Pedro nasceu no dia 12 de julho de 1803, na pequena Cuet, França. Levado pelas mãos do zeloso pároco, iniciou os estudos no seminário local e, em 1824, foi para o de Bourg, onde três anos depois se ordenou sacerdote.
Desde jovem, queria ser missionário evangelizador, mas primeiro teve de trabalhar como pároco de Amberieu e Gex, pois havia carência de padres em sua pátria. Juntou-se a outros padres que tinham a mesma vocação e trabalhavam sob uma nova congregação, a dos maristas, dos quais foi um dos primeiros membros, e logo conseguiu embarcar para a Oceania, em 1827, na companhia de um irmão leigo, Nicézio.
Foi um trabalho lento e paciente. Os costumes eram muito diferentes, a cultura tão antagônica à do Ocidente, que primeiro ele teve de entender o povo para depois pregar a palavra de Cristo. Porém, assim que iniciou a evangelização, muitos jovens passaram a procurá-lo. O trabalho foi se expandindo e, logo, grande parte da população havia se convertido.
Ao perceber que vários membros de sua família haviam aderido ao cristianismo, Musumuso, o genro do cacique, matou Pedro Chanel a bordoadas de tacape. Era o dia 28 de abril de 1841.
Foi o fim da vida terrestre para o marista, entretanto a semente que plantara, Musumuso não poderia matar. Quando o missionário Pedro Chanel desembarcou na minúscula ilha de Futuna, um fragmento das ilhas Fiji entre o Equador e o Trópico de Capricórnio, não se pode dizer que o lugar fosse um paraíso.
A pequena ilha é dividida em duas por uma montanha central, e cada lado era habitado por uma tribo, que vivia em guerra permanente, uma contra a outra. Hoje o local é, sim, um paraíso para os milhares de turistas que a visitam anualmente e para a população, que é totalmente católica e vive na paz no Senhor.
E se hoje é assim, muito se deve à semente plantada pelo trabalho de Pedro Chanel, que por esse ideal deu seu testemunho de fé. O novo mártir cristão foi beatificado em 1889 e inscrito no Martirológio Romano em 1954, sendo declarado padroeiro da Oceania.
Pedro (Pierre em francês) nasceu em Cuet, França, em 12 de julho de 1803, e batizado pelos seus pais, ricos agricultores, em 16 de julho, memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo. Em toda a sua vida, manteve uma constante devoção a Nossa Senhora.
Pedro era um menino simples e educado. O pároco de Cras-sur-Reyssouze, abade João Trompier, notou que ele tinha vocação para o sacerdócio. Por isso, o convidou a frequentar a escola preparatória do Seminário da sua Paróquia, onde foi bem recebido, em 11 de novembro de 1814.
Em plena adolescência, Pedro apaixonou-se pelas cartas que chegavam dos missionários. Assim, começou a amadurecer a sua vocação para as Missões. No dia da Crisma, escolheu, como seu segundo Santo protetor, São Luís Gonzaga; assim quis ser chamado Pierre-Louis (Pedro-Luís). Ao saber que sua mãe o havia consagrado a Nossa Senhora, antes do seu nascimento, acrescentou também o nome de Maria aos seus dois nomes: Pedro-Luís-Maria.
A missão: um sonho a ser realizado
Ao entrar para o Seminário, Pedro-Luís-Maria dedicou-se com afinco aos estudos, mas ficou conturbado pela dúvida e incerteza sobre a sua escolha de vida, que conseguiu superá-las com a oração, sobretudo à Virgem.
Em 15 de julho de 1827, Pedro foi ordenado sacerdote e nomeado vice-pároco em Ambérieu e, a seguir, pároco em Crozet. Porém, jamais deixou de nutrir seu sonho de ser missionário. Por duas vezes consecutivas, pediu ao seu Bispo para partir em missão, mas o pedido lhe foi negado.
No entanto, fez amizade com o Padre Jean-Claude Colin, que, com outros sacerdotes diocesanos, fundou a Sociedade de Maria. Entre os principais carismas da nova Congregação religiosa estava a obra de evangelização do mundo não cristão. Pedro notou seu profundo vínculo com Maria e o ideal da missão. Então, sentindo-se em casa, decidiu tornar-se Marista.
Da França à Oceania: a longa viagem rumo ao mundo desconhecido
Em 1835, a Santa Sé pediu à diocese de Lyon para enviar missionários à Oceania, um convite que envolveu também os Maristas. Os religiosos, por sua vez, também aceitaram, mas pediram à Santa Sé que a sua Congregação fosse aprovada primeiro. De fato, a aprovação da Sociedade de Maria ocorreu em 29 de abril de 1836.
Pedro foi um dos designados para partir em missão Pierre: emitiu seus votos religiosos, em 24 de setembro, dia de Nossa Senhora das Mercês. Um mês depois, aos 33 anos, partiu de Le Havre, com o Irmão Delorme: foi necessário mais de um ano para chegar ao arquipélago de Hoorn e, depois, desembarcar na Ilha de Futuna. Os dois sacerdotes apresentaram-se ao rei Niuliki, que lhes ofereceu hospitalidade em sua própria casa. Desde então, Pedro começou a se adaptar aos costumes da Ilha e a aprender a língua local.
Após um mês da sua chegada, em 8 de dezembro de 1837, celebrou, secretamente, a primeira Missa na cabana que o rei mandou construir para ele e o Irmão Delorme. Não podendo ficar escondido, por muito tempo, decidiu convidar o rei e seus parentes para a Missa do Natal, à meia-noite do Natal, que foi uma grande festa! A notícia da Missa natalina do Padre Chanel espalhou-se, logo, por toda a Ilha, tanto que muitos foram até à cabana, transformada em Capela, pedir ao missionário para repetir a celebração.
O primeiro mártir na Oceania
Com o passar do tempo, o Padre Pedro Chanel começou a visitar as aldeias da Ilha, aproximar as pessoas, cuidar dos enfermos e idosos, destacando-se por sua bondade e mansidão.
Em dois anos, tendo ficado muito conhecido em Futuna, muitos começaram a se interessar pela religião do sacerdote; alguns, sentindo-se preparados, pediram para ser batizados.
Entretanto, a fama dos religiosos começou a irritar o rei Niuliki, que, ao temer pela sua autoridade, passou a impedir o ministério dos missionários, a ponto de serem obrigados a deixar a Ilha. O soberano fez com que fossem insultados, maltratados e roubados; mandou perseguir os catecúmenos e os sacerdotes até ficaram sem ter o que comer. Não obstante, Pedro manteve sua paciência e humildade e não desanimou.
Ao saber da conversão do seu filho primogênito, o príncipe Meitala, o soberano entrou em pânico e, muito irado, reuniu os membros da família e decidiu mandar matar o Padre Chanel, confiando a execução ao seu genro, Musumusu. Assim, em 28 de abril de 1841, o missionário foi massacrado, tornando-se o primeiro mártir da Oceania.
Com esta execução, o rei prensava ter erradicado, definitivamente, a nova religião da Ilha. Pelo contrário, no ano seguinte, outros missionários chegaram a Futuna e construíram uma igrejinha no lugar do martírio. Em 1844, todos os habitantes da Ilha já tinham se convertido ao Catolicismo.
Em 17 de novembro de 1889, o Papa Leão XII beatificou o Padre Pedro Chanel e, em 12 de junho, o Papa Pio XII o canonizou, concedendo-lhe o título de protomártir e padroeiro da Oceania.
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