O terceiro fundador e abade de Cister, o inglês Estevão Harding, viveu uma trajetória de vida muito intensa e foi também ele quem acolheu na comunidade monástica, o futuro são Bernardo, o fundador da abadia de Claraval.
Estêvão nasceu por volta do ano 1059 numa família de nobres. Ainda jovem entrou na abadia beneditina de Sherborne, onde fez sua profissão religiosa. Discorrer sobre sua vida é, também, falar sobre uma santa inquietação, a invasão dos normandos fez com que ele abandonasse a vida religiosa e partisse para a Escócia. Mais tarde foi para Paris, para se dedicar aos estudos e, em seguida, foi para Roma numa peregrinação penitencial, em busca do perdão em virtude de seu abandono da vida monástica.
Ao voltar, ia recitando o saltério ao longo da estrada. Passando por uma abadia na Borgonha, Estêvão se sentiu atraído pela vida pobre e austera dessa comunidade e, ao final, decidiu aí viver.
Mais tarde, seguindo o abade fundador, Roberto, com um pequeno grupo de monges, Estêvão se transferiu para a região de Cister, onde fundariam um novo mosteiro. Num primeiro momento Roberto foi o abade fundador, mas outros problemas fizeram com que ele tivesse que retornar para o antigo mosteiro. Em seu lugar assumir o monge Alberico, que conduziria a pequena comunidade por dez anos. Após sua morte, Estêvão foi eleito como seu sucessor.
Ao assumir como novo abade, ele se dedicou a reformar os livros litúrgicos e à fixação do texto bíblico usados no mosteiro. Aos poucos, santo Estêvão foi configurando o rosto da comunidade de Cister.
Seu longo abaciado foi de uma fecundidade excepcional. A semente plantada pelos seus sucessores deu fruto abundante, pois Estevão, por assim dizer, multiplicou a herança recebida. O pequeno rebanho, deixado em paz na nova observância por Alberico, crescerá de forma prodigiosa, sobretudo com o ingresso de Bernardo e seu grupo de 30 companheiros. Estevão os acolheu e formou. Principalmente deste grupo veio uma grande expansão para a Ordem, uma vez que, a partir de 1119, com a aprovação de suas normas fundamentais, o mosteiro de Cister tornou-se a cabeça de uma nova família monástica reconhecida pela Igreja, com diversos mosteiros, inclusive aqueles fundados pelas casas diretamente surgidas de Cister.
Sua vida foi constelada de trabalhos importantes: os papas de seu tempo o encarregaram várias vezes de resolver problemas nascidos entre as várias abadias.
Depois de 24 anos governando sua abadia, Estêvão, sentindo-se velho e cansado, tendo inclusive perdido a visão, pediu sua demissão no ano 1133. No dia 28 de março de 1134 cerrou seus olhos e entregou seu espírito. Por ocasião de sua morte, a ordem cisterciense contava já com mais de setenta mosteiros espalhados por toda a Europa.
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