Evangelho segundo São Marcos 9,2-13.
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles.
As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que nenhum lavadeiro sobre a Terra as poderia assim branquear.
Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus.
Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias».
Não sabia o que dizia, pois estavam atemorizados.
Veio então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».
De repente, olhando em redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus, sozinho com eles.
Ao descerem do monte, Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, enquanto o Filho do homem não ressuscitasse dos mortos.
Eles guardaram a recomendação, mas perguntavam entre si o que seria ressuscitar dos mortos.
E perguntaram a Jesus: «Porque dizem os escribas que primeiro tem de vir Elias?».
Jesus respondeu-lhes: «É certo que Elias vem primeiro para restaurar todas as coisas. Mas então como é que está escrito, a respeito do Filho do homem, que tem de sofrer muito e ser desprezado?
Pois bem. Eu vos digo que Elias já veio; e fizeram-lhe tudo o que quiseram, como está escrito a respeito dele».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1920-2005)papa
Exortação apostólica «Vida consagrada»
Contemplar e seguir o Transfigurado
Jesus chama continuamente a Si novos discípulos, homens e mulheres, para lhes comunicar, mediante a efusão do Espírito (cf Rom 5,5), a ágape divina, o seu modo de amar, estimulando-os assim a servirem os outros, no humilde dom de si próprios, sem cálculos interesseiros. A Pedro, que, extasiado no resplendor da Transfiguração, exclama: «Senhor, é bom estarmos aqui» (Mt 17, 4), é dirigido o convite a regressar às estradas do mundo, para continuar a servir o Reino de Deus:
«Desce, Pedro! Desejavas repousar no monte. Desce! Prega a palavra de Deus, insiste a todo o momento, oportuna e inoportunamente, repreende, exorta, encoraja com toda a paciência e doutrina. Trabalha, não olhes a canseiras nem rejeites dores ou suplícios, a fim de que, pela candura e beleza das boas obras, possuas na caridade o que as vestes brancas do Senhor simbolizam» (Santo Agostinho, Sermão 78,6).
O olhar fixo no rosto do Senhor não diminui no apóstolo o empenho a favor do homem; pelo contrário, reforça-o, dotando-o de nova capacidade de influir na história, para a libertar de tudo quanto a deforma.
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