mais: que nos liberta de nosso pecado. 
Oração
Senhor Jesus, sim, isso é que vos peço: vida, libertação do mal do pecado, da infelicidade que toma conta de mim. Confio que estou em vossa amizade. Mas preciso de vossa ajuda para não cair de novo. E mais ainda, preciso de vosso auxílio que me faça crescer no bem, para que vá abandonando tantas pequenas misérias que me custa tanto abandonar. Tomai-me pela mão e salvai-me. Amém.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

AS MÃOS SEMPRE ABERTAS

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio
Redentorista
Pedro Jorge Frassati (1901925), médico italiano, está gravemente enfermo. Os colegas fazem vir de Paris um remédio muito raro, mas ele sabe que chegou seu fim. É Sexta-feira dia, que ele costumava dedicar inteiramente aos pobres, visitando-os de casa em casa. Lembra-se que prometera levar uma caixa de remédios a uma família. Mas a doença o prendeu na cama. Chama então sua irmã:
- Por favor, no bolso do paletó há uma receita para encaminhar . Pegue minha carteira e compre fortificantes e remédios.
Com dificuldade consegue escrever os nomes dos pobres aos quais se destinavam os remédios. E pede :
- Faça-me o favor de distribuir esses remédios ainda hoje. Estão precisando.
Esquecera-se de si mesmo para se lembrar dos seus pobres. Morreu com as mãos abertas, distribuindo caridade. 
PALAVRA DE DEUS:Irmãos, a ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a não ser o amor com que deveis amar-vos mutuamente (Rm 13,8).
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REFLETINDO A PALAVRA - “Crescendo amor”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
A caminho do altar
            É inesquecível aquela maravilhosa entrada da noiva rumo ao altar. E lá, ele, vendo-a em todo seu esplendor. Música, flores, convidados, sonhos, lágrimas e enfim a palavra mágica: “Promete amá-la”? Não querendo brincar, no momento atual a mala se torna importante no casamento. Partir... e buscar outros caminhos. Aumentam sensivelmente o número dos divórcios no Brasil. Diante desse fato, Papa Francisco sobre a preparação para o sacramento do matrimônio. Como a expectativa é para a vida, então é urgente dar vida à preparação. Casar e ajuntar são coisas diferentes. Casar-se na Igreja é um sacramento que supõe a fé e o compromisso de fidelidade e empenho total nessa causa que é a mútua entrega. Toda a preparação não é um ato isolado, mas envolve toda a vida pastoral da Igreja. O futuro da Igreja está na família. Quem tem convivência com as questões de casamento na Igreja sabe que o que menos interessa é o aspecto religioso. Tudo mais vem primeiro. Tudo isso passa. O que sobra não sustenta o casamento. Por isso há uma insistência na preparação. A comunidade participa para o bem dos noivos, pois ela “tem consciência que os que se casam são um recurso precioso, porque, esforçando-se sinceramente por crescer no amor e no dom recíproco, eles podem contribuir para renovar o próprio tecido de todo corpo eclesial” (AL 207). A preparação não significa acumular temas e textos de reflexão, mas é preparação na vivência da comunidade. É uma iniciação ao sacramento do matrimônio. É necessária muita abertura dos noivos de saber ouvir e ver a sabedoria. Casamento se aprende também. Assim resumo um pouco as palavras do Papa.
Passos de um noivado
             O primeiro elemento rico para um futuro matrimônio é a vida da família. Por isso é bom os jovens participarem, com a família, da vida religiosa da comunidade. É um aprendizado na escola do saber amar. O tempo de namoro e noivado é tempo de aprender a conhecer a outra pessoa e ver se são capazes de se amar no modo próprio que cada um é. Não há curso para aprender a amar. O Papa lembra que a preparação para o matrimônio está em ação desde o nascimento. Digamos que já na gestação. O matrimônio dos pais é a primeira escola. A pastoral poderá e deverá criar momentos de celebração para o dia dos namorados, aniversários de namoro, benção de anéis de compromisso etc... A pastoral não se preocupa com os namorados e noivos. Na verdade não sabe o que fazer. Certo que os noivos também demonstram pouco interesse. Sempre fica a pergunta: viveram tanto tempo de namoro e noivado e se separam logo depois. Por quê? Não aprenderam a amar? Pode ser que a família não proporcione esses elementos de formação por um testemunho negativo. Temos outras famílias para testemunho. A idade dos noivos já ajuda discernir.
Caminhando com responsabilidade
            O namoro e sua concretização em um noivado é o tempo da graça de Deus trabalhar o coração para o maior conhecimento do parceiro. É o momento de selar o conhecimento do outro. O afeto é fundamental, mas não sustenta o casamento se não estiver alimentado por um conhecimento responsável do parceiro. Os conflitos não terão como serem resolvidos. É importante que no namoro e no noivado se conheçam para não terem a decepção diante dos primeiros problemas. O afeto e o carinho são necessários. Conhecer um ao outro sustentará o afeto. É tempo de namorar, saber quem é a outra pessoa. Sem esse conhecimento está fadado ao fracasso. As durezas da vida de casal se vencem porque são sustentadas no conhecimento do amor. 

