São João é venerado nas igrejas do Oriente, mais que no Ocidente, devido à sua corajosa oposição aos iconoclastas. Era natural da região norte do Mar Negro, que compreendia a Criméia, e seu avô era um legionário armênio, Em 761, o então Bispo de Goths, uma importante cidade da região, aderiu à iconoclastia para ficar bem aos olhos do Imperador Constantino Coprônimo, que apoiava estas idéias e se dispunha a abolir as santas imagens.
A adesão do bispo ao movimento iconoclasta foi recompensada com uma promoção ao posto mais elevado de Heraclea. Seus diocesanos, porém, mais ortodoxos que seu bispo, passaram a ignorá-lo como tal e, para o seu lugar, elegeram o bispo João, As autoridades aprovaram a eleição, mas os moradores de Goths tiveram de esperar pelo retorno do novo bispo que se encontrava em Jerusalém onde passou por três anos.
Ao assumir a Sede, ele escreveu uma defesa da veneração que se dispensava às imagens e relíquias sagradas, bem como, sobre a prática de invocar aos santos, Sob a regência da Imperatriz Irene, foi suspensa a proibição contra as imagens sagradas e o bispo João pode então ir a Constantinopla para assistir ao Sínodo convocado por São Tarásios.
Ao retornar para a sua diocese, o trabalho do bispo João foi interrompido pela súbita invasão do «khazars», após a denúncia de um traidor, o prelado foi capturado e levado prisioneiro para o acampamento do inimigo guerreiro,
Não obstante, escapou ao ser informado de que o chefe dos invasores «khazars» havia morrido na cidade subjugada, voltou-se para os seus amigos e lhes disse: «Eu também vou deixar este mundo em quarenta dias, e colocarei diante de Deus a minha causa contra o guerreiro que nos subjugou».
A primeira parte de sua profecia se cumpriu à letra: quarenta dias depois, expirou tranquilamente. Seu corpo foi levado para o seu país de origem, pelo bispo Jorge de Amastris, e depositado no monastério de Partenite na Criméia.
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