É gostoso ver na face de Deus o afeto por seus filhos. Em toda a história do povo de Deus e mesmo de todos os povos, podemos sempre notar que há grande confiança em se dirigir a Deus em oração, pois sabem que Ele é o Pai. Pai é pai. João Paulo I, o Papa do sorriso, querendo explicar o amor de Deus, diz: Deus é Pai, mas acrescentou: é mãe, pois reúne em si os dois sentimentos: segurança do pai e afeto da mãe. Notamos que Jesus vem ao mundo justamente para mostrar que o amor do Pai é para todos e sem reservas. “Um pai, não vai dar ao filho uma pedra, se lhe pedir um pão” (Mt 7,9). Quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo, isto é, tudo, aos que lhO pedirem. Para compreendermos os sentimentos de Deus para conosco, podemos buscá-los em suas relações para com Jesus. Jesus tem uma certeza: o “Pai sempre me ouve”. No Antigo Testamento podemos ver tantos textos que nos falam desse Pai: “Mesmo que a mãe te esqueça, eu não me esquecerei de ti” (Is 49,17). Se nos corrigir é porque ama. “Eu vos levei sobre asas de águia” (Ex 19,4). Ele nos ensina e estimula a voar. É um pai libertador. Ouve nossos lamentos: “Quando clamarem, eu os escutarei”. Jesus testemunha esse modo do Pai quando, no momento crucial da vida, coloca tudo em suas mãos, pois sabe que nas mãos Dele nada está perdido definitivamente: “Não se faça o que eu quero, mas o que Tu queres...” (Mc 14,36) e “Em vossas mãos eu entrego o meu espírito” (Lc 23,46). A certeza que tem do Pai faz com que se dedique completamente à obra que lhe foi entregue: o que o Pai quer eu faço. Deus é ternura e piedade. Como uma mãe se preocupa com os filhos, Ele se interessa por nós, esquecendo nossos males, Sempre oferece seus dons.
Os filhos falam com o Pai.
Nossa formação mostrava um Deus distante. Mesmo assim, nós buscamos seu carinho e nos dirigimos a Ele nas mais diferentes necessidades da vida. Mesmo que devêssemos mais agradecer que pedir, pois mais nos doa que recebe de nós, sabemos confiar-LHE nossas necessidades. Um grito escapa do fundo da alma e, nós gritamos tantas vezes: ‘Ai Meu Deus!’ Sabemos que podemos confiar nEle. Ele é a garantia quando todos nos abandonam. Precisamos de colo, e Ele gosta de nos embalar. Suprema riqueza sentir-se embalado por Deus. Por isso a Ele nós nos dirigimos contando tudo, aquelas coisinhas pequeninas de nossa eterna infância. Diante de Deus jamais somos adultos, jamais somos visita, jamais somos alunos, somos os queridos filhinhos. Jesus na última ceia esbanja a palavra filhinhos, pois ele mesmo nos ensinou a dizer Paizinho, Pai querido. Santa Teresinha fala tanto desta infância espiritual. Não sejamos intelectuais. É sentar no chão e dar birra! O Pai entende esta linguagem. Santo Afonso diz que devemos conversar de modo muito familiar com Deus. Ele se interessa por todos nossos assuntos, mesmo já sabendo todos. Imaginem se tudo que a gente fizesse, fosse conversado com Ele, no colinho?
O que responde o Pai
O Pai responde. Responde com o abraço. Sabemos que somos amados. Um abraço fala mais alto que muitas palavras. O abraço do Pai, mesmo quando estamos errados, pecaminosos, é para nós a certeza de que nos entende. Tenha esta certeza na vida. Se você um dia puder dizer: eu e o Pai nos entendemos bem”, Pode ficar seguro que o conheceu. O Pai mesmo que não faça o que queremos, está fazendo mais que precisamos. Grande alegria é possuir a certeza de descobrir, mesmo nos momentos difíceis ou de desgraça, que ele está junto e nos ama.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM ABRIL DE 2005
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