A celebração do Natal, melhor
dizendo, da Manifestação do Senhor, é mais ampla que a noite de seu nascimento.
Os quatro momentos da Manifestação envolvem o Nascimento em Belém, no qual se
manifesta em nossa carne aos humildes pastores; Na Epifania é Ele apresentado a
todos os povos através dos Magos; No Batismo é mostrado aos judeus; E, no
quarto momento, João Batista O indica aos discípulos que o seguem. O mistério
da Manifestação é o grande Mistério Pascal de Cristo, vivido a partir de sua
vida na Carne. Na Epifania, festa principal no Oriente Cristão, celebramos a
revelação a todos os povos. Paulo nos ensina que as gerações passadas não
conheceram este mistério. Agora foi revelado que “os pagãos são admitidos à
mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em
Jesus Cristo” (Ef. 3,6).
No Antigo Testamento temos profecias sobre esta verdade. Deus disse a Abraão que
nele seriam abençoadas todas as famílias da terra (Gn 12,3). Os profetas, de modo particular
Isaías, proclamaram que virão povos de longe para adorar o Senhor (Is 60,6). Essa profecia
se concretiza na visita dos Magos a Jesus conforme escreve Mateus. Não podemos
ficar lidando só com a figura simpática dos Magos, saber a origem e os nomes,
mas irmos ao sentido do Mistério da Manifestação (Epifania) do Senhor. Mateus,
escrevendo aos judeus, diz que é “segundo as Escrituras” a aparição da estrela (Nm 24,17) e que Ele é
o próprio Messias Rei (Mq
5,2), ao qual se oferecem dons (Is 60,6; Mt 2,11). Jerusalém simboliza a Igreja que apresenta
Jesus, a Estrela, a todos os povos. Ela é a servidora, como Maria que apresenta o Filho.
Virão
adorar-vos, Senhor!
Mateus, usa um catecismo muito
simples e ao mesmo tempo profundo. É um teólogo catequista. Sua comunidade de
judeus convertidos questionava o que se dizia sobre a missão universal de Jesus.
Por isso Mateus prova “Conforme as Escrituras”. Mateus tem como referência a
Ressurreição de Cristo na qual foi constituído Senhor que atrai todos e é Guia
dos povos. Ele é a luz (estrela), a mesma que brilha na Ressurreição. Ressalta
a Divindade de Cristo e sua Humanidade, simbolizada nos presentes que oferecem
os Magos. O ouro lembra a realeza; o incenso mostra a divindade; e a mirra
refere-se ao homem das dores. Cristo é o Homem Deus. Ele é o Deus conosco,
Emanuel. Os Magos dizem: “Onde está o Rei dos judeus que acaba de nascer? Nós
vimos sua estrela no Oriente e vimos adorar” (Mt 2,2). Eles são testemunhas da fé dos
povos em Cristo. Sua “alegria muito grande” (10) é a mesma das mulheres na Ressurreição
de Jesus.
A
esperteza do mal
Herodes
é um símbolo muito forte do mal que ameaça Jesus. O Menino é vítima de sua
maldade. Usou de falsidade ao querer usar os bons Magos que eram mais espertos.
Ele simboliza o mesmo perseguidor do povo ainda criança no Egito. Esse mal
permanece vivo no mundo. Para vencê-lo somos convidados a usar a sabedoria dos
Magos, expressa hoje também nas simpáticas expressões populares da fé. De casa
em casa, cantando o nascimento de Jesus, semeiam a fé nascida em seus corações
de modo popular confirmando o salmo 71: “As nações de toda a terra, hão de
adorar-vos, Senhor!”.
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