A Princesa Isabel da França, irmã mais nova do Rei São Luis IX, nasceu em 1225, filha do Rei Luis VIII e da Rainha Santa Branca de Castela.
A principal fonte sobre a vida desta beata é a "Vita" escrita por Inês de Harcourt, abadessa do mosteiro de Longchamp fundado pela princesa, que se relacionou com ela nos últimos anos de sua vida.
Educada pela mãe numa religiosidade profunda e severa, desde a infância Isabel se distinguia pela piedade. Uma longa enfermidade fez amadurecer nela a decisão de se dedicar às suas práticas de piedade, às leituras piedosas e ao cuidado dos pobres. Se distinguiu particularmente pelo culto às relíquias dos santos e por manter os Cruzados.
Desde a adolescência Isabel mostrava desprezo pelo luxo que a circundava.
Após ter recusado não poucos pretendentes e com firmeza responder negativamente ao Papa Inocêncio IV, que lhe havia escrito pedindo que ela aceitasse a mão do Rei Conrado de Jerusalém pelo bem da Cristandade, pediu e obteve a permissão para emitir o voto de perpétua virgindade.
Em 1226 seu irmão subira ao trono e foi ele quem lhe inspirou a caridade com os pobres e o fervor religioso: todos os dias Isabel convidava à sua mesa numerosos mendigos e visitava os doentes e os pobres.
São Luis IX tomou parte em duas Cruzadas, que não tiveram um resultado feliz, e quando foi feito prisioneiro no Egipto, durante a primeira Cruzada, foi um duro golpe para Isabel, pois ela subvencionava a manutenção de dez cavaleiros para a recuperação dos locais santos.
Outra figura que influenciou sua vida foi Santa Clara de Assis; e em 1252, após a morte de sua mãe, Isabel decidiu fundar em Longchamp,
O Rei Luis IX aprovou e financiou o projecto e alguns franciscanos, entre os quais São Boaventura, foram chamados para colaborar na formulação da regra e das constituições. O novo mosteiro foi dedicado à Humildade da Bem-aventurada Virgem Maria.
A Princesa não adoptou a regra de Santa Clara: ela escreveu uma regra que mitigava o voto de pobreza, especialmente para uma comunidade de religiosas de origem nobre. Esta regra foi aprovada em 1263 pelo Papa Urbano IV e foi adoptada por outros mosteiros de Clarissas, principalmente na França.
Isabel dotou o convento de boa parte de bens destinados à sua própria sobrevivência e continuou sua actividade de assistência aos pobres. Muito provavelmente ela jamais emitiu os votos perpétuos devido a sua saúde precária. A decisão de viver em um local separado do edifício, sem um contacto estreito com as celas das Irmãs, parece ter sido o resultado de sua humildade unido ao desejo de se proteger de uma eventual eleição a abadessa.
Por dez anos ela levou no mosteiro uma vida de jejuns, penitências, contemplação e oração. Viveu santamente em Longchamo até sua morte que ocorreu depois de dois anos de enfermidade.
Antes de sua morte, ocorrida em 22 de Fevereiro de 1270, o seu capelão, o confessor e a Irmã Inês, sua futura biógrafa, foram testemunhas de seu êxtase. Poucos meses depois, seu santo irmão morria em Tunis, ao retornar da segunda Cruzada.
A Beata foi sepultada na igreja do convento. Actualmente as suas relíquias estão em Paris, junto ao túmulo de São Luis IX e em parte na Catedral de Meaux.
Após a morte de São Luis IX, Carlos d’Anjou, irmão do Rei e de Isabel, pediu a uma das damas de companhia da Princesa que escrevesse sua vida tendo em vista sua canonização. Inês d’Harcourt publicou essa narração hagiográfica em 1280, mas Isabel somente seria beatificada em 3 de janeiro de 1521, com a bula Piis omnium do Papa Leão X, sendo ela uma das primeiras santas clarissas.
Durante algum tempo a Beata Isabel da França foi celebrada pela Ordem Franciscana no dia 8 de junho, junto com suas co-irmãs Inês da Boêmia e Camila Batista de Varano. Luis IX foi um dos primeiros terceiros franciscanos a ser reconhecido como santo.
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