Evangelho segundo São Lucas 21,5-11.
Naquele tempo, comentavam alguns que o Templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?».
Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: "Sou eu"; e ainda: "O tempo está próximo". Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim».
Disse-lhes ainda: «Há de erguer-se povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1347-1380)
Terceira dominicana, doutora da Igreja,
copadroeira da Europa
Carta 120 aos irmãos N.de Guida,
J. de Zerri, N-J de Vannucio, n.° 74
«Muitos virão em meu nome. Não os sigais»
Deus Pai, movido pelo fogo da sua caridade, enviou o Verbo, seu Filho único, que veio como que num carro de fogo, difundindo as chamas do amor inefável e da eterna misericórdia do Pai, ensinar-nos a doutrina da Verdade, mostrando-nos o caminho do amor que temos de seguir. Disse Ele: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida»; «quem Me segue não anda nas trevas, mas tem a luz da vida» (Jo 14,6; 8,12). E é assim, porque quem segue este caminho em verdade recebe a vida da graça e caminha à luz da santa fé; e, com esta luz, chega à visão eterna de Deus. Muitos preferem afastar-se, não O seguindo; preferem caminhar sem guia, não indo atrás dele, tomando um caminho novo; querem servir a Deus e adquirir a virtude, mas sem esforço. Estão enganados, porque Ele é o caminho. Esses não são fortes e perseverantes; à hora do combate, fraquejam e atiram as armas ao chão, as armas da oração humilde e continuada, da caridade ardente, o punhal da vontade, com o qual nos defendemos, e que tem dois gumes: o ódio ao vício e o amor à virtude; esses não alcançam a glória, mas a vergonha e a confusão, porque não seguem a doutrina do Verbo, mas afastam-se dela, seguindo um caminho que não é o dele.
Temos, pois, de ser-Lhe fiéis e de O amar em verdade, não por temor da pena que sofre quem não O ama, nem pela utilidade e o prazer que a alma tem no amor, mas apenas porque o Soberano Bem é digno de ser amado. Foi esse o caminho que Ele nos ensinou, dando-nos a doutrina da humildade, da obediência, da paciência, da força, da perseverança.
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