sábado, 26 de novembro de 2022

São Sirício de Roma

Papa de 384 a 399. 
O seu pontificado correspondeu a um péríodo de paz para a Igreja, depois da conversão de Constantino I.
Romano, é considerado o primeiro Papa a afirmar a primazia e autoridade de Pedro o Grande sobre toda a Igreja. 
Promoveu a reconstrução da basílica de San Paolo. 
Martirológio Romano: Em Roma, no cemitério de Priscila na via Salaria nuova, São Sirício, papa, a quem Santo Ambrósio louva como um verdadeiro mestre, na medida em que, carregando o fardo de todos os que têm a responsabilidade episcopal, os instruiu no ensinamentos dos Padres, que ele também confirmou com sua autoridade apostólica. A figura do Papa San Siricius foi durante muito tempo obscurecida pelo julgamento negativo que, por sua vez, emerge das obras do grande San Girolamo, ou seja, um personagem em muitos aspectos excepcional sobretudo por sua cultura prodigiosa, mas propenso a julgamentos precipitados, inspirados por gostos ou desagrados pessoais, como bem sabe quem leu as suas Cartas muito vivas. Pode-se dizer que a falta de simpatia do grande estudioso pelo papa Sirício pesou sobre esse personagem por quase quatorze séculos, pois somente em 1748 São Sirício foi aceito no Martirológio Romano pelo Papa Bento XIV. Ele tinha conhecimento suficiente, como historiador e como canonista, para discordar dos antigos preconceitos de São Jerônimo! Siricius foi o sucessor de San Damaso, e ocupou o pontificado de 383 a 399. Damaso tinha sido o grande protetor de San Girolamo, mas Siricius também tinha um campeão muito forte para se apoiar, e sua escolha foi extremamente sábia, porque ele caiu em Sant'Ambrogio, bispo de Milão. Milão era agora a capital do Império Ocidental, e o bispo Ambrogio havia alcançado uma autoridade sem precedentes lá. Um Papa mais mesquinho e ciumento teria hesitado em fortalecer o prestígio daquele personagem diante do qual o Bispo de Roma se arriscou a ficar em segundo plano. Em vez disso, o romano Siricius, ansioso acima de tudo pelo bem da Igreja, confiou a Ambrósio grande parte da direção dos assuntos eclesiásticos, tornando-o quase um parceiro no governo da Igreja. Por seu lado, Ambrogio não aproveitou esta posição e sempre manteve a deferência para com o Bispo de Roma. São Sirício, por sua vez, foi o Pontífice da moderação e do equilíbrio. Sentia-se verdadeiramente pai - ou melhor, servo - de todos os fiéis, e evitava os particularismos que muitas vezes dividiam as várias Igrejas. “Nós – disse com uma bela expressão – carregamos o fardo de todos os que estão sobrecarregados; ou melhor, é o bem-aventurado Apóstolo Pedro que o carrega em nós”. O impetuoso São Jerônimo, que se lançava como uma catapulta contra adversários reais ou imaginários, não se dava bem com aquele Papa inimigo do extremismo e da intemperança. De fato, ele deixou Roma para se aposentar, macerado asceta e estudioso insone, em uma caverna perto de Belém, onde teve como bom companheiro, um animal simbólico!, um leão rosnador. No entanto, mesmo Jerônimo, em suas justas de infatigável polemista, encontrava-se ao seu lado, de vez em quando, justamente o papa Sirício, moderado e moderador, mas nem por isso lento na defesa da verdade e da justiça. Este Papa nem ambicioso nem invejoso, que sentiu verdadeiramente, sobre os seus velhos ombros, o peso da comunidade universal dos crentes, a pesada herança de Pedro, isto é, daquele que perde, mas é preso; que se abre, mas é prisioneira.
Fonte: Arquivo Paroquial

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