Catarina, nobre virgem de Alexandria, nascida por volta do ano 300, uniu desde a mais tenra idade o estudo das artes liberais ao ardor na fé. A perfeição da sua sabedoria assim como da sua santidade foi tal que aos dezoito anos ela podia medir-se aos mais sábios professores do seu tempo.
Nesse tempo, muitos cristãos, por ordem de Maximino, eram submetidos, por causa da religião cristã que tinham adoptado, perseguidos, torturados até ao martírio.
Catarina, não podendo suportar estes ataques repetidos, estas violências gratuitas contra os seus irmãos na fé em Cristo, não hesitou em demonstrar ao imperador romano, indo ao seu palácio, e queixar-se a ele dos maus tratos sofridos pelos cristãos, demonstrando-lhe com segurança e argumentos irrecusáveis que a doutrina de Cristo era salutar para as almas.
Maximino, admirado perante tanta sabedoria e prudência, reteve-a no seu palácio e mandou chamar as mais sábias personalidades conhecidas dele, prometendo substancias recompensas àqueles que conseguissem convencer Catarina de erro naquilo que com força e convicção afirmava.
Eles vieram, numerosos, mas foram todos confundidos pela sabedoria e persuasão da jovem egípcia. Pior ainda para Maximino, a maior parte destes ficaram mesmo convencidos pelos argumentos avançados por Catarina e converteram-se, provocando assim a cólera do imperador, que não se convencia de maneira nenhuma que a fé cristã pudesse ser uma união de amor entre todos aqueles, já bastante numerosos, que seguiam os ensinamentos de Jesus.
Procurou convencê-la ele mesmo, primeiro com boas palavras, mas depois com ameaças, mas de nada serviu, visto que Catarina, abrasada pelo amor de Cristo, continuou firme na sua posição, preferindo mil vezes a morte à apostasia.
Vendo que nada conseguia, Maximino mandou-a flagelar e depois encerrou-a na prisão, sem comer nem beber, durante onze dias.
A esposa de Maximino e Porfírio, chefe da milícia, vieram visita-la à prisão e saíram desta convertidos, o que provocou a ira de Maximino que os mandou matar.
Como por vingança mandou que lhe trouxessem Catarina e, servindo-se duma roda dentada quis reduzi-la em pedaços. Mas, todos os dentes da roda — formados por lanças e pedaços de espada — partiram-se sem que a jovem fosse ferida. Este facto foi motivo da conversão de muitos daqueles que assistiam ao martírio.
Então, no auge da sua raiva feroz, mandou que a trespassassem pela espada.
O martírio de santa Catarina de Alexandrina — que corajosamente apresentou a cabeça ao algoz que a iria degolar — aconteceu no sétimo dia das calendas de dezembro.
Diz a tradição que imediatamente após, vieram os Anjos do Céu e transportaram o corpo da mártir sobre o Monte Sinai.
Nenhum comentário:
Postar um comentário