sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Sagrada Família Jesus, Maria José”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Uma família entre nós
A Sagrada Família não é só um modelo de virtudes, como apresenta a oração da missa: “Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar suas virtudes”. Paulo enumera, na carta aos Colossenses, estas virtudes “familiares”: misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência para suportar, perdoar-se mutuamente, amar-se, ouvir a palavra de Cristo, ensinar, admoestar-se, solicitudes, respeito, obediência (Cl 3,12-21). É o que escreve em Coríntios 13 sobre o amor. A Família de Nazaré não é só modelo, mas é um modo de entender a Deus e viver em Cristo. Deus é família, por isso iniciou a Redenção através de uma família, para que fosse vivida na Igreja, como família. José e Maria são um modo de viver com Cristo. Isso nos anima a ter nosso modo pessoal de estabelecer esta “familiaridade” com Ele. Os pastores e magos os viram como família. Mesmo os inimigos foram atrás do Menino para matá-lo, dentro da família. José e Maria respondem ao projeto de Deus como família pois querem salvar e promover a vida do Menino. É uma visão de fé, isto é, saber responder a Deus a partir da fé. A linguagem bíblica fala de um anjo que apareceu em sonho. José não respondia a sonhos, mas tinha a capacidade de despertar atitudes como se fossem comunicadas por Deus, como Abraão que partiu sem saber para onde ia (Hb 11,8). Isso é chamado de obediência; Como Moisés que, pela fé, resistiu, como se visse o invisível (27). Isso é a ousadia de crer. Jesus não só foge para o Egito, mas faz o caminho do êxodo, iniciando em si o novo povo. O mistério de Deus suporta o peso da condição humana. A fé para José e Maria é obediente e imediata. Não se perde tempo para responder a Deus. A visão de fé de nossas vidas vai ser coerente se a fizermos dentro de uma família. Se vivemos atualmente dificuldades familiares, as dificuldades de Maria e José e o Menino foram as mesmas. Se não nos resolvermos dentro da família, não creio que resolveremos.
Um mandamento que salva
            A festa desta Família nos traz também uma visão sobre o quarto mandamento. Não é um mandamento de proibições, como se diz “não matarás”, mas de proposição, pois a graça é sempre uma proposta: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra...” (Ex 20,12). É o único mandamento que tem uma promessa. Deus quer mesmo que se ame a família. Viver bem a família é um meio de salvação, pois receberá o perdão dos pecados e será ouvido na oração cotidiana... no dia em que orar será atendido e terá vida longa. Aqui está a fragilidade de nossa oração. Não corresponde ao desejo de Deus. A salvação se dá dentro de nossa família e da família da Igreja.
Carinhos de Deus
            É um mandamento bem social que as culturas mais antigas privilegiam. Amparar os pais na velhice não lhes causar desgosto é condição de vida e santidade. Mesmo que estejam perdendo a lucidez, procura ser compreensivo. Não os humilhe. A caridade feita aos pais não será esquecida, mas servirá para reparar os pecados. Quando chegarmos ao fim, esta caridade será para nossa santificação. Como Deus é carinhoso com os pais principalmente nossos velhinhos! Assim estaremos vivendo em Cristo como Maria e José. Se um dia acabarmos com a família, não saberemos como é Deus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário