O homem é justo
A Palavra de Deus, nesse domingo, faz a descrição do homem justo. Vimos no 7º Domingo Comum como servir a Deus com intensidade, fazendo como Ele faz. Foi assim que viveu Jesus. Temos nos textos de hoje, muitas imagens que descrevem essa realidade. Jesus inicia mostrando que o homem precisa ter o conhecimento, simbolizado na capacidade de enxergar bem para poder orientar os outros: “Um cego não pode ser guia de outro cego. Os dois podem ir para o buraco” (Lc 6,39). A pessoa necessita conhecer bem o caminho de Jesus para poder conduzir os outros. Semelhante é a parábola da árvore que produz fruto bom. O interior bom e saudável produzirá frutos bons. Bela é a comparação: “O homem bom tira coisas boas do tesouro de seu coração” (Lc 6,45). Não há outro caminho que viver bem e com intensidade, a Palavra de Deus. Ela é luz, é alimento, é descanso. É necessária decisão de viver o Reino de Deus. Isto nos torna bons para a transmissão da verdade do Evangelho. Não se trata de algo só intelectual, longe do alcance do povo, mas da escola da vida. As coisas boas estão no coração. O interior, onde estão os tesouros conquistados na luta do dia a dia, é uma fonte de vida para os outros. Aqui se reclama a formação a ser dada para todos os fiéis. Sobretudo, os que têm influência na comunidade. É necessária riqueza interior! A formação da comunidade e das lideranças deve ser prioridade em todos os ambientes.
Justo que cresce
A Palavra ensina, com imagens de seu dia a dia. Assim as pessoas podem compreender. Assim compara com o crescimento: “O justo crescerá como a palmeira, florirá igual ao cedro que há no Líbano; na casa do Senhor estão plantados, nos átrios de meu Deus florescerão. “O fruto revela como foi cultivada a árvore. Assim a palavra mostra o coração do homem” (Eclo 27,7). Formado pela Palavra sempre dará frutos. É como uma árvore, que mesmo antiga, cheia de brocas e pragas. Diz o salmo: “Mesmo no tempo da velhice darão frutos, cheios de seiva e de folhas verdejantes” (Sl 91). O autor sagrado usa mais um símbolo diferente sobre a vida do justo: “Quando a gente sacode a peneira, ficam nela só os refugos” (Eclo 27,5). Convivemos com uma constante renovação de nossa vida e de nossa fé. O salmo primeiro fala do vento que leva as palhas secas. O justo cresce na medida em que é capaz de se desfazer do inútil, do vazio e do desprezível. É o processo permanente de conversão que cobra os desbastes, as podas necessárias, mesmo aquelas que nos parecem exagero quando tiramos folhas e galhos bonitos para dar mais vigor à planta. A conversão se dirige sempre aquilo que é obstáculo ao crescimento do Reino em nós. Assim podemos compreender as palavras de Jesus sobre” o bom tesouro do coração”
Tesouro do coração
“O homem bom tira coisas boas do bom tesouro de seu coração”. Paulo nos anima com a força da Ressurreição que vence o ser corrupto, aquele que vive da morte. Um dia seremos revestidos da imortalidade. Assim será o fim da morte: “Ó morte, onde está tua vitória? Onde está teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado” (1Cor 15,56). Vencendo tudo o que é de mal poderemos participar dessa vitória. Essa vitória sobre o mal se conquista com a a vitalidade do homem bom. Não são esplêndidas vitórias. É a grande vitória do dia a dia, fortificando-se na seiva da árvore e fortalecendo pela permanente capacidade de produzir bons frutos que enriquece o coração.
Leituras:Eclesiástico27,5-8;Salmo 91;
1 Coríntios 15,54-58; Lucas 6,39-45.
1. O interior, onde estão os tesouros conquistados na luta do dia a dia, é uma fonte de vida.
2. A conversão sempre atinge aquilo que é obstáculo ao crescimento do Reino em nós.
3. Vencendo tudo o que é de mal poderemos participar dessa vitória sobre a morte.
Banco do coração
O banco do coração, a riqueza acumulada por tantas experiências e definições de vida. É um banco que pode ser assaltado sem tocar o alarme e juntar polícia. É um banco aberto e disponível para todos. Que maravilha é o coração humano que nos oferece tanta coisa boa. Imaginemos se não tivéssemos esse coração. De que viveríamos. Esse coração é tão importante que se compara ao de carne, sem o qual não existiríamos.
Como assaltar esse banco? Basta saber que o nosso sempre aceita novos depósitos, novos lucros e novas iniciativas. Assim podemos ir buscando nos outros aquilo que nos enriquece.
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