As palavras de Jesus eram extremamente fáceis e iam direto ao coração. Ele não veio para fazer discursos, mas para comunicar sua Vida para que todos tivessem vida e vida em abundância (Jo 10,10). A alegria do Pai é que demos frutos (Jo 15,8) a partir dessa seiva de vida abundante à qual estamos unidos. A leitura do evangelho de João sobre o pastor e as ovelhas, neste tempo pascal, revela-nos que a Ressurreição abre para todos a porta segura para as pastagens, isto é, a vida nova do Reino. Essa vida nova é a intimidade com o Pastor que, de Cordeiro ferido e sacrificado, se faz o Pastor do rebanho. Jesus conta uma parábola cheia de símbolos muito ricos para o povo de Deus. Jesus se chama de Pastor em um relacionamento de proximidade com as ovelhas: Ele as conhece pelo nome e conduz para fora (Jo 10,3). O fiel não é um número, é uma pessoa amada por Deus. As ovelhas o seguem porque conhecem sua voz (4). O relacionamento do Pastor com as ovelhas é de intimidade. Notamos que a religião não é negócio com Deus, uma troca, mas um mútuo conhecimento e um mútuo afeto. Esse modo de viver entre Pastor que conduz as ovelhas é o princípio da vida nova da Ressurreição. Jesus quer dar a seus seguidores um novo modo de vida que parte dele mesmo. Ele assume uma liderança diferente dos “assaltantes” que vieram antes dele. E infelizmente têm vindo muitos líderes, tanto religiosos como fora da religião, que sugam as ovelhas para o próprio interesse. É dessas lideranças que Jesus quer livrar seus queridos. Já no seu tempo Ele perde a vida para ser o bom Pastor. Mas há tantos padres, bispos e leigos que se entregam sem medida ao povo de Deus. São pastores com o Pastor.
Eu sou a porta
Jesus, tendo dito a parábola, percebe que seus ouvintes não entenderam. Explica que Ele é a porta para as ovelhas. Não só é aquele que conduz, mas é por Ele que devem passar: “Eu sou a porta das ovelhas”. O Verbo “Eu sou” está sempre ligado ao nome que Deus revela a Moisés. Ele é Deus que é a passagem. Jesus diz, em outro lugar, que devemos passar pela porta estreita, quer dizer que não há outro modo de chegar ao Reino celeste a não ser por meio dele. “Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem” (Jo 10,9); e também,: “Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14,6). Por isso, nossa responsabilidade de pastores com Cristo é conduzir a Ele e não a si mrsmo. Somente Ele tem a vida em abundância. O Pastor de nossas almas caminha à nossa frente. Pelo amor que aprendemos da intimidade com Ele, podemos entrar no coração de Deus.
Salvai-vos desta geração
No dia de Pentecostes, Pedro e os apóstolos, dão testemunho sobre Jesus: “Que todo povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes” (At 2,36). Senhor quer dizer Deus. O testemunho, acompanhado da ação do Espírito Santo, provocou o coração dos ouvintes que perguntaram: ‘“Irmãos, o que devemos fazer?’ Respondeu Pedro: ‘Convertei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para o perdão dos pecados E vós recebereis o dom do Espírito Santo”’ (At 2,37-38). A conversão é condição necessária para se passar pela porta que é Jesus e receber a vida que é o Espírito Santo. “Salvai-vos dessa geração corrompida” (40), isto é, dos pastores assaltantes que fizeram mal a Jesus e aos fiéis. A celebração é um momento de viver a intimidade com o Pastor e, com as outras ovelhas, fugir do mau pastor.
Leituras: Atos 2,14a.36-41; Salmo 22;
1ª Pedro 2,20b-25; João 10,1-10.
1. Jesus veio para comunicar a ida. A partir desta vida produzimos frutos. A leitura do evangelho do Bom Pastor revela-nos que a Ressurreição abre a todos a porta segura para vida nova do Reino. Essa vida é intimidade com o Pastor. Jesus se chama Pastor pela proximidade com as ovelhas: conhece-as pelo nome e as conduz. Esse modo de viver com o Pastor é o princípio da vida Nova da Ressurreição. Jesus assume uma liderança diferente dos “assaltantes” do rebanho. Ele mesmo foi vítima desses falsos pastores.
2. Por não entenderem essa parábola, Jesus explica que Ele é a porta para as ovelha. Ele é a passagem para o Pai. Não há outro. “Quem entrar por mim, será salvo, entrará e sairá e encontrará pastagem” (Jo 10,9). Nossa responsabilidade de pastores é conduzir a Ele e não a nós. Somente Ele tem a vida em abundância. Pelo amor que aprendemos da intimidade com Ele, podemos entrar no coração de Deus.
3. No dia de Pentecostes, Pedro e os apóstolos dão testemunho sobre Jesus. Afirma: “Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes”. O testemunho, acompanhado da ação do Espírito Santo, provocou a conversão que conduziu ao batismo. A conversão é condição para se passar pela porta que é Jesus e receber a vida que é o Espírito Santo. Por isso: “Salvai-vos dessa geração corrompida”, isto é, dos falsos pastores.
Dando com a cara na porta
Jesus usa uma imagem muito bonita para explicar como funciona a fé: o curral das ovelhas que tem uma só porta. Diz de si mesmo: Eu sou a porta para as ovelhas. Só há um modo de entrar no rebanho de Jesus, isto é, participar de sua comunidade: passando por Ele.
As ovelhas conhecem o pastor que passa pela porta que é Jesus. Muitos usam Jesus, o nome de Jesus, palavras de Jesus, mas não o seguem. Dão com a cara na porta ou perturbam as ovelhas. São ladrões e assaltantes. Vejam quantos não se aproveitam dos fiéis simples. São assaltantes! Não passaram por Jesus para chegar ao rebanho.
Jesus diz de si: Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Jesus
Deu a vida para que todos tivessem vida. Se não damos a vida, damos com a cara na porta.
Homilia do 4º Domingo da Páscoa (13.04.08)
Nenhum comentário:
Postar um comentário