Evangelho segundo São Mateus 9,14-17.
Naquele tempo, os discípulos de João Batista foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: «Por que motivo nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não jejuam?».
Jesus respondeu-lhes: «Podem os companheiros do esposo ficar de luto enquanto o esposo estiver com eles? Dias virão em que o esposo lhes será tirado e nessa altura hão de jejuar».
Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho, porque o remendo repuxa o vestido e o rasgão fica maior.
Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás, os odres rebentam, derrama-se o vinho e perdem-se os odres. Mas deita-se o vinho novo em odres novos e assim ambas as coisas se conservam».
Tradução litúrgica da Bíblia
§772,773,796
O Esposo está com eles
É na Igreja que Cristo realiza e revela o seu próprio mistério, como meta do desígnio de Deus: «instaurar todas as coisas em Cristo» (Ef 1,10). São Paulo chama grande mistério (cf Ef 5,32) à união esponsal entre Cristo e a Igreja. Porque está unida a Cristo como a seu esposo, a própria Igreja, por seu turno, se torna mistério; e é contemplando este mistério que São Paulo exclama: «Cristo no meio de vós, esperança da glória» (Col 1,27). Maria precede-nos todos como a esposa «sem mancha nem ruga» (Ef 5,27); é por isso que «a dimensão mariana da Igreja precede a sua dimensão petrina» (João Paulo II).
A unidade de Cristo e da Igreja, cabeça e membros do corpo, implica também a distinção entre ambos, numa relação pessoal; este aspeto é muitas vezes expresso pela imagem do esposo e da esposa. O tema de Cristo como esposo da Igreja foi preparado pelos profetas e anunciado por João Batista (cf Jo 3,29); o próprio Senhor Se designou como o esposo (cf Mc 2,19); e o apóstolo apresenta a Igreja e cada fiel, membro do seu corpo, como uma esposa desposada com Cristo Senhor, para formar com Ele um só Espírito. Ela é a esposa imaculada do Cordeiro imaculado (cf Ap 22,17) que Cristo amou, pela qual Se entregou para a santificar (cf Ef 5,26), que associou a Si por uma aliança eterna, e à qual não cessa de prestar cuidados como ao seu próprio corpo.
«Eis o Cristo total, cabeça e corpo, um só, formado por muitos. O próprio Senhor diz no Evangelho: "Já não são dois, mas uma só carne" (Mt 19,6). Como vedes, temos, de algum modo, duas pessoas diferentes; no entanto, tornam-se uma só na união esponsal» (Santo Agostinho).
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