Evangelho segundo S. Lucas 2,22-35.
Ao chegarem
os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a
Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor:
«Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor», e para
oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei
do Senhor. Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e
piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do
Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus
trouxeram o Menino, para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia
respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de
todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso
povo». O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se
dizia. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi
estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de
contradição; – e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão
os pensamentos de todos os corações».
Da Bíblia Sagrada -
Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita descalça, doutora da Igreja Caminho de Perfeição, cap. 31, 1-2 (Ed. Carmelo, 2000, rev)
Simeão tomou-O nos braços
Nesta oração de quietude, o Senhor começa a
dar a entender que ouve a nossa petição e começa, já aqui neste mundo, a dar-nos
o seu reino, para que deveras O louvemos, santifiquemos o seu nome e procuremos
que todos o façam.
Esta oração é já coisa sobrenatural e que não
podemos procurar por nós mesmos, por mais diligências que façamos, porque é um
pôr-se a alma em paz, ou pô-la o Senhor em paz, para melhor falar com a sua
presença, como fez ao justo Simeão, porque todas as potências se sossegam.
Entende a alma, de um modo muito diverso do entender com os sentidos exteriores,
que já está ali mesmo ao pé de Deus, que com mais um poucochinho chegará a estar
feita uma mesma coisa com Ele por união. E isto, não porque O veja com os olhos
do corpo, nem com os da alma. O justo Simeão também não via, do glorioso Menino
pobrezinho, mais do que as faixas em que O levavam envolto e a pouca gente que
ia com ele na procissão, que mais pudera julgá-lo filho de gente pobre que Filho
do Pai celestial; mas o mesmo Menino deu-Se-lhe a conhecer. E é assim que a alma
aqui entende, embora não com essa clareza; porque nem mesmo ela percebe como o
entende, senão que se vê no reino, ou ao menos junto do Rei que lho há-de dar, e
parece que a própria alma está com tal respeito, que nem sequer ousa pedir.
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