terça-feira, 30 de dezembro de 2014

SÃO FULGÊNCIO

Fabius Claudis Gordianus Fulgentius, nasceu em Thelepte em 467 de uma família de senadores em Cartago, Norte da África e recebeu excelente educação. Ele ajudou sua mãe a administrar os bens da família após a morte de seu pai e era conhecido por sua habilidade e honestidade. Por causa disto foi indicado procurador de sua terra natal e arrecadador de impostos de Byzacena. Com 22 anos ele deixou seu posto e entrou para o Mosteiro que era governado por um bispo ortodoxo de nome Faustus que havia sido expulso de sua Sé pelo Rei Ariano Huneric. A mãe de Fulgêncio provocou um tumulto a vociferar suas objeções a Faustus porque este tinha receios de aceitar seu filho Fulgêncio no Mosteiro. Faustus teve que deixar o Mosteiro mas Fulgêncio também saiu e entrou em outro Monastério onde o Abade Felix insistiu que ele governaria igualmente junto com Fulgêncio. Ali a vida era de extrema austeridade e simplicidade. Os dois governaram o Mosteiro por seis anos até 499 quando eles foram forçados a fugir dos invasores Numidianos e foram para Sicca Veneria. Eles foram presos a pedido de um padre Ariano , acoitados e torturados, mas se recusaram a renegar a sua fé ortodoxa e acabaram sendo soltos. Fulgêncio foi visitar os monges no deserto do Egito e depois foi para Roma para visitar as tumbas dos apóstolos. Ele retornou a Byzacena, vendeu seus bens e construiu um monastério onde era o Abade, mas vivia em uma pequena cela ao lado. Em 507 ele foi eleito, contra a sua vontade, Bispo de Ruspe, Tunísia, mas ele usou sua influência para construir outro monastério onde continuou a viver com a mesma austeridade. Quando todos os bispos foram exilados pelo Rei Thrasimundo em Cagliari ele, com a ajuda do Papa Symmaco, fundou um monastério em Cagliari e tornou-se o porta-voz dos Bispos exilados. Durante seu exílio ele se devotou ao estudo das escrituras e escreveu vários tratados sendo o mais famoso: “Respostas a 10 Objeções” , uma réplica a questões contra a ortodoxia levantadas pelo Rei Vândalo Thrasimundo. Isto atraiu a atenção do Rei e em 515 ele chamou Fulgêncio para Cartago para discutir com o clero ariano. Fulgêncio escreveu ainda: “Três livros ao Rei Thrasimund” uma brilhante refutação ao Arianismo. Veja "Arianismo" logo abaixo. Fulgêncio teve forte influencia sobre o clero ariano que era tão poderoso que em 518 ele foi enviado de volta a Sardinia onde ele construiu outro monastério perto de Cagliari. Com a morte de Thrasimundo o seu sucessor Hilderico deixou os bispos ortodoxos retornarem a sua Sé em 523. Assim metade do episcopado de Fulgêncio foi no exílio. Mas ao voltar tentou acabar com os abusos que haviam sido feitos durante sua ausência e só conseguiu quando ameaçou se retirar para um Mosteiro na ilha de Circinia.Sua congregação não permitiu e ele conseguiu as reformas que desejava. Ele era um notável pregador . Conta-se que o Bispo de Cartago ao ouvir um de seus sermões chorou de emoção. Ele ainda escreveu um tratado sobre o “Destino das crianças não batizadas” que até hoje é considerado um modelo de teologia. Veio a falecer em Ruspe em 1º de janeiro de 533. Os membros de sua Sé o enterraram no interior de sua igreja o que era contrario as leis e aos um costume da época. Sua festa é celebrada no dia 30 de dezembro. 
CONTINUA EM MAIS INFORMAÇÕES

ARIANISMO 
É a crença, pela primeira vez proposta no 4° século por Arius, de que Cristo não era divino mas uma criatura com uma só natureza, imutável. Assim como Deus só tem uma cabeça o filho não seria Deus. Assim Jesus não seria como o Pai mas seria finito e seria uma criatura com início e fim. O grande problema do arianismo, que não se apontava na época, é que teríamos que adorar a Deus Pai a Deus filho Jesus e assim estariam adorando dois deuses; completamente contrário aos princípios contidos no Velho Testamento, o do monoteísmo. Mas a longa disputa continuou por anos até que Hilário de Poitiers provou que Athanasius estava redondamente errado e seus raciocínios eram falsos. Após houve uma certa quietude sobre assunto por longo tempo. Mas em 1713 Samuel Clark publicou sua teoria de que Jesus não era tão divino como Deus Pai e que o Espirito Santo seria um degrau ainda mais baixo de divindade. O grande teólogo Daniel Waterland em uma série de trabalhos de altíssima teologia convenceu aos cristãos da falsidade do arianismo e ainda que impossível não adotar Deus único e trino, visto que ou 1) Cristo seria reduzido a um mero humano ou 2) teria que se atribuir a Jesus natureza idêntica a do Pai. Mais tarde vários outros notáveis pensadores e teólogos confirmaram esta teoria e hoje o assunto não é mais nem discutido. Alguns acham que o notável raciocínio de Santo Tomas de Aquino em “Summa Teologiae” deve ter sido inspirado por um ser superior de tão profundo e coerente que são o seus pensamentos. Cumpre notar que nos tempos modernos a única seita religiosa que ainda tem algo de arianismo, ainda que incompleta, seria a das ‘Testemunhas de Jeová”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário