terça-feira, 31 de janeiro de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Apareceu a Glória do Senhor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
A luz é para todos
               A celebração do Natal, melhor dizendo, da Manifestação do Senhor, é mais ampla que a noite de seu nascimento. Os quatro momentos da Manifestação envolvem o Nascimento em Belém, no qual se manifesta em nossa carne aos humildes pastores; Na Epifania é Ele apresentado a todos os povos através dos Magos; No Batismo é mostrado aos judeus; E, no quarto momento, João Batista O indica aos discípulos que o seguem. O mistério da Manifestação é o grande Mistério Pascal de Cristo, vivido a partir de sua vida na Carne. Na Epifania, festa principal no Oriente Cristão, celebramos a revelação a todos os povos. Paulo nos ensina que as gerações passadas não conheceram este mistério. Agora foi revelado que “os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo” (Ef. 3,6). No Antigo Testamento temos profecias sobre esta verdade. Deus disse a Abraão que nele seriam abençoadas todas as famílias da terra (Gn 12,3). Os profetas, de modo particular Isaías, proclamaram que virão povos de longe para adorar o Senhor (Is 60,6). Essa profecia se concretiza na visita dos Magos a Jesus conforme escreve Mateus. Não podemos ficar lidando só com a figura simpática dos Magos, saber a origem e os nomes, mas irmos ao sentido do Mistério da Manifestação (Epifania) do Senhor. Mateus, escrevendo aos judeus, diz que é “segundo as Escrituras” a aparição da estrela (Nm 24,17) e que Ele é o próprio Messias Rei (Mq 5,2), ao qual se oferecem dons (Is 60,6; Mt 2,11). Jerusalém simboliza a Igreja que apresenta Jesus, a Estrela, a todos os povos. Ela é a servidora, como  Maria que apresenta o Filho.
Virão adorar-vos, Senhor!
               Mateus, usa um catecismo muito simples e ao mesmo tempo profundo. É um teólogo catequista. Sua comunidade de judeus convertidos questionava o que se dizia sobre a missão universal de Jesus. Por isso Mateus prova “Conforme as Escrituras”. Mateus tem como referência a Ressurreição de Cristo na qual foi constituído Senhor que atrai todos e é Guia dos povos. Ele é a luz (estrela), a mesma que brilha na Ressurreição. Ressalta a Divindade de Cristo e sua Humanidade, simbolizada nos presentes que oferecem os Magos. O ouro lembra a realeza; o incenso mostra a divindade; e a mirra refere-se ao homem das dores. Cristo é o Homem Deus. Ele é o Deus conosco, Emanuel. Os Magos dizem: “Onde está o Rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos sua estrela no Oriente e vimos adorar” (Mt 2,2). Eles são testemunhas da fé dos povos em Cristo. Sua “alegria muito grande” (10) é a mesma das mulheres na Ressurreição de Jesus.
A esperteza do mal
               Herodes é um símbolo muito forte do mal que ameaça Jesus. O Menino é vítima de sua maldade. Usou de falsidade ao querer usar os bons Magos que eram mais espertos. Ele simboliza o mesmo perseguidor do povo ainda criança no Egito. Esse mal permanece vivo no mundo. Para vencê-lo somos convidados a usar a sabedoria dos Magos, expressa hoje também nas simpáticas expressões populares da fé. De casa em casa, cantando o nascimento de Jesus, semeiam a fé nascida em seus corações de modo popular confirmando o salmo 71: “As nações de toda a terra, hão de adorar-vos, Senhor!”.

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