A Igreja no México regozija-se ao contar com estes intercessores no céu, modelos de caridade suprema, no seguimento das pegadas de Jesus Cristo. Todos eles entregaram a própria vida a Deus e aos irmãos, através do martírio ou pelo caminho da oferenda generosa ao serviço dos necessitados. A firmeza da sua fé e esperança sustentou-os nas várias provações a que foram submetidos. É uma herança preciosa, fruto da fé arraigada em terras mexicanas que, nos alvores do terceiro milénio do Cristianismo, deve ser conservada e revitalizada para continuardes a ser fiéis a Cristo e à sua Igreja, como fostes no passado.
Papa João Paulo II – Homilia de Canonização -
21 de maio de 2000
São Júlio Álvarez Mendoza, nasceu em Guadalajara – México - em 20 de dezembro de 1866. Empreendedor e caridoso, era capaz de entregar a camisa que usava para aqueles que precisavam disso. Sua família, encabeçada por Atanasio Álvarez e Dolores Mendoza, carecia de recursos econômicos, no entanto, a generosidade de alguns benfeitores e a aplicação de Julio nos estudos, permitiu-lhe estudar em uma faculdade de estudos superiores, antes de entrar, em 1880, ao Seminário Conciliar de Guadalajara, ajudado pelos mesmos benfeitores, tendo sido ordenado sacerdote em 1894.
Depois de ordenado serviu como capelão de Mechoacanejo e se distinguiu por seu zelo pastoral, atenção à catequese e ao fervor com o qual participava e celebrava o culto divino. Ele era um homem amável, amável com todos, muito comunicativo e simples. Quando os bispos do México decretaram em agosto de 1926 a suspensão do culto público, o padre Júlio decidiu permanecer na sua paróquia e, a partir daí, administrava os sacramentos em segredo, escondido nas fazendas. Quando a perseguição intensificou-se, ele teve oportunidade de deixar sua paróquia e se esconder, mas optou por continuar cuidando de seus fiéis.
Ele não achava que fosse ser um dos sacerdotes agraciados com a morte, e dizia: "Deus não escolhe o lixo para o martírio".
Em 26 de março de 1927, no caminho de uma fazenda para celebrar uma missa, foi surpreendido por um grupo de soldados. Eles o prenderam e levaram, amarrado à sela de um cavalo, por várias cidades.
Em León, o general Amaro deu a sentença para que fosse fuzilado. No amanhecer do dia 30 de março, ele foi levado para o local de execução. Ao ser levado para o local do martírio perguntou:
- Vocês vão me matar?
- Essa é a ordem que eu tenho.
"Bem", disse o mártir, "eu já sabia que vocês tinham que me matar porque sou sacerdote; obedeçam a ordem, eu só imploro que vocês me permitam falar três palavras:
“Eu vou morrer inocente porque não fiz nenhum mal. Meu crime é ser ministro de Deus. Eu os perdoo. Eu só imploro que vocês não mates os meninos que prenderam comigo porque eles são inocentes, eles não fizeram nada.”
Ele cruzou os braços e os soldados deram o golpe fatal.
Seu corpo foi deixado jogado em um lixo perto da igreja paroquial. No lugar de seu martírio, um monumento foi erguido em sua homenagem.
Padre Júlio foi beatificado em 22 de novembro de 1992 e canonizado pelo papa João Paulo II em 21 de maio de 2000.
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