Evangelho segundo São João 15,1-8.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor.
Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto.
Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei.
Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim.
Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer.
Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem.
Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido.
A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos».
Tradução litúrgica da Bíblia
Abade (1858-1923)
Cristo, modelo e fonte de santidade sacerdotal
«Eu sou a videira, vós sois os ramos»
O próprio Jesus quis iluminar a nossa fé na sua ação santificadora através de uma comparação: «Eu sou a videira, vós sois os ramos». Os ramos vivem, mas não é de si próprios que retiram a seiva que os torna fecundos; vão constantemente buscar a sua vitalidade à seiva que vem do tronco. Como se diz noutra passagem, é essa seiva que lhes dá vida. O mesmo acontece com os membros de Cristo: as boas ações, a prática das virtudes, o progresso espiritual e a santidade pertencem-lhes indubitavelmente; mas é a seiva da graça que vem de Cristo que opera neles estas maravilhas: «Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim».
Em Jesus Cristo, tudo irradia vida: as suas palavras, os seus atos, os seus estados. Todos os seus mistérios, tanto os da infância como os da sua morte, da sua ressurreição e da sua glória, possuem um poder de santificação sempre eficaz. Nele, o passado não foi abolido (cf Rom 6,9; Heb 13,6). Ele derrama em nós, sem cessar, a vida sobrenatural. Mas a nossa falta de atenção ou de fé paralisa muitas vezes a sua ação na nossa alma. Para nós, viver a vida divina é possuir a graça santificante e fazer que os nossos pensamentos, os nossos afetos e toda a nossa atividade partam de Cristo, por uma intenção de fé e de amor.
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