Evangelho segundo São Marcos 9,38-40.
Naquele tempo, João disse a Jesus: «Mestre, nós vimos um homem a expulsar os demónios em teu nome e procurámos impedir-lho, porque ele não anda connosco».
Jesus respondeu: «Não o proibais; porque ninguém pode fazer um milagre em meu nome e depois dizer mal de Mim.
Quem não é contra nós é por nós.
Tradução litúrgica da Bíblia
Encíclica«Mystici Corporis Christi»,n.º94
«Procurámos impedir-lho, porque
ele não anda conosco.»
Imitemos a vastidão do amor do próprio Jesus, modelo supremo de amor pela Igreja. É certo que esposa de Cristo é só a Igreja; contudo, o amor do divino Esposo é tão vasto que a ninguém exclui e, na sua esposa, abraça todo o género humano; pois o Salvador derramou o seu sangue na cruz para reconciliar com Deus todos os homens de todas as nações e estirpes, e para os reunir num só corpo. Por conseguinte, o verdadeiro amor à Igreja exige, não só que sejamos todos o mesmo corpo, membros uns dos outros, cheios de mútua solicitude (cf Rom 12,5; 1Cor 12,25), membros que se alegrem com os que se alegram e sofram com os que sofrem (cf 1Cor 12,26), mas que também nos outros homens, ainda não incorporados conosco na Igreja, reconheçamos irmãos de Jesus Cristo segundo a carne, chamados como nós à mesma salvação eterna.
É verdade que hoje não faltam – e é um grande mal – os que vão exaltando a rivalidade, o ódio e o rancor, como coisas que elevam e nobilitam a dignidade e o valor do homem. Nós, porém, que magoados vemos os funestos frutos de tal doutrina, sigamos o nosso Rei pacífico, que nos ensinou a amar os que não são da mesma nação ou da mesma estirpe que nós (cf Lc 10,33-37) e até os nossos inimigos (cf Lc 6,27-35; Mt 5,44-48). Nós, compenetrados dos suavíssimos sentimentos do Apóstolo das gentes, com ele cantemos o comprimento, a largura, a sublimidade e a profundeza da caridade de Cristo (cf Ef 3,18), que nem a diversidade de nacionalidades ou de costumes pode quebrar, nem a vastidão imensa do oceano diminuir, nem as guerras, justas ou injustas, arrefecer.
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