PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
700.
A felicidade é a meta da vida -
Todos lutamos para conseguir a felicidade. E é fácil: ‘Basta colocar
felicidade onde estamos’. Esta é uma das primeiras frases que a gente, no
seminário, escrevia no caderninho que chamávamos de “frases bonitas”. Não
conquistamos a felicidade, nós a edificamos. Ela não elimina as dificuldades,
os problemas e os insucessos. A felicidade está intimamente ligada com a
realização de nossa vida, vocação, profissão e santidade. Jesus, ao descrever
aos discípulos as bases do seu Reino, chama-os de felizes: “Felizes vocês, os
pobres de espírito, os mansos, os aflitos, os que têm fome e sede de justiça, os
misericordiosos, os puros de coração, os pacíficos, os perseguidos” (Mt 5,3-11). Curiosamente Jesus não diz o que se
deve fazer, como num sermão. Ele reconhece uma situação existente não um
projeto a ser realizado. Isso reflete a noção que a felicidade existe sempre e
em qualquer lugar que a colocamos. A felicidade não se confunde com as coisas
que possuímos. Ela não está no ter, no poder nem no prazer. Ela nos faz viver
bem nestas três tendências fundamentais da vida. A felicidade está unida à felicidades
que é Deus. Deus é feliz em si. Quanto mais estamos em nós mesmos, mais estamos
em Deus e somos felizes. Não se trata de um egoísmo de ‘eu me satisfaço, eu me
basto”. Não preciso de ninguém nem de nada para ser feliz. Pelo contrário:
Quanto mais felizes somos, mais queremos que os outros sejam felizes. Tanto
espalhamos felicidades, como acolhemos, isto é somos para os outros e acolhemos
os que são para nós, pois a felicidade consiste no amor.
701. O
amor, caminho da felicidade
Tenho
procurado compreender o sentido de vocação da felicidade e da santidade, que
direcionam nossa vida. Santidade, felicidade e amor são o tripé que nos
sustenta. Não foi sem razão que Jesus colocou o amor como o único mandamento,
pois todos os outros mandamentos se resumem e dependem dele. Sem ele não existe
o cumprimento total da lei. Vai haver felicidade se minha vida coincidir com o
amor. É o ponto focal de tudo. Serei feliz se amar. Seremos infelizes se o amor
não permear nossas posses, nosso poder e nossos prazeres. O que somos e fazemos
se resume em amar. A infelicidade existe quando deixamos de amar. As
bem-aventuranças, que Jesus reconhece nos seus seguidores, são nomes do amor.
Nós nos preocupamos em cumprir os mandamentos, viver bem a vida cristã, rezar e
tantas coisas mais. Mas sem o amor, não somos felizes
702. Onde
vou amar mais?
O
amor vai direcionar a escolha de nossa vocação, isto é, o modo de viver no
mundo nossa opção pelo amor. Perguntei a um noivo: O que veio fazer aqui? Ser
feliz. Então eu disse; pode voltar, não é por aí. Você veio para fazer feliz,
isto é amar. Se cada um procura dar condições para o outro ser feliz, todos
serão felizes. O amor é o critério básico para sabermos se uma vocação é
autêntica. Ser padre, casar, ser religioso ou celibatário, são vocações
autênticas, só se forem resposta de amor. Por aí podemos assistir o naufrágio
de tantas vocações. E, para ser consistente, a vocação vai responder onde vou
amar mais. Esse amor, que podemos chamar de maior, sustenta toda a vida e dá
sentido a tudo o que se faz. A profissão deverá ser, não só um meio de
sobrevivência que suportamos, mas uma expressão dessa vocação fundamental ao
amor. Os que são chamados a se dedicarem a um seguimento mais próximo, colocam
sua felicidade em cuidar dos sofredores, modo como Jesus escolheu para amar.
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