segunda-feira, 29 de abril de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Pescador de homens”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
A chamada fundamental
 
Depois da rejeição em Nazaré, na proclamação que fez de Sua pessoa e missão, Jesus iniciou a pregação e as curas. Nesse conjunto está colocada a escolha dos discípulos e sua identidade. Jesus estava pregando à beira do lago. O contexto do chamamento do discípulo é pregação e a pesca. Esta é um símbolo importante para a pregação. Pesca-se no lago profundo, significando o mundo; A barca simboliza a Igreja; A rede, o anúncio da palavra; Os peixes são as pessoas que são chamadas à salvação. Jesus que estava pregando da barca de Pedro. Pediu então que levassem a barca para águas mais profunda e lançassem as redes para a pesca. Pedro disse: “Mestre, trabalhamos a noite inteira a nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes” (Lc 5,5). Temos então abundância de peixes. Ser chamado a ser discípulo é anunciar a Palavra com a força de Jesus para salvar as pessoas. Pedro lançou as redes do mesmo jeito de sempre. Fez o trabalho humano, com a força da Palavra de Jesus. Pedro se julgou indigno e pecador. Isso não impediu que se tornasse anunciador do Reino, pois Jesus lhe disse: “Não tenhas medo, pois de hoje em diante será pescador de homens” (10). Jesus não olhou o fato de ser pecador e o aceitou com total condição de continuar sua missão, anunciando o Reino da barca que é a Igreja. O segundo aspecto da escolha dos discípulos é sua capacidade de deixar tudo e seguir Jesus: “Eles levaram as barcas para a margem, deixaram tudo, e seguiram a Jesus” (11). A mudança de vida é exigência fundamental para o seguimento de Jesus, sobretudo quando se trata em anunciar. A experiência da força transformadora de Jesus penetra a vida do apóstolo. Por isso a vida de Jesus se fez na pobreza. Isaias, chamado a ser profeta, mostrou seu medo e sua fragilidade diante da grandeza de Deus. Um serafim tomou uma brasa do altar e tocou sua boca perdoando-lhe todo o pecado. A experiência de Deus lhe deu força para acolher o chamado para a missão profética: “Aqui estou” (Is 6,3-8). 
Pregar Jesus ressuscitado 
Temos que pregar para o mundo que está aí diante de nossos olhos e não voltar-se para um mundo que não existe no passado nem imaginar um futuro ainda inexistente. Jesus salvou todos os tempos e não privilegiou uma época. O mundo é o mar profundo. Temos que pregar Cristo Crucificado e Ressuscitado às pessoas de hoje. A experiência de Jesus que os apóstolos fizeram deu-lhes toda força. Pregar Jesus morto e ressuscitado, agora vivo, visto pelos discípulos e Paulo, fundamenta a certeza de nossa pregação e é a brasa purificadora de nossa fragilidade. Quem segue Jesus, anuncia um vivo e não um fato histórico. Esse é o evangelho que deve ser pregado. O fato de ter vencido a morte dá a certeza de que a pregação é viva e tem o poder de Deus. 
Experiência que dá vida. 
Cada vocação nasce da experiência de Jesus. A fé proporciona a mesma experiência em níveis diferentes. A experiência de Isaias, mesmo sendo magnífica, não deixa de lado a pessoa humana em sua realidade, como também o faz Jesus. Sem esse encontro pessoal e definitivo com Jesus torna-se muito difícil fazer da pregação o anúncio de uma pessoa e não a narrativa de um fato. Em cada celebração temos o encontro com Cristo, no altar, do qual tiramos o fogo do Corpo de Cristo que purifica para o anúncio do Evangelho. Em atenção à Palavra de Jesus, anunciamos com força. Se o anúncio da Palavra se renovar na experiência de Jesus, será superada a situação atual da Igreja. 
Leituras: Isaías 6,1-2ª.3-8; Salmo 137;
1Coríntios15,3-8.11; Lucas 5,1-11 
1. Depois dos fatos de Nazaré, Jesus está à beira do lago. Faz milagres e fala ao povo. É o contexto do chamamento dos discípulos. A pesca milagrosa é símbolo da vocação dos apóstolos. Pedro lança as redes em atenção à palavra de Jesus. Diante do milagre se sente pecador e indigno. Mas o anúncio da palavra se faz com a força da palavra de Jesus, como ocorreu também com Isaías. 
2. Devemos anunciar ao mundo que está diante de nós. Nem para o passado, nem para o futuro. Temos que pregar Jesus Cristo Crucificado e Ressuscitado às pessoas de hoje. A experiência de Jesus dá força ao anúncio. A pregação é viva e tem o poder de Deus. 
3. Cada vocação nasce das experiências de Jesus. Esta não elimina o humano das pessoas. Sem o encontro pessoal e definitivo com Jesus é difícil fazer o anúncio de uma Pessoa. Em cada celebração temos essa experiência. Dela tiramos fogo do Corpo de Cristo que purifica para o anúncio do Evangelho. 
Estamos aqui para trabalhar 
Jesus, depois da descrença de seus compatriotas saiu arregimentando os trabalhadores para, com Ele, anunciarem o Reino de Deus. Começou pelos pescadores porque identificava a missão com o lançar das redes pelo mundo. Mas antes explicou com o milagre da pesca abundante que, para essa pescaria, é preciso lançar as redes em nome Dele, como disse Pedro “em atenção a tua palavra, lançarei as redes”. O anúncio do Evangelho tem que ser sempre em nome de Jesus e na sua força. Não é para ter medo. Lemos que o profeta Isaias, depois do contato com Deus se dispõe totalmente à missão. Por isso, quem quer anunciar, se não tiver a experiência de Deus, vai cansar logo. A segunda leitura ensina que o centro da pregação é Jesus ressuscitado. Não anunciamos uma ideia, mas Jesus Cristo. Assim conduziremos todos ao louvor de Deus em Cristo.
Homilia do 5º Domingo Comum (10.02.2013)

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