EVANGELHO DO DIA 30 DE JANEIRO

Evangelho segundo S. Marcos 5,1-20.
Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos chegaram ao outro lado do mar, à região dos gerasenos. Logo que Ele desembarcou, saiu ao seu encontro, dos túmulos onde morava, um homem possesso de um espírito impuro. Já ninguém conseguia prendê-lo, nem sequer com correntes, pois estivera preso muitas vezes com grilhões e cadeias e ele despedaçava os grilhões e quebrava as cadeias. Ninguém era capaz de dominá-lo. Andava sempre, de dia e de noite, entre os túmulos e pelos montes, a gritar e a ferir-se com pedras. Ao ver Jesus de longe, correu a prostrar-se diante d’Ele e disse, clamando em alta voz: «Que tens a ver comigo, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Conjuro-Te, por Deus, que não me atormentes». Porque Jesus dizia-lhe: «Espírito impuro, sai desse homem». E perguntou-lhe: «Qual é o teu nome?». Ele respondeu: «O meu nome é ‘Legião’, porque somos muitos». E suplicava instantemente que não os expulsasse daquela região. Ora, ali junto do monte, andava a pastar uma grande vara de porcos. Os espíritos impuros pediram a Jesus: «Manda-nos para os porcos e entraremos neles». Jesus consentiu. Então os espíritos impuros saíram do homem e entraram nos porcos. A vara, que era de cerca de dois mil, lançou-se ao mar, do precipício abaixo, e os porcos afogaram-se. Os guardadores fugiram e levaram a notícia à cidade e aos campos; e, de lá, vieram ver o que tinha acontecido. Ao chegarem junto de Jesus, viram, sentado e em perfeito juízo, o possesso que tinha tido a legião; e ficaram cheios de medo. Os que tinham visto narraram o que havia acontecido ao possesso e o que se passara com os porcos. Então pediram a Jesus que Se retirasse do seu território. Quando Ele ia a subir para o barco, o homem que tinha sido possesso pediu-Lhe que o deixasse ir com Ele. Jesus não lho permitiu, mas disse-lhe: «Vai para casa, para junto dos teus, conta-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti». Então ele foi-se embora e começou a apregoar na Decápole o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
Santa Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade 
«Não há amor maior» 
«o homem que tinha sido possesso pediu-Lhe que o deixasse ir com Ele. Jesus [...] disse-lhe: "Vai para casa, para junto dos teus, conta-lhes tudo o que o Senhor te fez"»
Somos chamados a amar o mundo. E Deus amou de tal forma o mundo que lhe deu Jesus (Jo 3,16). Hoje, Ele ama de tal forma o mundo que nos dá ao mundo, a ti e a mim, para que sejamos o seu amor, a sua compaixão e a sua presença através de uma vida de oração, de sacrifícios e de entrega. A resposta que Deus espera de ti é que te tornes contemplativo, que sejas contemplativo. 
Tomemos a palavra de Jesus a sério e sejamos contemplativos no coração do mundo porque, se temos fé, estamos perpetuamente na sua presença. Pela contemplação, a alma bebe diretamente do coração de Deus as graças que a vida ativa está encarregada de distribuir. A nossa vida deve estar unida a Cristo vivo que está em nós. Se não vivemos na presença de Deus, não podemos perseverar. 
O que é a contemplação? É viver a vida de Jesus. É assim que a compreendo. Amar Jesus, viver a sua vida no âmago da nossa e viver a nossa no seio da sua. [...] A contemplação não ocorre por nos fecharmos num quarto às escuras, mas por permitirmos a Jesus que viva a sua Paixão, o seu amor, a sua humildade em nós, que reze connosco, que esteja connosco e que santifique através de nós. A nossa vida e a nossa contemplação são unas. Não é uma questão de fazer, mas de ser. De facto, trata-se da plena fruição do nosso espírito pelo Espírito Santo, que derrama em nós a plenitude de Deus e nos envia a toda a Criação como sua mensagem pessoal de amor (Mc 16,15). 

