PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA MISSIONÁRIO REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Jesus, quando ensinava seus discípulos, dizia: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me” (Mt 16,24). “Se alguém me quiser servir, siga-me; e onde eu estiver, ali estará também o meu servo” (Jo 12,26). Há um caminho, um trilho no seguimento de Jesus. Todos nós queremos, mas nem sempre sabemos como fazer e nem se o estamos fazendo. Pensamos que estamos fora da estrada. Mas Jesus tem um trilho secreto: “porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram” (Mt 7.14). Basta saber se o caminho está meio apertado para ter certeza que é a estrada justa. Não que Jesus queira nos criar dificuldades e dar uma salvação impossível. Mas. se o caminho oposto é largo é porque nos facilita excessivamente a caminhada fazendo somente nossos gostos. O caminho é difícil porque nele se deve cumprir a vontade do Pai. Esta Ele quis cumprir. Se estivermos nEle, estamos seguros e tranqüilos. Jesus desprezou o que o mundo poderia oferecer fora da vontade do Pai, decididamente foi para Jerusalém, como relata Lucas: “Jesus caminhava à frente, subindo para Jerusalém” (Lc 19,28).
O caminho da Paixão de Jesus.
Participar da Paixão de Cristo é fazer seu caminho. Participar significa unir-se a Cristo que se oferece ao Pai pelo mundo. A doação de Cristo é o conteúdo de seu sacrifício doloroso que o acompanha desde sua encarnação. Esta doação de serviço, Jesus a manifesta claramente nos dias de sua dolorosa Paixão: na Quinta-Feira Santa concretiza sua doação quando lava os pés dos discípulos. É a entrega ao serviço do próximo como realização da vontade do Pai. Este gesto se transforma na extremada entrega que faz de si mesmo, dando-se como alimento. Ele reparte e partilha o pão que é seu corpo e o vinho que é seu sangue. Este gesto é a explicação de sua entrega total na cruz. Jesus realiza em símbolos na Ceia o que vai realizar na realidade na cruz. Quando manda fazer em sua memória, não é só repetir o gesto, mas repetir, sobretudo a entrega. Nossas missas não rendem mais para nós, porque não fazemos nossa entrega com Cristo. Não fazemos memória de seu gesto redentor. O caminho da Paixão de Cristo é sua entrega como serviço humilde para garantir ao mundo o amor do Pai. Ligamos sempre a Paixão à dor, mas ela deve estar unida primeiro ao amor, pois é uma paixão de Jesus por se entregar por amor ao Pai.
Amor é nas águas.
Quando Jesus morreu, o soldado enfiou-lhe a lança e saiu sangue e água. Esta água se transforma em um rio caudaloso. Ezequiel (47,1ss) explica-nos que a água brotava do limiar do templo em uma pequena fonte e depois se transformava num rio, assim também a água do lado de Cristo, novo templo, mesmo sendo pouca, transforma-se num rio onde podemos nos lavar no batismo e fecundar em nós a vida nova que vem de sua entrega ao Pai. Estas águas nascem de seu coração como uma fonte de amor, ungidas pelo seu sangue redentor. Na Noite da Páscoa, faça a renovação das promessas do Batismo e afunde-se no rio de amor que sai do lado de Cristo e se represa na sua Páscoa, fazendo um lago onde, mergulhados, deixamos nossas fraquezas e nos levantamos repletos da graça que dá a vida.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM ABRIL DE 2004
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