quinta-feira, 21 de julho de 2016

PADRE VITOR COELHO DE ALMEIDA, MISSIONÁRIO REDENTORISTA, SERVO DE DEUS

Traços biográficos
Padre Vítor Coelho nasceu na cidade de Sacramento, MG, a 22 de setembro de 1899, onde também foi batizado.
Seus pais eram: Leão Coelho de Almeida e Maria Sebastiana Alves Moreira.
Seu pai era natural de São João da Barra, RJ. Fez o curso de artes decorativas em Paris, na França. Sem boa formação religiosa não era um católico praticante. Tornou-se, porém, um católico fervoroso em 1911, após ter alcançado a promessa de colocar seu filho Vítor em colégio católico. Sua mãe, natural de Sacramento, MG, era uma mulher meiga e piedosa. Ambos se casaram na matriz de Sacramento, a 20 de janeiro de 1897, tendo 5 filhos. Leão foi professor primário na região do Triângulo Mineiro. A mãe faleceu ainda jovem, de tuberculose, e o pai Leão ultrapassou os 90 anos.
Vítor foi o segundo filho e teve uma infância atribulada. De temperamento extrovertido não foi uma criança dócil e piedosa, tornando-se a cruz de seu pai.
Aos 7 anos esteve à morte por três dias, com febre alta que comprometeu seus pulmões. Em duas outras ocasiões a tuberculose ameaçou sua vida: em 1921, quando estudava Teologia na Alemanha, e em 1940, durante a santa missão na cidade de Ribeirão Preto, SP.
Aos 8 anos ficou órfão de mãe. Como seu pai não pudesse cuidar dele, pois lecionava na zona rural de Sacramento, entregou seu filho aos cuidados da avó materna que não conseguiu educá-lo. Sem o amparo da mãe, tornou-se um moleque insuportável, aprendendo com os companheiros de rua viços e diabruras. Seu primo padre e pároco de Bangu na cidade do Rio de Janeiro, Cônego Victor Coelho de Almeida, tomou-o consigo, mas também fracassou na tentativa de educá-lo.
Em 1911, o cônego internou o menino no Colégio Redentorista de Santo Afonso, em Aparecida. Seu pai ao receber essa notícia converteu-se, voltando à prática religiosa. Aconselhado por amigos, o Sr. Leão havia feito uma promessa a Nossa Senhora Aparecida para conseguir colocar seu filho num Colégio.
No Seminário Santo Afonso, levado pelo exemplo dos seminaristas e tocado pela graça de Deus, Vítor mudou de comportamento e, embora tivesse sido colocado no Seminário sem a vontade de ser padre, decidiu seguir a vocação de missionário redentorista.
Após os estudos, recebeu o hábito redentorista a primeiro de agosto de 1917 e fez os votos religiosos na Congregação dos Missionários Redentoristas, após o ano de Noviciado, a 2 de agosto de 1918, na cidade de Perdões, SP.
Iniciou os estudos superiores em Aparecida, continuando-os na Alemanha, para onde viajou em 1920. Foi ordenado padre em Gars am Inn, a 5 de agosto de 1923, voltando para o Brasil em setembro de 1924.

- Atividades apostólicas

Padre Vítor trabalhou com muito zelo nas Santas Missões, na Rádio Aparecida e no Santuário de Aparecida. Foi bom catequista, dedicando-se com amor às crianças. Não queria que elas sofressem o que ele sofreu por falta de formação religiosa.
Durante 10 anos (1931 – 1940) dedicou-se, como missionário, à pregação das santas missões, revelando seu carisma extraordinário de pregador da palavra de Deus.
Anunciando a misericórdia de Deus, levou grande número de pessoas à conversão de vida. Seu carisma e fama atraía multidões. As crianças, especialmente, não perdiam a missãozinha especial para elas. Sabia despertar nas crianças e jovens o interesse pela vocação religiosa. Muitos missionários redentoristas, padres diocesanos e religiosos lhe devem a vocação.
Atingido gravemente pela tuberculose durante a grande missão na cidade de Ribeirão Preto, SP, em agosto de 1940, retirou-se em janeiro de 1941 para o Sanatório da Divina Providência, em Campos do Jordão, SP. Ali, sujeitou-se com resignação ao penoso tratamento da tuberculose, onde aprendeu com o Cristo Sofredor, o mistério da dor e da solidão. Esteve muito mal durante quatro anos (1941 a 1944), chegando a perder um dos pulmões. Ele atribuiu sua cura à oração do servo de Deus, Padre Eustáquio, que o visitou em 1944.
A solidão no Santuário foi uma bênção de Deus no caminho de sua vida. Lá ele transformou o ambiente do Sanatório, despertando nos doentes amor à vida e muita con-fiança em Jesus Cristo e Nossa Senhora.
Em 1949, já curado, voltou para Aparecida, onde Deus lhe indicou um novo caminho de ser missionário: o anúncio da palavra de Deus no Santuário e na Rádio Aparecida.
Iniciou, então, sua missão de pregador carismático da palavra convertedora aos romeiros. Incentivou a fundação da Rádio Aparecida, e desde sua fundação em 1951, foi sua voz profética durante 36 anos. Seus assuntos prediletos eram: Catequese, Sagrada Escritura, Formação de comunidade rurais e Doutrina Social da Igreja. A audiência cativa de seus programas era enorme.

- Virtude e fama de santidade

O povo o chamava de santo já em vida. Lutou contra seu gênio agressivo e extrovertido, herdado de sua avó paterna, natural de Champagne, na França, Victorine Cousin.
Humilde, porém, sabia pedir perdão, o que fez muitas vezes em público. Considerava-se indigno de ser sacerdote por causa do mau comportamento de sua infância. Costumava dizer: “Sou filho da misericórdia de Deus, Ele me tirou do lodo, de lá de baixo, para me colocar bem alto na vocação de sacerdote”.
Foi nessa direção que desenvolveu toda sua vida espiritual e seu zelo apostólico. Fé inquebrantável, conformidade com a vontade de Deus, dedicação e fervor na oração e ardor no zelo da salvação das almas. Com grande unção procurava incutir nos seus evangelizados a mesma confiança na misericórdia de Cristo e de Maria. A devoção a N. Senhora Aparecida foi a força de sua piedade pessoal e de seu zelo na prática da vida religiosa.
Tornou-se um ídolo do povo, especialmente dos devotos de N. Senhora Aparecida. Os romeiros que vinham a Aparecida, depois de satisfazerem suas devoções a N. Senhora, não dispensavam a palavra e a bênção do Pe. Vítor Coelho.
Faleceu santamente e em plena atividade apostólica, em Aparecida a 21 de julho de 1987, com 87 anos de vida.


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