MARTINHA DE ROMA Virgem, Mártir, Santa + ca 230

Esta célebre Santa, uma das padroeiras de Roma, era de família distinta. O pai, três vezes eleito cônsul, era possuidor das mais belas virtudes e afortunado. Martinha recebeu uma educação esmerada, baseada nos princípios do Cristianismo, mas teve a infelicidade Santa Martinha de Roma, Mártirede perder bem cedo os pais. Inflamada de amor a Jesus Cristo, deu todos os bens aos pobres, fez voto de castidade e em atenção à sua vida santa e exemplar, foi recebida entre as diaconistas, honra com que pessoas de muita probidade eram distinguidas. Tinha o imperador Alexandre Severo (222-235) concebido o plano de exterminar os Galileus (assim alcunhava aos cristãos). Conhecendo a formosura, nobreza e bondade de Martinha, tudo fez para afastá-la da religião cristã e chegou até a oferecer a dignidade de Imperatriz, caso se decidisse sacrificar a Apolo. Martinha respondeu: “O meu sacrifício pertence a Deus imaculado; a Ele sacrificarei, para que confunda e aniquile a Apolo e, este deixe de perder almas”. Alexandre Severo, interpretando esta resposta em seu favor, organizou uma grande festa no templo de Apolo, para onde levou Martinha, na presença dos sacerdotes e de muito povo. Os olhos de todos estavam dirigidos para a jovem que, no meio do grande silêncio que reinava, fez o sinal da cruz, elevou olhos e braços ao céu e disse em alta voz: “Ó Deus e meu Senhor ! Ouvi esta minha súplica e fazei com que se despedace este ídolo cego e mudo, para que todos, imperador e povo, conheçam, que só Vós sois o único Deus verdadeiro e que não é licito adorar senão a Vós !” No mesmo instante a cidade inteira foi sacudida por um forte terremoto, a imagem de Apolo caiu do seu lugar; parte do templo ruiu por terra, sepultando nos escombros os sacerdotes e muita gente. O imperador ordenou que Martinha fosse esbofeteada, flagelada e tivesse as carnes dilaceradas com torqueses. Os algozes porém não puderam cumprir a ordem, porque um Anjo de Deus defendia a donzela e esta, no meio dos maus tratos , entoava cânticos de louvor a Jesus Cristo e convidava os algozes a se converterem à religião de Jesus. Deus abençoou-lhes as palavras: oito algozes caíram de joelhos, pediram perdão à Mártir e confessaram alto a fé em Jesus Cristo. O imperador, ainda mais enraivecido com este incidente, mandou levá-los todos ao cárcere, torturar barbaramente os oito algozes, os quais, por uma graça especial divina, ficando fiéis a fé, receberam a palma do martírio, pela decapitação. No dia seguinte a “feiticeira” foi citada ao palácio do Imperador, que a recebeu com estas palavras: “Basta de embustes. Diz-me, para que eu saiba com quem estou tratando: Sacrificas aos deuses ou preferes aderir ao feiticeiro, ao Cristo?” Com santa indignação respondeu Martinha: “Não admito que insultes a meu Deus! Se queres aplicar-me novas torturas, aqui estou; não as temo; pois sei que Deus me dá força”. A resposta do imperador foi a condenação da Mártir a suplícios crudelíssimos e desumanos. Martinha, no meio das dores, glorificou a Deus e as feridas exalavam-lhe um suave perfume. Grande foi o espanto de Alexandre Severo ao ouvir, no dia seguinte, a notícia de que Martinha que se achava no cárcere, estava perfeitamente curada das feridas e não só isto: Os guardas viram, durante a noite, o cárcere iluminado por uma luz maravilhosa e ouviram, extasiados, cânticos celestiais. O furor do imperador chegou ao extremo. Não mais senhor de sua paixão, condenou Martinha às feras no anfiteatro, e fez timbre de achar-se entre os espectadores. Novo milagre. Martinha, de uma beleza sobrenatural encantadora, ajoelhada na “arena”, calma se achava à espera do leão . Este, o indómito rei do Saara, possante e belo em sua força, se anuncia com rugido aterrador e em dois saltos se acha ao lado da vítima. Como que, domado por uma força invisível, arroja-se aos pés de Martinha, manso como um cordeiro. De repente se levanta, e num salto medonho ganha a barreira, entrando no recinto dos espectadores, matando alguns deles. O pânico foi indescritível. O imperador, longe de convencer da intervenção divina na defesa da mártir, atribui o fato extraordinário às forças mágicas de Martinha, as quais, segundo sua opinião, teriam sua sede na rica cabeleira da Santa. Deu ordem para a rica cabeleira ser-lhe cortada imediatamente e a donzela, assim profanada, ser fechada no templo de Júpiter. Nos dois dias seguintes Alexandre Severo, acompanhado de sacerdotes e muito povo, se dirigiu ao templo. Não entrou, porém, porque teve a impressão de ouvir vozes masculinas e julgou que fossem os deuses, que se tivessem reunido para converter Martinha. Aberto o templo no terceiro dia, ao imperador apresentou-se um espetáculo estranho: Achavam-se derrubados ao chão todas as imagens dos deuses. À sua pergunta onde estava a estátua de Júpiter, Martinha respondeu sorrindo: “Tendo ele que dar satisfação a Cristo, porque não salvou estes doze ídolos? Meu Deus entregou-o aos demónios, que dele fizeram o que vedes”. Fulo de raiva por este escárnio, Severo ordenou que se despejasse banha fervente sobre o corpo de Martinha e a entregassem às chamas. Veio, porém, uma grande chuva apagar a fogueira. Restava então só a morte pela espada. Martinha aceitou a sentença, com toda submissão e gratidão para com Deus. Espontaneamente ofereceu a cabeça ao algoz, que a fez entrar nas eternas núpcias do Senhor Jesus. Os cristãos apoderaram-se clandestinamente do corpo da Santa e sepultaram-no com todas as honras. As relíquias de Santa Martinha foram encontradas em 1634 e acham-se hoje na Igreja do mesmo nome, a qual se ergue perto do arco do triunfo de Severo.


