segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

EVANGELHO DO DIA 23 DE JANEIRO

Evangelho segundo S. Marcos 3,22-30.
Naquele tempo, os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: «Está possesso de Belzebu», e ainda: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios». Mas Jesus chamou-os e começou a falar-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás?
Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode aguentar-se. E se uma casa estiver dividida contra si mesma, essa casa não pode durar. Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não pode subsistir: está perdido. Ninguém pode entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens, sem primeiro o amarrar: só então poderá saquear a casa. Em verdade vos digo: Tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e blasfémias que tiverem proferido; mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão: será réu de pecado para sempre». Referia-Se aos que diziam: «Está possesso dum espírito impuro».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Homilias sobre o Êxodo, n.º 1, 5
«Ele expulsa os demónios»
Reconhecei-o: «em ti se levantou um novo rei, um rei do Egito» (Ex 1,8). Foi ele que te requisitou para o trabalho, que te obrigou a fazer os tijolos e a argamassa. É ele que te impõe capatazes e encarregados, que te força com a vergasta e o chicote ao trabalho da terra e te obriga a construir cidades. É ele que te incita a percorrer o mundo e a mover montanhas para satisfazeres os teus apetites. [...]
Este rei do Egito sabia que uma guerra assim era inevitável, pois pressentiu a vinda daquele «que pode despojar poderes e autoridades e triunfar deles com audácia, cravando-os na cruz» (Col 2,14-15). [...] Sente próxima a hora da destruição do seu povo e por isso declara: «O povo de Israel é mais poderoso do que nós!» (Ex 1,9). Pudesse ele dizer o mesmo de nós e achar-nos mais fortes do que ele! Como? Se não acolhermos os maus pensamentos e os apetites perversos que ele nos inspira, se repelirmos «as suas setas incendiadas, com o escudo da fé» (Ef 6,16), se, de cada vez que ele fizer uma insinuação à nossa alma, lhe dissermos, lembrando-nos de Cristo, Nosso Senhor: «Fora, Satanás! Está escrito: é ao Senhor, teu Deus, que adorarás e só a Ele servirás» (Dt 6,13/Mt 4,10). Com efeito, o Senhor Jesus veio submeter a Si «poderes, autoridades e dominações» (Col 1,16), veio poupar os filhos de Israel à violência dos seus inimigos [...], para nos ensinar de novo a ver o Espírito do Senhor [Is 61,1-2/Lc 4,18-22], a abandonar o trabalho do faraó, a sair da terra do Egito e renunciar aos seus bárbaros costumes, a «despojar-nos completamente do homem velho e das suas obras e revestir-nos do homem novo criado em conformidade com Deus» (Ef 4,22-24/Col 3,9-10), a «renovar-nos sem cessar, dia após dia» (2Cor 4,16) à imagem daquele que nos criou, Cristo Jesus, Nosso Senhor, a quem seja dada a glória e o poder pelos séculos dos séculos, Ámen.

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