PADRE WALMIR GARCIA DOS SANTOS CSsR |
Não identificada: Meu irmão mais velho está com 37 anos. É um homem financeiramente bem resolvido, Mas é um pouco frustrado por ainda não ter conseguido se casar e morar com os pais até hoje. No caso de morar com nossos pais não consigo entender em que isso poderia incomodá-lo?
Ele não está tão velho assim para ficar desanimado de se casar. Muitos acham que morar com os pais depois de certa idade é frustrante, não vejo por esse lado. Se ele está incomodado com a situação procure rever sua vida e faça uma escolha, vá morar sozinho e procure uma mulher para constituir uma família.
Não identificada: Meus avós moram conosco. Meus pais foram os únicos dos sete irmãos que quiseram cuidar deles. Só que meu avô, depois de velhinho, resolveu ficar pirracento, se dói por qualquer coisa e fica ameaçando ir embora. Será que a velhice pode mudar o jeito de ser de algumas pessoas? Eles têm esse direito?
A velhice não muda as pessoas, mas intensifica o que sempre foram. Tem um ditado que diz: “Não é o velho que fica ranzinza, mas o ranzinza que fica velho”! Certamente o seu avô já era assim, mas esse modo de ser foi intensificado com a velhice e mais ainda pela condição de viver fora do ambiente deles, pois estão vivendo na casa de filho, não é a mesma coisa, ainda que sejam bem tratados, estão em ninho estranho.
Hercília Gomes: Ouvi dizer que Judas tinha uma ideia equivocada a respeito da missão de Jesus Cristo. E após entregá-lo aos soldados e perceber seu equívoco, se arrependeu e suicidou-se. Se Judas se arrependeu, por que até hoje existe o costume de malhá-lo? Não seria o caso de mudar esse costume?
Esse costume de malhar Judas é simplesmente ridículo! A Igreja nunca estimulou essa barbaridade, pois expressa um sentimento de vingança. Não sabemos se Judas se arrependeu do seu erro, só sabemos que suicidou.
Efigênia Sales: Tem uma frase muito usada que diz: “Tudo posso naquele que me fortalece”. Gostaria de saber qual a extensão desse poder já que nem tudo o que queremos conseguimos.
A frase de São Paulo escrita na Carta aos Filipenses (4, 13) não fala de ter o que queremos, mas de encontrar força em Jesus Cristo, que é Deus conosco. Nem tudo o que queremos é para o nosso bem, pois nos conduzimos, muitas vezes, por instintos egoístas. São Paulo diz também que “tudo posso, mas nem tudo me convém” (ICor 6, 12).