JACINTA DE MARISCOTTI Religiosa, Santa 1585-1640

PADROEIRA DE VITERBO

Após uma vida frívola e mundana, Jacinta de Mariscotti converteu-se radicalmente, transformando-se numa grande santa dotada dos dons de milagre e de profecia
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Clarice de Mariscotti — como se chamava Jacinta antes de entrar em religião — era filha de MarcantonioMariscotti e Otávia Orsini, condessa de Vignanello, localidade próxima de Viterbo, (na Itália), onde a santa nasceu provavelmente no dia 16 de março de 1585.
De seus pais muito virtuosos, recebeu profunda formação religiosa, correspondendo aos anseios dos progenitores. Entretanto, atingindo a adolescência, Clarice tornou-se vaidosa e mundana, buscando apenas divertir-se. Sua preocupação passou a ser vestidos, adornos, entretenimentos.
Tal situação fez com que o pai se preocupasse muito com a salvação de sua filha. Como remédio, resolveu mandar a vaidosa para o convento, onde estava sua irmã mais velha, que lá era um exemplo de virtude. Clarice obedeceu de má vontade. Enquanto permaneceu no convento, alimentava o desejo de sair dele o mais rapidamente possível para voltar à vida despreocupada e mundana de antes. Insistiu tanto, que o pai acabou cedendo.

