segunda-feira, 22 de novembro de 2021

REFLETINDO A PALAVRA - “Ele fez novas todas as coisas”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
“Passou fazendo o bem”
 
A Noite Santa da Páscoa dá início ao Tempo Pascal no qual celebramos de modo privilegiado o Senhor Ressuscitado. Os 50 dias da Páscoa são um prolongamento de um único acontecimento salvífico, a morte e ressurreição do Senhor. Esse acontecimento impulsiona Pedro, na casa de Cornélio, a fazer o primeiro anúncio aos pagãos. Deixa claro que sua missão é de ser testemunha de que “Ele passou entre nós fazendo o bem”. Eles o crucificaram, mas Deus o ressuscitou dos mortos. “Somos testemunhas, nós que comemos e bebemos com Ele depois que ressuscitou dos mortos”. Esta expressão significa viver com Ele em familiaridade. Os apóstolos são anunciadores da Ressurreição. Ele continua fazendo o bem. O grande bem que faz é o perdão dos pecados a todos aqueles que nEle creem. Crer em Jesus é participar desta novidade de vida que Ele possui a partir da Ressurreição, pois nela, faz novas todas as coisas. Com a ressurreição de Jesus podemos ouvir a grande notícia, como reza a oração da Missa: “Ó Deus, por vosso Filho Unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade. Concedei que, celebrando a ressurreição do Senhor e renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos na luz da vida nova”. Jesus abre as portas da eternidade, iniciando um tempo novo. Vejamos a intensidade da celebração: por ela ressuscitamos para a luz da vida nova. Cada Páscoa é um encontro com a luz da vida nova. Mas a Páscoa não se reduz ao dia, mas estende-se a todo ano. Cada gesto de amor é um ato de ressurreição para a Vida Nova. Por isso os discípulos dizem que Jesus passou entre nós fazendo o bem. Fazer o bem é participar da Ressurreição de Jesus. 
“Ele viu e acreditou” 
Na manhã do dia da Ressurreição, há uma movimentação que conduz à fé. Madalena procura um morto. Os discípulos correm ao túmulo. Não existe mais um morto. Assim como é removida a pedra do túmulo, é também removido o bloqueio que impede ver a Vida. É preciso remover o véu da falta de fé, para ver o Ressuscitado. Os apóstolos creem vendo. Nós vemos crendo. Nossa visão será verdadeira se passarmos fazendo o bem. No evangelho encontramos a grande diferença que a fé faz em nossa vida. Madalena e os discípulos procuram um defunto que sumira, Cristo lhes oferece a fé que os faz viver. Na celebração da Páscoa temos a oportunidade de ver os símbolos e crer na Vida que nos é dada. Ao acender-se o Círio Pascal, acendemos também nossa disposição de fé.
“Buscai as coisas do alto” 
Todo o tempo pascal tem característica batismal. O batismo celebrado na noite de Páscoa deu aos neófitos a vida nova, a ressurreição com Cristo. O mesmo Espírito que agiu com poder em Cristo dando-lhe a vida nova age em cada um que é batizado. Esta vida nova é já a vida do alto. O batismo nos dá uma compreensão da vida que atinge a eternidade, onde já estamos com Cristo, pois nossa vida está escondida com Cristo em Deus. Estar com Cristo é vida nova iluminada. Vimos o Senhor pela fé, acreditamos, e vivemos a novidade da vida, pois Ele faz novas todas as coisas. E o seremos com Cristo que passou entre nós fazendo o bem. Páscoa é o momento de renovar nossa adesão batismal, pois sendo batizados pequenos, temos a vida toda para aprofundar essa Vida que age em nós.
Leituras: Atos 10,34a.37-43;Salmo 117;
 Colossenses 3,1-4; João 20,1-9 
Ficha: 1. Celebramos na Páscoa e nos 50 dias que se seguem, de modo privilegiado, o Senhor Ressuscitado. Esse acontecimento marca a vida dos discípulos, a tal ponto que com ele Pedro inicia o anúncio aos pagãos, na casa de Cornélio. Junto ao testemunho de que Ele está vivo, Pedro proclama que Jesus passou fazendo o bem. Continua fazendo o bem, no perdão dos pecados, iniciando a vida nova no mundo, abrindo as portas da eternidade e dando-nos viver a vida nova. A Ressurreição estende-se a todo o ano, a toda a vida e a cada ato de amor. Fazer o bem é participar da Ressurreição do Senhor.
2. Os discípulos viram e creram. Nós cremos e vemos. Assim como pedra foi retirada da entrada do túmulo, deve também ser retirado o bloqueio que impede que o vejamos a Vida. Isso fará diferença em nosso cotidiano. Participar da celebração e ver os símbolos reascende nossa disposição de fé. 
3. O tempo pascal tem característica batismal. O mesmo Espírito que ressuscitou Jesus, ressuscita cada um dos batizados. O alerta de celebração invoca a vida que vem do alto. Viver a Vida Nova é fazer como Cristo: passar fazendo o bem. Na Páscoa podemos renovar nosso batismo, reavivando nosso compromisso.
Homilia do Domingo de Páscoa do Senhor.
EM MARÇO DE 2005

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