O mundo não dá o que promete

Mas no mundo, para onde voltara, não encontrou o que esperava. Os anos corriam, as vaidades passavam, e ela não encontrava quem lhe proporcionasse a felicidade esperada. Nenhum dos julgados “bons partidos” da região dava atenção àquela moça tresloucada. Clarice viu ainda sua irmã mais nova, Hortência, casar-se com o marquês romano Paulo Capizucchi, e ela ficar para trás.
A família insistiu então com ela para que voltasse ao convento, desta vez como freira. A contragosto retornou àquele mesmo em que estava sua irmã, das religiosas da Ordem Terceira Franciscana regular.
Nessa Ordem tomou o nome de Jacinta. Infelizmente ela não deixou o mundo atrás de si, mas o trouxe para a vida religiosa. Julgando as celas das freiras muito pequenas e pobres, mandou construir uma especial para si, de acordo com sua posição social, e ornou-a com luxo principesco, colocando cortinas, tapetes, objectos de ouro e prata, bem como uma mesa de mármore. Tudo isso, que poderia ficar bem num palácio, destoava do ambiente de pobreza próprio daquele convento. Com tédio e má vontade, participava dos actos comuns da casa religiosa.
CONTINUA EM MAIS INFORMAÇÕES:

MUCIANO MARIA WIAUX Religioso, Santo 1841-1917

No dia 20 de Março de 1841 nasceu, em Mellet, na Bélgica, Louis-Joseph Wiaux, sendo baptizado no mesmo dia do nascimento como costume da época.
Mellet é um lugar de gente muito tranquila, trabalhadora e honrada. Aí a família Wiaux destaca-se por seu sentido de vida cristã. Trabalham muito, sempre com muita descontracção e um humor destacável. E Luís foi crescendo nesse ambiente de trabalho, alegria e piedade.
No dia 28 de Março de 1852 Luís fez sua primeira comunhão. Era muito trabalhador, alegre, modesto e muito delicado de consciência. Logo que terminava suas tarefas, lia muito. Era obediente. Não foi um menino prodígio, mas tinha uma inteligência aberta e ágil, com excelente memória. Tinha um temperamento de chefe e uma formação baseada nos princípios cristãos.
Sua vocação foi amadurecendo e não era novidade para aqueles que o conheciam. Logo se anuncia o caminho do Senhor e em 7 de Abril de 1856 dirige-se ao Noviciado dos Irmãos das Escolas Cristãs, em Namur. Ele sabia que tudo era necessário para fazer-se na nova vida e começar um novo aprendizado. O ambiente do Noviciado era de silêncio, orações, exercícios espirituais, leituras espirituais, trabalhos, conferências sobre Vida Religiosa e Regra... Luís sabia que sairia do Noviciado como Irmão.
Em 1º de Julho de 1856 o postulante Luís José Wiaux toma o hábito, na entrada do Noviciado, e recebe o nome de Irmão Muciano Maria (Mutien-Marie). Faz um Noviciado de generosidade impulsiva. Desejou, desde cedo, que sua vida fosse um SIM total aos superiores e à Regra. Toda a sua espiritualidade estava sustentada em 3 pontos: culto à Regra, submissão evangélica aos superiores e amor filial a Nossa Senhora.
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COLUMBA MARMION Abade, pai e mestre no século XX, Beato 1858-1923

Tendo sido ordenado sacerdote secular, aquele jovem irlandês sentia sua alma poderosamente atraída pelo silêncio e pelo recolhimento da vida monástica. A Providência o chamava a ser digno filho de São Bento e pai espiritual de muitos monges.
O peregrino que se proponha conhecer as origens cristãs do Velho Continente não pode deixar de visitar agruta de Subiaco, local escolhido pelo jovem Bento de Núrsia para consumar sua entrega a Deus, abandonando a vida de estudos que até então levava na Roma dos retóricos e literatos. E os que hoje trilham seus passos sentem uma forte atracção pelo local, marcado misteriosamente pela presença do santo Patriarca e Patrono da Europa.
Enquanto se sobe pelos íngremes caminhos que conduzem ao mosteiro — exercício desde logo recompensado pelo belíssimo panorama —, o visitante pode discernir, se não através de voz humana, certamente pela da graça, aquele chamado do varão de Deus que atraiu legiões de almas à vida monástica: "Escuta, filho meu, os preceitos do mestre, e inclina o ouvido do teu coração. Recebe de bom grado o conselho de um bom pai, e cumpre-o eficazmente, para que, pelo trabalho da obediência, voltes Àquele de Quem te havias afastado"[1].
Ao atento observador não passarão despercebidas algumas árvores que adornam o caminho, as quais bem simbolizam a história desta instituição. São vegetais de inacreditável robustez, cujas raízes se embrenharam pelo solo pedregoso e lograram subsistir em condições desfavoráveis. Enfrentaram os ventos das intempéries e os da História, mantendo-se erectas apesar das adversidades, e ostentando uma vitalidade que desperta surpresa e admiração.
Assim é a Ordem Beneditina. Nascida da vocação de São Bento, conta ela hoje quase 1.500 anos de existência. Atravessou todas as catástrofes, venceu as rudezas das guerras e as deficiências dos homens, e olha sobranceira para um passado que lhe valeu uma legião de filhos canonizados e dezasseis Papas saídos do silêncio de seus claustros. Dezasseis também foram os sucessores de São Pedro que se colocaram sob a protecção deste santo fundador — curiosamente, nenhum deles foi beneditino —, entre os quais nosso actual Romano Pontífice, Bento XVI.
Se a Europa cristã deve, em larga medida, a esta Ordem seu itinerário de conversão e civilização, também o século XX, palco de acontecimentos que mudaram os rumos da humanidade, recebeu a acção benéfica dela emanada, por meio de uma figura talvez pouco conhecida: o Beato Columba Marmion.
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CARMEN GARCIA MOYON Leiga, Terciária capuchinha, Beata 1888-1937

Cármen Garcia Moyon, antepenúltima de cinco irmãos, nasceu a 13 de Setembro de 1888 na cidade francesa de Nantes: seu pai era espanhol e sua mãe francesa. Recebeu o baptismo na paróquia de Nossa Senhora do Bom Porto (Notre-Dame de Bon Port) na sua cidade natal, oito dias depois do seu nascimento. Instruída religiosamente, Cármen mostrou, muito rapidamente exemplos dos seus verdadeiros senti-mentos cristãos, que ele defenderá depois com todas as forças da sua alma. Mulher de temperamento heróico e duma amabi-lidade sem limites, ela mostrou-se duma grande valentia sentindo subir, do mais profundo dela mes-ma, uma santa cólera — como acontecia com São João Eudes — diante dum herético, para defender os seus direitos e os da Igreja. No princípio do século XX a família Garcia-Moyon voltou para Espanha, e foi instalar-se na cidade de Segorbe, Castellón. É mais do que provável que as relações de Cármen com as Irmãs religiosas do venerável Luís Amigo foram para ela o princípio da sua vocação religiosa. De facto, em 11 de Janeiro de 1918 ela entrou na Congregação das Terciárias Capuchinhas e, ali fez os seus primeiros votos, votos que ela não renovará, visto que em 1926 ela se en-contra na cidade de Torrente, na região de Valência. Ali, rapidamente tomou contacto os monges do Con-vento do monte Sião. Com o passar do tempo, a “francesinha”, como a chamavam então, tornou-se catequista para se ocupar das crianças do convento; passava a ferro os paramentos sagrados, ocupava-se do asseio da igreja do convento e acabou mesmo por instalar em sua casa um curso de costura onde ensinava às jovens torrentinas a arte de costurar, de remendar e de bordar as vestes. Uma verdadeira catequista, cooperadora paroquial e trabalhadora social. As suas convicções religiosas levaram-na à morte violenta na noite de 30 de Janeiro de 1937, em Barranc de les Canyes, diante da casa dos Viajantes, no caminho que conduz a Montserrat. “Viva Cristo Rei!” foram as suas últimas palavras perante os assassinos que a vitimaram, dando assim à Igreja da Espanha, uma nova glória, que brilha na via láctea de todos os seus Santos e Beatos. Aqueles que a conheceram testemunham que Cármen, humanamente falando, era muito afectuosa e com-preensiva ; fisicamente pequena, gorducha, saudável de olhar calmo e pertinente; moralmente uma pessoa muito religiosa e profundamente devota. Ela foi uma verdadeira interprete cristã do pensamento feminino religioso. Afonso Rocha

Santo Hipólito de Roma

Exercia sua vida religiosa com austeridade. Combatia as heresias e até mesmo declarando-se anti-papa contra Calisto e Ponciano que depois foi declarado como santo. Porém o papa conseguiu tirar a dureza de coração de Hipólito, pouco inclinado ao perdão, que já se encontrava em exílio numa região da Sardenha com poucas condições de sobrevivência e também acabou sendo deportado para lá após ter renunciado ao pontificado para beneficiar os cristãos. Tratava-se daquele que viria ser são Ponciano. Tal atitude comoveu a Hipólito que se reconcilou com a Igreja e passou a aceitar a figura do Papa como seu legítimo representante. O Papa Dâmaso declarou, sobre são Hipólito: “Na hora da prova, no tempo em que a espada cortava as vísceras da santa Mãe Igreja, com fidelidade a Cristo ele caminhou para o reino dos santos”. Hipólito também foi bispo e escritor, além de mártir juntamente com Poncionao, foram sepultados em Roma. Hipólito na via Tuburtina e Ponciano nas catacumbas de são Calisto. Oração do Santo Hipólito: heresias da Igreja em tempos de cisma, que defendestes com vossa própria vida os valores verdadeiramente cristãos e morrestes perdoando e abraçando a fé na hierarquia da Igreja, cujo Papa é o supremo Pastor, nós vos rogamos que transformeis nosso coração, concedendo-nos valentia porém mansidão, capacidade de perceber os erros mas com caridade corrigir nossos irmãos, sermos perseguidos e maltratados mas perdoando sempre. Por Cristo Nosso Senhor.Amém. (Regina Perina) Devoção: Zelo extremado pela Igreja de Cristo 

Santa Sabina

No segundo século, a perseguição dos cristãos tinham temperado durante o reinado de Trojan. Esta política foi seguida por seu sucessor, Adriano, pela mesma razão, para evitar desordem civil desnecessária. Somente quando denunciou cristãos foram martirizados. Escrava de Sabina, Seraphia, convertido Sabina, filha de Herodes Metallarius e viúva de Valentino, ao cristianismo. Como às vezes acontecia, Seraphia foi ordenado a fazer homenagem aos deuses de Roma. Ela se recusou e foi entregue a dois homens para a sua fruição. Porque ela foi preservada de seus avanços por intervenção divina causando sua doença súbita, ela foi denunciada como uma bruxa e decapitada. Sabina resgatados restos de seu escravo e os tinha enterrado no mausoléu da família, onde ela também deverá ser enterrado. Denunciado como um criminoso, Sabina foi condenado por seu ato de caridade para com seu escravo. Ela foi acusada de ser um cristão por Elpidio o Perfeito. Ela estava lá em cima martirizado. Era o ano 125 dC, na cidade de Vindena no estado de Úmbria, Itália. Em 430 dC seus restos mortais foram trazidos como relíquias para o Monte Aventino, ao abrigo do qual é um cemitério de achados arqueológicos que remontam à fundação de Roma, onde uma basílica foi finalmente construído e nomeado em sua honra. Santa Sabina sofreu o martírio no dia 29 de Agosto do ano de 125 dC, sob o Imperador Adriano. Suas relíquias, juntamente com os do Santos Seraphia, Alexander, Evenzio e Teodulo estão venerada sob o altar-mor da Basílica romana, que leva seu nome. Fonte: http://stsabinaparish.org/

30 DE JANEIRO – DE JOVEM FRÍVOLA A UMA GRANDE SANTA

A vida de Santa Jacinta Marescotti (+ Viterbo, 1585-1640) sai fora dos padrões comuns. Tentou várias conversões na vida. De mulher frívola e mundana passou a ser monja. E de monja relaxada e tíbia, a uma grande santidade. Vejamos: Quando menina Clarice (este era seu nome de batismo) ficou um tempo com as religiosas franciscanas, a mandado dos pais. Mas ela, muito presa às vaidades do mundo, queria se casar. Por isso não só saiu do convento, mas passou a freqüentar festas e encontros da alta sociedade. Seus pais, preocupados com sua conduta, convenceram-na a voltar para o convento. No convento a mocinha rica trocou o nome para Jacinta, mas não seu comportamento. Seu hábito era de seda. Seu quarto decorado luxuosa e principescamente. Deus continuava aguardando o momento da conversão. Seu pai morreu assassinado. Uma doença grave levou Jacinta às portas da morte.  Uma boa confissão devolveu-a finalmente aos braços da misericórdia divina. Jacinta mudou o hábito de seda por uma roupa simples, pediu perdão publicamente, entregou-se à oração e à penitência, chegando a ser mestra das noviças e depois superiora do convento, além de fundar várias obras de caridade. Durante o velório foi preciso trocar tres vezes seu hábito porque o povo recortava e tirava pedacinhos como relíquia.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
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